Em Agosto de 2000, publiquei um
pequeno poema de Sara Almeida, na secção "paleoticário" do extinto jornal ÉCOA, entre outras pequenas notas soltas, sobre dois talentos musicais fozocoenses, que então se revelavam, como brilhantes jovens artistas, a Kátia Pires e o seu irmão André - Ao texto dedicado à revelação poética, dei o seguinte título: - “O
Segredo de Sara Almeida” - Sara, natural de Chãs, atualmente a residir em Foz Côa,
onde tem uma pequena loja, junto ao Tabulado, destinada a roupa infantil - Ao que parece, muito ao seu jeito sonhador e poético.
Passaram 14 anos, alguns do seus belos sonhos já
os concretizou, pois é esposa e mãe mas creio que o espírito poético e o carácter singelo, afável de Sara, não mudou.
Dizia o seguinte, antes de publicar o seu lindo poema:
Jovem. Expressão serena, afável e simpática.
Olhos castanhos, doces de amêndoa. É natural de Chãs, onde cultiva o gosto pela
música, como membro da Banda de S. Caetano.
Tal como qualquer rapariga de sua idade, tem
sonhos lindos, imensos; tantos que, certamente, nem ela própria o saberá ainda descrever. Um deles, porém, já o
confidenciou ao ÉCÔA”: é o de poder vir a publicar, um dia, em livro, o seu
belo caderno de poemas – Um desejo que só ela, o seu apaixonado, ou alguma
confidente mais próxima, lhe conhecia até hoje.
“O silêncio cai sobre a noite
Não existe mais nada além de nós dois.
Falamos em tom baixo
e ali estamos. Não há movimentos.
Meus olhos fixamente os teus…
Começou a chover!
As palavras continuam na minha mente,
pois não as consigo dizer.
Eu sinto o silêncio a aproximar-se de nós
num tom violento.
Não existe vento.
Não existem ajudas.
Fechamos os olhos durante dois segundos
e descobrimos o nosso segredo:
O SEGREDO DO AMOR”
Sara é filha da Lurdes, natural de uma aldeia de
Trancoso, e de Aristides Almeida, já
falecido, que, com a sua mulher, geriam um restaurante, entretanto trespassado.
Uma família modesta mas muito popular e estimada em Chãs e Foz Côa.
Ao rever algumas imagens no meu extenso arquivo,
deparei com a fotografia de seu pai, pegando num andor na procissão da Festa de
Nª Srª de Assunção, pelo que não resisti a deixar de fazer esta surpresa à Sara e de prestar uma singela homenagem ao saudoso Aristides.
O OUTRO SEGREDO – DE SEU PAI - FAZ AGORA 13 ANOS
Foi ao Aristide Almeida, a quem primeiro revelei
a descoberta da entrada do Sol na Pedra da Cabeleira de Nossa Senhora. Ele e a
sua mulher, estavam, naquela altura, a tomar conta do Bar da Associação S. Caetano,
em Chãs. Faz agora 13 anos. Como moravam ao fundo do Povo, no dia seguinte à
minha descoberta, no camnho que dá para os Tambores, perguntei-lhe se não se importava de me acompanhar aquela
pedra para lhe mostrar tão surpreendente fenómeno., tendo-me acompanhado.
Pedi-lhe que não dissesse a ninguém, pois pretendia estudar melhor a
descoberta, o que cumpriu. Além disso, receava que, ao tornar público o
segredo, pudesse como que dessacralizar
o que eu pensava me estar apenas reservado, tantos milénios depois de ter
caído no esquecimento, sobre os povos que ali se fixaram naqueles penhascos e haviam cultuado aquele impressionante santuário e calendário astronómico. Acabei por ser eu a quebrar o segredo, visto compreender que, o que é belo, deve ser partilhado.
Nenhum comentário:
Postar um comentário