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segunda-feira, 19 de setembro de 2022

Celebração do Equinócio do Outono sexta-feira, 23-09-2022 às 08h nos Templos do Sol , aldeia de Chãs, de Foz Côa ,com homenagens a Francisco Pinto Balsemão e António Gouveia - Cerimónia abrilhantada com sons de viola de arco de João Canto e Castro e de violoncelo por João Paulo Dinis

Jorge Trabulo Marques - Jornalista e coordenador do evento - Apoio do Municipio de Vila N. de Foz Côa e da Junta de Freguesia de Chãs 

O maciço dos Tambores, Quebradas e Mancheia a curta distância da aldeia de Chãs, é uma vez mais o cenário mítico para assinalar a entrada das estações do ano. Excetuando o Inverno, que é o tempo em que o frio se instala e os dias se tornam cinzentos e frios - o local já entrou definitivamente no calendário mediático das principais celebrações evocativas, com o objetivo de saudar a  Mãe-Natureza, indo  ao encontro das mais antigas tradições e cultos medievos dos vários povos, de cuja passagem por estas áreas e  na região, e, por ventura, numa boa parte do nosso país, sim, dos quais, legamos as nossas raízes étnicas e culturais  mais profundas.

O Equinócio do Outono,  vai ser celebrado, no próximo dia 23, sexta-feira, com momentos musicais e de poesia,  numa cerimónia evocativa com inicio às 08.00, junto ao altar sacrificial da Pedra da Cabeleira de Nº Srª, no interior do recinto amuralhado onde se ergue o majestoso calendário pré-histórico e local de culto. 



O templo sacrificial, orientado no sentido nascente-poente, ergue-se no alto de um maciço rochoso, próximo de um antigo castro, no perímetro do Parque Arqueológico e a curta distância da Pedra do Solstício, quase sobranceiro ao maravilhoso e fertilíssimo vale da Ribeira Centeeira (também conhecido por Graben de Longroiva), cujo leito  toma o nome de Ribeira dos Piscos, quando deixa o vale e volve a leste  por entre ingremes ladeiras, de apertadíssimo canhão xistoso, para ir desaguar no Rio Côa, onde se localiza um dos importantes núcleos das gravuras rupestres


O enorme megálito tem a forma de um gigântico crânio, atravessado, na sua base, por uma gruta em forma de semi-arco, com 

cerca da 4,5 metros de comprimento, que é iluminada pelo seu eixo  no momento em que o Sol se ergue  no horizonte, proporcionando uma imagem invulgar,  um espectáculo inolvidável


Além de celebrarmos a chegada do Outono, o dia em que as trevas da noite se igualam à claridade do dia, com alguns momentos poéticos,  abrilhantados pelos sons da viola de arco  de  João Canto e Castro  e de violoncelo João Paulo Diniscom o apoio do Município de V. N. de Foz Côa,  serão prestadas simbólicas homenagens a  a duas personalidades de reconhecido mérito à causa pública e democrática, com profundos laços ao distrito da Guarda, à nossa região:     aos exemplares percursos de vida de Francisco Pinto Balsemão e António Gouveia – Independentemente da possibilidade de poderem ou não estar presentes, nem por isso deixaremos de os saudar neste local sagrado. 

Sua filha e esposo - 21-06-2022
Adriano V Rodrigues 2014

 Na celebração do solstício do Verão, do passado dia 21 de Junho, prestamos homenagem ao Prof. Adriano Vasco Rodrigues – Arqueólogo, Etnógrafo e Historiador, 94 anos, que, por motivos de saúde e da sua avançada idade, se fez representar por sua filha e esposo -  

Foi este prestigiado investigador, o primeiro  a debruçar-se sobre o estudo  da Pedra da Cabeleira, nos anos 50, que classificou  como local de culto ou de sacrifícios -  Referência emblemática no distrito da Guarda, que, por motivos de saúde, se fez representar pela sua filha Miriam Rodrigues, na companhia de seu amado esposo

Foi ele quem trouxe à luz do conhecimento científico os primeiros contributos do Santuário Rupestre da Pedra da Cabeleira de Nossa Senhora, a que já nos referimos em postagens anteriores - Sem os quais, dificilmente teríamos sido entusiasmados a desvendar os segredos, que a dita pedra ainda guardava




É o despertar de uma outra magia que se oferece à contemplação dos nossos olhos e ao sentimento dos nossos corações. Vamos, pois, saudar a estação mais nostálgica e romântica do ano: aquela em que as folhas se desprendem como que chorosas pelos saborosos frutos que lhe roubámos

Só quem se encontre no local,  e nos momentos em que os raios solares atravessarem de extremo a extremo o eixo da curiosa câmara, poderá ter a plena consciência de estar perante a revelação de uma fabulosa visão, de um verdadeiro hino à Natureza! – à Terra, aos Céus, ao Cosmos

Fica localizado  afloramento granítico  dos Tambores, aldeia de Chãs, de Vila Nova de Foz Côa,  no interior do recinto amuralhado do Santuário Rupestre da Pedra da Cabeleira de Nª Sra, de fronte ao seu altar sacrificial.




Venha, pois,  observar um dos Calendários Pré-históricos mais Antigos da Humanidade - Numa cerimónia simples - entre as 08.00 -08.30 - mas plena de simbologia e luz outonal. Privilegiamos a sua presença a qualquer outro tipo de expressão. Desprendida mas de coração aberto aos mais belos momentos. Mas se se fizer acompanhar de algum instrumento musical, para prolongar por mais algum tempo o nosso convívio, também será bem-vindo. 

 Num lugar sagrado, há muito eleito por deuses antigos e os povos que os adoravam. Em recolhimento e introspecção com a Natureza. Em perfeito elo de sublimidade e intimidade, entre a palavra poética, a Mãe-Terra e o rosto magnificente do seu expoente máximo, que a ilumina e vivifica: o esplendoroso Leão dos Céus.

A iniciativa conta com o apoio especial da Câmara Municipal de Vila Nova de Foz Côa, (um bem-haja muito apreço ao seu Presidente, Dr. João Paulo Sousa, já nosso habitual peregrino, bem como a colaboração da Junta de Freguesia de Chãs, assim  como a inestimável compreensão dos proprietários dos sítios, onde se localizam os monumentos, (Dr. Teresa Marques e Fernando José); bem  como aos demais colaboradores habituais, nomeadamente António Lourenço - incansável desde a primeira hora ele e Amélia Lourenço - José Lebreiro, Agostinho Soares e das reportagens fotográficas de Pedro Daniel e Adriano Ferreira, entre outros amigos que, dentro do que lhes é possível, aqui se têm deslocado. .

CONVITE E HOMENAGEM A  FRANCISCO PINTO BALSEMÃO E ANTÓNIO GOUVEIA 

  Francisco Pinto Balsemão, o príncipe da comunicação social em Portugal, que, embora tendo nascido em Lisboa, no dia  1 de setembro de 1937, tem profundos laços familiares ao  distrito da Guarda,, visto o Seu pai Henrique Patrício Pinto Balsemão , ter nascido no dia 9 de Setembro de 1897 na cidade da Guarda..

Já dirigimos convite a Francisco Pinto Balsemão, que, amavelmente, teve a gentileza de nos responder com as carinhosas palavras, que a seguir tomo a liberdade de transcrever, justificado a sua impossibilidade – Em todo o caso, mesmo na sua ausência ou de  alguém que o possa representar, não deixaremos de ali o saudarmos e lhe desejarmos dias felizes e tranquilos.

 Caro Jorge Trabulo Marques,

Estou de acordo que agora é tempo de dar lugar à memória e sinto-me honrado e agradecido por me querer incluir na lista das personalidades já homenageadas.

Acontece que, apesar dos 85, a minha agenda está cada vez mais saturada, contra a vontade dos colaboradores mais próximos e amigos que me aconselham a não ir a todas.

É só por isso que não consigo aceitar o seu convite, mas creia que fica registado com a marca de gratidão.

Com os melhores cumprimentos.

O mérito de  Francisco Pinto Balsemão, quer no jornalismo quer na vida empresarial e politica, sim, do antigo  Primeiro-Ministro, é publicamente   conhecido, dispensa ser pormenorizado,  pelo que esta nossa iniciativa,  em homenagearmos o seu nome e o seu exemplar percurso,  é   mais um gesto simbólico, num lugar muito especial do nosso país e no mesmo  mês em que acaba de completar os seus 85 anos.

O fundador do "Expresso" e da SIC, antigo primeiro-ministro, Francisco José Pereira Pinto Balsemão, tido como muito, muito trabalhador charmoso, educadíssimo, e nada esbanjador, nasceu a 1 de setembro de 1937 em Lisboa é o único filho de Henrique Patrício Pinto Balsemão, nascido em 9 de Setembro de 1897, na  freguesia de Alfaiates, no concelho de Sabugal, distrito da Guarda e de  Maria Adelaide van Zeller de Castro Pereira, natural de Sintra, 11de Agosto de 1897

Em 2022, a SIC assinala o seu 30º aniversário. No mesmo ano, Francisco Pinto Balsemão completa 85 anos e, no ano seguinte, o semanário "Expresso" celebrará meio século no mercado.

Nos últimos anos do Estado Novo, mais precisamente após as eleições legislativas de 1969, torna-se deputado independente à AN pelo círculo da Guarda, berço da família paterna, representando a Ala Liberal, juntamente com José Pedro Pinto Leite, Sá Carneiro, Magalhães Mota, Mota Amaral, Miller Guerra, entre outros, que lutavam pela abertura do regime à democracia. Demitiu-se desse cargo após a saída de Sá Carneiro, em 1973.

Após o 25 de Abril de 1974, ao lado de Francisco Sá Carneiro e Joaquim Magalhães Mota, Pinto Balsemão foi um dos três membros fundadores do Partido Popular Democrático (PPD), actual PSD.  Foi deputado eleito à Assembleia Constituinte, de 1975 a 1976, e seu vice-presidente, e à Assembleia da República, eleito em 1979, 1980 e 1985.  

 Com a vitória da Aliança Democrática nas legislativas de 1979, estreou-se no governo, como Ministro de Estado Adjunto do Primeiro-ministro no VI Governo Constitucional (1980-1981), chefiado por Francisco Sá Carneiro. Com a morte deste, em dezembro de 1980, no trágico Acidente de Camarate, Pinto Balsemão viria a ocupar o cargo de primeiro-ministro do VII Governo Constitucional (1981) e do VIII Governo Constitucional (1981-1983), ainda com o apoio da AD (coligação entre o PSD, o Centro Democrático Social e o Partido Popular Monárquico).

Durante a campanha para as legislativas de 1969,  pelo distrito da Guarda, de origem paterna mas que ainda mal conhecia, “nos seus discursos, falava do problema da «efetiva aplicação dos direitos, liberdades e garantidas» ou da «possível instauração de partidos políticos». E embora não fosse tão rebelde como Sá Carneiro, para lá caminhava, recorda Joaquim Vieira, na biografia que editou por sua iniciativa.

Mas dele e dessas andanças pelo distrito da Guarda,  ainda há quem se recorde, e muito bem. É o caso de António Gouveia

António dos Santos Aguiar Gouveia, mais conhecido por António Gouveia,Eng Técnico Agrícola,  é um dos autarcas da região duriense  e da beira-transmontana,  distrito da Guarda, nascido a 1 de Janeiro de 1944  em Vila  Nova de Foz Côa,  aquele que mais tempo esteve à frente dos destinos do município foz-coense, ao qual se devem as principais obras estruturantes do concelho e  a sua grande dedicação, na presidência da Santa Casa da Misericórdia de  Foz Côa

O seu nome, na polémica das gravuras, foi muito falado, mas, segundo já confessou, para ele – e também para a grande generalidade da população do concelho, desconhecia a importância da então chamada arte rupestre, considerando que, só mais tarde, enquanto deputado na AR, na troca de impressões com o Diretor do Museu da AR, é  que ele lhe deu a noção de toda essa descoberta.  Tendo concluído que era um património de grande interesse para a região e uma descoberta histórica.

No entanto, apesar da polémica, a população voltou a elegê-lo para o quarto mandato e com larga maioria, sinal de que as pessoas achavam que ele estava em condições de continuar a servir os interesses dos concelho

Reencontrámo-lo, por um feliz acaso, na sua cidade natal, em finais do passado mês de Agosto - No espontâneo e breve diálogo, que  tivemos o prazer de estabelecer com ele,  recordou-nos  a memória de Soares Carneiro, com o qual partilharam as mesmas preocupações, enquanto deputados da AN, pelo círculo da Guarda, antes de ingressar na vida autárquica, que se prolongaria ao longo de 16 anos,  desde 1985-2001

Agora, com os problemas da sua saúde, próprios da sua idade, mas, sobretudo, por via do desgaste de quem muito se dedicou à causa pública, notámos que os melhores dias são aqueles que o transportam às suas mais recuadas memórias

 "Corri todas as aleias, participando nos seus convívios e nas suas festas espetaculares, recordando que tinha em cada fozocense um amigo" - Confessou-nos 

Convidámo-lo a participar na celebração do Equinócio do Outono, no próximo dia 23, pelas 08 horas – Mostrou-se disponivel, embora por razões de apoio familiar, com o condicionamento de ultimamente ter ter passado a residir mais tempo em Coimbra de que em Foz Côa, prometendo-nos, no entanto,  ir fazer os possíveis por nos honrar com a sua presença


VINDE E SEDE BEM-VINDO!
“Não foi sem razão que os antigos Persas edificaram
as aras nos mais elevados lugares, no cume
das montanhas que contemplam a terra, e assim escolhem
um templo verdadeiro e sem muros, onde encontram
o Espírito para quem tão pequeno é o valor dos santuários
erguidos pelas nossas mãos. Vinde então comparar
colunas e altares de ídolos, góticos ou gregos,
com os lugares sagrados da Natureza, a terra e o ar,
e não vos confineis a templos que limitam as vossas preces.

Byron








O maciço dos Tambores e Mancheia, não é simplesmente um amontoado de rochedos e de penhascos cinzentos e negros graníticos, há nele muita história, desde  os mais recuados tempos –  A sua exposição abertamente a poente, com horizontes que se estendem por largos espaços, nomeadamente a norte e a sul,  confinando a oeste com a extensa silhueta das sucessivas colinas que se erguem para lá da  vertente do amplo e aprazível vale, que lhe fica sobranceiro, sim,  a sua característica planáltica,  que se recorta por abruptos canados, que funcionam como verdadeiras fortalezas e abrigos naturais de toda a ordem, deixando livre, ao mesmo tempo, curiosas planuras, livres de pedras, que mais lembram praças ou redutos de defesa de uma cidade pré-histórica. 

FERNANDO ASSIS PACHECO, TINHA RAZÃO COM A SUA PERGUNTA – MIGUEL TORGA, JÁ TINHA ANDARILHADO POR ALI….


“Jorge!..Aqui também esteve o Torga?!.. “ - Perguntava-me, Fernando Assis Pacheco, naquele já distante fim de tarde, em que o acompanhei pela Pedra da Cabeleira de Nossa Senhora e ao Monte do Castro do Curral da Pedra. 

Foi em meados de Outubro de 1995 – Ocorreu no termo de um trabalho jornalístico ao Vale do Côa. Faleceria a 30 de Novembro – A pedra passou a ter o seu nome e, todos os anos, ali é recordado com a leitura de poemas de sua autoria, oportunidade que, a Comissão das Celebrações, simultaneamente, aproveita para prestar homenagem a todos os poetas mortos, com a deposição das coroas de flores do cortejo druida.

Ele estava muito feliz e, pelos vistos, queria saber se o autor dos Novos Contos da Montanha, também teria partilhado daquele mesmo encantamento e felicidade, ali pelos monumentais penhascos dos Tambores e Mancheia. Eu disse-lhe: “Não me consta… Acho que não…Aqui, nestes sítios, é ainda o reino do granito” Mas, afinal, Fernando Assis Pacheco, lá tinha as suas razões para fazer a tal pergunta. Miguel Torga, também contemplara aqueles enigmáticos penedos e largos horizontes. Contei o episódio, na cerimónia, da romagem à “Pedra do Fernando Assis, e a reposta às minhas dúvidas, fora gentilmente dada pelo poeta e advogado, Manuel Pires Daniel

                                                                          

Diversos investigadores e estudiosos têm-se  debruçado sobre as especifidades  dos dois monumentos megalíticos: - Um apontado aos Equinócios e o outro ao Solstício do Verão. Desde o historiador Prof. Adriano Vasco Rodrigues, que foi quem primeiro classificou a Pedra da Cabeleira de Nossa Senhora, como local de culto ou de sacrifícios, remontando ao período "da transição do paleolítico para o neolítico", ao arqueólogo Prof. António Sá Coixão, outro dos historiadores e investigadores que, à semelhança de Vasco Rodrigues, tem desenvolvido um trabalho notabilíssimo nos concelhos de Foz Côa e Meda. 



Por sua vez, o Prof. Moisés Espírito Santo autor da Sociologia das Religiões, deslocou-se, por duas vezes, ao local, tendo oferecido à Comissão Organizadora, um importante estudo da toponímia da área envolvente, concluindo que alguns dos nomes se relacionam com o culto do sol. Outro dos entusiastas pelos dois calendários pré-históricos, tem sido o astrónomo MÁXIMO FERREIRA, que também já ali dirigiu em visita de estudo. O diretor da Revista Altitude, Lima  Garcia poeta, docente, um homem de cultura,, já ali nos leu alguns dos seus belos poemas e traçou-nos o seu ponto de vista histórico sobre o distrito e esta zona. 


Quem veio propositadamente da Austrália, com o objetivo de fazer um levantamento sobre dos sítios, de Radiestesia foi o Autor de Agulhas de Pedra - A Acupunctura da Terra - Tom Graves Mas, já agora, não queremos deixar de nos referir às duas visitas que Mila Simõesde Abreu, ali fez. A última das quais levando vários arqueólogos e estudantes do programa ERASMO, a que já nos referimos 

Na celebração do equinócio de 2019,  contamos as honrosas presenças do seu bisneto – António Ponces de Carvalho, sua esposa Filomena e o trineto, Salvador  -- Com poemas de João de Deus, extraídos do livro CAMPO DE FLORES  


Mas também o saudoso Poeta Manuel Daniel, que, nos deu o prazer da sua presença, em 2011 e, em 2020, quanto meses antes do seu falecimento, em 22 de Janeiro, vitima da pandemia – Tendo afirmado, entre outra palavras: 

Em Junho de 2011"Nós estamos aqui onde acaba a meseta ibérica: quem estudar um bocadinho de geografia sabe que, ao cair este barranco ali à frente, termina a chamada Meseta ibérica – Aqui há um grande casamento geológico entre o xisto e o granito, que separam a província da Beira Alta e o Douro profundo, que é um Douro maravilhoso: esta paisagem, esta riqueza, é tudo o que há de melhor!... É um lugar muito especial. Nós ainda não sabemos ao certo as riquezas morais, intelectuais, artísticas que se podem aqui desenterrar. Por isso, vale a pena aqui prestar homenagem à natureza: a natureza para mim é uma obra magnífica. E o louvor ao sol também não é nada do outro mundo, que devemos estranhar . Pois todas as religiões prestaram homenagem ao sol; alguns adoraram-no… “

NA CELEBRAÇÃO DO EQUINÓCIO DO OUTONO - 21 -09-2020  Na cerimónia evocativa, além do homenageado, o poeta Manuel Pires Daniel, que nos deu o prazer e alegria de aqui voltar, agora, por impossibilidade visual, acompanhado pelas mãos de sua esposa, Maria Alice e do seu filho Pedro Daniel, pudemos ainda contar com as honrosas presenças do Vereador do Pelouro da Cultura de V. N de Foz Côa, Dr. João Paulo Lucas Donas Botto Sousa, do Reverendo Padre Diogo Martinho, Pároco da freguesia de Foz Côa, Pocinho, Santo Amaro e Mós, bem como Presidente da Junta de Freguesia, Carlos Sobral, além dos nossos amigos e colaboradores, António Lourenço, ex-autarca desta freguesia e atual Presidente da Associação Humanitária dos BV de V.N de Foz Côa, Dr. José Lebreiro, Ângelo Dinis, Adriano Ferreira e Agostinho,


“Viemos aqui espreitar a história! Viemos aqui procurar um contato com aqueles que já viveram aqui a sua vida e gastaram aqui as suas preocupações!... E, sobretudo, interrogaram-se, como ainda hoje nos interrogamos por quatro grandes pilares: o ESPAÇO, A VIDA E O ALÉM!

O Espaço, continua a ser uma grande preocupação do homem de hoje!.... E logo nesta altura, nos alvores da inteligência, quando o homem começou a ter conhecimento de si próprio, nessa altura o espaço foi a sua grande preocupação: onde estava, nesse Universo, nesse bocado do Mundo! “ Expressivas palavras Manuel J. Pires Daniel, natural de Meda, em 18 de Novembro de 1934. Sem dúvida, um admirável exemplo de labor e de tenacidade, de apaixonado pelas letras e de sentido e dedicação ao bem comum"


A Margarida e  o Rui  - dois brilhantes músicos -

A participação de Dom Manuel dos Santos, Bispo da Diocese de S. Tomé e Príncipe, na celebração do Equinócio do Outono, na manhã de 23 de Setembro, junto ao altar da Pedra da Cabeleira de Nª Srª, embora norteada por espírito académico ou curiosidade científica, sim, sendo ele possuidor de  elevada formação religiosa mas  também de fina sensibilidade poética,  multirracial e  multicultural,  é, indubitavelmente, um magnífico exemplo de coragem e de tolerância  pelo  respeito e defesa dos valores patrimoniais da nossa mais recuada  ancestralidade, quer de matriz mística, cultural ou histórica. 











Os contrafortes do maciço da Mancheia e dos Tambores, em Chãs, sobranceiros ao fertilíssimo vale da Ribeira Centieira
Estranhos morros, que, à primeira vista, mais lembram terra de ninguém, parda e erma paisagem de um qualquer pedaço lunar. Porém, estamos certos de que não haverá ninguém que, ao pisar o milenar musgo ressequido destas tisnadas fragas, ao inebriar-se com os seus bálsamos, as subtis fragrâncias que evoluem das giestas, das ervas e pedras, volvendo o olhar em torno dos vastos horizontes que se rasgam por largos espaços, fique indiferente ao telúrico pulsar, à cósmica configuração e representação divina, que ressalta em cada fraguedo ou ermo penhasco - 

Este é, pois, o fim de um extenso reino terrestre (conhecido pela meseta ibérica) que atravessa a fronteira de Espanha e vem perder-se aqui, numa autêntica fortaleza amuralha, apontada a Norte, configurando a proa de um autêntico navio fantasma, recheado na sua coberta e nalguns dos seus flancos, das mais caprichosas formas rochosas, mas absolutamente bloqueado pela acção poderosíssima dos sedimentos xistosos, metamórficos que, as convulsões mais fundas e primevas do interior da terra, trouxeram à superfície, com a nudez dos seus mais alcantilados montes e fundos vales, onde a acção modeladora dos milénios e o trabalho hercúleo do homem, tem feito verdadeiras obras primas! - Esse é o Douro vinhateiro, o Reino Maravilhoso, mitificado e idolatrado pelas raízes e vivência, observação e sensibilidade excepcional de Miguel Torga. E esta é, também, uma das fronteiras naturais, onde dois mundos geográficos e geológicos, confluem, cada qual cioso das suas riquezas , das suas peculiaridades e maravilhas!













Descoberta e estudo de Albano Chaves https://templosdosol-chas-fozcoa.blogspot.com/2012/03/1-solsticio-do-inverno-nos-templos-do.html Posteriormente encontrei outro alinhamento com o solstício do Inverno  https://templosdosol-chas-fozcoa.blogspot.com/2014/12/solsticio-do-inverno-2014-ao-nascer-do.html   ESTUDO INÉDITO DO PROF. MOISÉS ESPÍRITO SANTO, https://templosdosol-chas-fozcoa.blogspot.com/2009/03/estudo-inedito-do-prof-moises-espirito.html

Depois de ter estado lá no ano anterior https://templosdosol-chas-fozcoa.blogspot.com/2008/06/festival-solsticial-com-presenca-de.html

Dom  Manuel dos Santos, Bispo de S. Tomé e Príncipe, na sua visita à Pedra da Cabeleira de Nª Srª  - https://www.youtube.com/watch?v=FsTo8Qy_e2k

https://templosdosol-chas-fozcoa.blogspot.com/2015/09/equinocio-do-outono-2015-chas-foz-coa.html Fernando Assis Pacheco visitou o local um mês antes da sua morte

Em 2008, lembrámos a sua memória https://templosdosol-chas-fozcoa.blogspot.com/2008/06/homenagem-ao-poeta-fernando-assis_10.html com a presença da esposa e os dois filhos  https://templosdosol-chas-fozcoa.blogspot.com/2010/06/miguel-torga-assis-pacheco-e-o.html

https://templosdosol-chas-fozcoa.blogspot.com/2008/06/celebracao-do-solsticio-do-verao-de-2006.html NA HOMENAGEM AO POETA JOÃO DE DEUS – Contamos com familiares

https://templosdosol-chas-fozcoa.blogspot.com/2019/09/celebrado-o-equinocio-do-outono-23-09.html   https://www.youtube.com/watch?v=7gl--L-7GI8

Poeta Manuel Daniel – Meses antes da sua morte https://templosdosol-chas-fozcoa.blogspot.com/2020/09/equinocio-do-outono-celebracao-22-09-20.html

O INVESTIGADOR QUE VEIO DA AUSTRÁLIA

https://templosdosol-chas-fozcoa.blogspot.com/2014/09/celebrar-equinocio-do-outono-2014-dia.html Tom Graves, autor de Agulhas de Pedra - A Acupunctura da Terra

 


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