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segunda-feira, 29 de setembro de 2014

Foz Côa e a Feira de S. Miguel –Capital da amêndoa que dá muito trabalho, dá cabo dos dedos e é mal paga - no Regatear à Moda Antiga - Em dia do arcanjo “defensor dos filhos da Terra”, que bem precisam de ser protegidos


Por Jorge Trabulo Marques - Jornalista


Feira de S. Miguel – Uma das tradições antigas de Vila Nova de Foz Côa, com uma forte ligação à atividade agrícola, que hoje voltou  a repetir-se  - 




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É a ocasião em que os agricultores aproveitam para ir até à Praça do Município para vender a sua amêndoa. Cada vez mais mal paga, a custos de produção que mal cobram as despesas. É mais oamor à terra, que  faz com que alguns amendoais ou amendoeiras isoladas ainda despontem por ladeiras ou vales.. Mas bom era que esta  atividade fosse vista pelos governantes com outros olhos de ver, até pela beleza ímpar que as amendoeiras em flor emprestam na Primavera aos campos.

Regressámos, ontem, domingo a Lisboa. Não pudemos estar em Foz Côa, mas temos registos de há dois anos que ilustram um pouco do tipismo popular desta feira – Em que, o regatear, entre o comprador e o vendedor, continuam a trocar palavras, como dantes.






- Estou-lhe a dizer que pago a quatro?
- Estou a dizer-lhe que não lha levo toda. ..Quer vender ao kilo?
– Eu não. Prá vender ao Kilo era a 50!...
- Só queria esta!...
- Então leva-a lá!..

- Mas já está furada!!..


Amêndoa ao preço da chuva de Inverno. Não dá para a lavragem! Não dá para apanha! E não dá para partir! - Mas vale a pena ouvir este linguarejar do mais vernáculo e genuíno fozcoense.





A vida da lavoura e a arte de sobreviver com a cruz às costas e sorrir alegremente – Todos os anos o 29 de Setembro, dia de S. Miguel, é o dia dos agricultores levarem a amêndoa à Praça do Município 
Foz Coa e o vernáculo do linguarejar na tradicional feira da amêndoa de São Miguel – Tradição antiga - Francisco do café - explica

SÃO MIGUEL O ARCANJO QUE OS AGRICULTORES ESPERAM

“Os santuários cristãos em honra a Miguel começaram a aparecer no século IV, quando ele era percebido como um anjo de cura, e, com o tempo, como protetor e líder do exército de Deus contra as forças do mal. Já no século VI, a devoção a São Miguel já havia se espalhado tanto no oriente quanto no ocidente. Com o passar dos anos, as doutrinas sobre ele começaram a se diferenciar”

O Papa Francisco, ao evocar S. Miguel , disse que “nas provações da vida, não estamos sozinhos, mas somos acompanhados pelos Anjos de Deus, que oferecem as suas asas para nos ajudar a superar tantos perigos e para sermos capazes de voar alto em relação às realidades que possam tornar pesadas a nossa vida e nos arrastar para baixo” – Deus ou ouça.


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