expr:class='"loading" + data:blog.mobileClass'>

quarta-feira, 31 de janeiro de 2018

Navegar no Douro Maravilhoso – Rio acima e rio abaixo, com partida do Pocinho, a bordo do Barco Rebelo de Nª Srª da Veiga


Jorge Trabulo Marques - Jornalista, natural desta região  - C

Viajar por Foz-Côa, Pocinho, é viajar por dois Patrimónios da Humanidade - É vogando à flor da tranquilidade do Douro telúrico e primevo, sob o côncavo dos grandes ou confinados espaços da singular tipologia da sua geológica monumentalidade, que ora ascendem ora mergulham em vales profundos, que os olhos se pasmam e maravilham. Que o coração se apazigua de todas as suas máculas, a alma se purifica e engrandece




É no Douro monumental, suave, alcantilado e agreste, que os mais nobres sentimentos casam com a espiritualidade enérgica e rejuvenescedora - Este é o “Doiro sublimado de Miguel Torga: o prodígio de uma paisagem que deixa de o ser à força de se desmedir. Não é um panorama que os olhos contemplam: é um excesso da natureza. (… )Um universo virginal, como se tivesse acabado de nascer, e já eterno pela harmonia, pela serenidade, pelo silêncio que nem o rio se atreve a quebrar, ora a sumir-se furtivo por detrás dos montes, ora pasmado lá no fundo a reflectir o seu próprio assombro. Um poema geológico. A beleza absoluta."  -  “é, no mapa da pequenez que nos coube, a única evidência incomensurável com que podemos assombrar o mundo”. Em 2001, a UNESCO concedeu-lhe a distinção de Património da Humanidade, como paisagem viva, evolutiva e cultural.

E é aqui que nos reencontrámos com a terra, com os ritmos da natureza, com a quietude e o sossego que dela emanam, sentindo o passo do dia e da noite, do sol, da lua e das estrelas, longe das luzes artificiais da cidade..

Viajar por Foz-Côa é viajar por dois Patrimónios da Humanidade, é percorrer os trilhos da memória e contemplar as formas deslumbrantes da natureza, da história e da arte paleolítica. Mais que um lugar-comum, a luta e os confrontos épicos do passado com o presente fazem estas gentes resistentes, heróis e autênticos construtores de sonhos e de esperança. As oportunidades perdidas rapidamente se transformam em olhares cativos, e as paisagens das rudes encostas do Douro e do Côa, com os seus vinhedos, mais não foram, no passado, do que janelas abertas à imaginação e à criatividade. Se o Museu do Côa narra uma história com uma riqueza imaterial invulgar e os socalcos do Douro respiram uma civilização ancestral ímpar, então, podemos alavancar um caminho turístico sustentável idealizando a conjugação destes dois fatores".





A construção da embarcação “SENHORA DA VEIGA” propriedade do Município de Vila Nova de Foz Coa desde 2004, tem como objetivo desenvolver a oferta turística local. Este barco RABELO é uma réplica dos tradicionais barcos denominados “rabelos”, que transportavam as pipas de Vinho do Porto do Alto Douro, até às caves em Vila Nova de Gaia – Porto. Aqui, o vinho era armazenado e, posteriormente, comercializado e enviado para outros países. Fazer um cruzeiro de barco no Douro é viajar, segundo Torga, no “… reino maravilhoso já não existe. Existem – em seu lugar – paisagens, declives, montanhas, enseadas junto do rio mais belo que conheço, esconderijos pelas colinas, florestas que resistem ao granizo do tempo. E existe a luz, a luz fantástica do Douro, a luz misteriosa das suas águas e da poeira que vai de uma margem a outra (...).”

O Douro vem através dos séculos definindo o seu caminho, num caldeamento das margens, contribuindo para a ligação do Homem e da terra ao rio. Ao longo das escadarias dos socalcos, nestas montanhas desmesuradas, aparecem testemunhos de civilizações e culturas diversas.


Da ementa possível constam as tradicionais “migas de peixe à moleiro”, os “peixes do rio fritos em molho de escabeche com salada mista” e o “lombo assado com batata assada e arroz”. A Sobremesa é Fruta da época e os vinhos servidos são sempre do Concelho de Vila Nova de Foz Côa.


DOIRO - De Mguel Torga 


Suor, rio, doçura.
(No princípio era o homem ...)
De cachão em cachão,
O mosto vai correndo
No seu leito de pedra.
Correndo e reflectindo
A bifronte paisagem marginal.
Correndo como corre
Um doirado caudal
De sofrimento.
Correndo, sem saber
Se avança ou se recua.
Correndo, sem correr,
O desespero nunca desagua ...

.......

DOIRO
Corre, caudal sagrado,
Na dura gratidão dos homens e dos montes!
Vem de longe e vai longe a tua inquietação...
Corre, magoado,
De cachão em cachão,
A refractar olímpicos socalcos
De doçura
Quente.
E deixa na paisagem calcinada
A imagem desenhada
Dum verso de Frescura
Penitente


Miguel Torga




terça-feira, 30 de janeiro de 2018

BELENENSES 1- BENFICA 1 – CRUZADOS DE BELÉM ESGRIMEM EMPATE COM AS ÁGUIAS, IMPEDEM COM UM PASTEL DE NATA QUE ESTAS LIDEREM O VOO ENCARNADO NA LIGA


 JorgeTrabuloMarques - Foto-jornalismo - colaboração especial em  https://www.facebook.com/footballdream.pt/

Foi efémera a vitória,aos 73 minutos mas muito festejada e saborosa prá gente da casa





A equipa de Belém não venceu, no seu relvado, mas saiu de braços levantados e ainda fez a festa, que só não foi coroada com pleno entusiasmo pelos seus adeptos, com os 3 pontos da vitória, porque o árbitro prolongou o jogo de 5 para 7 minutos, além do tempo marcado quando a tabuleta do cronómetro se ergueu após os 90 regulamentares.


Os homens do emblema da cruz de Cristo, e da camisola da cor azul do céu e do mar, até se bateram bem com o adversário, travando, desse modo, com jogo solto e bem disputado, as aspirações da equipa treinada por Rui Vitória, que poderia ter ascendido à liderança isolada da tabela, à 20ª jornada, se bem que na expetativa dos jogos que faltam realizar do FC Porto, terça-feira (sem contar com o caso-Estoril) e do Sporting, em Alvalade, quarta-feira






Benfica, ao 73 minutos, chegou a desfrutar da oportunidade de ter o pássaro na mão, com a bola nos pés de Jonas para punir uma penalidade de uma falta de Gonçalo Silva sobre Cervi, mas deixou-o escapar: - O brasileiro, que é o melhor marcador do campeonato, desta vez não acertou na capoeira e permitiu que Filipe Mendes, sacudisse a pelota para fora das malhas da sua gaiola.- Mas vá lá que se redimiu da falta de pontaria com o brilhante golo enfiado in-extremis, reduzindo a penalização .do encontro.




É assim o futebol,! Que, além da arte exibida por duas equipas, em saber driblar, cabecear e pontapear, empolgar as suas claques e marcar golos na baliza adversária, o resultado é quase sempre uma caixa de surpresas: que poderão fazer cantar vitória ou impor o desapontamento do empate e da derrota – Desta vez o desfecho foi o empate, que não contentou ninguém, mas, a bem dizer, foi realmente aquele que traduz a história de uma partida entre duas equipas lisboetas.



ECOS DA IMPRENSA

Diz o DN –Um grande golo de Jonas já para lá do último minuto de compensação evitou a derrota do Benfica no Restelo e redimiu o brasileiro de um penálti falhado aos 73'. O Belenenses, que tinha chegado à vantagem já perto do fim, pelo estreante Nathan, aos 86',  viu assim fugir entre os dedos uma vitória que já parecia certa, na estreia de Silas como treinador em jogos caseiros.  https://www.dn.pt/desporto/interior/benfica-testa-belenenses-de-silas-e-procura-lideranca-da-i-liga-9083015.html


domingo, 28 de janeiro de 2018

VERGÍLIO FERREIRA – “Para Sempre” - Em memória de um grande escritor e de um bom amigo – Se fosse vivo, hoje completaria 102 anos

Jorge Trabulo Marques         c





159 (…) Há no homem o insondável da sua interrogação. Mas só o artista a conhece e a pode revelar aos outros para ela ser desses outros e a verdade do ser se lhes iluminar. Escrever bem. Ser sensível ao que se quer revelar e ser só a sua revelação. E o mundo existir, porque ele o revelou. E é tudo.
160 Vir a morte e levar-nos. E não fazermos falta a ninguém. Nem a nós. Que outra vida mais perfeita? - Do Livro “Pensar”

VERGÍLIO FERREIRA - EM MEMÓRIA DO ESCRITOR: “EM NOME DA TERRA”  E “PARA SEMPRE”

Foi justamente a sua paixão pelo mar que fez com que, entre o escritor e o jornalista, se estabelecesse o elo de um amistoso  e respeitável relacionamento, desde meados dos anos 80 até escassos dias da sua morte - Tal como o tenho feito em anos anteriores, também neste dia o não podia deixar de lembrar

179 - Ir ver o mar. Vê-lo de vez em quando e sempre com a mesma fascinação. Que é que vem dele para assim nos fascinar? A sua força imensa diante da nossa pequenez. O seu mistério visível e inquietante porque é o invisível da sua visibilidade. O irrisório da sua absurda convulsão e o aceno indistinto que vem de trás do horizonte e não sabemos o que é. O aroma a espaço, uma memória confusa de aventura, o sinal presente da sua infinitude ausente, a dilatação de nós a um poder intenso, um certo conluio com Deus – Do Livro “Pensar





Vergílio Ferreira não era apenas o grande escritor mas o existencialista, o pensador. Deu-me o prazer de me receber várias vezes em sua casa – Algumas das quais no próprio dia do seu aniversário. É uma data que dificilmente me pode passar despercebida. Nasceu em Melo, no dia 28 de Janeiro, tendo como fundo a Serra da Estrela, ambiente e paisagem que iria moldar a sua personalidade e influenciar a sua vasta obra -Faleceu na sua casa de campo, em Fontanelas, nos arredores de Sintra e muito próximo da Praia das Maças, igualmente ao fim da tarde,  . Se fosse vivo, faria hoje, 99 anos. Mas morreu aos 80. 

Foi dos autores  portugueses  - através da leitura do livro Manhã Submersa - que mais cedo despertou a minha curiosidade e com o qual viria a manter um relacionamento amistoso, desde o principio da década de 80, até a escassos dias antes da sua morte - Já que, nessa mesma semana, lhe tinha telefonado para o ir visitar a Fontanelas, onde acabaria por falecer.  

"Este homem reuniu em si diversas facetas, a de filósofo e a de escritor, a de ensaísta, a de romancista e a de professor. Contudo, foi na escrita que mais se destacou, sendo dos intelectuais contemporâneos mais representativos. Toda a sua obra está impregnada de uma profunda preocupação ensaística. Vergílio Ferreira



1980

28- Janeiro (segunda) Aqui estou, pois, no gueto, até se cumprir um mês sobre o acidente. E para não haver grandes intervalos de escrita, aqui estou eu a escrever, Dá-se o acaso, aliás, de cumprir hoje 64 anos. Sem comentários. Perdi no dia 4 uma boa oportunidade de não ter de fazer mais contas. Como é nova e vida esta sensação de que tudo está feito, de que é perfidamente aceitável que a vida, os outros, nos excluam. Mas fiz 64. É curioso. E já agora talvez que venha a reflectir um pouco que fui nesses 64. E a ideia mais forte que se me impõe (qual a que se impõe aos outros?) é a de que fui uma espécie de «falso», como se diz dos «falsos» da pintura. De um lado está o nosso ser que é normalmente, bons deuses, péssimo; e do outro o parecer, que já não é mau de todo. Entre os dois nos corre mais ou menos a vida. Ela é assim quase sempre velhacoide. Quanto a mim, deu-me pouco; e o pouco que me deu foi extremamente regateado. Oh, que a comédia acabe depressa, quero lá saber. Mas sem muita maçada, se não é muita maçada. São os votos que eu faço no dia do aniversário.


"Há dias a RDP passou-me à porta e um jovem subiu com uns aparelhos. Que é que pensava da carga que já me pesava?Ora. Que era uma «conta calada» e tão calada que já apelava em mim para o silêncio. Ouço o apelo e aqui me fico" In Conta-corrente Janeiro 1982


«Vergílio ferreira, autor de mais de meia centena livros (romance, contos, ensaio e diários) Nasceu em Melo, no concelho de Gouveia, em Janeiro de 1916, filho de António Augusto Ferreira e de Josefa Ferreira. A ausência dos pais, emigrados nos Estados Unidos, marcou toda a sua infância e juventude. Após uma peregrinação a Lourdes, e por sugestão dos familiares, frequenta o Seminário do Fundão durante seis anos. Daí sai para completar o Curso Liceal na cidade da Guarda. Ingressa em 1935 na Faculdade de Letras a Universidade de Coimbra, onde concluirá o Curso de Filologia Clássica em 1940. Dois anos depois, terminado o estágio no liceu D. João III, nesta mesma cidade, parte para Faro onde iniciará uma prolongada carreira como docente, que o levará a pontos tão distantes como Bragança, Évora ou Lisboa.
Este homem reuniu em si diversas facetas, a de filósofo e a de escritor, a de ensaísta, a de romancista e a de professor. Contudo, foi na escrita que mais se destacou, sendo dos intelectuais contemporâneos mais representativos. Toda a sua obra está impregnada de uma profunda preocupação ensaística.
Vergílio foi também um existencialista por natureza. A sua produção literária reflecte uma séria preocupação com a vida e a cultur
a – Excerto de 
Vergílio Ferreira: Biog


Já me referi a Vergílo Ferreira neste site - mas volto aqui a recordar a sua memória, com muito gosto - Tomando a liberdade de aqui transcrever algumas passagens dos seus diários.

Entretanto, o mundo, que é um pouco maior de que nós (será?), vive uma tensão pavorosa. A URSS invadiu o Afeganistão.O imperialismo que vive nela e tem tentado disfarçar, desta vez veio ao de cima sem disfarce. Mas não há inconveniente para a fé dos correlegionários. Contei na Alegria Breve a história (real) de uma rapariga que negava estar grávida, mesmo quando o médico lhe fez saltar o leite do peito. A Tarde pediu-me um depoimento.Lá o dei. Outros «intelectuais» o deram também. Cito o de Augustina: depois de nos dar a extraordinária notícia de que os governos estáveis são normalmente « maquiavélicos», acha que «não há sínteses felizes para definir as políticas das persuasões» Não sejamos ambiciosos. Há o que é para entender e o que e só para admirar.


1982 - 28 Janeiro (quinta) Pois. Cá fiz às três da tarde a sexta capicua. Quando imaginaria eu esta prenda do destino. Mas os favores pagam-se e eu não sou se estou em débito. Ah, mas que manhas a vida inteira para ir ficando de pé. De vez em quando a rasteira. Mas lá me endireitei. Agora, se ficar por terra, já ninguém dirá que. Amém. - Excerto

Foi justamente a sua paixão pelo mar que fez com que, entre o escritor e o jornalista, se estabelecesse o elo de um amistoso  e respeitável relacionamento, desde meados dos anos 80 até escassos dias da sua morte - Tal como o tenho feito em anos anteriores, também neste dia o não podia deixar de lembrar

179 - Ir ver o mar. Vê-lo de vez em quando e sempre com a mesma fascinação. Que é que vem dele para assim nos fascinar? A sua força imensa diante da nossa pequenez. O seu mistério visível e inquietante porque é o invisível da sua visibilidade. O irrisório da sua absurda convulsão e o aceno indistinto que vem de trás do horizonte e não sabemos o que é. O aroma a espaço, uma memória confusa de aventura, o sinal presente da sua infinitude ausente, a dilatação de nós a um poder intenso, um certo conluio com Deus – Do Livro “Pensar







(…) Há no homem o insondável da sua interrogação. Mas só o artista a conhece e a pode revelar aos outros para ela ser desses outros e a verdade do ser se lhes iluminar. Escrever bem. Ser sensível ao que se quer revelar e ser só a sua revelação. E o mundo existir, porque ele o revelou. E é tudo.
160 Vir a morte e levar-nos. E não fazermos falta a ninguém. Nem a nós. Que outra vida mais perfeita? - Do Livro “Pensar”




Vergílio Ferreira não era apenas o grande escritor mas o existencialista, o pensador. Deu-me o prazer de me receber várias vezes em sua casa – Algumas das quais no próprio dia do seu aniversário. É uma data que dificilmente me pode passar despercebida. Nasceu em Melo, no dia 28 de Janeiro, tendo como fundo a Serra da Estrela, ambiente e paisagem que iria moldar a sua personalidade e influenciar a sua vasta obra -Faleceu na sua casa de campo, em Fontanelas, nos arredores de Sintra e muito próximo da Praia das Maças, igualmente ao fim da tarde,  . Se fosse vivo, faria hoje, 99 anos. Mas morreu aos 80. 

Foi dos autores  portugueses  - através da leitura do livro Manhã Submersa - que mais cedo despertou a minha curiosidade e com o qual viria a manter um relacionamento amistoso, desde o principio da década de 80, até a escassos dias antes da sua morte - Já que, nessa mesma semana, lhe tinha telefonado para o ir visitar a Fontanelas, onde acabaria por falecer.  

"Este homem reuniu em si diversas facetas, a de filósofo e a de escritor, a de ensaísta, a de romancista e a de professor. Contudo, foi na escrita que mais se destacou, sendo dos intelectuais contemporâneos mais representativos. Toda a sua obra está impregnada de uma profunda preocupação ensaística. Vergílio Ferreira

Do seu livro – PENSAR

“Hoje fui ver o mar. Na realidade não ia vê-lo mas aproveitei. E à primeira impressão eu via-o mas não o via, porque via dele apenas a realidade imediata em ondas e espuma. Foi preciso que depois deixasse vir ao de cima o que oculto se me queria revelar. Abandonei-me a ele e deixei. 

Mas o que então se me revelou foi uma nebulosa confusa de emoções, memórias, associações indistintas, qualquer coisa que se anuncia como numa casa desabitada. O indizível. O flagrantemente presente e que se não acaba de esclarecer. O estranho que nos perturba e não sabemos donde vem.

A praia estava deserta e o mar convulsionava-se num mundo ainda por nascer. Mas havia sol e a alegria dele era gratuita, sem finalidade nenhuma, e isso agravava-lhe o absurdo de ser. As águas brilhavam até ao indeciso do seu limite. Um homem ocasional, eu, olhava o seu mistério inquietante, tentava entender a estranheza de tudo isso. Sentia a presença de uma realidade inexistente, porque ela não existia senão no que estava vendo e, no entanto, eu sabia, na minha inquietação, que estava lá. Eu podia enumerar todos os elementos do que presenciava, mas havia outra realidade que ficava intacta à minha enumeração. Essa, essa - dizê-la. Não é aí precisamente que começa o «escrever bem»? Por isso a escrita não tem que ver com o real mas com o outro real dele. Assim ela constrói outro mundo que aponta apenas para o primeiro mas se não parece nada com ele, mesmo quando se parece e todos os elementos se lhe ajustam. Porque aquilo com que se parece é o invisível dele, a outra coisa das coisas, o mistério que lá mora e se reconhece, depois, que lá mora e o reconstrói na sua invisibilidade para ser enfim o real como tal reconhecido. Há no homem o insondável da sua interrogação. Mas só o artista a conhece e a pode revelar aos outros para ela ser desses outros e a verdade do ser se lhes iluminar. Escrever bem. Ser sensível ao que se quer revelar e ser só a sua revelação. E o mundo existir, porque ele o revelou. E é tudo. 


"Conta-Corrente - 1982 - 26 - Março (sexta). E aqui estamos em Fontanelas. A Primavera já cá estava instalada em flores domésticas e bravias. Os caminhos bordam-se de florinhas brancas e amarelas, o portão do quintal tem uma coroa de glicínias. Queria colaborar com a festa, ir pelos campos, olhar a Natureza, ir talvez até à praia olhar o mar que já deve estar a acomodar-se para a época estival. Mas encafuei-me logo no escritório porque tenho o Beldemónio a esgalhar para uma palestra. Não conhecem Beldemónio? Não conhecem. Conheço eu, porque é da minha terra. Ou melhor: ele é de Gouveia, que é a cabeça do meu concelho, e eu sou de Melo, que fica a uns sete quilómetros. Terra produtiva em letras o meu concelho, como vêem. Ora corno há festa do concelho lá para Maio e me pediram oratória, lembrei-me de restaurar a glória deste esquecido. Viveu nos fins do século XIX, durou trinta e seis anos, e foi desgraçado. Com o talento que lhe coube, escreveu coisas. Mas como tenho de contar como isso foi, não me vou antecipar. Vou é acender o fogão da sala, porque ainda está frio. Fui buscar lenha, armei os paus por cima das pinhas e jornais, agora é só chegar um fósforo. Estou cansado, é bom repousar e olhar o lume. Talvez que olhando as chamas eu tenha boas ideias sobre o Beldernónio que é um nome infernal. Portanto, a condizer.



158 A enorme desproporção entre aquilo que fazemos e o que escolhemos ou alguém em nós escolheu ter sido. O destino da vida é o esquecimento. Mas nós lutamos desesperadamente por ser o lembrar. O sol atravessa a janela da sala, ilumina os cortinados suspensos. É um instante fugidio que em breve desaparecerá. Vivo-o ainda, agora que contemplo a janela iluminada, mas em breve virá a noite e tudo findará. Lembrá-lo-ei amanhã? Não o lembrarei dentro em breve, o seu milagre será inútil. Tento, todavia, segurá-lo, fazê-lo perdurar contra a morte que é sua. Mas quantos estratagemas de que nos servimos para ter razão contra a morte. (…) – In Pensar



Estás vivo. Não o estarás por muito tempo. Aspira a vida que tens ainda, vive-a intensamente, não a desperdices, em breve já o não poderás fazer. E essa vida que te coube e não pode durar muito é absolutamente irrepetível. Tiveste a oportunidade de viver - quantos biliões de homens possíveis a não tiveram? Plasma-te a ela com a múltipla modalidade de seres, absorve-a, sente-a milimetricamente para que nada dela se desperdice. Breve tudo será findo. E a rua oportunidade não mais se repetirá.  – 30 de Agosto 1982 -In Conta-Corrente


38 DIAS À DERIVA NUMA PIROGA NOS MARES DO GOLFO DA GUINÉ - AVENTURA QUE  IMPRESSIONARIA O AUTOR DE "A MANHÃ SUBMERSA"  E SERIA O PRINCIPIO DE  UM  AMISTOSO, RESPEITÁVEL  E DURADOURO  DIÁLOGO - De seguida alguns excertos do meu diário de bordo, publicado noutro site, que subscrevo


Diário de Bordo "Passei uma tarde calma. Agora a minha preocupação começa a estar precisamente no local  onde irei aportar...Não sei...Será um local habitado?!...Pode ser desabitado...Enfim, o que me interessa é que seja terra, fundamentalmente, é que seja terra! Local seguro..." 

 Ainda não fiz referência à noite passada: passei uma noite todo encharcado! Envolvido num plástico mas por fim até adormeci e sonhei..Sonhei e tive uns sonhos muito esquisitos, acordei a falar!...Supondo que tinha chegado realmente a terra. Tive assim  sonhos muito esquisitos."- Excertos do diário do 29º dia - Excerto do meu diário - 38 dias à deriva numa acanoa29ª dia - são tomé - odisseias nos mares dos tornados rafia



sexta-feira, 26 de janeiro de 2018

Vida de Pastor nos montes e vales do Côa e Ribeira dos Piscos

Vida de Pastora e de pastor de sol a sol de cerrão da merenda pelo ombro, atrás do gado e ao lado da companhia do seu mais fiel amigo - Durante todo o santo dia, subindo e descendo as ladeiras e os montes e ao fim do dia ainda a ordenha - Que dinheiro pagará este titânico esforço dos pastores do Côa e Ribeira dos Piscos! - Aqui lhe deixo estas imagens, que registei há uns anos, de quem faz do constante palmilhar da natureza o seu modo de vida - Pois a vida escrava não é só em África, por aqui também ainda a há


quinta-feira, 25 de janeiro de 2018

C.M. de V.N de Foz Côa - Anuncia XXXII Festa da Amendoeira em Flor 2018, no Concelho de dois Patrimónios da humanidade - De 17 de Fevereiro a 23 de Março - Com programa variado e aliciante – Período em que os montes e vales de xisto da chamada “terra quente”, se cobrem de branco e rosa, rescendem de perfumes e de uma espantosa beleza – Além da brancura dos tapetes de giestas que despontam nas zonas mais agrestes, imagens surpreendentes que fazem lembrar os cenários de neve de outras paragens, que por aqui raramente se veem

Jorge Trabulo Marques - Jornalista - Natural de uma freguesia deste concelho 

VEM AÍ A NEVE MAIS DESEJADA DA TERRA QUENTE, QUE DÁ AS BOAS-VINDAS À PRIMAVERA  AINDA NO INVERNO  


NÃO COSTUMA NEVAR MAS  A MAIOR AMEAÇA DAS DÉBEIS  E VOLÁTEIS  FLORESZINHAS, QUANDO DESABROCHAM  SÃO AS GEADAS OU CHUVAS MUITO FORTES QUE POSSAM OCORRER APÓS A FLORAÇÃO






Ainda faltam quase dois meses para a entrada oficial da Primavera, a 20 de Março, no Hemisfério Norte, mas, com o tempo seco, se bem que incaracterístico e inconstante,  que se tem feito sentir e longe dos grandes nevões e do  gélido Inverno  que vai pelo resto da Europa, já em Vila Nova de Foz Côa, capital de dois Patrimónios da Humanidade,  se anuncia o programa da  XXXII Festa da Amendoeira em Flor 2018 – Um dos eventos mais aguardados e desejados deste concelho, aquele que, anualmente, atrai milhares de visitantes  e vem dinamizando uma das regiões do chamado Portugal Profundo, das mais afastadas do litoral e das zonas  onde a desertificação vai despovoando as pequenas aldeias e até mesmo a sede do município


Pese essa fatalidade, esta é realmente a chamada Terra Quente, devido à sua geologia predominantemente xistosa, que por aqui caracterizam os vales do Douro e do Côa, cujos contrafortes e montanhas a protegem das invernias mais rigorosas, tornando-a parecida ao clima mediterrânico, cuja influência é determinante na produção e na qualidade dos sabores dos seus principais produtos: - nomeadamente, figo, amêndoa e o famoso vinho generoso.




Uma vez mais,  as Festas da Amendoeira em Flor, com um cartaz igualmente aliciante às edições anteriores, prevendo  exposições, visitas guiadas ao museu do Côa, torneios desportivos, provas de ciclismo, montarias  exibição de ranchos folclóricos  e outros espetáculos de música popular, momentos de poesia, passeios pedestres, mostras e venda de produtos regionais e de artesanato, gastronomia regional e muitos outros eventos, culminando  com o tradicional Desfile Etnográfico e Fogo de Artifício

PARA O DESFILE ETNOGRÁFICO - Há que seguir com atenção as disposições que regulam a inscrição dos participantes  - De referir que a organização costuma sugerir um conjunto de  temas, que incidem, nomeadamente,  sobre os costumes e tradições, agricultura e artesanato, património histórico e arqueológico, desfilando a pé ou em carros   alegóricos, a que poderão juntar-se  bandas musicais, grupos de animação, fanfarras, ranchos folclóricos ou outras expressões artísticas e culturais.  

De acordo com o que tem sucedido,  o desfile etnográfico  far-se-á por ordem alfabética do nome das Freguesias presentes; se por cada Freguesia houver mais de um carro ou grupo, estes serão ordenados pela ordem de inscrição durante o prazo legal. 2. Cada freguesia será identificada por uma faixa indicativa, (conforme desenho anexo nº 2) e transportada por dois participantes. A elaboração desta faixa é da responsabilidade dos organizadores da Quinzena, cabendo ao conjunto dos participantes a responsabilidade pelo seu transporte durante o cortejo (2 pessoas). 3. Para além da identificação efectuada pelos responsáveis do cortejo relativamente a cada freguesia, os responsáveis por cada carro ou grupo apeado deverão identificar os mesmos com um placard onde se referirá o nome da instituição e o motivo alegórico (conforme desenho anexo nº 3).

O PANORAMA DAS GIESTAS FLORIDAS - TAMBÉM NÃO DEIXA DE SER UM CENÁRIO MARAVILHOSO   - Composto de manchas brancas rasteiras  ao solo, que ainda mais se confunde com a neve


Embora venha sendo dada mais importância à floração da amendoeira, a verdade é que, neste mesmo concelho, e nomeadamente nas freguesias de Chãs e Santa Comba, sobretudo nos maciços  graníticos,  onde termina a grande meseta Ibérica e começa o chamado Douro  Maravilhoso, a par das manchas brancas e cor-de-rosa dos amendoais, há outras, absolutamente alvacentas, mas rasteiras ao solo ou às rochas, são os magníficos tapetes de giestas, uma outra neve que, para existir, precisa de tempo quente.

ESTE É REALMENTE UM CENÁRIO  DE UM BRANCO IMACULADO  E COR DE ROSA QUE SUBSTITUIU OS NEVÕES QUE CONGELAM MONTANHAS, VALES E FONTES  NO RESTO DA EUROPA 

Diz o  Município Fozcoense, que “o espetáculo da floração da amendoeira tem início normalmente na segunda semana de Fevereiro e prossegue até aos primeiros dias de Março, prenunciando a Primavera nas terras quentes do Alto-Douro. Nessa altura, toda esta região faz lembrar uma noiva que se vestisse de branco e rosa, tal a espantosa beleza que transfigurou estes montes e vales."



"Com a Natureza em festa, todo o Concelho se movimenta na famosa Quinzena das Amendoeiras em Flor, sobretudo nos três fins de semana que a integram. Costuma ser muito movimentada a Feira Franca (no 1º Domingo de Março) e regista inusitada animação o Cortejo Alegórico, que inclui habitualmente cerca de 50 carros, percorrendo, sob a animação de fanfarras e bandas musicais, as principais artérias da cidade".


"É em Vila Nova de Foz Côa, no Largo do Tablado e na Feira de S. Miguel (em 29 de Setembro), que funciona a "Bolsa da Amêndoa", onde se formam os preços (com ou sem casca) que vigoram em todo o País e chegam a influenciar os mercados mediterrânicos"



"Do ponto de vista económico, a cultura da amêndoa não está a compensar o lavrador do Alto-Douro, que sente a competição da produção industrializada da Califórnia, registada em meses diferentes. O desânimo do produtor acarreta, por sua vez, a diminuição do número de amendoeiras, cuja menor densidade se vai notando de ano para ano em toda a região. https://www.cm-fozcoa.pt/index.php/o-concelho/patrimonio-natural/amendoeiras


TERRAS DE BONS ARES - ONDE DECRESCE A POPULAÇÃO MAS ROBUSTECE A  LONGEVIDADE  -A  dieta mediterrânica, embora já não sendo seguida como antigamente, com o consumo de produtos vegetais produzidos localmente (pois muitos já vêm de fora) mas ainda subsiste o copito do bom vinho da terra, as saborosas omeletes  de espargos, a salada das azedas, a boa couve ou alface do quintal,, o tempero do azeite das oliveiras que se erguem por ladeiras e vales e os lacticínios das ovelhas que por pastam as ervas da terra suculenta de xisto




Dos ares de Vila Nova de Foz Côa, já bem-dizia, Joaquim Azevedo, em 1877, na História eclesiástica de Lamego, citada pelo Cónego Marrano, no seu livro sobre “Nossa Senhora da Veiga", que  Vila Nova é mui saudável, sem obstar a intemperança do ar, por extremo frio de Inverno, sem ter lenha, no Verão ardente com excesso sem água, frutas ou hortaliça, ainda que de tudo abunda, por vir cada dia de fora. Os naturais costumam chegar a velhice mui avançada, alguns passam de cem anos; um existiu em 1794, que militou na guerra da Liga e acompanhou o exército que entrou em Madrid." - Claro, que, nos tempos atuais,  talvez não sejam tantos os que vão além dos cem anos, mas serão, certamente, mais os que chegam aos oitenta,  dado que  o índice de longevidade é maior de que há um século.





Grupo Musical Popular “Os Fiarresgas” Completou, 25 anos – Parabéns aos fundadores e aos seus atuais componentes

Soube através do mensário “O Fozcoense”, que, no passado dia 23 de Dezembro, o grupo musical popular “ Os Fiarresgas”, completaram um quarto de século de existência. Fundado com o objetivo de não deixar perder as músicas de outrora e possibilitarem às novas gerações o conhecimento  de uma cultura à qual estão ligados  por raiz.

É referido ainda por este jornal, católico e regionalista, que “o termo Fiarresgas”, escolhido  durante a viagem da primeira atuação , aplicava-se e ainda se aplica, a todos aqueles que  deixaram passar  a idade de casar e continuam boémios e amigos das borgas, mantendo uma certa jovialidade.”

Aos parabéns deste jornal, juntamos também os nossos, com os desejos de que “continuem  o empenho de manter  tradições sempre  agradáveis de recordar







Foz Côa: Os Homens passam, as obras ficam – Diz : José Silvério Maximino de Almeida -  E, além das muitas obras que deixou, ele também foi um dos principais fundadores do Grupo Musical Fiarresgas



Tal como já referimos, quando o entrevistámos, em Agosto de 2014, José Silvério Maximino de Almeida, foi Presidente da Junta de Freguesia de Vila Nova de Foz Côa, durante três mandatos, que exerceu com muito empenho e dedicação. Desde a construção do edifício da Junta de Freguesia, Parque das Merendas, caminhos vicinais, e tantas outras obras de interesse para a maior freguesia do Concelho. Nascido e criado na Rua das Flores, atualmente a residir na Av. Gago Coutinho, desta mesma cidade.  Bairrista, assumido, no bom sentido da palavra, é um dos rostos mais populares de Foz Côa – Pese a sua avançada idade, continua a ter uma vida muito ativa, nomeadamente como membro da Santa Casa da Misericórdia, local, dinamizador do Rancho Folclórico de Vila Nova de Foz Côa  – da Associação de Cultura Popular, da qual foi seu fundador. Onde está o rancho, lá está o José Silvério, com a sua bonomia, generosidade e dedicação, a emprestar o seu entusiasmo, a sua longa experiência de vida, o amor às boas causas da sua terra e à divulgação e promoção da  cultura Foscoense.




A breve entrevista, que então nos concedeu, recorda-nos os anos de intenso labor autárquico em prol da sua freguesia, o prazer que teve em trabalhar com o então Presidente Gouveia e o orgulho  sentido de quem deu o melhor de si, às boas causas, já que, como ele diz, os homens passam mas as obras ficam. E, certamente, também o seu nome – Pois quem é que, em Foz Côa, não conhece o Sr. José Silvério, e o seu espírito magnânimo e voluntarista?  




DOIS PATRIMÓNIOS DA HUMANIDADE

"Vale do Côa Património Mundial da UNESCO
O Vale do Côa é considerado “o mais importante sítio com arte rupestre paleolítica de ar livre”. Aventure-se pelas belíssimas paisagens que emolduram o rio Côa e venha conhecer a arte primitiva da Humanidade


Inscrito na Lista da Unesco como Património da Humanidade em 1998, o Vale do Côa é considerado “o mais importante sítio com arte rupestre paleolítica de ar livre”. O sítio arqueológico divide-se em dois eixos fluviais principais: 30 quilómetros ao longo do rio Côa – Faia, Penascosa, Quinta da Barca, Ribeira de Piscos, Canada do Inferno – e 15 quilómetros pelas margens do rio Douro – Fonte Fireira, Broeira, Foz do Côa, Vermelhosa, Vale de José Esteves, Vale de Cabrões.

Arte gravada na pedra

Como uma imensa galeria ao ar livre, o Vale do Côa apresenta mais de mil rochas com manifestações rupestres, identificadas em mais de 70 sítios distintos, sendo predominantes as gravuras paleolíticas, executadas há cerca de 25.000 anos. http://www.centerofportugal.com/pt/vale-do-coa/

Alto Douro Vinhateiro - O Alto Douro Vinhateiro é uma zona particularmente representativa da paisagem que caracteriza a vasta Região Demarcada do Douro, a mais antiga região vitícola regulamentada do mundo. A paisagem cultural do Alto Douro combina a natureza monumental do vale do rio Douro, feito de encostas íngremes e solos pobres e acidentados, com a ação ancestral e contínua do Homem, adaptando o espaço às necessidades agrícolas de tipo mediterrâneo que a região suporta. Esta relação íntima entre a atividade humana e a natureza permitiu criar um ecossistema de valor único, onde as características do terreno são aproveitadas de forma exemplar, com a modelação da paisagem em socalcos, preservando-a da erosão e permitindo o cultivo da vinha."
DOURO VINHATEIRO


A região produz o famoso vinho do Porto, representando o principal vetor de dinamização da tecnologia, da cultura, das tradições e da economia local. O grande investimento humano nesta paisagem de singular beleza tornou possível a fixação das populações desde a longínqua ocupação romana, e dele resultou uma realidade viva e em evolução, ao mesmo tempo testemunho do passado e motor do futuro, solidamente ancorado na otimização dos recursos naturais e na preservação das ambiências. Alto Douro Vinhateiro - Património Mundial em Portugal - 


PROGRAMA DA FESTA DA FLOR DA AMENDOEIRA 2018


17 - 9:00h -I Largada de Caça da Flor da Amendoeira .G.D.R.C. de Sebadelhe; 09:30hEncontro Distrital de Futebol de Terrincas Estádio Municipal; 18       08:30h   IV Passeio TT Amendoeiras em Flor;Largo do Adro - Freguesia de Chãs; 23     21:00h   Abertura Oficial com Francisco Menezes; Stand Up Comedy - Auditório do Centro Cultural; 24  09:00h   IX Torneio de Karaté das Amendoeiras em Flor; Pavilhão Gimnodesportivo; 09:00h     Montaria das Amendoeiras em Flor; Clube Caça e Pesca de V.N. Foz Côa; 09:30h        Percurso Pedestre da Etapa 11 da Grande Rota Vale do Castelo Melhor / Museu do Côa Inscrições obrigatórias no Museu do Côa; 14:00h     Programa AQUI Portugal - RTP Av. Cidade Nova;15:00h“Amêndoa - Ingrediente de excelência” Showcooking com Marco Costa; CLDS 3G Foz Côa Mais Perto - Av. Gago Coutinho; 21:30h    Sons do Minho Praça do Município; 25           09:00h   Montaria Almendra em Flor; Clube Caça e Pesca de Almendra; 09:00h             XII Feira de Produtos Regionais de S. Martinho Freguesia de Seixas; 09:00h      XVII Passeio Pedestre das Mós ACR “as Mós”; 09:00h          Passeio de Motas: Rota das Amendoeira Mcbonellifozcoariders  +  Freguesia de Santa Comba; 10:00h               Um Percurso, Dois Patrimónios Mundiais Visitas às Quintas Vinhateiras - Fundação Côa Parque Inscrições obrigatórias no Museu do Côa; 15:00h
Tertúlias de Pão Tradicional Acompanhado por concertinas Freguesia de Touça; 15:00hVII Free Style Motard Mcbonellifozcoariders - Estação de camionagem; 28         14:30h   Em Torno de Vila Nova de Foz Côa e dos Seus Patrimónios Fundação Côa Parque Inscrições obrigatórias no Museu do Côa

Março 2  21:00h Sarau Cultural - Agrupamento Vertical de Escolas do Concelho de V. N. de Foz Côa Auditório do Centro Cultural; 3             10:00h   NaturAlmendra - Mercado de Produtos Endógenos Largo da Amoreira - Freguesia de Almendra; 14:30h Castelo de Numão Percorrer a História, Sentir o Local Freguesia de Numão 14:30h       XXXII Festival de Folclore -
 Rancho Folclórico de Foz Côa – Ass. de Cultura Popular Associação Desportiva e Cultural Danças e Cantares de Carragoso – Viseu Rancho Folclórico da Associação Cultural e Desportiva da Folhada - Marco de Canavezes - Rancho Folclórico de São João da Alpendorada – Alpendorada Rancho Folclórico São João da Serra - Oliveira de Frades Rancho Folclórico de Alcaria – Fundão Coreto do Parque de Sto. António; 14:30h Jogos Tradicionais Jogo da Malha e Torneio de Sueca Associação Amigos de Murça; 20:00h                Jantar Académico; 21:30hFernando Daniel Praça do Município; 4      09:00h   Feira Franca; 09:00h         XXX Passeio de Cicloturismo – ACCÔA Participação dos ciclistas Rui Sousa e Paulo Fereira; 09:30h      À descoberta pelas encostas do Douro; Ass. Causas e Contextos - Largo do Terreiro - Seixas;10:00h; NaturAlmendra Mercado de Produtos Endógenos Largo da Amoreira - Freguesia de Almendra; 16:00h Percurso Pedestre Entre Muxagata e Ribeira dos Piscos Inscrições obrigatórias no Museu do Côa, 20:00h   Noite Portuguesa de Poesia e Música Grupo de Poesia e Côa Teatro Sénior da Universidade Sénior de Vila Nova de Foz Côa Restaurante Tá-se Bem, Praça do Tablado; 8            21:30h   Dia da Mulher - Zumbacôa - Escolinha d´Artes Auditório do Centro Cultur, 9                21:30h   Fado Fozcoense Auditório do Centro Cultural ; 10    14:30h   Banda Musical de Freixo de Numão Coreto do Parque de Sto. António; 16:30h “Olhares Cativos” com a escritora Ana Maria Magalhães Museu do Côa 21:30h           Diogo Piçarra Praça do Município; 11      14:00     Desfile Etnográfico ;21:30               Miguel Araújo Praça do Município; 23:00   Fogo de Artifício