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sábado, 8 de março de 2014

Foz Côa em Flor – Últimos dias da Festa da Amendoeira, com tempo primaveril: hoje, previstos passeios a Muxagata e uma visita ao castelo de Numão; amanhã, o desfile etnográfico e os espetáculos de Áurea e de fogo de artificio, marcarão os momentos altos do encerramento das festividades.





Últimos dias da quinzena da amendoeira em flor vão terminar em beleza. 







As Festas da Amendoeira em Flor, que têm sido assinaladas com  exposições, produtos tradicionais, artesanato, gastronomia desporto e muitos outros eventos, terminam amanhã   com o habitual desfile etnográfico, «onde costumamos ter uma adesão muito grande de turistas, entre 20 a 30 mil pessoas»,  disse Gustavo Duarte, presidente da Câmara Municipal de Vila Nova de Foz, em declarações, ao jornal O Interior.







O castelo de Numão é composto por um vasto perímetro muralhado e flanqueado por torres, envolvendo uma cumeada com cerca de 700m de altitude máxima e estendendo-se pela vertente sul da elevação, tendo a curta distância, do mesmo lado, a actual povoação de Numão. Os restos do antigo castelo encontram-se classificados como Monumento Nacional pelo decreto de 16.06.1910. O imóvel é propriedade do Estado português, encontrando-se afecto à Direcção Regional da Cultura do Norte.

O conjunto fortificado localiza-se na crista de uma lombada situada entre dois vales profundos irrigados por ribeiros tributários do rio Douro, que corre no sentido este-oeste, poucos quilómetros a norte. As condições geomorfológicas propiciaram a fixação humana no local desde remotas eras, tendo-se encontrado vestígios desde o Neolítico final à época romana”-
Excerto. http://nordeste7.webnode.pt/news/castelo-de-num%C3%A3o/






Se ainda está indeciso, não hesite, o tempo tem estado maravilhoso e vai dar também a sua ajuda.  - Para hoje, Sábado, logo pelas 9 da manhã, está previsto o IV Passeio "Raid Terra das Tomatas", na freguesia de Muxagata – E, logo à tarde, pelas 14 horas, decorre mais um ciclo de visitas à cerca amuralhada de Numão.
Porém, o dia de amanhã, domingo, que marcará o encerramento da Festa da Amendoeira em Flor, prevê-se que seja mesmo um dia em cheio. 

Às dez , o programa aponta para um passeio à Quinta do Daniel – Museu do Côa Vinhateiras" Programa (PDF) De tarde, o ponto alto, é o Desfile Etnográfico, às 16 horas, anunciado, uma hora antes, pela atuação  da Banda Musical de Freixo de Numão, no coreto do Parque de Santo António.

Para a noite, pelas 21 horas, estão programados os espetáculos de Áurea e do fogo de artifício, às 24 horas, junto à Expocôa – De recordar que continuarão, patentes, até este dia,  as Exposições Permanentes Artes Decorativas e Artesanato, Exposição de Rendas e Bordados, no Salão da Junta de Freguesia de Foz Côa.

RAIDE À TERRA DAS TOMATAS - (e do cânhamo) 



Tenho pena estar cá por Lisboa, mas conheço  bem o itinerário e as suas paisagens, cheias de contrastes, com as suas ladeiras  íngremes e algumas colinas mais suaves, sulcadas por ribeiros ou pela Ribeira dos Piscos, na foz da qual se encontra um dos mais famosos núcleos das gravuras do Côa. Era ali, que há uns anos, se cultivavam as melhoras hortas do concelho, desde a melhor couve  ao melhor feijão, fava e tomate, mais conhecidas por tomatas. Pena que esses férteis solos, ficassem ao abandono, apanhados por canaviais e silvados para que,  no Verão, sirvam de combustível ao rastilho dos incêndios..

 O que vale é que  os consumidores da Canábis ainda não se deram conta dos tufos que ainda existem por lá de uma subespécie do antigo cânhamo, e noutros pontos do Côa, cuja fibra era usada no fabrico da cordoaria para as antigas caravelas. Pois, quando não, as pontas do charros, talvez poupassem o trabalho aos incendiários

Era lá que, na minha infância, a minha mãe, as mulheres da minha aldeia, iam lavar a roupa, sabe Deus, com que sacrifícios, com o cesto à cabeça. O descer, não era problema, mas o pior era a subida espinhosa daquelas íngremes encostas. E, depois, chegar a casa, ainda ter de fazer a ceia e tratar de dar de comer ao “vivo”, aos machos ou outro gado do palhal

Em Chãs, a minha aldeia, parece não ter constado nos roteiros destas festividades - Em todo o caso, a Primavera vem aí e nós lá estaremos, com ou sem  música, na Pedra da Cabeleira de Nossa Senhora, às sete horas do próximo dia 20 - Faz confronto com o termo de Muxagata, parte do qual anexado, não se sabe com  que fundamento, nomeadamente a Ervamoira, aquando da última demarcação: ou por ignorância ou intencionalmente –Basta ver a  delimitação do antigo termo de Longróiva, a que pertenceu Chãs, para desfazer quaisquer dúvidas 




Nunca esta quinta, onde nasceu o meu pai e os meus avós e bisavós paternos - então conhecida por quinta de Santa Maria - , tivera qualquer afinidade com Muxagata, senão o facto de uma pequena parte a mesma, que confrontava com a Ribeira do Junco, lhe pertencer. Mas, assim, não entenderam os técnicos que a anexaram totalmente. 

Porém, essa questão, nos tempos que correm, parece já não ter grande significado, pois as aldeias estão a despovoar-se, não há nascimentos e, antes de se tornarem meras quintas, terão, com certeza, de juntar os termos numa única freguesia – É o que já sucedeu em muitos casos. 

O Governo já tomou essa polémica medida e agora quer resolver o problema da falta de natalidade, com o recurso à emigração – Em vez disso, talvez fosse preferível criar empregos para os milhares que cá estão. 

Os portugueses, quando emigram e se estabelecem lá fora, recorrem ao trabalho de naturais desses países, mas as milhares de lojas de orientais, que se instalaram em Portugal enquanto o diabo esfrega um olho,  não é isso que fazem: é tudo da mesma família. Os europeus deslocam as fábricas para a China e Índia para se servirem da mão-de-obra escrava, deixando por cá milhões de desempregados, depois  queixam-se da crise, que não vendem. – Bom, mas isto vinha a propósito do passeio à terra da tomata,  sim, vale a pela a passeata, que mais não seja para esquecer um pouco o garrote da  austeridade, seguir os trilhos e caminhos do programa, já que a paisagem é realmente de maravilhar o olhar, encher de ar puro os pulmões   e de se abrir de energia e de consolo aos corações.

Jorge Trabulo Marques  - Jornalista



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