Em Memória de Natália Correia e do Botequim - Em Noites Loucas, de
alegria, música, convívio e poesia . Um dos raros bares da boémia lisboeta, na
década de 70 e 80, onde a poesia, o convívio, a tertúlia, em qualquer momento
se soltavam e davam largas à sua expressão mais alegre e calorosa. Era
conhecido pelo Botequim de Natália Correia – A mais ilustre filha açoriana, fez
história e deixou memória – Tanto no meio intelectual, como musical e politico
- (Fajã de Baixo, São Miguel,13 de Setembro de 1923 — Lisboa, 16 de Março de
1993)
Tive o prazer de ter sido um seus frequentadores, daquele emblemático espaço, do qual guardo recordações inesquecíveis – Até no registo dos sons, da leitura de poemas e das entrevistas que me concedeu para a Rádio Comercial - Natália, mais que uma figura inigualável, é hoje uma lenda viva – Quem é que, tendo-a conhecido, hoje esquecerá essa figura? “ Forte , frágil, bela, talentosa, contraditória.. Tal como nos géneros literários que cultivou" –
“O Botequim foi fundado por Natália Correia, em 1968, com Isabel Meyrelles,
Júlia Marenha e Helena Roseta. Foi ali que, durante as décadas de 70 e 80, se
reuniu grande parte da intelectualidade portuguesa, de Fernando Dacosta a David
Mourão-Ferreira, António Alçada Baptista, José-Augusto França, Luiz Pacheco,
Ary dos Santos e José Cardoso Pires. Encerrado após a morte de Natália Correia,
em 1993, reabre como sede da Fundação José Afonso e mais tarde com o nome
Pequeno Herói, uma livraria infantil”
Os poemas de Natália Correia, têm sido lidos e recordados, por
várias vezes nas celebrações dos equinócios e do Solstício do verão, nos
Templos do Sol – Stonhenge Português
Creio na deusa com olhos de diamantes,
Creio em amores lunares com piano ao fundo,
Creio nas lendas, nas fadas, nos atlantes;
Creio num engenho que falta mais fecundo
De harmonizar as partes dissonantes,
Creio que tudo é eterno num segundo,
Creio num céu futuro que houve dantes,
Creio nos deuses de um astral mais puro,
Na flor humilde que se encosta ao muro,
Creio na carne que enfeitiça o além,
Creio no incrível, nas coisas assombrosas,
Na ocupação do mundo pelas rosas,
Creio que o amor tem asas de ouro. amém.
Creio na deusa com olhos de diamantes,
Creio em amores lunares com piano ao fundo,
Creio nas lendas, nas fadas, nos atlantes;
Creio num engenho que falta mais fecundo
De harmonizar as partes dissonantes,
Creio que tudo é eterno num segundo,
Creio num céu futuro que houve dantes,
Creio nos deuses de um astral mais puro,
Na flor humilde que se encosta ao muro,
Creio na carne que enfeitiça o além,
Creio no incrível, nas coisas assombrosas,
Na ocupação do mundo pelas rosas,
Creio que o amor tem asas de ouro.
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