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quinta-feira, 23 de junho de 2011

(2)IMAGENS DO SOLTÍCIO DO VERÃO 21 JUN.2011 - UM DIA LUMINOSO E FESTIVO DE MÃOS DADAS COM ASTRONOMIA, ARQUEOLOGIA, A HISTÓRIA E AS TRADIÇÕES CELTAS

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O APOIO DO NOSSO MUNICÍPIO FOI CRUCIAL - PRESIDENTE E VEREADORES ESTIVERAM PRESENTES EM TODAS AS ACTIVIDADES DA CELEBRAÇÃO DO SOLSTÍCIO - NA VISITA AO MUSEU DO VALE DO CÔA, NO COLÓQUIO "OS TEMPLOS DO SOL", QUE DECORREU NO AUDITÓRIO DO CENTRO CULTURAL; DEPOIS, NA PEDRA DO SOL, NA PEDRA DOS POETAS - E, POR FIM, NO CONVÍVIO NO ADRO DA IGREJA - SEM DÚVIDA, É O QUE SE PODE DIZER UMA EXEMPLAR MANEIRA DE APOIAR A CULTURA E DE CONVIVER COM AS NOSSAS GENTES.

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SOLSTÍCIO NO VERÃO EM FOZ CÔA E CHÃS “QUEM SOMOS E O QUE FAZEMOS AQUI” – BELA JORNADA CULTURAL ATRAVÉS DA ARQUEOLOGIA, ASTRONOMIA, POESIA E COSMOLOGIA DOS LUGARES – COM O MUNICÍPIO EM PESO EM TODOS OS PASSOS: DESDE O PRESIDENTE ENG. GUSTAVO DUARTE, AOS VEREADORES EM EXERCÍCIO.

“No fundo, com tudo isto, nós queremos interrogar o Universo para saber quem somos e o que fazemos aqui. Em todo este esforço à volta da contemplação do sol, do fenómeno da vida e dos movimentos dos astros, em tudo isto há uma interrogação latente: que é o homem que se está a perguntar a si mesmo, quem é ele e o que faz sobre a terra. Queremos saber através destas celebrações, ainda que o não pensemos, a nossa total identidade” Palavras do Dr. Manuel Daniel, atentamente escutadas, na abertura do colóquio “Os Templos do Sol “ - visando abranger “ O Lugar do Sol nas Cosmogonias da Pré-história ao Ocidente Peninsular” – E, na verdade, acabaria por ser esse o mote, que marcaria uma belíssima jornada cultural, principiando com uma visita guiada ao Museu do Vale do Côa, seguida do referido colóquio no auditório do Centro Cultural, e, por fim, culminando o dia, com outros momentos, maravilhosos, igualmente interessantíssimos: na aldeia de Chãs.

“A ITERAÇÃO ENTRE AS PESSOAS E OS LUGARES” -

“Se na parte antropológica já éramos conhecedores de alguma coisa, a vertente cosmológica vem aqui lapidar este diamante por lapidar que nós temos no concelho de Vila Nova de Foz Côa” - Foi deste modo que o vereador, Dr. Paulo Donas Botto, referindo-se aos Templos do Sol, e pegando numa frase do Dr. Manuel Daniel, justificava a realização no colóquio, integrado na celebração do Solstício do Verão. Após o que, citando o investigador inglês Tom Graves, que, há dois anos, se deslocara da Austrália para estudar os calendários Pré-históricos, em Chãs, frisava o seguinte: “Existe uma interacção entre as pessoas e os lugares; só é possível conhecer essa interacção através de uma linguagem vibratória dos sentidos. É evidente que, para conhecermos os lugares, para conhecermos as pessoas que estão em interacção com esses lugares, é preciso sentir os lugares, sentir qual é o papel do ser humano, do homem, dentro do universo que nós ocupamos” (...) E , portanto, nesse sentido, a Fozcoactiva, enquanto empresa que promove cultura, tem uma enorme responsabilidade e tem um grande objectivo: que é divulgar este evento. E, quando não tem a possibilidade de os divulgar, cria-os! Nem que fosse para uma pessoa – mas é pena que esta plateia não esteja cheia” – É verdade, dizemos nós: pena que as pessoas não saibam o que perderam. Porém, não é pela quantidade que se mede a qualidade: sim, poucos mas muito atentos. E foi o que sucedeu – Pena, que, das Chãs, e a festa, em boa parte pertencia-lhe, apenas estivesse o ex-presidente da Junta de Freguesia, António Lourenço, que, de resto, nos acompanharia ao longo de toda a jornada – Continua a ser o mais dedicado colaborador. Na véspera andou por lá a cortar as silvas, a tirar pedras do caminho e empenhou-se em que tudo corresse bem. Não nos admira que o seu espírito voluntarioso, esteja a ser apreciado nos Bombeiros. A Junta, sob a presidência de Teresa Marques, que ainda deu um saltinho à Pedra do Solstício, realizou o convívio à noite: foi participado, fez uma óptima ceia, depois de tão longa maratona, cultural e festiva, caiu bem, era merecida.

O DR. ADRIANO VASCO RODRIGUES, NÃO PÔDE ESTAR PRESENTE POR MOTIVOS DE SAÚDE DA SUA ESPOSA – MAS FOI LEMBRADO NO COLÓQUIO EM QUE O SOL ERA REALMENTE O TEMA DOMINANTE “ COMO FONTE DE ENERGIA E O PONTO FULCRAL DA EXISTÊNCIA HUMANA”

Depois dos agradecimentos dos apoios e aos promotores dos eventos, saudação da assistência, elogios e apresentação dos oradores, missão que foi da responsabilidade do Dr. Manuel Daniel – Homem bom, e a quem o nosso concelho e o distrito, tanto devem –, foi a vez de dar a palavra aos ilustres convidados: - “Neste colóquio apresentam-se três pessoas, que são três sensibilidades em volta do tema: é um arquitecto arqueólogo, é um paleógrafo genealogista e é um astro físico".

"O arqueólogo é um interrogador do tempo. Os arqueólogos podem dizer esta frase: persistimos em busca da verdade só pelos sinais do tempo. O que eles fazem realmente é uma busca dos sinais do tempo” – Palavras que corresponderam, inteiramente, ao que se esperava da interessantíssima dissertação , ali apresentada pelo Dr. André Santos – reputado técnico do Parque Arqueológico do Vale do Côa, que, no período da manhã, tivera a gentileza de ser o guia da visita programada ao Museu – Sem dúvida, uma maravilhosa viagem a mais de vinte mil anos de História da Humanidade, seguida com muita atenção por todos os presentes. E, agora, no Centro Cultural, a brindar-nos, com expressivas imagens e aprofundados conhecimentos das simbologias solares, cinco mil anos de Cristo, e por aí adiante, que se encontram, sobretudo nas margens do Tejo, um legado, que atesta de como os nossos ancestrais se rendiam ao Grande Astro, que tudo ilumina e vivifica. Mas também do grande impacto, teológico e sociológico, que, a revolução cultural de Nicolau Copérnico, há 450 anos, provocara nas mentalidades do seu tempo. Ao afirmar que era o Sol, e não a Terra, o centro do cosmos.

CINCO CAPELAS DE LEÇA DA PALMEIRA ALINHADAS COM CONSTELAÇÃO CISNE – QUEM FEZ A REVELAÇÃO, FOI O DR. ALBANO CHAVES, NATURAL DAQUELA VILA E QUE TEM RAÍZES NOS DONAS BOTTO DE MUXAGATA

Que as antigas igrejas, sobretudo as medievais, estão alinhadas de nascente a poente, não é novidade. Também a das Chãs, estava, se não a tivessem destruído. E julgo que a nossa igreja matriz de Foz Côa, tem esse alinhamento. Tal como outras, em muitos lados. Mas, lá que, a astronomia antiga, ia ao ponto de edificar ermidas alinhadas pelas constelações, creio que ter sido uma surpresa para todo o auditório.

A revelação partiu do Prof. Albano Chaves, uma personalidade, discreta, simples, mas verdadeiramente multifacetada: amigo pessoal do Prof. Adriano Vasco Rodrigues, tendo sido ele que o recomendou à Fozcoativa. E, em boa hora o fez. Apresentou-se como linguista – o “elo de ligação, entre a arqueologia e astronomia” – ou seja, a ciência que se define como astroarqueologia. Porém, o Dr. Manuel Daniel, sempre meticuloso e muito organizado em tudo quanto se evolve, lá lhe foi descobrir o vasto currículo, tendo tido a gentileza de o ler ao auditório – Aliás, gesto com que distinguiria, igualmente, André Santos e Máximo Ferreira.

Pois bem, se há quem considere os tempos solares, como exclusivos de cultos pagãos, está enganado. Também São Bernardo e outros santos e sábios, ainda mais antigos, orientaram a edificação de ermidas, segundo a disposição das constelações – Eis um dos argumentos, como contrapõe, aos mais cépticos, as suas investigações em Leça de Palmeira: 1-“Coincidências... Coincidências... meras coincidências! Neste caso, o assunto morre naturalmente aqui” – 2- “Tantas coincidências?.. Certamente que há algo mais de que simples coincidências – Neste caso, o assunto nasce naturalmente aqui... Mas, se se considerar que, tantas coincidências, serão demais e, como diz Fernando Pessoa, não há coincidências mas sim acasos, talvez o assunto não morra aqui”

E, justificou-se a sua tese e a suas observações astronómicas, lembrando: - “Sabemos que é frequentíssimo haver capelas a coroar elevações do terreno, tanto em Portugal como em tantos outros países. E é frequentíssimo haver locais de culto, nos nossos dias, que foram construídos em locais de culto muito mais antigos ou até estes terem sido aproveitados para capelas – E eu admito que, no território de Leça da Palmeira, há muitos milhares de anos, alguém com profundos conhecimentos de astronomia ou pelo menos gostando de observar o que se passa lá em cima, terá reparado nalgumas elevações naturais (actualmente identificadas, como Santana, Corpo Santo e São Clemente) e ter-se-á lembrado de representar ali, em Leça da Palmeira, que, na altura, era também a sua terra, a constelação do Cisne – Mas porquê Cisne e não outra constelação qualquer?...” – A sua resposta transportar-nos-ia para a época da segunda glaciação, das famosas gravuras do côa, em que, uma das estrelas daquela constelação, ocupava a posição da actual estrela polar – a Delta Cisne. “

Só que, é o tal acaso, a que alude, e não acontece por acaso: “de repente, num fim de tarde de Dezembro, já noite escura, vi nitidamente a constelação cisne, que da posição em que eu me encontrava, pairava sobre uma das capelas de Leça da Palmeira – que é uma cruz enormíssima – Pelos vistos, é nos acasos que acontecem as descobertas. E é também a prova de que, na Terra, cada pessoa tem a sua cruz ou a sua missão a cumprir. Embora admitamos que haja os eleitos. E, Albano Chaves, pareceu-nos ser um deles – Só que ficámos com a ideia de que, o seu conhecimento, é bem mais profundo do que nos testemunhou. Mas, os colóquios, não podendo ser enciclopédias, têm pelo menos o condão de despertar a imaginação e a curiosidade. E, só por isso, valia a pena este colóquio.

AUTÊNTICA AULA DE ASTRONOMIA DO PROF. MÁXIMO FERREIRA, ANTES DO AUTOCARRO DA CÂMARA CONDUZIR CONVIDADOS E OUTROS PARTICIPANTES, ATÉ AO PROGRAMA PREVISTO PARA AS CHÃS

E, de facto, o ramalhete do colóquio, não podia ser mais adequado à celebração do Solstício. O astrónomo Máximo Ferreira, que já estivera por duas vezes, em Chãs, em 2006, encerraria o colóquio, não propriamente com uma palestra, mas com uma verdadeira explicação astronómica, acerca dos movimentos da terra, em torno do seu eixo e do sol e a razão de ser dos Equinócios e Solstícios. Desta vez, não pôde deslocar-se a chãs, pois, além de dirigir o Centro de Ciência Viva de Constância, também é Presidente de Câmara, e tinha lá ainda afazeres inadiáveis. Mal recebeu os cumprimentos de agradecimento do Engº Gustavo Duarte, que, no final subiu à tribuna, teve que se retirar – Já se fazia tarde e a viagem era longa.

AGRADECIMENTOS – Já os expressamos no último Fozcoense, mas aqui fica uma vez mais o nosso renovado e sincero reconhecimento, a todos quantos, de boa vontade, contribuíram para que o dia maior do ano, não fosse um dia qualquer. Não nos referimos, contudo, ao estímulo dado dos amigos do Fozcôa Friendes, nomeadamente, a Dr. João Pala e ao Dr. Maurício Lobreiro, este vindo propositadamente de Coimbra para ler versos de Eugénio de Andrade, e ao apoio do Jorge Mateus, a quem se ficou a dever a coreografia do cortejo celta, ao Jornalista Maia Caetano, do Pinhel Falcão, que até leu um poema ao sol. Bem assim aos nossos voluntariosos “Druidas” (Hermínio; Patrícia;Gabriel, Soares, entre outros), aos versos dedicados a Fernando Baltazar, por aquela simpática amiga fozcoense(desculpe não me lembrar do seu nome)amigos da Quinta Calcaterra; António Lourenço; José Alípio; Joaquim Trabulo, a todos que participaram, nos ajudaram nas diversas actividades. – Desde ao apoio e a participação em peso do executivo camarário, aos bons amigos da Fozcoativa, autarquia de Chãs e Jornal O FOZCOENSE. Bem-Hajam pela Vossa Generosidade.

Jorge Trabulo Marques

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Excerto do poema . - Adeus de Eugénio de Andrade, dito por Maurício Lobreiro - Por motivos de ordem técnica - com a máquina fotográfica - não nos foi possível o registo completo - Temos pena de não poder contar com os poemas ditos por António Lourenço e Jorge Mateus.
-.http://www.citador.pt/rimas/versos/e-ja-te-disse-as-palavras-estao-gastas-.