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domingo, 14 de janeiro de 2024

V. N. de Foz Côa e os Fiarresgas – com mais de 3 décadas de existência - Associação de Cultura Popular, destacam-se pela sua atividade na área da cultura popular, em especial da música.

Jorge Trabulo Marques - Jornalista


Já lá vão mais de três décadas, da criação dos "Fiarresgas" como grupo de recolha, que o saudoso amigo Dr. J. Alberto S. Marques redigiu um artigo intitulado "INTERIORIDADES, Os Fiarresgas-

Um Fenómeno de Cultura no Interior". No citado artigo jornalístico o Dr. Marques inicia o texto com uma abordagem ao livro"Ex-Votos", do Dr. Manuel Daniel, para introduzir os "Fiarresgas" como matriz cultural de recolha da memória coletiva da musicalidade do nosso Concelho e da região beiro-duriense.

 Seguidamente estende alguns eventos etnográficos de cariz popular, enumerando um conjunto de revivalismos,  que os Fiarresgas trouxeram aos fozcoenses, através de eventos, enriquecendo e perpetuando a cultura de um povo.


Tudo isto para apresentar a sua perspetiva relativa ao lançamento do CD "Fiarresgas 10 Anos - Sempre a Cantar, editado em 2002 e uma abordagem sui generis dos regionalismos por nós utilizados no guião.

Serve este precioso escrito para agradecer de forma póstuma a amizade, o legado e as influências etnográficas e populares que o AMIGO Dr. Marques carinhosamente nos forneceu em formato de disquete que em boa hora agora recuperamos.

 



Um trabalho, no seu entender, que carece de complementos e de justificação mais alongada de pesquisa que, por diversos motivos, ainda não foi possível complementar. Fica no entanto a nossa simples homenagem (também efetivada condignamente pelo Município de Foz Côa na Assembleia Municipal do feriado de 21 de maio de 2012) com a publicação no nosso sítio da internet fiarresgas.blogspot.com  dos "termos e ditos" fozcoenses que tantas vezes aplicamos e que não queremos esquecer, aliciando as novas gerações a tomarem parte deste legado. Aqui vos deixamos na íntegra o escrito do Dr. Marques bem como a republicação do artigo. Também deixamos o desafio para contribuírem com alguns complementos que não estejam tratados nesta lista. - Excertos editados no jornal O Fozcoense 

 

Vila Nova de Foz Côa recebeu o seu primeiro foral em 1299, concedido por D. Dinis  , tendo sido renovado pelo mesmo monarca em 1314. Em 1514, foi concebido um novo foral por D. Manuel I. No concelho destacam-se vários monumentos, entre os quais estes três monumentos nacionais: o castelo de Numão, o Pelourinho de Vila Nova de Foz Côa e a Igreja Matriz da mesma vila, com uma fachada manuelina. Um outro monumento importante no concelho é o castelo de xisto de Castelo Melhor, de construção leonesa que remonta aos inícios do século XIII, integrado na região de o qual passou para as mãos da coroa portuguesa em 1297 pelo  Tratado de Alcanizes


Nas suas raízes, Vila Nova de Foz Côa encontra o homem paleolítico  que, com modestos artefactos, vincou na dureza do xisto ambições e projetos do seu universo espiritual e material, fazendo deste santuário o maior museu de arte rupestre ao ar livre, hoje património da Humanidade

Os vestígios da ocupação Humana,, mais ou menos intensa, prolongam-se pelos tempos castrejos e romanos. Os escassos testemunhos do período suevo-visigótico e árabe garantem, contudo, a continuidade dos núcleos populacionais. Contrariando as vicissitudes próprias das terras fronteiriças nestas paragens, a vida comunitária revelou-se regular e contínua, a partir do século X.

Ao contrário do que se passa no Noroeste Peninsular, na região da terra quente do Douro a civilização castreja assentou arraiais não no cimo dos montes mas antes em planaltos ou pequenas elevações encaixadas em vales. Daí que no I milénio antes de Cristo os homens do ferro se tivessem fixado na zona do Castelo, lugar esse depois Romanizado e constituído por um pequeno vivo , isto a avaliar pela área em que predominam os vestígios de materiais daquele período. Sepulturas e uma inscrição funerária (fechando com as comuns siglas S.T.T.L. - que a terra te seja leve), entre outros materiais, atestam essa ocupação.

 

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