Já
lá vão mais de três décadas, da criação dos "Fiarresgas" como grupo
de recolha, que o saudoso amigo Dr. J. Alberto S. Marques redigiu um artigo
intitulado "INTERIORIDADES, Os Fiarresgas-
Um
Fenómeno de Cultura no Interior". No citado artigo jornalístico o Dr.
Marques inicia o texto com uma abordagem ao livro"Ex-Votos", do Dr.
Manuel Daniel, para introduzir os "Fiarresgas" como matriz cultural
de recolha da memória coletiva da musicalidade do nosso Concelho e da região
beiro-duriense.
Seguidamente estende alguns eventos etnográficos
de cariz popular, enumerando um conjunto de revivalismos, que os Fiarresgas trouxeram aos fozcoenses,
através de eventos, enriquecendo e perpetuando a cultura de um povo.
Tudo isto para apresentar a sua perspetiva relativa ao lançamento do CD "Fiarresgas 10 Anos - Sempre a Cantar, editado em 2002 e uma abordagem sui generis dos regionalismos por nós utilizados no guião.
Serve
este precioso escrito para agradecer de forma póstuma a amizade, o legado e as
influências etnográficas e populares que o AMIGO Dr. Marques carinhosamente nos
forneceu em formato de disquete que em boa hora agora recuperamos.
Vila Nova de Foz
Côa recebeu o seu primeiro foral em 1299, concedido por D. Dinis , tendo sido renovado pelo mesmo monarca em
1314. Em 1514, foi concebido um novo foral por D. Manuel I. No concelho
destacam-se vários monumentos, entre os quais estes três monumentos nacionais:
o castelo de Numão, o Pelourinho de Vila Nova de Foz Côa e a Igreja Matriz da
mesma vila, com uma fachada manuelina. Um outro monumento importante no
concelho é o castelo de xisto de Castelo Melhor, de construção leonesa que
remonta aos inícios do século XIII, integrado na região de o qual passou para
as mãos da coroa portuguesa em 1297 pelo Tratado de Alcanizes
Nas suas raízes, Vila Nova de Foz Côa encontra o homem paleolítico que, com modestos artefactos, vincou na dureza do xisto ambições e projetos do seu universo espiritual e material, fazendo deste santuário o maior museu de arte rupestre ao ar livre, hoje património da Humanidade
Os vestígios da
ocupação Humana,, mais ou menos intensa, prolongam-se pelos tempos castrejos e
romanos. Os escassos testemunhos do período suevo-visigótico e árabe garantem,
contudo, a continuidade dos núcleos populacionais. Contrariando as vicissitudes
próprias das terras fronteiriças nestas paragens, a vida comunitária revelou-se
regular e contínua, a partir do século X.
Ao contrário do que se
passa no Noroeste Peninsular, na região da terra quente do Douro a civilização
castreja assentou arraiais não no cimo dos montes mas antes em planaltos ou pequenas
elevações encaixadas em vales. Daí que no I milénio antes de Cristo os homens
do ferro se tivessem fixado na zona do Castelo, lugar esse depois Romanizado e
constituído por um pequeno vivo , isto a avaliar pela área em que predominam os
vestígios de materiais daquele período. Sepulturas e uma inscrição funerária
(fechando com as comuns siglas S.T.T.L. - que a terra te seja leve), entre
outros materiais, atestam essa ocupação.
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