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quarta-feira, 10 de janeiro de 2024

Noites frias de Janeiro - À volta da braseira nas antigas tabernas da minha aldeia

                                                   Jorge Trabulo Marques - Jornalista 

Sentados em amena serenata à volta da velha braseira
Noites românicas e antigas nas tabernas da minha aldeia!
Na taberna do Timóteo, do Pedro ou da Srª Teresa "sapateira"
do zé Ferrador, ao sobrado da mercearia do Sr. Antoninho alfaiate
Noites frias em que a estrelinha que nos guia, se escondia
para nos deixar à vontade na mais amena e divertida cavaqueira!
Em que apenas o ladrar dos cães soava nas ruas como voz amiga!
Já muito depois do toque dos sinos do antigo campanário,
terem tocado, do alto da centenária igreja, às trindades Avé Maria!
Lá fora, no abrir da porta, via-se o céu dum negro azul profundo!
Sim, horas de caloroso convívio, aspergindo bênçãos do Mundo!
Horas de sonho e de contar as histórias do dia ou do passado!

Noites inesquecíveis de legendários poentes e de mão no rosário!
Da dona de casa, depois da ceia e louça lavada, sentar-se à lareira
com toda a família, após beberagem ao vivo, juntinha às brasas
e pegar no fio da lã ou do algodão, fazer bordado ou coser a meia!


Noites longas e geladas, em que todos os rebanhos apascentados
já os pastores os haviam recolhido ao cabanal, pousado os cajados!
Noites também toldadas por chuvadas e ventos cobertas de breu!
Em que até Vénus e Marte, encobriam seu brilho lá no alto do céu!

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