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sábado, 24 de setembro de 2022

Equinócio do Outono - Celebrado dia 23, nos Templos do Sol, Chãs, Foz Côa, com momentos musicais e de poesia – E a reportagem televisiva no Porto Canal, programa Aqui Viver -

Jorge Trabulo Marques - Videos a editar neste post

Decorreu, na manhã desta última sexta-feira, a tradicional celebração do Equinócio do Outono, com a participação dos artistas João Canto e Castro, João Paulo, e, em representação da Câmara Municipal de V. N. de Foz Côa, apoiante do evento, com a simpática e amável presença da Vereadora da Cultura, Ana Filipe, além de um grupo de amáveis presenças de vários peregrinos, entre os quais os já nossos habituais colaboradores, António Lourenço, José Lebreiro e Agostinho Soares, que se fez acompanhar de alguns membros da sua família, tendo lido belos poemas de Manuel Daniel, António Ramos Rosa, de Dom Manuel Mendes dos Santos, ex-Bispo da Diocese de S. Tomé e Príncipe, entre outros poetas, bem como de outros amáveis rostos femininos desta nossa aldeia – A todos o nosso abraço amigo de renovada simpatia e agradecimento.

Sim, lá estivemos celebrando, junto a este antiquíssimo altar, dando as boas-vindas ao primeiro dia do Outono, momento em que a luz do dia se reparte com igual duração com as sombras da noite, tempo da maturação dos frutos e das colheitas, tempo em que as folhas amarelecem e se desprendem, gerando verdadeiras sinfonias e ou aguarelas multicoloridas, aliás, muitas delas já mirradas pelas secas extremas, consequência das agressões climáticas, de certa insensatez humana, mas também símbolo de um novo ciclo do tempo e de reflexão cívica e espiritual

Pedindo aqui a Deus, ao Altíssimo, que os próximos três meses, não signifiquem apenas o cair das folhas ou a chegada dos dias mais frios e o aproximar do Inverno, dias de incerteza e de dureza social, de um custo de vida mais agravado, mas que, finalmente, se abra uma luz ao fundo do túnel: que seja o caminhar para o fim da guerra e a cura das pandemias, que tantos nos têm assolado e atormentado.

Sim! Que sejam verdadeiramente dias mais tranquilos e pacíficos, dias de renovada esperança e de paz para toda a Humanidade

Tal como havíamos programado, foram prestadas singelas homenagens a três personalidade com profundos laços afetivos e de dedicação à causa pública no distrito da Guarda, aos exemplares percursos de vida de Francisco Pinto Balsemão, o príncipe da comunicação social em Portugal e ao ex-Presidente da C.M de V. N. de Foz Côa, António Gouveia, sua terra natal, que devotadamente serviu ao longo de 16 anos, o nosso vivo reconhecimento e merecidíssimo louvor pelo legado exemplar das suas vidas

Assim como à de outra figura, igualmente notável do distrito da Guarda, que é a do Dr. João Germano Mourato, atual Presidente da Câmara Municipal de Mêda, que depois de 24 anos à frente deste município, na qual levou a cabo as mais importantes obras, aqui voltou movido pelo mesmo espírito de bem servir a causa pública.

 


Voltámos a recordar a sua memória com a leitura de poemas de sua autoria - Faleceu há 9 anos - Deu-me a  honra e o prazer de ser seu amigo e de me receber várias vezes em sua casa- E até na residência onde se recolheu por razões de saúde - - 17 de Novembro de 1924 – 23 de Setembro de 2013




Tinha 88 anos, e uma vasta obra na poesia, ensaio e tradução. Nos últimos anos desenhou rostos de mulheres. António Ramos Rosa, algarvio  - O poeta e ensaísta António Ramos Rosa, de 88 anos, morreu no dia 23 de Setembro, de 2013, cerca das 14h de hoje, no Hospital Egas Moniz, em Lisboa, onde estava internado desde quinta-feira com uma pneumonia, disse ao Expresso uma sobrinha do escritor. https://expresso.pt/cultura/morreu-antonio-ramos-rosa=f831965



O teu fulgor soa alto sobre o pulso do silêncio
És uma palavra, uma única palavra
ardentíssima no centro do espaço.
É por ti que não cedo sobre as sombras
e cresço para devolver a água do bosque
do teu nome de fogo e de veludo.
Fora do íman da névoa, em grandes blocos de ar,
estendes a tua dança incandescente
e as tuas veias vibram entreabrindo a noite.
Leve e musical no teu barco redondo,
crias a ordem livre das constelações
e, gracioso veleiro, adormeces nas ondas
do teu peito de estrelas cintilantes.

António Ramos Rosa
In DEZASSETE POEMAS 1992

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