Por Jorge Trabulo Marques - Jornalista e investigador -Feliz inciativa em terras do vinho, do azeite, amêndoa e figos - Apontamento registado num dia quente de Agosto a caminho do Côa
Já sabia que a Ivone e o Fialho andavam muito entusiasmados com a sua vinha e os seus olivais, ao ponto de me pedirem algumas imagens para a criação de dois rótulos, inspirados nas pedras dos Templos do Sol, ideia que apoiei, com muito gosto – E, como ambos são admiradores e participantes das festividades nestes sagrados lugares, já me haviam até convidado para dar um saltinho aos seus terrenos. Ainda não calhou, mas, logo que se me depare a oportunidade, não deixarei de corresponder ao amável convite- Isso ainda não aconteceu mas já pude observar a vinha de longe.
Foi num dos últimos dias de
Agosto: ia a caminho do Côa: - Eu ia a pé e o casal, ao cruzarem-se
comigo, na sua carrinha, pararam para me voltarem a renovar o convite. Só que, nesse dia, eu já tinha a minha
peregrinação programada ao Côa e não dava para ir aos dois lado. Contudo,
tiveram um bonito gesto: facilitaram-me uma boa parte do percurso, pois, da aldeia
ao Vale Sagrado, ainda é um valente esticão de uns oito quilómetros – Por feliz
acaso, onde me deixavam, avistava-se perfeitamente a vinha, pelo que não quis
deixar de fazer um breve apontamento, com aquele magnifico cenário de fundo
A REFORMA – PODE NÃO SIGNFICAR PARAGEM MAS UMA
NOVA OPORTUNIDADE DE VIDA
A reforma pode não significar paragem mas outra etapa
da vida. Assim o entendeu a Professora Ivone Fialho, natural de Chãs, concelho
de V.N. de Foz Côa, casou em Mirandela, onde lecionou durante 32 anos. Ao
reformar-se, ela e o seu marido, viraram agricultores do vinho e do azeite –
Ivone, tinha uns terrenos que herdara de seus país e vai de convencer o seu marido a acompanhá-la ao regresso das suas origens
para ambos se dedicarem ao cultivo da vinha e do olival, sim, numa das zonas da
região demarcada do Douro, que beneficia
de condições geográficas e climatéricas, propícias à produção do melhor vinho e azeite das
encostas durienses – Naturalmente, que também mercê de muito esforço e de
muitos sacrifícios. Pois, a atividade da lavoura, é sempre muito contingente.
Começou por renovar a vinha que lhe coubera a ela e ao seu irmão, e, pouco a pouco, cada vez mais atraída pelo regresso
às origens, aumentou a área da plantação, com castas divididas por talhões –
pois as técnicas agora estão mais aprimoradas - contando atualmente com cerca
de 16 hectares de benefício - produção
de vinho generoso.
QUANDO O VINHO E O AZEITE SE UNEM À HISTÓRIA NO MESMO RÓTULO
Além disso, voltou-se também para o olival, criando
uma marca e procedendo à sua comercialização. De resto, o mesmo fez do vinho
que não é escoado para o benefício, criando um rótulo, igualmente muito
sugestivo e bem enquadrado no passado histórico da sua terra. Pois, sendo ela uma
grande admiradora e participante nas celebrações dos Equinócios e do Solstício
do Verão, junto aos Calendários Pré-históricos de Chãs, nada mais ajustado de
que inspirar-se nas imagens e na toponímia destes sagrados lugares. Sem dúvida,
uma feliz ideia em divulgar o que de melhor e mais belo lhes oferece a Mãe Natureza
e o património ancestral dos seus mais
longínquos antepassados.
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