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segunda-feira, 14 de julho de 2014

Judeus – “Nas Rotas dos Marranos de Trás-os-Montes” – Milhares julgados e martirizados nos processos da Santa Inquisição – V. Nova de Foz Côa, Moncorvo, Bragança, Mogadouro, Macedo de Cavaleiros, Freixo de Espada à Cinta, Miranda do Douro, Chaves, Vinhais.Vila Flor, entre outras terras – Livro de António Júlio Andrade e Maria Fernanda Guimarães – Âncora Editora

 “Nas Rotas dos Marranos de Trás-os-Montes” - Obra  em coautoria   de António Júlio  Andrade e Maria Fernanda Guimarães  – Numa sessão de autógrafos, promovida pela Âncora Editora, na Feira do Livro, em Lisboa, pudemos registar uma breve entrevista com a investigadora, que passa longas horas na Torre do Tombo.


Por Jorge Trabulo Marques - Jornalista

A ignominiosa perseguição e tortura aos judeus e a todos que não professassem a fé católica, desde curandeiros, pagãos, bruxos, feiticeiras, homossexuais,  tudo o que pudesse soar a heresia - Vista,  numa perspetiva dos tempos atuais, pode parecer-nos  algo incrível ou impossível. Mas aconteceu – E durante vários séculos –  A Inquisição portuguesa, foi criada em 1536 e existiu até 1821 – tendo sido o último processo movido aos maçons - 

Se ainda hoje se mantivesse (embora se mantenha alguma dessa mentalidade) dificilmente a ciência teria avançado como avançou. Por isso, a publicação do livro Diálogo sobre os Dois Maiores Sistemas do Mundo custou a Galileu a instauração de um processo pela Inquisição na sequência do qual ele foi obrigado a negar as suas convicções."

 
"As novas propostas filosóficas ou científicas eram, geralmente, olhadas com desconfiança pela Inquisição que submetia a um regime de censura prévia todas as obras a publicar, criando o Index, catálogo de livros cuja leitura era proibida aos católicos, sob pena de excomunhão. - As pessoas viviam amedrontadas e sabiam que podiam ser denunciadas a qualquer momento sem que houvesse necessariamente razão para isso. na fogueira” Inquisição

"Nas Rotas dos Marranos de Trás-os-Montes”, são reproduzidos excertos de processos , entre outros, da família Almeida Castro (um dos membros era natural de Freixo de Numão e  de uma família, natural  de Bragança, donde emergiram os banqueiros dos Filipes (no período Filipino), assim como   de vários processos de passadores de judeus no Tempo da Restauração.  

Maria Fernanda Guimarães, que, já investigou mil processos, diz que existem tantos nos arquivo,  que ninguém  pode ter a certeza de quantos há. 

Só, referentes ao concelho de Bragança, constam mais de 200o. Foz Côa, considera que também há muitíssimos. 

Os que mais a impressionaram foram os movidos contra as mulheres judias, que, apesar de torturadas,  sabiam resistir às perguntas dos inquisidores, salvaguardando, sobretudo,  a proteção da família, esforçando-se por não a denunciar. E também eram elas que sabiam as orações e  preservar o culto judaico. 

 A contra-capa de "Nas Rotas dos Marranos de Trás-os-Montes" é  documentada com um dos poemas de Jorge Luís Borges -Pois há  estudos que defendem que Jorge Luís Borges tem ascendência portuguesa: que o bisavô de Borges, Francisco, teria nascido em Portugal em 1770 e vivido na localidade de Torre de Moncorvo” – Aliás, o próprio poeta o  admite  nalguns dos seus versos.

Los Marranos

Nada o muy poco sé de mis mayores
Sefarditas, Los Marranos. Vaga gente
Que prossigue en mi carne, oscuramente,
Sus hábitos, rigores y temores.
Tenues como si nunca hubieran sido
Y ajenos a los trámites del arte,
Indescifrablemente forman parte
Del tiempo, de la tierra y del olvido.
Mejor así. Cumplida da faena,
Son Portugal, son la famosa gente
Que forzó las murallas del Oriente
Y se dio al mar al otro mar de arena.
Son el Rey que en el místico desierto
Se perdió y el que jura no ha muerto.

(Jorge Luis Borges, «Los Borges»)

OS JUDEUS OBRIGADOS A PROFESSAR A FÉ CATÓLICA – MUITOS CONTINUARAM A MANTER A SUA CRENÇA EM SEGREDO MAS, DESCOBERTOS, ERAM SEVERAMENTE PUNIDOS, ATÉ Á FOGUEIRA OU AO ENFORCAMENTO
imagem recolhida da Net

Em Nota prévia, de que tomamos a liberdade de transcrever  alguns excertos, a obra começa por referir que, “Com a expulsão dos judeus de Espanha, em 1492, ter-se-ão verificado profundas alterações na paisagem humana de Trás-os-Montes onde entraram e ficaram a viver muitas dezenas de milhares desses refugiados. Calcula-se que só de Zamora para Miranda do Douro, tenham vindo uns 30 mil. Por Chaves terá entrado também um forte contingente  e o mesmo terá acontecido por Freixo de Espada à Cinta
E, acrescentando estes aos que já antes habitavam nas muitas judiarias que estão documentadas, concluir-se-á que uma grande percentagem da população trasmontana no século de 500 era constituída por gente da nação hebreia.

Obrigados a abraçar a religião cristã, eles continuaram, na generalidade, fiéis à crença de seus antepassados, praticando a religião judaica no interior de suas casas, se bem que, pelo exterior, eles procurassem dar provas de cristãos, frequentando as igrejas e mostrando-se cumpridores das regras que lhe impunham. Este comportamento dúplice era, por vezes, perceptível e escandaloso para a população cristã.

Com o argumento de fazer “reduzir” a gente marrana à fé cristã e extinguir definitivamente o judaísmo do reino católico de Portugal, foi criado o tribunal da Inquisição.

Olhemos, porém, com um pouco mais de atenção  para aquela paisagem humana e facilmente verificamos que a tensão  entre os dois elementos da sociedade transmonstana não resultava apenas  da questão religiosa . Havia muitos problemas derivados da economia, com os cristãos a queixarem-se  dos exploradores e "agiotas" judeus. E havia também lutas políticas e tensões sociais muito intensas, s ebem que, geralmente,  surdas e recalcadas e, por isso mesmo, mais duradouras e difíceis de resolver.


E se a Inquisição foi apresentada (e continua por muita gente a ser considerada) como um tribunal da fé e um instrumento da igreja católica, a verdade é que ela foi também uma espécie de "partido político" (talvez até o partido único de suporte ao poder) e de "tribunal constitucional", para usarmos a linguagem dos nossos dias. Ao menos é isso o que para nós resulta da leitura de largas centenas de processos que já fizemos. 

Com efeito, para se entrar numa universidade, para se conseguir um emprego público, para se ser padre, para desempenhar um cargo de vereador ou para se obter um titulo de nobreza era indispensável apresentar documento passado pela Inquisição, atestando que não linha o requerente qualquer gota de sangue judeu até à quarta ou quinta geração. 

Por outro lado, para se fazer carreira política, o caminho normal, porque mais fácil, era a militância no "partido da Inquisição". (...) - Excerto

 JULGAMENTOS, FUGAS E PERSEGUIÇÕES – UMA OBRA QUE TRAZ  À LUZ DA ATUALIDADE. ALGUMAS PASSAGENS DO PERÍODO DA  MAIS TENEBROSA INTOLERÃNCIA RELIGIOSA EM PORTUGAL.

“Em Vila Flor, por exemplo, em apenas duas décadas, a quarta parte dos moradores deixou a terra, reduzindo-se de 400 para 300 o número de seus agregados familiares (fogos), o que levou Carvalho da Costa a escrever: 
- Foi em algum tempo maior e mais rica povoação, porque os muitos homens da nação hebreia que a habitavam e faziam mais populosa, e com seus tratos e comércios a enriqueciam, e ao presente, com a sua ausência, se acham arruinadas mui/as casas?
A informação enviada pelas próprias autoridades camarárias, em 1721, para a Academia Real de História era ainda mais expressiva, pois nela se dizia:
Foi povoação de 500 vizinhos e hoje se acha tão diminuta que tem somente 259, a respeito dos inumeráveis cristãos-novos que dela se expulsaram, não sem notável detrimento dos mais moradores.

Bragança e Torre de Moncorvo foram outras terras igualmente martirizadas pela Inquisição. Tal como Chacim e Mogadouro que, no ano de 1652, por exemplo, contava umas 6 dezenas de seus marranos metidos nos calabouços da Inquisição. Sobre esta terra, foram os próprios inquisidores de Coimbra que fizeram escrever o seguinte testemunho:
 É terra que arde em judaísmo, onde a Inquisição tem presas mais de 60 pessoas e outras tantas ou mais andam fugidas para nela serem presas."

 OBRA DISTRIBUÍDA  POR 24 PROCESSOS PESQUISADOS  -IMPRESSIONANTES!

(imagens recolhidas da Net de objetos de tortura)

 

Impressionantes os  testemunhos, que o  livro apresenta - Obra que vale a pena ser  lida e consultada - Seja por transmontanos, seja por quem se interessar em conhecer alguns dos aspetos da intolerância religiosa, paciente e laboriosamente arrancados à poeira dos aquivos - Sem com isto pretendermos abusar da liberdade tomada - até para despertar ainda o maior interesse pela sua leitura - vamos de seguida transcrever mais alguns excertos.

MANUEL ALMEIDA CASTRO - PRESO EM TOLEDO E EM COIMBRA  (de Freixo de Numão)

(imagem recolhida da Net) 

"Em Setembro de 1618, um tal Pêro de Matos, de Freixo de Numão, preso pela Inquisição de Coimbra, sendo submetido a tormento, "disse que haverá seis anos, no lugar de Morais, terras de Bragança, se achou com Manuel Almeida Castro, cristão-novo de lzeda, casado com Filipa Henriques, de Torre de Moncorvo e se declararam" seguidores da lei de Moisés.1

Contra o mesmo havia já uma outra denúncia semelhante àquela, feita por um Álvaro Rodrigues e os inquisidores de Coimbra decidiram mandar prender Manuel Almeida Castro. Este, porém, já não residia em Izeda, pois tinha emigrado para Castela. E então, os inquisidores de Coimbra escreveram para as Inquisições de Toledo e de Cuenca transcrevendo aquelas denúncias.
Daí resultou a prisão de Manuel Almeida pelo Tribunal do Santo Oficio de Toledo, um ano depois" - Excerto



"ENTRE O PALÁCIO REAL E AS MASMORRAS DA SANTA INQUISIÇÃO"

"Inesperadamente, em 3 de Setembro de 1650, cerca do meio-dia, Manuel Cortiços teve um desmaio e depois outro, acabando por falecer.

Naturalmente que as exéquias foram muito solenes. E terá havido cerimónias mais íntimas e menos de acordo com o rito católico. Para os primeiros gastos, o seu parente e "asentista" Fernando Montesinos adiantou 2000 cruzados. E 200 mil reais foram distribuídos em esmolas entre as famílias cristãs-novas mais necessitadas. Por seu lado, estas pessoas prometiam fazer rezas e jejuns por alma do falecido - rezas e jejuns judaicos - comentava-se." - Excerto  

(imagem recolhida da Net)


“António Rodrigues - Sapateiro e passador de Judeus”

Depois que prenderam seu filho, António Rodrigues meteu-se a caminho de Coimbra e foi apresentar-se no Tribunal da Inquisição. Ouvido pelo inquisidor Alexandre da Silva, em 1 de Setembro de 1654, logo começou a contar sobre as pessoas que tinha ajudado a passar para Castela. E era muito extenso o seu rol e começara muito antes. Vejam alguns casos” - Excerto

MANUEL ÁLVARES

(…)Manuel era filho de Pêro Álvares, ferrador, este originário de Passos, Mirandela, já defunto, e de Ana Fernandes, de Vimioso. Tinha 33 anos e continuava solteiro, tal como seu irmão Francisco e suas irmãs Isabel e Ana. Todos viviam juntos, em casa da mãe.
Logo na primeira audiência, ele admitiu que passara muita gente para Castela, mas sempre entendeu que eles fugiam "por terem lá seus parentes e por outras conveniências particulares" e se soubesse que eram procurados pela Inquisição "não os ajudava a fugir, antes os traria”  - Excerto

MOGADOURO - VICENTE ÁLVARES “ROUBADO” EM VIMIOSO

" ... Mogadouro que há muito tempo arde em judaísmo e aonde o Santo Oficio tem presas mais de 60 pessoas e tem fugidas outras tantas ou mais, para não serem presas."
Esta declaração foi produzida e subscrita por cinco dos membros do Conselho da Inquisição de Coimbra e encontra-se registada no processo de Manuel Álvares, um "passador de judeus" de Vimioso.” - Excerto

“O SALTO - OS CAMINHOS E OS ESCONDERIJOS”
“Os anos de 1650 foram terríveis para a comunidade cristã-nova de Mogadouro. Mais de uma centena de pessoas daquela terra conheceu então as cadeias do santo Oficio, com todas as implicações daí resultantes. Em paralelo, registou-se uma onda nunca vista de gente em fuga para Castela. Uns fugiam para não ser presos, outros fugiam depois de sair da cadeia, por não aguentarem o peso da ignomínia espelhada no sambenito que tinham de vestir. Para além das vidas ceifadas, das torturas do cativeiro, das penas ditadas nas sentenças e de todas as tragédias pessoais e familiares, foi o desbaratar de fortunas, a ruína de empresas, o abandono de propriedades e o desvalorizar dos bens de raiz, o empobrecimento da terra” - Excerto

LUCAS FERREIRA - TINHAM-LHE ARMADO AS REDES

"Não cumpriu a ordem de apresentação e foi alvo de vários mandato de captura que não tiveram efeito. E em 18 de Julho de 1653, o comissário Gaspar de Sá escrevia para Coimbra o seguinte:  Lucas Ferreira não aparece há mais de seis meses. Tenho-lhe armadas as redes. Queira Deus me mande uma ocasião para serviço seu. 66 A ocasião chegou, finalmente, um ano depois e Lucas deu entrada na cadeia pública de Coimbra, em 20 de Julho de 1654,"  - Excerto

AMARO FERREIRA - SEI QUE É UM GRANDE LADRÃO

"Cristão-velho, nascido numa família da nobreza de Vimioso, filho e neto de escrivães das sisas e servidores de ofícios da Câmara Municipal, Amaro Ferreira meteu-se também de passador de judeus. Interessante o comentário que sobre ele foi feito pelo comissário Gaspar de Sá:
- O que sei das testemunhas é que ele é limpo de geração (...)porém sei e sabe todo o mundo que é um grande ladrão e se constar que passou algum judeu para Castela que tivesse culpas, deve ele (Amaro Ferreira) ser castigado com rigor, para emenda dele e dos mais que passaram judeus para Castela"(. . .) Excerto

RENDEIRO, AGRICULTOR E INDUSTRIAL DE MOAGEM

"Manuel de Almeida Castro terá nascido em Bragança, por 1572, sendo filho de António de Castro (-1595) e de Leonor de Almeida (-1620). Seus avós paternos eram de Vinhais e chamavam-se Francisco Lopes e Maria Lopes. Manuel Rodrigues de Almeida e Brites Cardosa, seus avós matemos, eram naturais e moradores em Lisboa, onde "tratavam de encomendas para o Brasil". Manuel terá casado, já depois dos 30 anos, com Filipa Henriques, de uma das mais ricas e poderosas famílias cristãs-novas de Torre de Moncorvo."- Excerto





OS INQUISIDORES – ERAM TREMENDAMENTE CRUÉIS E EFICIENTES

Em Portugal, atrás dos chamados autos de fé, ou nos processos do Santo Oficio, pontificavam, sobretudo, os jesuítas e, naturalmente, os diversos graus do  clero e os juízes da sua confiança. Em Espanha, o mais famoso dos inquisidores, foi o espanhol Tomás de Torquemada, responsável por diversas campanhas contra judeus e muçulmanos. 

“O Tribunal do Santo Ofício era uma instituição eclesiástica de carácter "judicial", que tinha por principal objetivo "inquirir heresias" - daí também ser conhecido como Inquisição.
As origens desta instituição podem ser encontradas na Idade Média, embora nesse período da História assumisse contornos bem distintos dos desta instituição na época moderna. A repressão dos movimentos heréticos desde sempre foi uma preocupação que afligia tanto os senhores laicos como os senhores eclesiásticos. De início, a Igreja era a responsável pela punição espiritual dessas heresias, que em casos extremos eram reprimidas com a excomunhão dos infratores, excluindo, portanto, a repressão violenta.

(…)Os suspeitos eram interrogados, e durante este interrogatório tentava apurar-se a sua culpabilidade ou não através de métodos que podiam incluir a tortura, relativamente vulgar no sistema penal de então. Em caso de denúncia o nome do acusador era ocultado e as possibilidades de o réu se defender eram quase nulas. As sentenças eram lidas em sessão pública, que mais tarde na Península Ibérica tomou o nome de auto de fé.
Com esta prática, pretendia-se levar o acusado a admitir o seu pecado e mostrar arrependimento; contudo, no caso de este não se redimir, o tribunal demitia-se das suas responsabilidades para com o acusado, que era entregue à autoridade secular, o que significa que este poderia ser condenado à morte sem haver qualquer desrespeito do direito canónico.- Excerto
s
Tribunal do Santo Ofício


A Inquisição portuguesa, foi criada em 1536 e existiu até 1821. A Inquisição romana ou "Congregação da Sacra, Romana e Universal Inquisição do Santo Ofício" existiu entre 1542 e 1965.  O condenado era muitas vezes responsabilizado por uma "crise da fé", pestes, terremotos, doenças e miséria social,3 sendo entregue às autoridades do Estado, para que fosse punido. As penas variavam desde confisco de bens e perda de liberdade, até a pena de morte, muitas vezes na fogueira, método que se tornou famoso, embora existissem outras formas de aplicar a pena. Inquisição –


. Cadeira de Inquisição - O “herege” deveria sentar-se nu e com mínimo movimento os pregos penetravam no corpo provocando efeito terrível. Em outras versões, a cadeira apresentava o assento de ferro, que podia ser aquecido até ficar em brasas (era aquecido com uma fogueira por baixo) - Net



 A Roda Vertical O “herege” era amarrado com as costas na parte externa da roda. No chão, colocavam-se brasas incandescentes ou laminas cortantes. O carrasco, girando lentamente a roda, fazia com que o réu morresse praticamente "assado” ou de hemorragia. - Net





3. As Esmaga-Cabeças - Compunham-se de um capacete e de uma barra na qual se colocava o queixo do torturado. Em seguida, por meio de um parafuso, ia-se apertando o capacete, comprimindo a cabeça do indivíduo de encontro da barra, no sentido vertical.



Maria Fernanda Guimarães, é investigadora  na área dos  estudos sefarditas, nomeadamente das comunidades  de criptojudeus transmontanas. tendo frequentado o Curso Superior de Turismo, começou a sua actividade profissional, como 1ªténica em diversas agências de viagem, e, pontualmente, como chefe de agências, na cidade de Lisboa.  Porém, a dada altura, descobriu que a sua vocação era outra e dedicou-se, a tempo inteiro, à investigação dos processos da Santa Inquisição, passando longas horas a consultar e a decifrar manuscritos, num verdadeiro oficio sacerdotal - Ecom sacrificio da própria saúde

Mas, neste caso, para desvendar e tornar públicos, os  processo daqueles que foram vítimas da intolerância religiosa. Repartindo a tarefa da  coordenação em coautoria com António Júlio Andrade - Pois, para  quem já passa tanto  tempo na sombra e no  silêncio dos arquivos, seria demasiada tarefa ciclópica,  também  ter que alencar com o trabalho da edição.


"É colaboradora da Catedra de Estudos Sefarditas  “Alberto Benveniste”,  desde as suas primeiras actividades,  tendo contribuído com investigação para o “Dicionário Histórico dos Sefarditas Portugueses – Mercadores e Gente de Trato – Direcção Cientifica A.A. Marques de Almeida -  Campo da Comunicação – 2009.
Colaboradora,   na área da investigação,   na construção do “Genome Project”  da  família do Arquitecto  canadiano Richard George Henriques.
Colabora, na área da investigação,    para  Quinzenário “Terra Quente” onde é responsável pela página “Entre o Cristianismo e o Judaísmo” desde 1999.


António Júlio Andrade nasceu em Felgueiras, concelho de Torre de Moncorvo em 10.12.1947, no seio de uma família modesta de lavradores. Estudou nos seminários de Vinhais, Bragança e Braga onde concluiu o 2º ano de teologia. Em Outubro de 1969 iniciou a vida de professor no colégio Campos Monteiro, matriculando-se no curso de filosofia da universidade do Porto, como estudante trabalhador. Vida interrompida para cumprir o serviço militar obrigatório em Mafra, Lamego e Funchal, antes de embarcar para o Norte de Angola onde serviu como alferes miliciano durante 2 anos, com louvor do comandante da Região Militar. De regresso a Trás-os-Montes, retomou a vida de professor provisório do ensino secundário, desenvolvendo em paralelo actividades nos campos sindical e político, com incursões no jornalismo. Depois de uma breve passagem pelo centro de documentação da Ferrominas EP, entrou para os quadros da câmara municipal de Torre de Moncorvo como funcionário e ali continua como técnico especialista na Biblioteca Municipal. De 1997 a 2005, foi director do jornal Terra Quente, quinzenário onde, em parceria com Fernanda Guimarães, continua assegurando a publicação regular de uma página dedicada ao estudo dos judeus e marranos do Nordeste Trasmontano, iniciada no ano de 2000 De parceria com a mesma investigadora tem publicado diversos trabalhos, em várias revistas e colectâneas, bem como os seguintes livros:
 
Conhecer Felgueiras.
* Boletim da Comissão de Festas de Santa Eufémia – 4 edições.
* Torre de Moncorvo Notas Toponímicas.
* Quadros Militares da História de Moncorvo.
* Arquitectos, Mestres de Obras e Outros Construtores da Vila de Moncorvo.
* Torre de Moncorvo (1890 – 1905) Vida Política, Cultural e Recreativa.
* História Política de Torre de Moncorvo 1890 – 1926.
 
Trabalhos dos autores

Caminhos Nordestinos de Judeus e Marranos – página do Jornal Terra Quente de Mirandela desde  15-04-1999.
Rota dos Judeus – A Voz do Nordeste de Bragança.
Poderá a Fenix Renascer? Contributo para definição de uma “Rota de Judeus” no Nordeste Transmontano – Tese apresentada  ao III Congresso Transmontano – Bragança- 2002
Percursos  de Francisco Lopes Pereira e Gaspar Lopes Pereira, cristãos-novos de Mogadouro – Caderno de Estudos  Sefarditas, n.º 5 2005 – Cátedra de Estudos Sefarditas “Alberto Benveniste” – Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa.
O Dr. Francisco da Fonseca Henriques e a sua família na Inquisição de Lisboa - Brigantia – Revista de Cultura – Volume de homenagem ao Dr. Belarmino Afonso – 2006.
Subsídios para a História da Inquisição de Torre de Moncorvo – Câmara Municipal de Torre de Moncorvo 2007.
Os Távoras e os cristãos-novos no progresso de Mirandela  - Actas da IX Jornadas Culturais  de Balsamão - Centro Cultural de Balsamão 2007.
Carção – Capital do Marranismo – Edição da Associação Cultural dos Almocreves de Carção – Associação CARAmigo – Junta freguesia de Carção – Câmara Municipal de Vimioso – 2008.
Contribuição dos judeus e cristãos-novos no progresso de Vila Flor – Retalhos da História de Vila Flor – XI Jornadas  Culturais de Balsamão – 4 de Outubro de 2008.
A Tormenta dos Mogadouro na Inquisição de Lisboa – Editora Nova Veja – Lisboa – Câmara Municipal de Mogadouro – 2009.
Jorge Lopes Henriques  de Carção e alguns familiares processados pela Inquisição. – Revista Almocreve  - Edição da Associação Cultural dos Almocreves de Carção 2009.
Entre a Sede da Inquisição e o Convento das Portas do Céu de Telheiras – Cadernos Culturais de Telheiras , 2.ª série, n.º2 Novembro de 2009.
Notas para um Catecismo Marrano  - – Revista Almocreve  - Edição da Associação Cultural dos Almocreves de Carção 2010 .
Tefillah cotidiano – Um caderno de Orações marranas  -  Cadernos Culturais de Telheiras , 2.ª série, n.º 2 Novembro de 2010.
Os Isidro – Uma família de cristãos-novos de Torre de Moncorvo.

A aguardar publicação

Os Almeida Castro - Uma família de cristãos-novos de Izeda.
Quintela de Lampaças -  Uma missa judaica.
Vimioso anos de 1650 – Uma rede de passadores de judeus  desmantelada pela  Inquisição de Coimbra – II Jornadas de História Local – “Judaísmo e Marranismo. Duas faces  de uma identidade” – Câmara Municipal de Vimioso – Maio de 2009.

3 comentários:

Paulo disse...

Muito interessante! Obrigado

Peregrino da Luz disse...

Obrigado pelas amáveis palavras

Paulo disse...

De nada, "Peregrino da Luz".
Há muito que acompanho - embora de modo "silencioso" - os seus trabalhos neste Blogue. Confesso que os classifico de grande interesse e nos quais me inspiro aquando dos momentos de reflexão.
Grande Abraço
Paulo