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sexta-feira, 29 de junho de 2018

Em memória do arquiteto e pintor José Figueiredo Seixas, natural da freguesia de Couto de Cima, Viseu – Injustamente esquecido

Jorge Trabulo Marques - Jornalista 

 Hoje vou aqui recordar uma distinta figura, nascida não muito longe desta região,  que, embora pese a dimensão da sua obra, tem sido relegada a um certo esquecimento - Editando a fotografia de uma das raríssimas aguarelas de sua autoria, desconhecida publicamente, que se preservaram ao longo de quase três séculos, em coleção particular, bem como as imagens de igrejas e capelas a cujo nome ficou ligada a sua obra

José de 







gueire
José Figueiredo Seixas, natural da freguesia de Couto de Cima, Viseu – Data do nascimento desconhecida mas sabe-se que faleceu em 1773, dois anos antes do terramoto de Lisboa – Artista multifacetado: arquiteto e urbanista; professor, tradutor da obra de Andrea Pozzo e autor de dois tratados: a Arte de Edificar e o Tratado de Ruação, pintor fresquista, que, sob a orientação de Nicolau Nasoni, deixou retábulos na Sé do Porto, na igreja dos Clérigos e na Capela Nova em Vila Real, em 1745. Ainda nesta fase, é-lhe atribuída a autoria da capela do Solar de Mateus, de 1743, e da fachada da Capela Nova, de 1753, ambas em Vila Real, 1756 exerce no Porto e professa na Ordem Terceira do Carmo, que lhe encomenda  o desenho da fachada da Igreja do Carmo
Filho  de Geraldo Pais Cardoso e de Luísa de Figueiredo, natural da freguesia de Couto de Cima, Viseu, foi pintor e arquiteto.
A 16 de Setembro de 1728 casou-se na Sé do Porto com Isidora Teresa Angélica e pensa-se que, nesta cidade, terá residido em diversas artérias: na Rua da Neta, em 1734, na Rua do Bonjardim, em 1745, na Rua dos Açougues, em 1760 e na Rua da Senhora de Agosto, em 1761.
Durante a sua carreira desenvolveu diversas atividades artísticas e intelectuais. Foi pintor, arquiteto, professor e teorizador. Fez pinturas de ornatos na Sé do Porto (1734-1758), sob a orientação de Nicolau Nasoni, e realizou pinturas para a Capela Nova ou dos Clérigos de Vila Real, em 1745. Em 1756, riscou a Igreja da Ordem Terceira do Carmo, onde introduziu o rococó de influência quer francesa, quer alemã, num plano alterado por Nicolau Nasoni em 1762. Em 1758, compôs o segundo projeto da Igreja da Ordem da Lapa, em substituição do de João Glama Ströberle. Para esta igreja desenhou uma frontaria próxima do estilo inglês, tendo assumido a direção das obras em 1759. No ano seguinte, pintou o retábulo da capela-mor da Igreja da ordem Terceira do Carmo, no Porto.
 Aguarela de autoria de José Figueiredo Seixas - que terá oferecido a M. Delmira e Isaura, que se depreende serem as duas figuras femininas, que estão junto da fachada da casa, em primeiro plano, em 22 de Julho de 1744



Viseu 22-07- 44 
M. Delmira e Isaura
Of. do Snr. José Figueiredo e S.a

De um modo geral, são-lhe atribuídas a construção da capela do Solar de Mateus e a fachada da Capela Nova, de Vila Real, datadas de 1743 e 1753, respetivamente. Flávio Gonçalves colocou a hipótese de José de Figueiredo Seixas ter sido o autor do prédio com os números 76 a 80 na Rua dos Clérigos, do Palácio dos Pacheco Pereira, situado na Rua de Belmonte e da Igreja de Nossa Senhora da Vitória. Carlos de Passos sugeriu a sua intervenção na Igreja da Ordem do Terço.
José de Figueiredo Seixas traduziu a edição italiana do manual "Perspectiva pictorum et architectorum" de Andrea Pozzo (1642-1709), escreveu a "Arte de edificar" sobre tradições urbanas (obra desaparecida) e concebeu um trabalho sobre a reforma das estradas, ruas e cidades do país que enviou a Sebastião José de Carvalho e Melo.
O seu "Tratado da Ruação para emenda das Ruas, das Cidades Vilas e Lugares deste Reino" (c. 1762) é um trabalho teórico que costuma ser interpretado como uma resposta da cidade do Porto à reconstrução da baixa pombalina, assim como uma tentativa de sistematização da prática urbanística.
José de Figueiredo Seixas não fez escola. Foi um personagem desconhecido dos arquitetos, talvez com a honrosa exceção de Reinaldo Oudinot.
Lecionou na "Aula de Riscar do Porto". Em 1760, juntamente com a sua mulher, recebeu o hábito de irmão da Venerável Ordem Terceira do Carmo pelo facto de ter pintado o retábulo da igreja que, mais tarde, foi substituído por outro.

Faleceu em 1773, no dia 26 de Março, encontrando-se sepultado na Igreja da Ordem Terceira do Carmo, sua grande obra-prima. José de Figueiredo Seixas - SIGARRA U.Porto


José Figueiredo Seixas (?? – 1773) é um artista multifacetado, a quem injustamente pouca importância se tem sido atribuída provavelmente por ter vivido e trabalhado numa época de transição, entre o Portugal Joanino e o Portugal Iluminista, entre o Tardo Barroco, onde se formou e o Neoclássico que ainda vai tentar interpretar, entre a figura incontornável de Nicolau Nasoni, com quem terá trabalhado e os engenheiros militares ao serviço do Marquês de Pombal e dos Almadas.

Desta época de mudança são significativas as suas principais obras, ambas no Porto: as igrejas da Ordem Terceira do Carmo 1756 e da Lapa de 1759.

Pouco se sabe da sua vida, mas é indicado como natural de Viseu. (BRANDÃO, Domingos de Pinho - José de Figueiredo Seixas, algumas obras alguns documentos - separata da revista MVSEV, segunda série, nº 7, Porto, 1964)

Sabe-se que trabalhou como pintor sob a direcção de Nicolau Nasoni na Sé do Porto em 1734, em Vila Real onde possivelmente é o autor da Capela do Solar de Mateus (1743) e da fachada da Capela Nova (1753).

Traduziu e anotou em 1732, o tratado do jesuíta Andrea Pozzo (1642-1709) Perspectiva Pictorum et architectorum de 1700, tradução existente na Biblioteca Geral da Universidade de Coimbra. Do estudo de Andrea Pozzo, nota-se no tratamento das janelas da fachada lateral da igreja do Carmo. – Excerto de   do Porto e não só...: O Porto há cem anos 6


José Figueiredo Seixas (Viseu, ? — Porto, 1773) foi um arquiteto e urbanista português. Foi também professor, tradutor da obra de Andrea Pozzo e autor de dois tratados: a Arte de Edificar e o Tratado de Ruação, o qual é considerado a mais significativa obra de urbanismo portuguesa da época. Começou a trabalhar como pintor fresquista sob a orientação de Nicolau Nasoni na Sé do Porto, em 1734, e nos anos seguintes na Igreja dos Clérigos e na Capela Nova em Vila Real, em 1745. Ainda nesta fase, é-lhe atribuída a autoria da capela do Solar de Mateus, de 1743, e da fachada da Capela Nova, de 1753, ambas em Vila Real e muito influenciadas pelas obras de Nasoni. Em 1756 exerce no Porto e professa na Ordem Terceira do Carmo. A ordem encomenda-lhe em 1756 o desenho da fachada da Igreja do Carmo, obra que introduz no Porto o vocabulário rococó de influência francesa e alemã. Em 1759, a Venerável Irmandade de Nossa Senhora da Lapa encomenda-lhe o projeto para a Igreja da Lapa, já com construção iniciada, em substituição do projeto do pintor Glama Stroberle. Na mesma década projeta também diversos edifícios residenciais, aproveitando o surto de construção pombalino.[1][2] https://pt.wikipedia.org/wiki/Jos%C3%A9_Figueiredo_Seixas

Igreja de Nossa Senhora da Lapa é uma igreja católica situada na cidade do Porto, em Portugal, dedicada à Nossa Senhora da Lapa. A igreja foi edificada pela Irmandade da Nossa Senhora da Lapa, instituída em 1755, e faz parte de um conjunto edificado que inclui o cemitério da Lapa, a escola primária da Irmandade e o Hospital da Irmandade da Lapa. Na capela-mor encontra-se sepultado o coração do rei Pedro IV de Portugal, doado em testamento à irmandade.[1]
A primeira pedra da igreja foi lançada em 17 de julho de 1756 e, embora tenha sido consagrada em 1779, a construção só foi concluída em 1863. O primeiro projeto da igreja foi encomendado ao arquiteto João Glama Ströberle. Em 1756 foi encomendado em novo desenho ao arquiteto Figueiredo Seixas, que dirigiu as obras até à data da sua morte em 1773. Construída ao longo de mais de um século, a igreja apresenta elementos arquitetónicos rococós e neoclássicos. https://pt.wikipedia.org/wiki/Igreja_da_Lapa_(Porto)


A Igreja do Carmo ou Igreja da Venerável Ordem Terceira de Nossa Senhora do Carmo, localiza-se no cruzamento entre a Praça de Carlos Alberto e a Rua do Carmo, nas proximidades da Igreja e Torre dos Clérigos, na freguesia portuguesa da Vitória, cidade do Porto.
De estilo barroco/rococó, foi construída na segunda metade do século XVIII, entre 1756 e 1768, pela Ordem Terceira do Carmo, sendo o projecto do arquitecto José Figueiredo Seixas. A construção do hospital começou mais tarde, ficando concluído em 1801.
Esta igreja está geminada com a Igreja dos Carmelitas, do lado oeste, constituindo um volume único, embora se diferenciem as duas igrejas.
Foi classificada como Monumento Nacional a 3 de Maio de 2013, em conjunto com a Igreja dos Carmelitas adjacente https://pt.wikipedia.org/wiki/Igreja_do_Carmo_(Porto)




O Palácio ou Solar de Mateus está situado na freguesia de Mateus, concelho de Vila Real, Distrito de Vila Real.A Casa de Mateus foi mandada construir na primeira metade do século XVIII pelo 3º Morgado de Mateus, António José Botelho Mourão. A casa foi sempre administrada pela família Sousa Botelho. O projecto deste palácio foi presumivelmente desenhado pelo arquitecto Nicolau Nasoni. O Palácio é constituído pela Casa principal, pelos jardins, a Adega e uma Capela.
No interior da Casa encontra-se uma biblioteca com 6000 volumes, onde se destaca a célebre edição ilustrada dos Lusíadas de Luís de Camões de 1816 e nas restantes divisões da casa, poderão ser vistas inúmeras peças de mobiliário, tapetes, loiças, vestes e relíquias. [1] https://pt.wikipedia.org/wiki/Pal%C3%A1cio_de_Mateus


OUTRAS REFERENCIAS


José   de   Figueiredo   Seixas   não   é   de   maneira   nenhuma   um  nome   corrente   nem  sequer  sonante  no   panorama   arquitectónico   e/ou   artístico   português.  A    referência   ao   seu   nome   não   é   prática  corrente   e   está   por  fazer  o   levantamento   exaustivo   do   seu   percurso   pessoal  e   profissional.  Não fazendo    parte    dos    nossos    objectivos    levar   a    cabo    um  estudo    biográfico    sobre    o    autor   do  Tratado   da   Ruação,  que   consideramos   no   entanto   urgente   acontecer,  a   investigação   levada   a


cabo neste capítulo  reporta quase exclusivamente à consulta de fontes indirectas.
l valor da sua obra, valor que está todavia por avaliar.

(...) Em  16    de    Setembro    de    1728    casou    na    Sé    do    Porto    com
Isidora    Teresa    Angélica.   Da    sua  residência   sabe-se   que   em  1734   residia   na   Rua   da   Neta,  em  1745   na   Rua   do   Bonjardim  e   em  1760 na Rua dos Açougues e em 1761 na Rua da Snra. de Agosto.

Em  1760    recebeu    com  a    esposa    o    hábito    de    irmão    terceiro    do    Carmo,   em  troca    dos    seus  serviços    relativos    à    pintura    do    retábulo    da    respectiva    igreja    (o    retábulo    existente    não    é    o  original que terá sido pintado por Figueiredo Seixas).
Faleceu   em  26   de   Março   de   1773,  sendo   sepultado   no   dia   seguinte   ao   do   seu   falecimento   na  Igreja do Carmo da cidade do Porto, igreja de seu risco.
Para   a   sistematização   do   seu   percurso   profissional  temos   de   recorrer  a   diversos   autores   e   até  ás páginas do próprio Tratado da Ruação.  
Artista   multifacetado,  dividiu   a   sua   actividade   pela   pintura   a   fresco,  a   arquitectura,  o   ensino   e   a  produção teórica.  
Da   actividade   docente   apenas   consta   a   sua   referência   explícita   ao   facto.  Na   página   inicial  do  Tratado   da   Ruação   identifica-se   como  Mestre   da aula   de riscar  na cidade do   Porto

(...)  Na   obra   de   Pinho   Brandão   podemos   consultar  extractos   de   documentos   que   atestam  a   ligação  de   Figueiredo   Seixas   a   algumas   obras.  Nestes   documentos   ora   é   tratado   como   pintor
mestre  pintor  ou   mestre   de   pintura e   arquitecto, confirmando   desta   forma   o   que   temos   dito   acerca da pluralidade do autor do tratado da Ruação.
Para  além  de  Mestre  da aula  de riscar na cidade  do  Porto Figueiredo  Seixas fez  indiscutivelmente    parte    da    elite    cultural  do    seu    tempo.