O
Festival CineCoa, que vai no segundo dia da sua programação (de 10 a 14 de
Setembro) começou há quatro anos, ganhou raízes e prestígio. Além disso,
estendeu-se de Vila Nova de Foz Côa à cidade do Porto, num conjunto de iniciativas centradas
na figura de Pier Paolo Pasolini (As Cinzas de Pasolini) a decorrer no Rivoli
– Teatro Municipal e na Biblioteca Municipal Almeida Garrett. Filmes,
exposições, debates, com a presença de algumas personalidades nacionais e
estrangeiras.
A organização, de inciativa e da responsabilidade do municipio fozcoense, reconhecendo o sucesso das três
anteriores edições, conclui não existir incompatibilidade em mostrar filmes de autor,
exigentes e intensos num território sem grandes tradições cinematográficas e
que estes não são só exclusivos dos grandes centros urbanos. A linha editorial
do festival foca o seu ponto de interesse em cineastas do presente e cineastas
do passado, a partir dos quais se convocam filmes de todas as épocas e géneros.
FILME DE "O PANTERA NEGRA, ESTA NOITE NA PRAÇA DO MUNICÍPI
Foz Côa é palco de outras excelentes propostas cinematográficas, bem como debates e a exposição, Eusébio – Pantera Negra, em homenagem aquele que foi considerado o melhor futebolista de todos os tempos, acompanhada pela projeção do filme, O Pantera Negra, que será exibido esta noite, pelas 22 horas, na Praça do Município, com a presença de alguns antigos jogadores do Benfica, amigos e familiares.
“Realizado pelo veterano espanhol Juan de Orduña
(autor de El Último Cuplé, que fez de Sara Montiel uma
vedeta), Eusébio, a Pantera Negra é um “docudrama”, uma
mistura de documentário e ficção. O filme foi feito quando o
grande jogador anunciara a sua próxima retirada da profissão
e reconstitui a sua infância em Moçambique, utilizando
atores, passando depois aos seus anos de glória. Um
importante documento sobre uma glória do futebol português,
que também é uma espécie de biografia autorizada”.
Eusébio da Silva Ferreira, nasceu no dia 25 de Janeiro de 1942, na então cidade de Lourenço Marques, hoje Maputo – A lua estava em quarto crescente e com esta imagem no hemisfério sul - Eusébio declarou ao DN que não esperava chegar aos 70 anos Nunca pensei em chegar aos 70 anos–
Mas ele nasceu sob a influência de Cavalo, no Zodíaco chinês (que viria
a ser conhecido de Pantera Negra) e deu-lhe a força e agilidade
bastante – não só para se tornar no genial jogador de arte e corredor de
fundo, à velocidade de cruzeiro, em conduzir a bola, driblar e fintar
os adversários e marcar os golos, enquanto o diabo esfregava um olho, com a pontaria e a presteza que só ele sabia – como ter a resistência necessária para enfrentar as maiores adversidades, enfim, até que o coração não corespondeu aos seus apelos e se apagou
Estudava
eu na Escola Agrícola, em Santo Tirso – Víamos os jogos numa televisão
no refeitório - Claro, ainda a preto e branco. Sou um pouco mais novo
que Eusébio,
mas tenho bem presente na memória a sua fulgurante carreira.
Nomeadamente, em 1962, nos memoráveis jogos para a conquista da segunda Taça dos Campeões Europeus. Sobretudo, naquela célebre final com o Real Madrid, em que, a equipa do Benfica,
depois de ter estado a perder por dois golos de desvantagem, eis que, a
inspiração do Pantera Negra, vem ao de cima, fuzila as redes dos
madrilenos com dois golos, cifrando-se o resultado num sensacional 5-3 -
Que daria o mote para uma nova canção benfiquista: cinco a três, foi a
conta que Deus fez!- Foi realmente um período áureo, que, dificilmente, com a actual direcção, poderá lograr.
OTTO GLÓRIA ADMIRAVA MUITO EUSÉBIO - NAS SUAS MEMÓRIAS (QUE NÃO CHEGOU A PUBLICAR) DISSE-ME QUE FALAVA MUITO DELE
Quem admirava muito o Eusébio era o treinador brasileiro Oto Glória Tinha
uma admiração muito especial por ele - Contou-me alguns episódicos e
fez-me essa revelação na sala de jantar do Hotel Altis. Estava ele, eu, o
Presidente Fernando Martins e
creio que o Director do Hotel - Às tantas perguntou-me se eu não queria
publicar as suas memórias - Andava já a queixar-se de problemas de
saúde e não queria morrer sem publicar os seus diários. Infelizmente,
acabaria por morrer nesse mesmo ano. Manifestei-lhe a minha simpatia por
tão honrosa proposta mas respondi-lhe que não tinha tempo, como
repórter de rádio, andava sempre com o tempo muito ocupado. Foi pena...
Espero que um dia a família o faça.
.VALE SAGRADO EM DESTAQUE
Refere o programa, que “Para
esta 4ª edição do festival oferecemos a Carta Branca à jornalista Leonor
Pinhão. E uma vez que este foi um ano de mundial de futebol no Brasil,
contemplamos um mini ciclo sobre cinema e futebol em jeito de homenagem ao Rei
Eusébio desaparecido recentemente, com a presença de amigos e familiares seus.
Em complemento a esta homenagem, o Sport Lisboa e Benfica associa-se ao
CINECOA, com um conjunto de objectos e narrativas pertencentes a Eusébio em
parceria com o Museu Benfica – Cosme Damião.
O
certamente, termina domingo, com a antestreia mundial do filme a “A Arte da Luz Tem 20.000 Anos”, média-metragem (55 minutos) encomendada a João
Botelho e que o realizador define como uma homenagem à “maior concentração da
grande 'Arte da Luz' que no mundo aconteceu”.
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