Jorge Trabulo Marques - Jornalista C
No Portugal do desemprego e da pobreza, para não se morrer de fome, há que procurar inovar ou desenrascar - Não é propriamente este o caso mas para a memória perdurar.
"César Figueiredo da Silva (1904- 1998), natural do Monte do Fundeiro, da Vila de Oleiros, Castelo Branco, Aos 13 anos de idade, veio para Setúbal, onde, anos depois, já adulto, mas ainda jovem, se estabeleceria como merceeiro, criando a “Confiança de Troino”, que manteve até 1983, altura em que a trespassou por motivos de saúde
"César Figueiredo da Silva (1904- 1998), natural do Monte do Fundeiro, da Vila de Oleiros, Castelo Branco, Aos 13 anos de idade, veio para Setúbal, onde, anos depois, já adulto, mas ainda jovem, se estabeleceria como merceeiro, criando a “Confiança de Troino”, que manteve até 1983, altura em que a trespassou por motivos de saúde
Quase uma vida dedicada a uma
atividade, que, nos dias de hoje, está praticamente extinta, por força das
cadeias de hipermercados, que, além de concertarem os preços, visando encher os
cofres com milhões, criaram precariedade de trabalho, com a consequente
machadada em pequenos e médios comerciantes, que garantiam milhares de empregos,
a nível familiar, mas não só - quase para o resto da vida. - Pois, mas
o capitalismo selvagem, não se compadece com a filosofia humanista e segue, sem
meias contemplações, a nova ordem do capital: amealhar muito em pouco tempo a baixo
custo - Tal como defende, quem diz que Sem
mão de obra barata não há emprego, – Ou antes, se não houver
escravos, não há milionários com colossais fortunas nas listas dos maiores
endinheirados de Portugal ou do mundo -Américo
Amorim e Belmiro de Azevedo sobem na lista dos mais ricos
"Portugal o país com maior aumento da taxa de risco de pobreza em 2014 logo seguido pela Grécia, segundo o Relatório da Crise da Cáritas Europa 2015, que é apresentado hoje em Lisboa. Portugal foi o país com maior aumento da taxa de risco de pobreza em 2014
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Mercearia Confiança do Troino, uma das mais antigas de Setúbal, situada na Praça Machado dos Santos, antigo Largo da Fonte Nova, em Setúbal, fundada em 1926, recuperada para museu e espaço cultural, desde o principio do ano. A qual, pela singularidade revelada, sim, por documentar profusamente uma certa época, já atraiu uma equipa de filmagens para uma telenovela, com uma cena que decorre no bairro da Fonte Nova, vizinha da Troino, “cuja origem se atribui a indivíduos vindos de Tróia no século XIII, nas cercanias do Convento, onde estão instaladas as freiras da congregação de Madre Teresa de Calcutá”.
Espaço cultural este que evoca costumes e traz à lembrança muitas estórias que os mais velhos gostam de reviver e os mais novos de ouvir contar – Pelo que se antevê, palco de agradáveis momentos culturais e de convívio, tal como sucedeu agora com a apresentação "Do Mapa Cor de Rosa à Europa do Estado Novo// Diplomacias, macroeconomia.. e ainda o colonato judaico para Angola, de autoria do jornalista e escritor Álvaro Henriques do Vale, à roda de um grupo de amigos e curiosos., ao mesmo tempo que iam petiscando uns saborosos nacos de presento e um nutritivo pão, acompanhados de pastéis de nata e um vinho da região, a condizer.
Mercearia Confiança do Troino, uma das mais antigas de Setúbal, situada na Praça Machado dos Santos, antigo Largo da Fonte Nova, em Setúbal, fundada em 1926, recuperada para museu e espaço cultural, desde o principio do ano. A qual, pela singularidade revelada, sim, por documentar profusamente uma certa época, já atraiu uma equipa de filmagens para uma telenovela, com uma cena que decorre no bairro da Fonte Nova, vizinha da Troino, “cuja origem se atribui a indivíduos vindos de Tróia no século XIII, nas cercanias do Convento, onde estão instaladas as freiras da congregação de Madre Teresa de Calcutá”.
Espaço cultural este que evoca costumes e traz à lembrança muitas estórias que os mais velhos gostam de reviver e os mais novos de ouvir contar – Pelo que se antevê, palco de agradáveis momentos culturais e de convívio, tal como sucedeu agora com a apresentação "Do Mapa Cor de Rosa à Europa do Estado Novo// Diplomacias, macroeconomia.. e ainda o colonato judaico para Angola, de autoria do jornalista e escritor Álvaro Henriques do Vale, à roda de um grupo de amigos e curiosos., ao mesmo tempo que iam petiscando uns saborosos nacos de presento e um nutritivo pão, acompanhados de pastéis de nata e um vinho da região, a condizer.
Pois, já lá vai o tempo em que,
nas tradicionais mercearias, se tratavam os clientes, como amigos e familiares
e se fiava, quando era preciso, pagando
ao fim do mês, de modo a ir emparando as dificuldades da vida de quem tinha que
ir contando os trocados, com extrema minúcia, conta peso e medida até ao último
centavo.
Os tempos de agora vão de vento em popa para os hipermercados e o liberalismo monopolista, que gera desigualdades sociais, mata postos de trabalho e propicia aos ricos ficarem cada vez mais ricos e os pobres ainda mais pobres.
Os tempos de agora vão de vento em popa para os hipermercados e o liberalismo monopolista, que gera desigualdades sociais, mata postos de trabalho e propicia aos ricos ficarem cada vez mais ricos e os pobres ainda mais pobres.
Diz o herdeiro de uma dessas
velhas mercearias, que o negócio agora já não tem viabilidade. Os hábitos
alteraram-se. Mas há um passado, com a sua história e que não deve ser
esquecido, pelos mais novos. – Sim, a
figura do antigo merceeiro, não era só a do vendedor de géneros
alimentícios mas também o homem a quem
competia aferir comportamentos sociais, das pessoas que tinham que ter um
carimbo da mercearia para atestar o seu grau de idoneidade, nomeadamente para
os contratos de rendas de casas, de água e eletricidade, era praticamente uma instituição – E é justamente esta e outras memórias que, Eduardo Silva, antigo professor do liceu, engenheiro químico-industrial
aposentado da papeleira Inapa, aos 75
“anos, decidiu preservar.
Este o louvável objetivo de
Eduardo Silva, ao recuperar a típica do "Sr . César"”, como preito de homenagem ao seu pai, o Sr. César Figueiredo da Silva,
(1904- 1998)– com a mesma imagem de como a
conheceu na sua adolescência, e ao longo de muitos anos da sua vida, sem apoios
oficiais mas com muito empenho, de modo muito carinhoso, afetivo, com fins de carácter evocativo e pedagógico, especialmente às crianças e à população escolar.
Tal como é relatado, minuciosamente, no site do
Correio dos Vinhos e Pestiscos, “como num filme de Vasco Santana e de António
Silva, as mercearias portuguesas eram todas iguais na primeira metade do século
XX, além de serem um esteio social, numa época de penúria e poupança.
Melhores dias chegaram e, desses tempos ficou a
traça e o estilo de vida dos habitantes locais, cujo dia a dia passava pela
mercearia. Todo esse modus vivendis da mercearia e seu quotidiano é hoje
inspiração para novas actividades ligadas à gastronomia e ao convívio e
tertúlias, como ocaso da antiga Drogaria Ideal, perto de
Santos, ou a Mercearia Mimosa da Lapa.
Referindo-se à Mercearia Confiança de Troino, entre outras detalhas descrições, dia que "neste espaço podem-se ver balanças e os armários
embutidos e um painel de fotografias antigas alusivas a figuras típicas do
comércio setubalense à beira dos Anos de 1930, e também os proprietários, César
e Maria Helena em duas épocas diferentes, fins dos Anos Quarenta e já Anos
Oitenta
A um canto, vê-se a máquina vermelha de moer café
ou “uma mistura popular mais barata, com chicória e cevada”. Fabricado em
Algés, na antiga Estrada da Carapuça, em finais dos anos de 1920, o moinho de
café funciona com duas mós em granito, explica-nos. Numa vitrine, a foto dos
fundadores, César Figueiredo da Silva e Maria Helena Machado da Silva, onde se
encontram os instrumentos, com pesos e medidas, e a primeira máquina
calculadora, o sinete da casa usado nas cartas registadas. César nasceu em 1904
e, em 1986, deixaria o negócio aos 84 anos, trespassando a loja, que se manteria
em actividade até 2011” –Excerto de Mercearia do Troino... desde 1926, recuperada para museu
“Mais de 640 mil crianças e
jovens na pobreza” – Fora o que as estatísticas de desemprego não conhecem ou não dizem
Referem as últimas noticias que,"Portugal
é o país da União Europeia onde o risco de exclusão mais subiu. Cáritas diz que
direitos dos mais novos não estão garantidos.
Entre 28 estados-membros,
Portugal foi o país da Europa onde o risco de pobreza ou de exclusão social
mais aumentou: 2,1 pontos percentuais (pp), para os 27,5%, em contraciclo com a
União Europeia (UE), que registou uma ligeira descida (0,2 pp), para os 24,5%.
Isso mesmo revela o "Relatório da Crise da Cáritas Europa 2015 - O aumento
da pobreza e das desigualdades", que é apresentado esta quarta-feira, em
Lisboa, pelo secretário-geral daquela organizaçãoMais
de 640 mil crianças e jovens na pobreza - JN
SETÚBAL – LONGE VÃO OS TEMPOS ÁUREOS DA PRINCESA DO SADO
Longe vão os dias em que as fábricas setubalenses funcionavam e proporcionavam milhares de postos de trabalho. Pagos a preços miseráveis, é certo, mas ao menos ainda havia algo em que lançar a mão para sobreviver.
Agora, os que lá se descobre, são os escombros das antigas unidades industriais. Assim sendo, com governantes, apátridas, com a privatização e entrega das melhores empresas públicas aos estrangeiros, privilegiando politicas que unicamente visam o favorecimento do acumular de riqueza por uns poucos em detrimento a grande esmagadora maioria da população, dir-se-á que os lusitanos estão em vias de extinção. Em consequência o desemprego e a diminuição da natalidade, havendo mais velhos de que jovens. Pois quem é que pode arranjar uma casa e ter filhos, se está desempregado ou não tem garantias no trabalho? Muitas aldeias, já completamente desabitadas, outras onde já não se registam nascimentos há vários anos – Atualmente, os elevados índices de desemprego, de quem já não tem com que matar a fome, não só atingem, drasticamente, a capital sadina, onde o desespero vai bater às portas das igrejas e centros sociais, como em todo o país. Mas é em Setúbal onde os dramas sociais mais se têm feito sentir.
“Pároco da Igreja de Nossa
Senhora da Conceição afirma que o tecido social está a ser destruído em Setúbal
e fala de "uma epidemia silenciosa" (…)Todos os dias aparecem caras
novas no atendimento social da Igreja de Nossa Senhora da Conceição -
são pessoas que já não vêm apenas de bairros problemáticos. Estas são
famílias a quem já não sobra dinheiro para comer e alimentar os filhos. Desemprego
em Setúbal "é como um tsunami"
E quem não se lembra dos apelos dramáticos do
Bispo de Setúbal – O grave é que, a situação estendeu-se vai de norte a sul:
Tal como ele denunciava, em Novembro de
2012, “Portugal está atualmente a viver
uma situação idêntica à que se vivia em Setúbal nos anos 80, existindo cada vez
“mais pobres, mais pessoas sem pão, sem trabalho, sem casa”, alerta o bispo
emérito de Setúbal, D. Manuel Martins. “Os mais pobres não têm outra
alternativa senão gritar bem alto para serem ouvidos”, Bispo
emérito de Setúbal: portugueses devem “gritar bem alto para serem ouvidos .
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