“Nas
Rotas
dos Marranos de Trás-os-Montes” - Obra em coautoria de António
Júlio Andrade e Maria Fernanda Guimarães – Numa sessão de autógrafos,
promovida pela Âncora Editora, na Feira do Livro, em Lisboa, pudemos
registar uma breve entrevista com a investigadora, que passa longas
horas na Torre do Tombo.
Por Jorge Trabulo Marques - Jornalista
A
ignominiosa perseguição e tortura aos judeus e a todos que não professassem a fé
católica, desde curandeiros, pagãos, bruxos, feiticeiras, homossexuais, tudo o que
pudesse soar a heresia - Vista, numa perspetiva dos tempos atuais, pode
parecer-nos algo incrível ou impossível. Mas aconteceu – E durante vários
séculos – A Inquisição portuguesa, foi
criada em 1536 e existiu até 1821 – tendo sido o último processo movido aos
maçons -
Se ainda hoje se mantivesse (embora se mantenha alguma dessa mentalidade) dificilmente a ciência teria avançado como avançou. “Por isso, a publicação do livro Diálogo sobre os Dois Maiores Sistemas do Mundo custou a Galileu a instauração de um processo pela Inquisição na sequência do qual ele foi obrigado a negar as suas convicções."
Se ainda hoje se mantivesse (embora se mantenha alguma dessa mentalidade) dificilmente a ciência teria avançado como avançou. “Por isso, a publicação do livro Diálogo sobre os Dois Maiores Sistemas do Mundo custou a Galileu a instauração de um processo pela Inquisição na sequência do qual ele foi obrigado a negar as suas convicções."
"As novas propostas filosóficas
ou científicas eram, geralmente, olhadas com desconfiança pela Inquisição que
submetia a um regime de censura prévia todas as obras a publicar, criando o Index, catálogo de livros cuja
leitura era proibida aos católicos, sob pena de excomunhão. - As pessoas viviam amedrontadas
e sabiam que podiam ser denunciadas a qualquer momento sem que houvesse
necessariamente razão para isso. na fogueira” Inquisição
"Nas
Rotas dos Marranos de Trás-os-Montes”, são reproduzidos excertos de processos ,
entre outros, da família Almeida Castro (um dos membros era natural de Freixo de
Numão e de uma família, natural de Bragança, donde emergiram os banqueiros dos
Filipes (no período Filipino), assim como de vários processos de passadores de judeus no Tempo da Restauração.
Maria Fernanda Guimarães, que,
já investigou mil processos, diz que existem tantos nos arquivo, que ninguém pode ter a certeza de
quantos há.
Só, referentes ao concelho de Bragança, constam mais de 200o. Foz Côa, considera que também há muitíssimos.
Os que mais a impressionaram foram os movidos contra as mulheres judias, que, apesar de torturadas, sabiam resistir às perguntas dos inquisidores, salvaguardando, sobretudo, a proteção da família, esforçando-se por não a denunciar. E também eram elas que sabiam as orações e preservar o culto judaico.
A contra-capa de "Nas Rotas dos Marranos de Trás-os-Montes" é documentada com um dos poemas de Jorge Luís Borges -Pois há estudos que defendem que Jorge Luís Borges tem ascendência portuguesa: que o bisavô de Borges, Francisco, teria nascido em Portugal em 1770 e vivido na localidade de Torre de Moncorvo” – Aliás, o próprio poeta o admite nalguns dos seus versos.
Só, referentes ao concelho de Bragança, constam mais de 200o. Foz Côa, considera que também há muitíssimos.
Os que mais a impressionaram foram os movidos contra as mulheres judias, que, apesar de torturadas, sabiam resistir às perguntas dos inquisidores, salvaguardando, sobretudo, a proteção da família, esforçando-se por não a denunciar. E também eram elas que sabiam as orações e preservar o culto judaico.
A contra-capa de "Nas Rotas dos Marranos de Trás-os-Montes" é documentada com um dos poemas de Jorge Luís Borges -Pois há estudos que defendem que Jorge Luís Borges tem ascendência portuguesa: que o bisavô de Borges, Francisco, teria nascido em Portugal em 1770 e vivido na localidade de Torre de Moncorvo” – Aliás, o próprio poeta o admite nalguns dos seus versos.
Los
Marranos
Nada o muy poco sé de mis mayores
Sefarditas, Los Marranos. Vaga gente
Que prossigue en mi carne, oscuramente,
Sus hábitos, rigores y temores.
Tenues como si nunca hubieran sido
Y ajenos a los trámites del arte,
Indescifrablemente forman parte
Del tiempo, de la tierra y del olvido.
Mejor así. Cumplida da faena,
Son Portugal, son la famosa gente
Que forzó las murallas del Oriente
Y se dio al mar al otro mar de arena.
Son el Rey que en el místico desierto
Se perdió y el que jura no ha muerto.
(Jorge Luis Borges, «Los Borges»)
Nada o muy poco sé de mis mayores
Sefarditas, Los Marranos. Vaga gente
Que prossigue en mi carne, oscuramente,
Sus hábitos, rigores y temores.
Tenues como si nunca hubieran sido
Y ajenos a los trámites del arte,
Indescifrablemente forman parte
Del tiempo, de la tierra y del olvido.
Mejor así. Cumplida da faena,
Son Portugal, son la famosa gente
Que forzó las murallas del Oriente
Y se dio al mar al otro mar de arena.
Son el Rey que en el místico desierto
Se perdió y el que jura no ha muerto.
(Jorge Luis Borges, «Los Borges»)
OS JUDEUS OBRIGADOS
A PROFESSAR A FÉ CATÓLICA – MUITOS CONTINUARAM A MANTER A SUA CRENÇA EM SEGREDO
MAS, DESCOBERTOS, ERAM SEVERAMENTE PUNIDOS, ATÉ Á FOGUEIRA OU AO ENFORCAMENTO
imagem recolhida da Net
Em Nota
prévia, de que tomamos a liberdade de transcrever alguns excertos, a obra começa por referir que, “Com a expulsão dos judeus de Espanha,
em 1492, ter-se-ão verificado profundas alterações na paisagem humana de
Trás-os-Montes onde entraram e ficaram a viver muitas dezenas de milhares
desses refugiados. Calcula-se que só de Zamora para Miranda do Douro, tenham
vindo uns 30 mil. Por Chaves terá entrado também um forte contingente e o mesmo terá acontecido por Freixo de
Espada à Cinta
E, acrescentando estes aos que já antes habitavam nas muitas judiarias que
estão documentadas, concluir-se-á que uma grande percentagem da população
trasmontana no século de 500 era constituída por gente da nação hebreia.
Obrigados a abraçar a religião cristã, eles continuaram, na generalidade, fiéis à crença de seus antepassados, praticando a religião judaica no interior de suas casas, se bem que, pelo exterior, eles procurassem dar provas de cristãos, frequentando as igrejas e mostrando-se cumpridores das regras que lhe impunham. Este comportamento dúplice era, por vezes, perceptível e escandaloso para a população cristã.
Com o argumento de fazer “reduzir” a gente marrana à fé cristã e extinguir definitivamente o judaísmo do reino católico de Portugal, foi criado o tribunal da Inquisição.
Olhemos, porém, com um pouco mais de
atenção para aquela paisagem humana e facilmente verificamos que a tensão entre os dois elementos da sociedade transmonstana não resultava apenas da questão religiosa . Havia muitos problemas derivados da economia, com os cristãos a queixarem-se dos exploradores e "agiotas" judeus. E havia também lutas políticas e tensões sociais muito intensas, s ebem que, geralmente, surdas e recalcadas e, por isso mesmo, mais duradouras e difíceis de resolver.
E se a Inquisição foi
apresentada (e continua por muita gente a ser considerada) como um tribunal da fé
e um instrumento da igreja católica, a verdade é que ela foi também uma espécie
de "partido político" (talvez até o partido único de suporte ao
poder) e de "tribunal constitucional", para usarmos a linguagem dos
nossos dias. Ao menos é isso o que para nós resulta da leitura de largas
centenas de processos que já fizemos.
Com efeito, para se entrar numa
universidade, para se conseguir um emprego público, para se ser padre, para
desempenhar um cargo de vereador ou para se obter um titulo de nobreza era indispensável
apresentar documento passado pela Inquisição, atestando que não linha o
requerente qualquer gota de sangue judeu até à quarta ou quinta geração.
Por outro lado, para se fazer
carreira política, o caminho normal, porque mais fácil, era a militância no
"partido da Inquisição". (...) - Excerto
JULGAMENTOS, FUGAS E PERSEGUIÇÕES – UMA OBRA QUE
TRAZ À LUZ DA ATUALIDADE. ALGUMAS
PASSAGENS DO PERÍODO DA MAIS TENEBROSA INTOLERÃNCIA RELIGIOSA EM PORTUGAL.
“Em Vila
Flor, por exemplo, em apenas duas décadas, a quarta parte dos moradores deixou
a terra, reduzindo-se de 400 para 300 o número de seus agregados familiares
(fogos), o que levou Carvalho da Costa a escrever:
- Foi em algum tempo maior e mais rica povoação,
porque os muitos homens da nação hebreia que a habitavam e faziam mais
populosa, e com seus tratos e comércios a enriqueciam, e ao presente, com a sua
ausência, se acham arruinadas mui/as casas?
A informação enviada pelas próprias autoridades
camarárias, em 1721, para a Academia Real de História era ainda mais
expressiva, pois nela se dizia:
Foi povoação de 500 vizinhos e hoje se acha tão
diminuta que tem somente 259, a respeito dos inumeráveis cristãos-novos que
dela se expulsaram, não sem notável detrimento dos mais moradores.
Bragança e Torre de Moncorvo foram outras terras
igualmente martirizadas pela Inquisição. Tal como Chacim e Mogadouro que, no
ano de 1652, por exemplo, contava umas 6 dezenas de seus marranos metidos nos
calabouços da Inquisição. Sobre esta terra, foram os próprios inquisidores de
Coimbra que fizeram escrever o seguinte testemunho:
Impressionantes os
testemunhos, que o livro apresenta - Obra que vale a pena ser lida
e consultada - Seja por transmontanos, seja por quem se interessar em conhecer
alguns dos aspetos da intolerância religiosa, paciente e laboriosamente
arrancados à poeira dos aquivos - Sem com isto pretendermos abusar da liberdade
tomada - até para despertar ainda o maior interesse pela sua leitura - vamos de seguida transcrever mais
alguns excertos.
MANUEL ALMEIDA CASTRO - PRESO
EM TOLEDO E EM COIMBRA (de Freixo de
Numão)
"Em Setembro de 1618, um tal
Pêro de Matos, de Freixo de Numão, preso pela Inquisição de Coimbra, sendo
submetido a tormento, "disse que haverá seis anos, no lugar de Morais,
terras de Bragança, se achou com Manuel Almeida Castro, cristão-novo de lzeda,
casado com Filipa Henriques, de Torre de Moncorvo e se declararam"
seguidores da lei de Moisés.1
Contra o mesmo havia já uma
outra denúncia semelhante àquela, feita por um Álvaro Rodrigues e os
inquisidores de Coimbra decidiram mandar prender Manuel Almeida Castro. Este,
porém, já não residia em Izeda, pois tinha emigrado para Castela. E então, os
inquisidores de Coimbra escreveram para as Inquisições de Toledo e de Cuenca
transcrevendo aquelas denúncias.
Daí resultou a prisão de
Manuel Almeida pelo Tribunal do Santo Oficio de Toledo, um ano depois" - Excerto
"ENTRE O PALÁCIO REAL E AS
MASMORRAS DA SANTA INQUISIÇÃO"
"Inesperadamente, em 3 de
Setembro de 1650, cerca do meio-dia, Manuel Cortiços teve um desmaio e depois
outro, acabando por falecer.
Naturalmente que as exéquias
foram muito solenes. E terá havido cerimónias mais íntimas e menos de acordo
com o rito católico. Para os primeiros gastos, o seu parente e
"asentista" Fernando Montesinos adiantou 2000 cruzados. E 200 mil
reais foram distribuídos em esmolas entre as famílias cristãs-novas mais
necessitadas. Por seu lado, estas pessoas prometiam fazer rezas e jejuns por
alma do falecido - rezas e jejuns judaicos - comentava-se." - Excerto
“António Rodrigues - Sapateiro e passador de Judeus”
“Depois que prenderam seu filho, António Rodrigues meteu-se
a caminho de Coimbra e foi apresentar-se no Tribunal da Inquisição. Ouvido pelo
inquisidor Alexandre da Silva, em 1 de Setembro de 1654, logo começou a contar
sobre as pessoas que tinha ajudado a passar para Castela. E era muito extenso o
seu rol e começara muito antes. Vejam alguns casos” - Excerto
“MANUEL
ÁLVARES
(…)Manuel
era filho de Pêro Álvares, ferrador, este originário de Passos, Mirandela, já
defunto, e de Ana Fernandes, de Vimioso. Tinha 33 anos e continuava solteiro,
tal como seu irmão Francisco e suas irmãs Isabel e Ana. Todos viviam juntos, em
casa da mãe.
Logo
na primeira audiência, ele admitiu que passara muita gente para Castela, mas
sempre entendeu que eles fugiam "por terem lá seus parentes e por outras
conveniências particulares" e se soubesse que eram procurados pela
Inquisição "não os ajudava a fugir, antes os traria” - Excerto
MOGADOURO
- VICENTE ÁLVARES “ROUBADO” EM VIMIOSO
"
... Mogadouro que há muito tempo arde em judaísmo e aonde o Santo Oficio tem
presas mais de 60 pessoas e tem fugidas outras tantas ou mais, para não serem
presas."
Esta
declaração foi produzida e subscrita por cinco dos membros do Conselho da
Inquisição de Coimbra e encontra-se registada no processo de Manuel Álvares, um
"passador de judeus" de Vimioso.” - Excerto
“O
SALTO - OS CAMINHOS E OS ESCONDERIJOS”
“Os
anos de 1650 foram terríveis para a comunidade cristã-nova de Mogadouro. Mais
de uma centena de pessoas daquela terra conheceu então as cadeias do santo
Oficio, com todas as implicações daí resultantes. Em paralelo, registou-se uma
onda nunca vista de gente em fuga para Castela. Uns fugiam para não ser presos,
outros fugiam depois de sair da cadeia, por não aguentarem o peso da ignomínia
espelhada no sambenito que tinham de vestir. Para além das vidas ceifadas, das
torturas do cativeiro, das penas ditadas nas sentenças e de todas as tragédias
pessoais e familiares, foi o desbaratar de fortunas, a ruína de empresas, o
abandono de propriedades e o desvalorizar dos bens de raiz, o empobrecimento da
terra” - Excerto
LUCAS
FERREIRA - TINHAM-LHE ARMADO AS REDES
"Não
cumpriu a ordem de apresentação e foi alvo de vários mandato de captura que não
tiveram efeito. E em 18 de Julho de 1653, o comissário Gaspar de Sá escrevia
para Coimbra o seguinte: Lucas Ferreira
não aparece há mais de seis meses. Tenho-lhe armadas as redes. Queira Deus me
mande uma ocasião para serviço seu. 66 A ocasião chegou, finalmente, um ano
depois e Lucas deu entrada na cadeia pública de Coimbra, em 20 de Julho de
1654," - Excerto
AMARO
FERREIRA - SEI QUE É UM GRANDE LADRÃO
"Cristão-velho,
nascido numa família da nobreza de Vimioso, filho e neto de escrivães das sisas
e servidores de ofícios da Câmara Municipal, Amaro Ferreira meteu-se também de
passador de judeus. Interessante o comentário que sobre ele foi feito pelo
comissário Gaspar de Sá:
-
O que sei das testemunhas é que ele é limpo de geração (...)porém sei e sabe
todo o mundo que é um grande ladrão e se constar que passou algum judeu para
Castela que tivesse culpas, deve ele (Amaro Ferreira) ser castigado com rigor,
para emenda dele e dos mais que passaram judeus para Castela"(. . .) Excerto
RENDEIRO,
AGRICULTOR E INDUSTRIAL DE MOAGEM
"Manuel
de Almeida Castro terá nascido em Bragança, por 1572, sendo filho de António de
Castro (-1595) e de Leonor de Almeida (-1620). Seus avós paternos eram de
Vinhais e chamavam-se Francisco Lopes e Maria Lopes. Manuel Rodrigues de
Almeida e Brites Cardosa, seus avós matemos, eram naturais e moradores em Lisboa,
onde "tratavam de encomendas para o Brasil". Manuel terá casado, já
depois dos 30 anos, com Filipa Henriques, de uma das mais ricas e poderosas
famílias cristãs-novas de Torre de Moncorvo."- Excerto
OS INQUISIDORES – ERAM
TREMENDAMENTE CRUÉIS E EFICIENTES
Em Portugal, atrás dos chamados
autos de fé, ou nos processos do Santo Oficio, pontificavam, sobretudo, os
jesuítas e, naturalmente, os diversos graus do
clero e os juízes da sua confiança. Em Espanha, o mais famoso dos
inquisidores, foi o espanhol Tomás de Torquemada, responsável por diversas
campanhas contra judeus e muçulmanos.
“O Tribunal do Santo Ofício era
uma instituição eclesiástica de carácter "judicial", que tinha por
principal objetivo "inquirir heresias" - daí também ser conhecido
como Inquisição.
As origens desta instituição podem ser encontradas na Idade Média, embora nesse período da História assumisse contornos bem distintos dos desta instituição na época moderna. A repressão dos movimentos heréticos desde sempre foi uma preocupação que afligia tanto os senhores laicos como os senhores eclesiásticos. De início, a Igreja era a responsável pela punição espiritual dessas heresias, que em casos extremos eram reprimidas com a excomunhão dos infratores, excluindo, portanto, a repressão violenta.
As origens desta instituição podem ser encontradas na Idade Média, embora nesse período da História assumisse contornos bem distintos dos desta instituição na época moderna. A repressão dos movimentos heréticos desde sempre foi uma preocupação que afligia tanto os senhores laicos como os senhores eclesiásticos. De início, a Igreja era a responsável pela punição espiritual dessas heresias, que em casos extremos eram reprimidas com a excomunhão dos infratores, excluindo, portanto, a repressão violenta.
(…)Os suspeitos eram
interrogados, e durante este interrogatório tentava apurar-se a sua
culpabilidade ou não através de métodos que podiam incluir a tortura,
relativamente vulgar no sistema penal de então. Em caso de denúncia o nome do
acusador era ocultado e as possibilidades de o réu se defender eram quase
nulas. As sentenças eram lidas em sessão pública, que mais tarde na Península
Ibérica tomou o nome de auto de fé.
Com esta prática, pretendia-se levar o acusado a admitir o seu pecado e mostrar
arrependimento; contudo, no caso de este não se redimir, o tribunal demitia-se
das suas responsabilidades para com o acusado, que era entregue à autoridade
secular, o que significa que este poderia ser condenado à morte sem haver
qualquer desrespeito do direito canónico.- Excertos Tribunal do Santo Ofício
A Inquisição portuguesa, foi criada em 1536 e existiu até 1821. A Inquisição romana ou "Congregação da Sacra, Romana e Universal Inquisição do Santo Ofício" existiu entre 1542 e 1965. O condenado era muitas vezes responsabilizado por uma "crise da fé", pestes, terremotos, doenças e miséria social,3 sendo entregue às autoridades do Estado, para que fosse punido. As penas variavam desde confisco de bens e perda de liberdade, até a pena de morte, muitas vezes na fogueira, método que se tornou famoso, embora existissem outras formas de aplicar a pena. Inquisição –
. Cadeira de Inquisição - O
“herege” deveria sentar-se nu e com mínimo movimento os pregos
penetravam no corpo provocando efeito terrível. Em outras versões, a
cadeira apresentava o assento de ferro, que podia ser aquecido até ficar
em brasas (era aquecido com uma fogueira por baixo) - Net
A Roda Vertical – O “herege” era amarrado com as costas na parte externa da roda. No chão, colocavam-se brasas incandescentes ou laminas cortantes. O carrasco, girando lentamente a roda, fazia com que o réu morresse praticamente "assado” ou de hemorragia. - Net
3. As Esmaga-Cabeças - Compunham-se de um capacete e de uma barra na qual se colocava o queixo do torturado. Em seguida, por meio de um parafuso, ia-se apertando o capacete, comprimindo a cabeça do indivíduo de encontro da barra, no sentido vertical.
A Roda Vertical – O “herege” era amarrado com as costas na parte externa da roda. No chão, colocavam-se brasas incandescentes ou laminas cortantes. O carrasco, girando lentamente a roda, fazia com que o réu morresse praticamente "assado” ou de hemorragia. - Net
3. As Esmaga-Cabeças - Compunham-se de um capacete e de uma barra na qual se colocava o queixo do torturado. Em seguida, por meio de um parafuso, ia-se apertando o capacete, comprimindo a cabeça do indivíduo de encontro da barra, no sentido vertical.
Maria Fernanda Guimarães,
é investigadora na área dos estudos sefarditas, nomeadamente das
comunidades de criptojudeus transmontanas. tendo frequentado o Curso
Superior de Turismo, começou a sua actividade profissional, como
1ªténica em diversas agências de viagem, e, pontualmente, como chefe de
agências, na cidade de Lisboa. Porém, a dada altura, descobriu que a
sua vocação era outra e dedicou-se, a tempo inteiro, à investigação dos
processos da Santa Inquisição, passando longas horas a consultar e a
decifrar manuscritos, num verdadeiro oficio sacerdotal - Ecom sacrificio da própria saúde
Mas, neste caso, para desvendar e tornar públicos, os processo daqueles que foram vítimas da intolerância religiosa. Repartindo a tarefa da coordenação em coautoria com António Júlio Andrade - Pois, para quem já passa tanto tempo na sombra e no silêncio dos arquivos, seria demasiada tarefa ciclópica, também ter que alencar com o trabalho da edição.
Mas, neste caso, para desvendar e tornar públicos, os processo daqueles que foram vítimas da intolerância religiosa. Repartindo a tarefa da coordenação em coautoria com António Júlio Andrade - Pois, para quem já passa tanto tempo na sombra e no silêncio dos arquivos, seria demasiada tarefa ciclópica, também ter que alencar com o trabalho da edição.
"É colaboradora
da Catedra de Estudos Sefarditas “Alberto Benveniste”, desde as suas
primeiras actividades, tendo contribuído com investigação para o
“Dicionário Histórico dos Sefarditas Portugueses – Mercadores e Gente de
Trato – Direcção Cientifica A.A. Marques de Almeida - Campo da
Comunicação – 2009.
Colaboradora,
na área da investigação, na construção do “Genome Project” da
família do Arquitecto canadiano Richard George Henriques.
Colabora,
na área da investigação, para Quinzenário “Terra Quente” onde é
responsável pela página “Entre o Cristianismo e o Judaísmo” desde 1999.
António Júlio Andrade
nasceu em Felgueiras, concelho de Torre de Moncorvo em 10.12.1947, no
seio de uma família modesta de lavradores. Estudou nos seminários de
Vinhais, Bragança e Braga onde concluiu o 2º ano de teologia. Em Outubro
de 1969 iniciou a vida de professor no colégio Campos Monteiro,
matriculando-se no curso de filosofia da universidade do Porto, como
estudante trabalhador. Vida interrompida para cumprir o serviço militar
obrigatório em Mafra, Lamego e Funchal, antes de embarcar para o Norte
de Angola onde serviu como alferes miliciano durante 2 anos, com louvor
do comandante da Região Militar. De regresso a Trás-os-Montes, retomou a
vida de professor provisório do ensino secundário, desenvolvendo em
paralelo actividades nos campos sindical e político, com incursões no
jornalismo. Depois de uma breve passagem pelo centro de documentação da
Ferrominas EP, entrou para os quadros da câmara municipal de Torre de
Moncorvo como funcionário e ali continua como técnico especialista na
Biblioteca Municipal. De 1997 a
2005, foi director do jornal Terra Quente, quinzenário onde, em
parceria com Fernanda Guimarães, continua assegurando a publicação
regular de uma página dedicada ao estudo dos judeus e marranos do
Nordeste Trasmontano, iniciada no ano de 2000 De parceria com a mesma
investigadora tem publicado diversos trabalhos, em várias revistas e
colectâneas, bem como os seguintes livros:
Conhecer
Felgueiras.
* Boletim da
Comissão de Festas de Santa Eufémia – 4 edições.
* Torre de
Moncorvo Notas Toponímicas.
* Quadros
Militares da História de Moncorvo.
* Arquitectos,
Mestres de Obras e Outros Construtores da Vila de Moncorvo.
* Torre de
Moncorvo (1890 – 1905) Vida Política, Cultural e Recreativa.
* História
Política de Torre de Moncorvo 1890 – 1926.
Trabalhos
dos autores
Caminhos
Nordestinos de Judeus e Marranos – página do Jornal Terra Quente de Mirandela
desde 15-04-1999.
Rota dos
Judeus – A Voz do
Nordeste de Bragança.
Poderá a
Fenix Renascer? Contributo para definição de uma “Rota de Judeus” no Nordeste Transmontano – Tese
apresentada ao III Congresso Transmontano – Bragança- 2002
Percursos
de Francisco Lopes Pereira e Gaspar Lopes Pereira, cristãos-novos de Mogadouro – Caderno de Estudos
Sefarditas, n.º 5 2005 – Cátedra de Estudos Sefarditas “Alberto Benveniste” –
Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa.
O Dr.
Francisco da Fonseca Henriques e a sua família na Inquisição de Lisboa - Brigantia – Revista de Cultura –
Volume de homenagem ao Dr. Belarmino Afonso – 2006.
Subsídios
para a História da Inquisição de Torre de Moncorvo – Câmara Municipal de Torre de
Moncorvo 2007.
Os Távoras e
os cristãos-novos no progresso de Mirandela - Actas da IX Jornadas Culturais de
Balsamão - Centro Cultural de Balsamão 2007.
Carção –
Capital do Marranismo – Edição da
Associação Cultural dos Almocreves de Carção – Associação CARAmigo – Junta
freguesia de Carção – Câmara Municipal de Vimioso – 2008.
Contribuição
dos judeus e cristãos-novos no progresso de Vila Flor – Retalhos da História de Vila Flor
– XI Jornadas Culturais de Balsamão – 4 de Outubro de 2008.
A Tormenta
dos Mogadouro na Inquisição de Lisboa – Editora Nova Veja – Lisboa – Câmara Municipal de
Mogadouro – 2009.
Jorge Lopes
Henriques de Carção e alguns familiares processados pela Inquisição. – Revista Almocreve - Edição
da Associação Cultural dos Almocreves de Carção 2009.
Entre a Sede
da Inquisição e o Convento das Portas do Céu de Telheiras – Cadernos Culturais de Telheiras ,
2.ª série, n.º2 Novembro de 2009.
Notas para
um Catecismo Marrano - –
Revista Almocreve - Edição da Associação Cultural dos Almocreves de
Carção 2010 .
Tefillah
cotidiano – Um caderno de Orações marranas - Cadernos Culturais de Telheiras , 2.ª
série, n.º 2 Novembro de 2010.
Os Isidro –
Uma família de cristãos-novos de Torre de Moncorvo.
A aguardar
publicação
Os Almeida
Castro - Uma família de cristãos-novos de Izeda.
Quintela de
Lampaças - Uma missa judaica.
Vimioso anos
de 1650 – Uma rede de passadores de judeus desmantelada pela
Inquisição de Coimbra – II Jornadas de História Local – “Judaísmo e Marranismo.
Duas faces de uma identidade” – Câmara Municipal de Vimioso – Maio de
2009.
3 comentários:
Muito interessante! Obrigado
Obrigado pelas amáveis palavras
De nada, "Peregrino da Luz".
Há muito que acompanho - embora de modo "silencioso" - os seus trabalhos neste Blogue. Confesso que os classifico de grande interesse e nos quais me inspiro aquando dos momentos de reflexão.
Grande Abraço
Paulo
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