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sábado, 1 de março de 2014

Acordo ortográfico – Deputados em desacordo atiram as consoantes mudas ao Governo – Este site vai passar a escrever como se fala em minha aldeia: em vez de Chãs, tchâs, em vez de água , áouga, de gachos, gaxos, de chão, txão, de chaves, txaves e por aí adiante, Ou como no tempo de Pessoa:desde a primeira apparição do contheudo scientifico ou poético, daquelle tempo, atendo às circumstancias geraes da Europa, que a expansão do catholicismo continua a ser uma das nossas missões imperiaes


O que dizem os Brasileiros: "Novo Acordo Ortográfico  visa simplificar as regras ortográficas da Língua Portuguesa e aumentar o prestígio social da língua no cenário internacional  Sua implementação no Brasil segue os seguintes parâmetros: 2009 – vigência ainda não obrigatória, 2010 a 2012 – adaptação completa dos livros didáticos às novas regras; e a partir de 2013 – vigência obrigatória em todo o território nacional. Cabe lembrar que esse “Novo Acordo Ortográfico” já se encontrava assinado desde 1990 por oito países que falam a língua portuguesa, inclusive pelo Brasil, mas só agora é que teve sua implementação. -

 É equívoco afirmar que este acordo visa uniformizar a língua, já que uma língua não existe apenas em função de sua ortografia. Vale lembrar que a ortografia é apenas um aspecto superficial da escrita da língua, e que as diferenças entre o Português falado nos diversos países lusófonos subsistirão em questões referentes à pronúncia, vocabulário e gramática. Uma língua muda em função de seus falantes e do tempo, não por meio de Leis ou AcordosNovo Acordo Ortográfico Descomplicado

CONTINUA O FOLHETIM ORTOGRÁFICO - 

“O Parlamento aprovou esta sexta-feira a recomendação ao Governo para que crie um grupo de trabalho no âmbito da Presidência do Conselho de Ministros para fazer o acompanhamento do acordo ortográfico. O texto foi proposto pelos deputados centristas José Ribeiro e Castro e Michael Seufert e pelo social-democrata João Mota Amaral.Deputados querem passar para Governo o ónus da análise aoacordo ortográfico

Para a maioria dos alunos do 1º ciclo do ensino básico, estranho é escrever “Egito” ou “ótimo” com a letra “p” – Escrevia, ontem, o DN, sob o título “Acordo ortográfico é realidade nas escolas desde 2011/2012” – Este diário, que adotou o acordo com o Globo) refere que “no que respeita ao sistema educativo, o acordo Ortográfico há muito que deixou de ser uma questão em aberto. Nas escolas, a nova grafia é aplicada desde 2011/12. Ou seja: há dois anos letivos e meio, sendo que para muitos alunos é já a única forma de escrever em português que conhecem”


Pois assim não entendem alguns puristas da língua portuguesa, bem como uns quantos deputados, que se desunham em fazer marcha atrás – Recusando aceitar algumas normas simplificadoras, já aprovadas pelos  países da lusofonia,  no Governo de Cavaco Silva, como se tal instrumento pudesse constituir algum atentado linguístico - Vendo, porventura, em tal acordo, algum insulto  que o portuga, passe a usar alguns aspectos da mesma ortografia do brasuca. 

Nós, do continente,  mais os madeirenses e os açorianos, sim, estima-se que sejamos aí uns 10 632 482 falantes,  nada que se compare aos  200 milhões de habitantes no Brasil, calculados em 2013  todavia, assiste-nos o pleno direito de   sermos óptimistas  e extraordinariamente activos, com o “p” reforçado, poucos  mas orgulhosamente sós, tal como profetizava o botas: Orgulhosamente Sós"

VIDA-E-TEMPOS.COM SEGUE OS NOVOS TEMPOS MAS NÃO DESCURA: a  metaphysica  e a esthética do passado


Sim, é verdade, as palavras também se comem:  há palavras amorosas, gostosas ou odiosas  - Por isso, há, também, muito quem goste de enrolar todas as vogais e consoantes no céu de boca como quem chupa um gelado de chocolate. Por mim, prefiro soltá-las e escrevê-las livremente a ter que enrolá-las com todos os adornos desnecessários

Ecos:Acordo ortográfico - o debate exageradoExpresso poupa letras e adota acordo ortográfico - Expresso.pt


(auto-retrato de Peregrino da Luz nos seus devaneios místico-artísticos)

Não venho aqui, propriamente alongar-me com a polémica, pois a minha opção, há muito está tomada: como tenho por há hábito estender-me nos meus textos, gostaria de poupar  energias e não ter que  premir, no teclado do meu computador, algumas letras absolutamente desnecessárias. Sou português, nado e criado numa portuguesíssima aldeia da chamada beira transmontana, mas gostaria de aproveitar a atualidade do tema para  lembrar, aos nossos deputados e governantes,  que, não só os mirandeses, têm o direito a oficializar o seu dialeto, há que criar tantos dicionários, como quantas as  especificidades linguísticas do nosso país – sobretudo, não esquecer de reforçar o nome de Viseu, com duplo ss, de outro modo seria um atentado à memória do corajoso pastor dos Montes Hermínios, já por si ultrajada por há muito se ter esquecido e renegado o seu dialeto - Isto para já não falar das diversas metamorfoses linguísiticas que sofreram os versos de Camões



PESSOA, TAL COMO PENSAVA E ESCREVIA NO SEU TEMPO

Faz por agir como os outros e pensar differentemente   d’elles. Não cuides que há relação entre agir e pensar. Ha opposição. Os maiores homens de acção teem sido perfeitos animaes de intelligência. Os ousados pensadores teem sido incapazes de um gesto ousado ou de um passo fóra do passeio” – Fernando Pessoa.


“Quantos géneros de ficções há?” – Perguntava e respondia, Fernando Pessoa  - “as que formam a religião e metaphysica, as que formam a moral e os costumes e as que formam a esthética”

…”os maiores poetas da humanidade são também os mais humanos, e porque são os mais humanos são os maus universaes

Sucede, porém, que quanto mais nos approximamos da universalidade mais nos afastamos da particularidade. O poeta que, no seu tempo, mais se approxime  da universalidade humana, é, por isso mesmo, o que mais se afasta do espírito d’esse seu tempo, a não ser que nelle haja elementos acessórios que, por si, o approximem do tempo me que vive. Shakespeare, o mais humano e universal dos poetas, não foi comprehendido  no seu tempo senão como creador de figuras cómicas.(…)

Resulta de aqui que, quanto maior é o poeta, menos será comprehendido  no seu tempo, ou, pelo menos, na sua geração.

A bem da nossa ”civilização christã

 “A fé que originariamente expandimos foi, não a christã  em geral , mas a catholica em particular. Desde logo se deve concluir que a expansão do catholicismo continua a ser uma das nossas missões imperiais. 

Sucede, porém, que nem nas circumstancias geraes da Europa, nem nas nossas em particular, são as mesmas do que quando fizemos, e sobretudo quando iniciámos, os nossos descobrimentos e conquistas. Naquelle tempo , primeiro na generalidade da Europa, depois na particularidade , não só nossa  mas da maioria dos paizes, catholiscismo e chistianismo estavam consubstanciados , e  com elles consubstanciada a rêde de actividades a que chamamos civilização. Uma missão civilizacional podia pois considerar-se  como naturalmente incluente (incluindo)  uma dilatação do catholicismo.

EPITAPHIO

Christãos! Aqui já no pó da sepultura
Uma jovem filha da melancholia
O seu viver foi repleto de amargura
Seu rir foi pranto, dor sua alegria.

Quando eu me sento á janela
Pelo vidros  qu’a neve embassa
Julgo ver imagem d’ella
Que já não passa, não passa.


OS ENIGMAS DO UNIVERSO – POR ERNTESTO HAERCHEL - Excertos extraídos diretamente do livro, traduzido para a língua portuguesa em 1926


Escrevia Ernst Haeckel , (traduzido no linguarejar do seu tempo), que a  “A origem e a primeira apparição do individuo humano tanto o corpo como a alma – passavam ainda, no começo do século XIX, por ser segredos absolutos. (….) Mas a physicologia de então, desviava decididamente estes dados  empíricos, que se podiam  immediatamente  demonstrar com a ajuda do microscópio- e atinha-se firmemente ao dogma tradicional da preformação embryonária

(…) Leibnitz aplicou muito logicamente a esta teoria do encaixe á alma humana; denegou-lhe um desenvolvimento verdadeiro.(…) Assim eu pretendo que as almas, que hão de vir a ser um dia alma, estavam presentes no esperma, assim como as de outras espécies; que ellas existiram sempre, sob a forma de corpos organisados, nos antepassados até Adão, isto é desde o começo das coisas”. Idéas analogas  persistiram , tanto na biologia como na philosophia, até por 1830, epocha em que a reforma  da embryologia  por Baer lhes deu o golpe mortal. Mas no domínio da psychologia souberam manter-se, mesmo até aos nossos dias, não representam  senão um grupo d’essas numerosas e estranhas idéas mysticas que ainda hoje se encontram na ontogenia da alma.

MYTHOLOGIA DA ORIGEM DA ALMA – As informações precisas que adquirimos  n’nestes últimos anos pela  ethnologia   comparada , relativamente á maneira  como se formaram os diversos  mythos  nos antigos povos civilisados  e nos povos primitivos actuaes, são também de um grande interesse para a psichogenia 

(…) enviamos os leitores  para a excellente obra de A. Svoboda: as formas  da crença (1887). Do ponto de visto do seu contheudo  scientifico ou poético, os mythos psychogeneticos pódem  ser classificados, de maneira seguinte, em cinco grupos: 1 Mytho da metempsychose: a alma existia antes no corpo d’um outro animal  e não faz senão passa d’este para o corpo do homem; os sacerdotes egypceios, por exemplo, affirmavam  que a alma depois da morte do corpo, errava atravez de todas as especies   animaes  e, depois de três mil annos, reentrava num corpo humano.

(…) O germen feminino, o óvulo, e o crepusculo fecundante masculino, o espermatozoide , são simples cellulas . Estas cellulas vivas poussuem  uma somma de propriedades physiologicas  que reunimos sob o termo d´alma cellular .

(…) Quando duas especies  de cellulas, em consequencia da cópula , veem a encontrar-se, ou quando são postas em contacto por uma fecundação  artificial  (por exemplo nos peixes) attrahem-se  reciprocamente  e abraçam-se estreitamente. A causa d’esta attracção  cellular   é de natureza chimica … _ Excertos do livro “ENGMAS DO UNIVERSO” de Ernesto Haeckel



ACORDO NÃO É RECEBIDO PACIFICAMENTE: GERA GRANDES PAIXÕES – MAS NÃO SERÁ PELA VIA DOS PRECONCEITOS E DAS CONTRADIÇÕES QUE A LÍNGUA PORTUGUESA PODERÁ CUMPRIR O SEU IDEAL E TORNAR-SE UM IMENSO PORTUGAL


Estava longe de imaginar que o acordo ortográfico tocasse tão profundamente os sentimentos pessoais  Talvez o facto de ter vivido 12 anos em S. Tomé (África) me tivesse dado algum distanciamento sobre a forma de encarar esta questão.  Mesmo ainda no tempo em que o regime vigente persistia na teimosia de ser colonialista. – E porquê? Porque me habituei a olhar para Portugal, não como um império colonial mas como uma parcela de uma certa lusofonia ou lusitanidade.  Não no sentido intrinsecamente nacionalista mas universalista. Em que, Portugal – para  cumprir eficazmente o seu destino, tal como diz a canção – longe de acalentar preconceitos coloniais, mas de humildemente reconhecer as suas fraquezas e as suas virtudes e não arvorar-se o campeão da língua portuguesa.

Pois há que reconhecer que, sem o contributo do português falado pelas antigas colónias, o que era, afinal, a nossa língua?!...Naturalmente que menos  enriquecida e conhecida mundialmente. Ora, se se pretende algum entendimento em termos de ortografia,  é indispensável  que haja consensos de parte a parte – E, pelos vistos, fica-se com a impressão, a avaliar pelas paixões desencadeadas, de que os demais países de expressão portuguesa é que têm que submeter -se aos nossos caprichos linguísticos ou nacionalistas

Já depois de ter editado este post, recebi um e-mail de um grande amigo, de um dos homens mais cultos e que mais tem pugnado pelos valores culturais do meu concelho e região – que teve a amabilidade de me enviar por e-mail o seu comentário, a que já agradeci  – Afirmando-me que Quanto à ortografia, nunca adoptei esta que foi imposta (para as escolas  por portaria ou decreto. E tem sido a nossa  língua"  a Pátria Portuguesa"! ( Pessoa)

Tal como tive oportunidade de lhe responder, confesso que hesitei editar o post sobre o acordo ortográfico. Pois o assunto divide muito as opiniões. E, pelos vistos, acaloradamente. Tendo-lhe dito que “Um amigo meu, que é pintor, também tem a sua opinião - Em relação à preservação da nossa língua pátria. Confesso que eu tenho uma opinião diferente. Concordo consigo, quando me diz que estas coisas não podem ser impostas por decreto. Sim, é verdade. Mas, havendo necessidade de haver algum acordo, havia que ser formalizado pelos governos dos países.

Pessoalmente, vejo muitas vantagens em nos aproximarmos do povo irmão brasileiro. O português falado por uma população de 200 milhões evolui muito mais de que ser por 10 mil. Os brasileiros são por natureza mais expansivos e alegres - basta viverem num país tropical. Até na vocalização das palavras. De forma mais aberta e quase soletrada. Enquanto o nosso falar tende a ser mais fechado, não é tão sonante. Daí eles próprios não nos entenderem e chegarem a dobrar os nossos filmes ou telenovelas.  A língua não é estática, evolui, sofre as naturais alterações. E eu creio que só temos a ganhar se nos unirmos à grande nação brasileira. Pois, se assim não for, se não houver um acordo, não tarda  que o Brasil  se distancie de nós e declare o brasileiro como a sua língua - E depois que importância temos nós, em termos linguísticos no contexto cultural, económico  e linguístico das nações? - Vamos ficar com o nosso orgulho? - Orgulhosamente sós?!..

Obrigado, uma vez mais, pelo seu amável comentário, que serviu ao mesmo tempo para eu também me alongar nas minhas reflexões, que vou aproveitar para acrescentar ao texto, já  editado - Um abraço amigo
Jorge Trabulo Marques
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