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terça-feira, 30 de janeiro de 2024

Sporting e Benfica - 19ª Jornada - - Sporting faz goleada histórica em Alvalade com o Estrela da Amadora, averbando 8 golos sem resposta E, na Reboleira, o Benfica vence o Estrela da Amadora por 4-1- - Golão de bicicleta do brasileiro Arthur Cabral deu fôlego às águias depois de golo sofrido

 Fotojornalismo - Videos   - Jorge Trabulo Marques - Com Footballdream


Benfica venceu o Estrela Amadora por 4 a 1, - Arthur Cabral  fez golo de bicicleta e rodar voo às águias

O Benfica conquistou uma importante vitória sobre o Estrela Amadora, por 3 a 1, em partida válida pelo Campeonato Português. Com este resultado, o Benfica encosta no Sporting, líder do campeonato, com 35 pontos conquistados. Já o Estrela Amadora segue próximo à zona do rebaixamento, com 18 pontos conquistados.

O Estrela Amadora abriu o placar do jogo com um golo de Lé e Jabá, aos 28 minutos de jogo. Mas seria o Benfica a dar a volta ao jogo  com um golaço de bicicleta de Arthur Cabral, aos 44 minutos, e um gol de Rafa Silva, aos 46 minutos.

Na segunda parte, a equipa das águias, fez melhor jogo e ampliou o resultado, com um golo de Otamendi, aos sete minutos, até porque passou também a ter pela frente menos um jogador na equipa da casa, com a expulsão de Régis N, aos 26’ o que viria a complicar as hostes do Estrela Amadora


Sporting 8- Casa Pia 0 -Goleada Leonina Monumental em Alvalade na 19ª jornada do Campeonato  – Exibição histórica e avassaladora da garra leonina frente ao Casa Pia, em Alvalade, que vibrou com os golões  de Coates, aos 14 e 81 minutos, Gyökeres, aos 23 e 32, o segundo de grande penalidade, Pedro Gonçalves, aos 25, Trincão, aos 43 e 90+4, e Geny Catamo, aos 64, que assinalaram a 6ª  vitória seguida dos leões no campeonato.

Noite de segunda-feira, serena de tempo, mas vibrante de euforia nas bancadas e de abraços no relvado, que permitiu à equipa de Rúben Amorim,  atingir a maior goleada, que, os leões,  desde há 50 anos, não venciam  no campeonato de forma tão expressiva


Depois de uma derrota que custou ao Sporting a oportunidade de disputar a primeira final da época, sim, seis dias após a equipa leonina  ter sido penalizada por  falta de pontaria e de eficácia na meia-final da Taça da Liga em Leiria frente ao Sp. Braga, de facto,  este resultado  de oito golos, sem resposta, não podia ser mais expressivo para retomara a confiança , fazer esquecer aquele absurdo desaire,  retomando a  liderança do campeonato e apontar baterias na conquista do título. .

domingo, 28 de janeiro de 2024

Escritor Vergílio Ferreira – Entrevista - Nasceu neste dia há 108 anos, em Melo, Gouveia, O que pensava sobre a morte, o autor da Manhã Submersa, Aparição, Alegria Breve, Espaço do Invisível, Cântico Final, Para Sempre, Até ao Fim – Além de muitas outras obras em romance, conto, ensaio e diário

 Por Jorge Trabulo Marques - Jornalista  - 



Entrevista ao Escritor Vergílio Ferreira – 1916-1996 – “Depois da morte não há nada” –    Eu já pensei que a morte era uma a passagem para o além, para uma vida que se seguiria a esta…Aliás, quando pensei, tinha toda a aparelhagem para isso, nesse mesmo além… Haveria um céu, haveria um inferno, haveria um purgatório, etc  -

Recordando um dos maiores vultos da literatura portuguesa, que me deu a honra e o prazer de me receber, várias vezes em sua casa e de me conceder várias entrevistas, cujos registos ainda conservo -  A entrevista que, hoje, aqui  recordo, teve como tema principal a questão da morte – Há vida para além da morte? – Entre outras perguntas





VIRGÍLIO FERREIRA, DISSE-ME, UM DIA, EM SUA CASA:


ESTOU CONVENCIDO QUE A MORTE É O FIM DE TUDO...MAS NÃO TENHO RAZÃO ABSOLUTAMENTE NENHUMA PARA AFIRMAR QUE DEPOIS DA VIDA NÃO HÁ NADA”




Eu já pensei que a morte era uma a passagem para o além, para uma vida que se seguiria a esta…Aliás, quando pensei, tinha toda a aparelhagem para isso, nesse mesmo além… Haveria um céu, haveria um inferno, haveria um purgatório, etc.…Hoje estou convencido que a morte é realmente o fim de tudo… Se eu não estivesse convencido disso, naturalmente a vida e o seu absurdo não se imporiam tanto!…
Evidentemente que estas certezas não se baseiam em nada… Baseiam-se num equilíbrio interior…(…) Aliás, é em função desse equilíbrio interior que nós aderimos a muita coisa na vida…Desde a mulher que se ama à verdade da política que se segue ou o clube de futebol a que se adere, etc.… Portanto, eu não tenho razão absolutamente nenhuma para afirmar que depois desta vida não há mais nada… A única razão é esse tal equilíbrio interior….Não vou discutir com ninguém que acredito num além!… Não vou discutir com ele para lhe pretender demonstrar que ele não tem razão e quem tem razão sou eu!… Estas coisas decidem-se no íntimo de nós…sem que nós, no fim de contas, para aí metamos prego nem estopa, como se costuma dizer…Estou convencido que a morte é o fim de tudo…. Mas não tenho razão absolutamente nenhuma para afirmar que depois na vida não há nada!.












P - Nunca se se viu à beira da morte?

R - V.F. Já estive à beira da morte duas vezes!… Uma vez porque fui atropelado e estive inconsciente durante seis horas e outra vez, há dois anos, que foi quando tive um ataque cardíaco e quase passei para o lado de lá!… Estive mesmo numa situação em que a minha mulher pensou que eu ia morrer!…Porque já não tinha consciência… também porque estava a abrir e a fechar a boca, como um peixe fora da água!… Mas devo dizer que, nesse momento… aliás, quando fui atropelado não tive tempo de pensar, porque, se tive, esse pensar, apagou-se-me!… Porque, quando há assim perda de consciência - eu não sabia, mas verifiquei por mim - a memória apaga-se-nos, até, digamos, uma hora ou duas horas ou mais, antes do acidente…Não assim, quando tive o enfarte.. porque, nessa altura, eu vi a coisa a progredir justamente o nada…. Mas não tive tempo de pensar na morte!…sentia-me apenas aflito, com um mal-estar tremendo!…Era só o que me preocupava.


P - Portanto, não teve consciência de ficar assustado?

R - V.F - Não…O problemas da morte, o facto de eu me preocupar com a morte não significa que a morte me assuste… apenas tendem a confundir essas duas coisas… Uma coisa é o medo da morte outra é a intriga que a morte nos causa…. A mim…dizer que não me importava de morrer, não é verdade… importo-me tanto como as outras coisas…Mas cada vez me importo menos à medida que o fim se chega… Simplesmente, uma coisa é isso, outra é nós querermos encontrar uma resposta para esta oposição de duas realidades que se opõem flagrantemente!… De um lado a vida, com todo o seu milagre; do outro lado a morte, com todo o seu vazio!… Portanto, a intriga deste problema é que sempre me obcecou… Não é o problema do medo da morte…


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Suponhamos, por absurdo, que eu depois da morte me encontrava de facto, digamos, a viver no além, com a minha auto-consciência, etc. etc… Também não ficava surpreendido!… Agora isso, de maneira nenhuma se me impõe… O que se impõe é a ideia de que isto acabou definitivamente!… Mas, como não tenho razões nenhumas , excepto esse equilíbrio interior, que há pouco disse…pois, naturalmente, não posso ter argumento nenhum para pensar nisso…Por conseguinte, se, por absurdo me encontrasse depois da morte?!…Não sei!… Ficava um bocado interrogado, mas não ficaria assim muito admirado disso!…

Significa, portanto, que este tipo de verdades não têm nenhuma fundamental razão de ser…Claro que eu não acredito em nenhuma sobrevivência para além da morte, não acredito!…O problema intriga-me!…Mas outros acreditam que sobrevirão!… Não tenho nenhum argumento contra eles!… E eles não têm nenhum argumento a opor-se-me a mim…Toda a condução da minha vida, tudo aquilo que eu tenho que pensar, centra-me nesta certeza: realmente depois da morte não há nada…
















Anos oitenta - Em conversa com o escritor, tendo como tema - A Morte

O RETORNO AO SAGRADO

“Fala-se tanto nele, como aliás, estava previsto. Mas não no que dele mais importa e não passa pelos deuses e muito menos pelas sacristias. O retorno do sagrado deve ter que ver fundamentalmente com a recuperação da sacralidade do homem, da vida, da palavra, do mundo. A sacralidade está no que suspeitamos de mistério nas coisas, a força “original de tudo o que nos espera o nosso olhar limpo, a nossa atenção humilde, a divindade está em nós. O grande acontecimento do nosso tempo, que é o sinal do nosso desastre, é a profanação de tudo, a dessacralização do que abusivamente foi invadido pelos deuses. Os deuses morreram e quiseram arrastar consigo a morte do que era divino sem eles” in Pensar - de Vergílio Ferreira

sábado, 27 de janeiro de 2024

Chãs- Foz Côa - Parabéns Adelaide Jesus! Nascida em espaços de vidas centenárias! - Foi há 100 anos que aqui abriu os olhos à luz

Nesta última sexta-feira, dia 26 de Janeiro, diz Maria Amélia Lourenço, na sua página do Facebook, que "há 100 anos nasceu uma criança á qual foi posto o nome de Adelaide de Jesus Fernandes

A vida foi muito dura para ela ficando viúva aos vinte e tal anos viúva com dois filhos para criar. Trabalhou muito muito para que nada lhes faltasse.

Depois foi para França com uma outra irmã onde esteve 22anos .Regressou á sua terra Natal e conseguiu compor a sua casinha onde viveu alguns anos ajudando sempre a família Ela ama-nos a todos. Merece todo o nosso carinho e amor.


 

Começando a ficar já com menos forças pediu para ir para o lar da sua terra e era raro o dia que não nos visitava e ia a casa das três sobrinhas que cá tinha. Cerca de três anos partiu a bacia e mais tarde uma perna o que a impediu de sair do lar e nos visitar como dantes.


Sentimos a sua falta mas nunca deixamos de a visitar pois merece tudo da nossa parte .Deus deu-lhe a graça de chegar aos 100 anos e hoje tudo esteve presente. Netos bisnetos ,sobrinhos, filhos ,noras ,os idosos da instituição e empregadas O Sr Padre celebrou missa e depois houve o convívio

Uns vieram da Suíça, de Lisboa, de Foz Côa ,de Viseu e tudo marcou presença. Ela merece tudo e muito mais.

Obrigada Senhor pelo dom da vida e um obrigada sincero a todos que se empenharam de festejar connosco esta data. Obrigada tia por tudo . Fica para sempre no nosso coração

 

 



 

quarta-feira, 24 de janeiro de 2024

Chãs - Foz Côa - Maciço dos Tambores - Bustos hercúleos, testemunhos de um passado longínquo - Outro valioso património a juntar-se ao das gravuras rupestres do Vale do Côa

                                              Jorge Trabulo Marques - Jornalista e investigador 







Magistral herança que ressoa a primórdios, trazendo o eco recôndito e longínquo de remotas eras, dos povos que por aqui se abrigaram e cultuaram os seus deuses, erigindo insólitas catedrais, templos solares alinhados com os ciclos da Natureza, altaneiras estátuas de descomunais figuras humanas em descampados morros, impressionantes formas de animais, de aves, enfim, configurando as mais estranhas criaturas e fantasmagorias, cavadas e moldadas no ventre ou na face do acinzentado e negro-sarapintado granítico - qual fabuloso petrimundo dissimilado por mil cidadelas

Não é mera obra do acaso, vestígios da erosiva e poderosa ação dos elementos - Na verdade, sítios há que são uma tentação, um verdadeiro centro de emanações e de eflúvios, propensos ao deleite, ao esquecimento e à sublimação.


Quando não coberto das giestas em flor, aparentemente, mais lembra terra de ninguém, parda e vazia paisagem de um qualquer pedaço lunar, porém, estou certo que não haverá alguém que, ao pisar o milenar musgo ressequido daquelas tisnadas fragas, ao inebriar-se com os seus bálsamos, subtis fragâncias, e volvendo o olhar em torno dos vastos horizontes que se rasgam por largos espaços, fique indiferente ao telúrico pulsar, à cósmica configuração e representação divina, que ressalta em cada fraguedo ou ermo penhasco 
Ali se refugiaram povos muito antigos, aproveitando os naturais abrigos: as cavernas abertas nos enormes megalíticos, as fendas e as grutas dos encastelados afloramentos, ou mesmo implantando, nos espaços mais estratégicos e abrigados, os seus acampamentos, valendo-se de grotescas lascas e pedras soltas, de cujas construções ainda prevalecem abundantes amontoados e outros vestígios - e até um santuário de sacrifícios, amuralhado por um recinto circular, junto ao qual se destacam dois colossais fraguedos, assentes num lagedo que descai em rampa. Um deles, o principal, está de tal maneira inclinado a poente, que parece desfiar todas as leis do equilíbrio e da gravidade. Visto de trás, faz lembrar um enorme crânio humano 

A fronte, pelo contrário, parece ter sido cortada de alto abaixo por um só golpe - sabe-se lá por que hábil mão e recorrendo a que gigantesco machado! Junto à sua base, de extremo a extremo, e no sentido poente nascente, é atravessado por uma galeria em forma de cúpula, tendo no interior, um nicho com uma pintura a negro, que tem dado origem a várias lendas e que a o povo chama(talvez pelo seu entrelaçado), a Cabeleira de Nossa Senhora, nome pelo qual é também conhecido o dito santuário.



A outra fraga, fica um pouco ao lado - e também não é uma pedra vulgar. A sua orientação é ligeiramente diferente. Vista de costas para poente, parece um enorme boné semi-pousado ou cabeça de réptil de olho aberto. Porém, o lado que está voltado para Norte, uma boa parte do seu fundo, sai do lagedo que o sustenta, é oco, fica incrivelmente suspenso em vazio, tomando a forma de uma gigantesca campânula




sábado, 20 de janeiro de 2024

Aldeia de Chãs - Meu amado torrão Natal - Neste dia 20 de Janeiro há uns anos, meus olhos, se cobriam de luz divina - e talvez mais fria de que luminosa e solar - para abraçar a Terra, o Mar e o Mundo Inteiro

 A sós silenciosamente imperturbável, peregrinando e contemplando o poder divino da intemporalidade das pedras e dos  antiquíssimos caminhos que me viram nascer e crescer



Noite de Janeiro 

dos ventos reais,

rua do Cruzeiro,

casa dos meus pais

geadas branquinhas

cobrem as choupanas

almas pequeninas 

no colo das amas.

Mais tarde pardais,

já são os primeiros

a dizer aos pais

Nasci em Janeiro!


Aqui nasci  nesta humilde casa - Tendo, depois, aos 7 anos, mudado com os meus pais  e meus dois irmãos e minha irmã  para a antiga casa dos meus avós maternos 

quarta-feira, 17 de janeiro de 2024

Ilha do Príncipe em Festa! – Descoberta por navegadores portugueses, há 553 anos – Fiz a reportagem há 53 anos da celebração para a revista angolana, Semana Ilustrada, de que era correspondente

                                                       Jorge Trabulo Marques  - Jornalista 

A efeméride, depois da independência, perdeu relevo mas é um facto histórico que não pode ser ignorada

Estas as primeiras palavras, com que editámos a reportagem - uma semana depois - para a revista Semana Ilustrada, alusiva à efeméride. "A Ilha do Príncipe, a linda irmã Ilha de S. Tomé, teve no passado dia 17 (Janeiro de 1972), um dia de grande festa, ao comemorar com assinalável brilho, a passagem dos 501 anos da sua descoberta. -


Sublinhando que, a esta 'tão significativa efeméride, associou-se o sr. Governador, Coronel Cecílio Gonçalves, que no aeroporto e às portas da pequena cidade de Santo Ant6nio, foi ali uma vez mais carinhosamente recebido pela população local.

A formosa lha do Príncipe é a segunda maior ilha do arquipélago de São Tomé e Príncipe, administrativamente, desde 29 de Abril de 1995, constituída por uma região autónoma, formada pelo distrito de Pagué.

A ilha tem uma área de 142 km² e uma população estimada, em 2006, de 6737 habitantes.. A capital é Santo António.

Em Julho de 2012, foi declarada a primeira reserva mundial da Biosfera pela Unesco do arquipélago são-tomense, e a primeira reserva africana a integrar a rede mundial da biosfera costeira.


O descobrimento das ilhas do Golfo da Guiné está mal referenciado na documentação antiga, motivo esse que têm suscitado alguma controvérsia entre historiadores, contudo, admite-se que a Ilha de S. Tomé, foi descoberta em 21 de Dezembro de 1470, dia do apóstolo do mesmo nome, e, a do Príncipe, a 17 de Janeiro de 1471, pelos navegadores portugueses, João de Santarém e Pero Escobar, que a denominaram como "Ilha de Santo Antão".

 

domingo, 14 de janeiro de 2024

V. N. de Foz Côa e os Fiarresgas – com mais de 3 décadas de existência - Associação de Cultura Popular, destacam-se pela sua atividade na área da cultura popular, em especial da música.

Jorge Trabulo Marques - Jornalista


Já lá vão mais de três décadas, da criação dos "Fiarresgas" como grupo de recolha, que o saudoso amigo Dr. J. Alberto S. Marques redigiu um artigo intitulado "INTERIORIDADES, Os Fiarresgas-

Um Fenómeno de Cultura no Interior". No citado artigo jornalístico o Dr. Marques inicia o texto com uma abordagem ao livro"Ex-Votos", do Dr. Manuel Daniel, para introduzir os "Fiarresgas" como matriz cultural de recolha da memória coletiva da musicalidade do nosso Concelho e da região beiro-duriense.

 Seguidamente estende alguns eventos etnográficos de cariz popular, enumerando um conjunto de revivalismos,  que os Fiarresgas trouxeram aos fozcoenses, através de eventos, enriquecendo e perpetuando a cultura de um povo.


Tudo isto para apresentar a sua perspetiva relativa ao lançamento do CD "Fiarresgas 10 Anos - Sempre a Cantar, editado em 2002 e uma abordagem sui generis dos regionalismos por nós utilizados no guião.

Serve este precioso escrito para agradecer de forma póstuma a amizade, o legado e as influências etnográficas e populares que o AMIGO Dr. Marques carinhosamente nos forneceu em formato de disquete que em boa hora agora recuperamos.

 



Um trabalho, no seu entender, que carece de complementos e de justificação mais alongada de pesquisa que, por diversos motivos, ainda não foi possível complementar. Fica no entanto a nossa simples homenagem (também efetivada condignamente pelo Município de Foz Côa na Assembleia Municipal do feriado de 21 de maio de 2012) com a publicação no nosso sítio da internet fiarresgas.blogspot.com  dos "termos e ditos" fozcoenses que tantas vezes aplicamos e que não queremos esquecer, aliciando as novas gerações a tomarem parte deste legado. Aqui vos deixamos na íntegra o escrito do Dr. Marques bem como a republicação do artigo. Também deixamos o desafio para contribuírem com alguns complementos que não estejam tratados nesta lista. - Excertos editados no jornal O Fozcoense 

 

Vila Nova de Foz Côa recebeu o seu primeiro foral em 1299, concedido por D. Dinis  , tendo sido renovado pelo mesmo monarca em 1314. Em 1514, foi concebido um novo foral por D. Manuel I. No concelho destacam-se vários monumentos, entre os quais estes três monumentos nacionais: o castelo de Numão, o Pelourinho de Vila Nova de Foz Côa e a Igreja Matriz da mesma vila, com uma fachada manuelina. Um outro monumento importante no concelho é o castelo de xisto de Castelo Melhor, de construção leonesa que remonta aos inícios do século XIII, integrado na região de o qual passou para as mãos da coroa portuguesa em 1297 pelo  Tratado de Alcanizes


Nas suas raízes, Vila Nova de Foz Côa encontra o homem paleolítico  que, com modestos artefactos, vincou na dureza do xisto ambições e projetos do seu universo espiritual e material, fazendo deste santuário o maior museu de arte rupestre ao ar livre, hoje património da Humanidade

Os vestígios da ocupação Humana,, mais ou menos intensa, prolongam-se pelos tempos castrejos e romanos. Os escassos testemunhos do período suevo-visigótico e árabe garantem, contudo, a continuidade dos núcleos populacionais. Contrariando as vicissitudes próprias das terras fronteiriças nestas paragens, a vida comunitária revelou-se regular e contínua, a partir do século X.

Ao contrário do que se passa no Noroeste Peninsular, na região da terra quente do Douro a civilização castreja assentou arraiais não no cimo dos montes mas antes em planaltos ou pequenas elevações encaixadas em vales. Daí que no I milénio antes de Cristo os homens do ferro se tivessem fixado na zona do Castelo, lugar esse depois Romanizado e constituído por um pequeno vivo , isto a avaliar pela área em que predominam os vestígios de materiais daquele período. Sepulturas e uma inscrição funerária (fechando com as comuns siglas S.T.T.L. - que a terra te seja leve), entre outros materiais, atestam essa ocupação.

 

quarta-feira, 10 de janeiro de 2024

Noites frias de Janeiro - À volta da braseira nas antigas tabernas da minha aldeia

                                                   Jorge Trabulo Marques - Jornalista 

Sentados em amena serenata à volta da velha braseira
Noites românicas e antigas nas tabernas da minha aldeia!
Na taberna do Timóteo, do Pedro ou da Srª Teresa "sapateira"
do zé Ferrador, ao sobrado da mercearia do Sr. Antoninho alfaiate
Noites frias em que a estrelinha que nos guia, se escondia
para nos deixar à vontade na mais amena e divertida cavaqueira!
Em que apenas o ladrar dos cães soava nas ruas como voz amiga!
Já muito depois do toque dos sinos do antigo campanário,
terem tocado, do alto da centenária igreja, às trindades Avé Maria!
Lá fora, no abrir da porta, via-se o céu dum negro azul profundo!
Sim, horas de caloroso convívio, aspergindo bênçãos do Mundo!
Horas de sonho e de contar as histórias do dia ou do passado!

Noites inesquecíveis de legendários poentes e de mão no rosário!
Da dona de casa, depois da ceia e louça lavada, sentar-se à lareira
com toda a família, após beberagem ao vivo, juntinha às brasas
e pegar no fio da lã ou do algodão, fazer bordado ou coser a meia!


Noites longas e geladas, em que todos os rebanhos apascentados
já os pastores os haviam recolhido ao cabanal, pousado os cajados!
Noites também toldadas por chuvadas e ventos cobertas de breu!
Em que até Vénus e Marte, encobriam seu brilho lá no alto do céu!

Diocese de S. Tomé e Príncipe tem novo Bispo – É João de Ceita Nazaré. Após a independência, é o 1ºsacerdote são-tomense ascender a tão elevada missão hierárquica da igreja Católica

                                                        Jorge Trabulo Marques - Jornalista


O Papa nomeou nesta terça-feira (9/1/2024) como Bispo da Diocese de São Tomé e Príncipe, o Padre João de Ceita Nazaré, do Clero da mesma Diocese e que era até agora Delegado do Administrador Apostólico e Pároco da Catedral de Nossa Senhora da Graça em São Tomé.


O agora Dom João de Ceita Nazaré nasceu a 22 de agosto de 1973 em Trindade (ilha de São Tomé). Frequentou o Seminário Maior de Lisboa e foi ordenado sacerdote a 4 de agosto de 2006. Obteve a Licenciatura em Teologia pela Universidade Católica Portuguesa e licenciou-se em Magistério e Literatura Portuguesa pelo Instituto Politécnico de Bragança.


Desempenhou até agora os seguintes cargos: Pároco em Angolares e Ribeira Afonso entre 2007 e 2016; responsável da Cáritas Diocesana e da Rádio Jubilar; docente da Universidade de São Tomé e Príncipe; Vigário Geral da Diocese de São Tomé e Príncipe de 2010 a 2022; Delegado do Administrador Apostólico e, a partir de 2016, Pároco da Catedral de Nossa Senhora da Graça em São Tomé.


O anúncio foi feito pelo núncio apostólico para Angola e São Tomé e Príncipe, o cardeal Dom Giovani Gaspari, na presença de padres, madres e religiosos.

“O trabalho não vai ser fácil e agradeço o que todos têm feito. […] sempre rezamos por este momento e que continue a ser esta testemunha credível do evangelho e que saiba expressar o seu testemunho e dignidade para com Deus”, referiu Dom Giovani Gaspari.


Reagindo, Dom João Nazaré agradeceu e pediu o apoio de todos para continuar a levar o projeto de construção e edificação da igreja católica.
“Agradeço a Deus pela confiança, a cada um de vocês para que continuemos esta tarefa que é de Deus. Peço a cada um de vocês que me ajudem para levarmos em diante este grande projeto que é a construção e edificação desta igreja que é São Tomé e Príncipe e que todos nós amamos. Só unidos seremos capazes de trilhar caminhos.


Peço a vossa oração, para que Deus misericordiosos nos acompanhe, peço a São Tomé e Santo António para que essa nossa tarefa seja sempre de acordo com a vontade de Deus “, realçou o prelado.

Há um ano que a Diocese era gerida pelo Administrador Apostólico o Bispo Dom António Bengui, que, na ocasião considerou “fundamental” o agradecimento desta solicitude pastoral. Bengui avançou que, nos próximos dias, irão trabalhar e concertar sobre os procedimentos para a ordenação episcopal e tomada de posse.
Satisfação é o sentimento de muitos são-tomense e cristãos católicos por esta escolha, que dizem esperar há muito. “Estou muito feliz.

Sempre desejamos um bispo ‘nosso’, natural e Deus hoje ouviu as nossas preces. Não poderíamos ter tido um bispo melhor. Aleluia”, disse Sara Neto. Por sua vez, Adelaide Barreto, outra fiel católica, destacou o facto de São Tomé e Príncipe sempre ter bispos portugueses. “Chegou a nossa vez. Padre João é a pessoa certa para este lugar. Ele está sempre com os fiéis dele. Vou rezar para Deus continuar a nos abençoar”, afirmou.

Já Felisberto Brança definiu o novo bispo como sendo “um homem trabalhador, com espírito patriota”, assumindo a sua satisfação. “Estou muito feliz, muito feliz mesmo. Ele é um homem de fé e paz. Sei que ele vai fazer muito por nós e pela diocese. E que Deus o abençoe”, frisou.


Para o bispo emérito, Dom Manuel António dos Santos, a escolha do padre João de Ceita Nazaré para o suceder é uma “alegria grande” e também “uma afirmação da maturidade da igreja de são Tomé” que, pela primeira vez, tem um filho da terra a presidir o destino da igreja local.

“Rezo para que Dom João seja verdadeiramente o pastor indicado para este povo com grande sentido de serviço e que ele possa contar com todos os religiosos e o povo em geral para o desempenho da sua missão”, concluiu Dom Manuel António.