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quinta-feira, 18 de setembro de 2014

Vinho e Azeite dos Templos do Sol - Ivone Fialho – Professora em Mirandela, 32 anos, que, ao reformar-se, virou agricultora na sua terra, em - Chãs – Foz Côa – Participante nas celebrações dos equinócios e solstícios fez marca e rótulos, inspirada nos Calendários Pré-históricos

Por Jorge Trabulo Marques - Jornalista e investigador -Feliz inciativa em terras do vinho, do azeite, amêndoa e figos - Apontamento registado num dia quente de Agosto a caminho do Côa




 
 
Já sabia que a Ivone e o Fialho andavam muito entusiasmados com a sua vinha e os seus olivais, ao ponto de me pedirem algumas imagens para a criação de dois rótulos, inspirados nas pedras dos  Templos do Sol, ideia que apoiei, com muito gosto – E, como ambos são admiradores e participantes das festividades nestes sagrados lugares, já me haviam  até convidado para dar um saltinho aos seus terrenos.  Ainda não  calhou, mas, logo que se me depare a oportunidade, não deixarei de corresponder ao amável convite- Isso ainda não aconteceu mas já pude observar a vinha de longe.

 Foi num dos últimos dias de Agosto: ia a caminho do Côa: - Eu ia a pé e o casal, ao cruzarem-se comigo, na sua carrinha, pararam para me voltarem a renovar o convite. Só que, nesse dia, eu já tinha a minha peregrinação programada  ao Côa e  não dava para ir aos dois lado. Contudo, tiveram um bonito gesto: facilitaram-me uma boa parte do percurso, pois, da aldeia ao Vale Sagrado, ainda é um valente esticão de uns oito quilómetros – Por feliz acaso, onde me deixavam, avistava-se perfeitamente a vinha, pelo que não quis deixar de fazer um breve apontamento, com aquele magnifico cenário de fundo




A REFORMA – PODE NÃO SIGNFICAR PARAGEM MAS UMA NOVA OPORTUNIDADE DE VIDA

A reforma pode não significar paragem mas outra etapa da vida. Assim o entendeu a Professora Ivone Fialho, natural de Chãs, concelho de V.N. de Foz Côa, casou em Mirandela, onde lecionou durante 32 anos. Ao reformar-se, ela e o seu marido, viraram agricultores do vinho e do azeite – Ivone, tinha uns terrenos que herdara de seus país e  vai de convencer o seu marido  a acompanhá-la ao regresso das suas origens para ambos se dedicarem ao cultivo da vinha e do olival, sim, numa das zonas da região demarcada do Douro, que  beneficia de condições geográficas e climatéricas, propícias  à produção do melhor vinho e azeite das encostas durienses – Naturalmente, que também mercê de muito esforço e de muitos sacrifícios. Pois, a atividade da lavoura, é sempre muito contingente.

Começou por renovar a vinha que  lhe coubera a ela e ao seu irmão,  e, pouco a pouco, cada vez mais atraída pelo regresso às origens, aumentou a área da plantação, com castas divididas por talhões – pois as técnicas agora estão mais aprimoradas - contando atualmente com cerca de 16 hectares de benefício -  produção de vinho generoso. 

 QUANDO O VINHO E O AZEITE SE UNEM À HISTÓRIA NO MESMO RÓTULO

Além disso, voltou-se também para o olival, criando uma marca e procedendo à sua comercialização. De resto, o mesmo fez do vinho que não é escoado para o benefício, criando um rótulo, igualmente muito sugestivo e bem enquadrado no passado histórico da sua terra. Pois, sendo ela uma grande admiradora e participante nas celebrações dos Equinócios e do Solstício do Verão, junto aos Calendários Pré-históricos de Chãs, nada mais ajustado de que inspirar-se nas imagens e na toponímia destes sagrados lugares. Sem dúvida, uma feliz ideia em divulgar o que de melhor e mais belo lhes oferece a Mãe Natureza e  o património ancestral dos seus mais longínquos antepassados.

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