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quarta-feira, 29 de abril de 2015

Francisco Balsemão – Entrevista há 25 anos: - Com o principal protagonista na história das televisões privadas em Portugal. – Dono do maior grupo dos media portugueses, com a SIC no topo das audiências.



Por Jorge Trabulo Marques - Jornalista     C

Estoril 1985 - Francisco Pinto Balsemão , prestando declarações, ao autor destas linhas , acerca da exposição de pintura de  Isabel Torres, filha do seu grande amigo, César Torres - Ela era ainda muito nova e ele dizia que ia ser uma grande promessa na pintura - e parece que foi. - Mais tarde, , mas já na Redação do Expresso, pronunciar-se-ia para o mesmo repórter, sobre a concessão das televisões a operadores privados.

A história dos canais de TV privados, em Portugal, desde a aprovação da lei até ao inicio das emissões, teve os seus episódios e protagonistas – Ao recordar-se esse tempo, um dos  nomes, que ressalta, imediatamente, sobretudo para quem acompanhou de perto as discussões e as polémicas, à volta desta questão, é o de Francisco Pinto Balsemão – Sem dúvida, o grande pioneiro dos media em Portugal, antes e depois da Revolução de Abril. - Atualmente lidera o grupo mais poderoso da Comunicação Social Portuguesa, ombreando com os mais importantes grupos internacionais.

BALSEMÃO: Defendia, que o grupo mais bem posicionado para a concessão de um canaL privado de televisão, era o que ele liderava.


Já lá vão uns anos decorridos, à volta da discussão da nova lei da Comunicação social, que, depois de aprovada,  viria a permitir a concessão de canais televisivos a grupos privados. 



Na corrida, estava o Grupo liderado por Pinto Balsemão, Proença de Carvalho e a Igreja Católica – As concessões viriam a ser atribuídos, ao Grupo Impresa, de Balsemão, que arranca com as emissões da SIC, em Outubro de 1992,  constituindo-se como  o 1º canal de televisão privada em Portugal. E à Igreja católica, que, começa as suas emissões,  em Fevereiro de 1993, sob a sigla de Televisão Independente ( TVI), que, naquela altura tinha o nome de "4" por ser a 4ª rede nos canais de televisão portugueses

BALSEMÃO, A FIGURA INCONTORNÁVEL NA HISTÓRIA DAS TELEVISÕES PRIVADAS EM PORTUGAL

Naturalmente que, a ser atribuída a concessão de canais de televisão a grupos privados, Francisco Balsemão, pese o facto de ter sido primeiro-ministro e co-fundador de um partido, era quem, à partida, reunia mais créditos para chamar a si esse justificado direito e responsabilidade. Este era pois um dos argumentos de peso que jogava a seu favor. Todavia, conquanto os dois Governos de Cavaco, liderados pela AD, obtivessem a maioria absoluta, o processo  foi-se arrastando e levou algum tempo a que passasse das intenções à prática.

Nesse interregno – já não nos ocorre em que data precisa – na altura em que trabalhávamos  como repórter na Radio Comercial-RDP – pessoalmente tomámos a iniciativa de nos dirigirmos à redação do semanário Expresso, que era ainda ali próximo da rotunda do Marquês Pombal, parta ouvir Francisco Pinto Balsemão, acerca deste candente assunto - O qual prontamente acedeu expor as suas razões..
O tema da privatização  está em foco, em termos gerais: não apenas no que respeita à comunicação social. Isso resulta do resultado das eleições, resulta do programa do Governo. E penso que é esse o caminho a seguir, embora com naturais cautelas em relação à organização política do Estado e á intervenção que o Estado terá que ter sempre na economia.

No caso concreto da comunicação social  - fico com muita pena não estar presente do debate  recentemente realizado no Clube dos Empresários, pois tinha outro compromisso  inadiável - , penso que a privatização da comunicação social é inevitável e é desejada. Quanto aos jornais, não faz qualquer sentido que o Estado tenha jornas: nenhum país europeu, em nenhum país do mercado comum, isso acontece.  Quanto à rádio, a privatização já existe, a privatização já existe apesar da lei ainda não estra a ser aplicada e aí há que regulamentar o modo, o exercício dessa privatização. 
Quanto á televisão, também penso que, não apenas porque nos países europeus isso está a acontecer mas também é a única  maneira de darmos uma resposta em termos culturais e de identidade nacional à invasão das televisões estrangeiras, é realmente a privatização. É haver a possibilidade de canais privados em Portugal.

Portanto, por tudo isto eu sou defensor se que este tipo de medidas sejam tomadas rapidamente. Até aqui não foi possível, na medida em que não havia uma Governo maioritário, uma maioria na Assembleia nesse sentido. Mas, quanto à televisão, todos os partidos apresentaram propostas de lei, tendentes à existência de televisão privada. 

Vejo a televisão privada, acima de tudo e como primeira prioridade, através da abertura de  um concurso público para a exploração existente, o segundo canal, que é a nossa primeira prioridade,  minha e do Grupo Sójornal : empresa proprietária do Expresso e que compreende vários outros jornais e publicações. Como a empresa proprietária do semanário Jornal; empresa proprietárias das revistas Nova Gente, Maria e outras: O Tempo; o Diário de Coimbra; Diário de Aveiro; O Motor. E depois, um segundo grupo, com empresas bem conhecidas em Portugal: como é o caso dos Filmes Castelo Lopes; de Costa do Castelo (filmes); da Valentim de Carvalho, Telecine-Moro e outras.

Este Grupo é um Grupo que se considera competente, porque tem experiência em matéria de comunicação social. E, por isso, julgo que as regras, no caso da televisão, devem atender à experiência no campo da  comunicação social dos concorrentes – Excerto da entrevista, parte da qual editada em vídeo. 

BALSEMÃO E A TEMPERA DE UM NATIVO SERRA DA ESTRELA

Pinto Balsemão tem a têmpera do granito da Guarda - Seu pai Henrique Patrício Pinto Balsemão nasceu no dia 9 de Setembro de 1897 na cidade mais alta de Portugal - O filho Francisco nasceu em Lisboa no dia 1 de Setembro de 1937 - Tal como seu pai é um nativo virgiano. Ambos nasceram em dias ímpares mas ele prefere o número par. "Quando posso, arranco com os meus projetos num dia 6: o Expresso começou a 6, o PSD foi anunciado num dia 6, a Caras saiu num dia 6. A SIC Notícias só não iniciou as emissões a 6 porque era um sábado. Não sou supersticioso, mas, se puder ser a 6, é."JN - Acho que faz bem  - É assim que se contrariam os enguiços: ao número seis só faltam, dois tracinhos: um de cada lado para tomar a forma de cifrão




No dia 6 de Janeiro, dia em que o semanário expresso, completava, 40 anos,  Henrique Monteiro, diz que, quando este jornal foi "lançado, em 1973, existia censura prévia, os partidos políticos eram proibidos (apenas um grupo tinha assento no Parlamento), havia guerras em Angola, Moçambique e Guiné para onde eram mandados rapazes de todo o país, o PIB per capita, a preços que podem ser comparados (preços constantes) era metade do valor atual, o número de pessoas empregadas era muito mais baixo (porque havia muito menos empregos e a população ativa era menor), além de que o país"Expresso por mais 40 anos. Parabéns

Também somos da mesma opinião: - A grande incógnita está na era pós Balsemão


Sem dúvida, o Expresso  está de parabéns - E, por enquanto, ainda  está nas mãos que lhe dão algum rumo -  por sinal, também faturam bem  - Depois dele, poderá suceder o mesmo que à Fundação Gulbenkiam, com Azeredo Perdigão - Vão acabando com tudo, só não acabam com a administração.


Indubitavelmente, sem  o semanário Expresso, o jornalismo português teria ficado mais pobre, muitas noticias não teriam sido publicadas e muitas pessoas teriam ficado ignoradas, umas vezes criticadas, outras promovidas - isto para já não falar nos destinos da política -  O Expresso nasceu em 1973, na chamada primavera Marcelista, ou chamar-lhe-ia o Advento do 25 de Abril – Por esse tempo, o autor destas linhas encontrava-se  em São Tomé. Depois de uma experiência, bem amarga pela vida da roça  (para onde foi estagiar como técnico agrícola) era então operador no ERSTP e correspondente de uma revista de Angola, a Semana Ilustrada" - Nessa altura, já tinha plena consciência do que era o bisturi  e até dos calabouços da PIDE e dos seus britais mimos. 


UM JORNAL QUE COMEÇOU COM ALGUM CHEIRO A MANJERICÃO 


Foi através do semanário Expresso que chegaram os primeiros cheiros a manjerico  - Antes disso, só se fosse a bosta de boi da censura e da repressão. O cheiro dos cravos, viria um ano depois. - Entretanto, "após sucessivas desilusões, os deputados da Ala Liberal, foram abandonando a Assembleia. Sá Carneiro foi o primeiro, em 1973, com a famosa expressão "É o fim!", seguindo-se-lhe vários outros. Passaram à oposição, nomeadamente através de artigos publicados no jornal Expresso, fundado por Pinto Balsemão em Janeiro de 1973. Os esforços dos "liberais" terão tido o efeito de desacreditar a experiência marcelista junto de largos sectores das classes médias portuguesas"

segunda-feira, 27 de abril de 2015

Porto 0 – Benfica 0 – Empate de nervos num jogo dentro e fora do campo: com Jesus e Lopetegui a medirem forças - Pensou-se que fosse por via de algum “petardo” da bancada mas era por questões de semântica.




Não me ocorre que visse tantas quedas na relva.  Até um guarda-redes caiu de cu. Pelos vistos, nervos à flor da pele é no que dão . E havia muitos, tanto dentro como fora do campo. O empate que serve as águias e faz perder as ilusões aos dragões, num jogo tenso no relvado e  nas bancadas: de treinadores que se pegam e de constantes quedas aparatosas no relvado. 


De facto, é  algo impressionante  estar ao resvés da relva e ver um estádio, com a grandeza e a monumentalidade , que é o que denota o Estádio da Luz, completamente emoldurado de gente  - Porém, além da imagem é o ruidoso ambiente que é transmitido de todos os lados, que vibra ou emudece em sintonia com o desempenho do desenrolar dos seus heróis atrás de uma bola. O empate é o resultado mais justo mas é pena que não tenha havido golos, pois são estes que fazem a desta. 


TREINADORES PEGAM-SE

Faltavam escassos minutos para terminar o jogo Benfica Porto, nisto, apercebo-me de uma certa confusão, junto do banco do treinador do Porto. Nota-se que há uma acesa discussão. Pensei que fosse pelo facto do treinador dos dragões  ter sido atingido por algum objecto vindo das bancadas, visto ele não parar de gesticular e os arremessos  não cessarem de cair junto ao relvado – Mas, afinal, foi mesmo um confronto de nervos entre os dois treinadores: diz-se que foi pelo facto do treinador espanhol não ter gostado da forma como Jesus pronuncia o seu nome.

 Não  creio que tenha sido esta a verdadeira causa: é que, realmente, tanto um como outro, não pararam um momento sentados: sempre a gesticular, sempre a dar orientações para o interior do campo. Obviamente, enquanto a tensão ia fermentado e subindo: pois, o pior que podia acontecer era a derrota de qualquer das equipas. Mal por mal, ao menos o empate, que, apesar de tudo, encaixou  que nem uma luva nos benfiquistas, que veem as  suas aspirações ao título do campeonato, ainda mais consolidadas. 

Mas, soube-se, depois, que, a crispação também se estendeu ao túnel de acesso  - Pelos vistos, só um episódio desta natureza é que podia dar história a um jogo - passado quase  todo no meio campo - sem rasgo de brilho ou de glória.  

Ecos da imprensa