"Estamos
aqui em ocupação 'artivista' do Museu Nacional de Arte Contemporânea. Estamos a
ocupar o Museu em defesa do Museu e não contra o Museu», disse o artista, na
abertura da exposição, que procura demonstrar que o protesto político também é
arte."
MANIFESTO "ARTIVISTA" EM DEFESA DA ARTE E DA CULTURA
(atualização) PÚBLICO – Hoje – “Aquilo que devia ser
uma performance artística
acabou por tornar-se numa acção de protesto. Esta sexta-feira à noite, cerca de
40 pessoas ocuparam o Museu de Arte Contemporânea – Museu do Chiado (MNAC), em
Lisboa, para surpresa da direcção da instituição, num protesto que alertava
para a situação actual que o sector cultural atravessa. Este sábado, o museu
está a funcionar normalmente depois de os últimos manifestantes terem
abandonado o local cerca das 10h e de as autoridades terem sido chamadas.
(...)
David Santos, que inicialmente desvalorizou a acção, escusa-se a comentar as
ideias defendidas no protesto, lamentando a decisão de Rui Mourão de avançar
com esta ocupação “pacífica mais activa”, como defendeu o artista. “Da nossa
parte, o Rui Mourão teve toda a transparência e mesmo assim decidiu surpreender-nos
com este acto, quebrou-se obviamente a confiança”Museu do Chiado esteve ocupado toda a noite
QUEM NÃO ACHOU GRAÇA NENHUMA À PERFORMANCE FORAM OS VIGILANTES QUE EXIBIRAM SEMPRE UM AR AGASTADO E CONTRARIADO - TALVEZ NA EXPETATIVA DE QUE ALGUMA AUTORIDADE OS VIESSE AJUDAR A RETOMAR A ROTINA HABITUAL
"ACESSO GRATUITO AOS MUSEUS TODOS OS DOMINGOS" "OS MIRÓS SÃO NOSSOS" "A ARTE NÃO É MERCADORIA " e "A CULTURA NÃO É UM LUXO" - "MINISTÉRIO DA CULTURA, JÁ!" - Alguns dos slogans afixados nos cartazes
«Politicamente, enquanto público e enquanto criadores de cultura, estamos verdadeiramente indignados - muito indignados mesmo - com a desvalorização a que estão votados os museus, as bibliotecas, os arquivos, o teatro, o cinema, a dança, a ópera, as artes visuais, o património cultural deste país e a sua criação contemporânea», Lusa
Exposição do artista plástico Rui Mourão – Com manifesto literário e cénico – Com apresentação de um ensaio sobre “Artivismo” , a acompanhado da exibição de um vídeo e performance
«Politicamente, enquanto público e enquanto criadores de cultura, estamos verdadeiramente indignados - muito indignados mesmo - com a desvalorização a que estão votados os museus, as bibliotecas, os arquivos, o teatro, o cinema, a dança, a ópera, as artes visuais, o património cultural deste país e a sua criação contemporânea», Lusa
Exposição do artista plástico Rui Mourão – Com manifesto literário e cénico – Com apresentação de um ensaio sobre “Artivismo” , a acompanhado da exibição de um vídeo e performance
Escreveu um ensaio de artivismo, baseado nas suas
reflexões e conteúdos da vídeo instalação, que apresentou com um vídeo e
performance – Exposição esta que, Rui Mourão, intitulou de “Os nossos
sonhos não cabem nas vossas urnas", patente no Museu do Chiado entre 5 de julho
e 28 de novembro de 2014 .
Entre outros obetivos, pretende assumir-se com a tentativa de apresentação de metodologias simples e eficazes de contrapoder artístico-ativista (tomando exemplos concretos já realizados e documentados) que se podem aplicar na esfera pública com vista a serem úteis à comunidade.
Entre outros obetivos, pretende assumir-se com a tentativa de apresentação de metodologias simples e eficazes de contrapoder artístico-ativista (tomando exemplos concretos já realizados e documentados) que se podem aplicar na esfera pública com vista a serem úteis à comunidade.
Quem parecia, no entanto, não ter
gostado do manifesto artivista, embora
pacifista de Rui Mourão
e da presença de meia centena de convidados e curiosos, que ali foram atraídos, pareceu-me que teriam sido os vigilantes. Pelos
vistos - não só no meu caso - também eles foram apanhados de surpresa. Pois, na verdade, passando já da meia noite -a quem, como eles, estando
habituado ao silêncio austero de um museu, tal movimento desusado, não lhe soaria estranhíssimo aos ouvidos.
PROTESTO BEM ESTUDADO E ENCENADO
Não é todas as noites que o hall de um museu é transformado num acampamento de sacos camas, onde cada qual se pode dar ao luxo bebericar, colar cartazes na parede e exteriorizar o seu protesto à medida da sua imaginação - Mas aconteceu no Museu Nacional de Arte Contemporânea. - Neste caso numa ocupação 'artivista' em defesa do Museu e não contra o Museu», disse o artista, na abertura da exposição, que procura demonstrar que o protesto político também é arte. - Quem lá estava sabia porque ali estava - Quem chegasse, depois das portas fechadas - depois da meia-noite - e com todo aquele aparato de cartazes, tal foi o nosso caso, é que ficaria surpreendido.
A CULPA DE EU ALI TER IDO É DO PINTOR JOÃO NEVES DE Ó - MAS NÃO DEI POR PERDIDO O TEMPO E A SURPRESA
O meu amigo, pintor João Neves de Ó, ao passar frente ao museu, vindo do
seu atelier, já depois da meia noite, achando estranho que àquela hora, ainda
houvesse um certo movimento de pessoas no seu interior, mas sobretudo atraído
pelos cartazes reivindicativos que estavam colados na parede e nas portas
da entrada, conhecendo um dos vigilantes, aproxima-se da porta e indaga
sobre o que se passa, ele, talvez porque ainda não estivesse suficientemente
informado do simbolismo do protesto artivista e pacifista, responde-lhe
que tinha ali havido uma ocupação.
De seguida telefona-me a comunicar: "Jorge
vou dar-te uma notícia em primeira mão: "um grupo de manifestantes entrou
nas instalações do Museu do Chiado e ninguém quer de lá sair. Disse-me há
pouco vigilante. Certamente que deve estar por aí a chegar a polícia - Colaram
cartazes à porta e lá dentro"
De imediato, peguei na máquina fotográfica,
apanho o metro e desloco-me até lá.
Entrevistei o autor da performance e outros participantes, inicialmente, um tanto ou quanto confuso, sem verdadeiramente compreender o alcance do que ali se estava a passar.
De uma coisa, porém, logo me apercebi: de que não havia quaisquer sinais de policiamento exterior ( e o comando da PSP, até se situa bem perto) e que a manifestação, lá pelo interior, não só me parecia pacífica como assumia foros de recatatado convívio mas, simultaneamente, de insólito acampamento - Pois, mesmo por detrás das grades, não me foi difícil descobrir vários sacos camas estendidos pelo átrio. Uns sentados nas escadas ou deitados sobre os colchões,, outros girando de um lado para outro ou recostados, conversando, animadamente, fumando ou bebericando de copos pela mão. E é desse surpreende manifesto "artivista" que aqui lhe deixo o inesperado registo.
Entrevistei o autor da performance e outros participantes, inicialmente, um tanto ou quanto confuso, sem verdadeiramente compreender o alcance do que ali se estava a passar.
De uma coisa, porém, logo me apercebi: de que não havia quaisquer sinais de policiamento exterior ( e o comando da PSP, até se situa bem perto) e que a manifestação, lá pelo interior, não só me parecia pacífica como assumia foros de recatatado convívio mas, simultaneamente, de insólito acampamento - Pois, mesmo por detrás das grades, não me foi difícil descobrir vários sacos camas estendidos pelo átrio. Uns sentados nas escadas ou deitados sobre os colchões,, outros girando de um lado para outro ou recostados, conversando, animadamente, fumando ou bebericando de copos pela mão. E é desse surpreende manifesto "artivista" que aqui lhe deixo o inesperado registo.
“TELEFONEI A UM
JORNALISTA MEU AMIGO DO DIÁRIO DE NOTICIAS MAS DISSE-ME QUE NÃO PODIA DAR A
NOTICIA PORQUE HAVIA SIDO INFORMADO HOJE DE QUE TINHA SIDO DESPEDIDO"
Ainda supondo
tratar-se de um protesto a sério e não da tal forma artivista, perguntei ao
autor da performance se ainda não tinha sido contatado por mais jornalistas. Respondeu-me
que havia telefonado a um amigo no DN mas que lhe respondera que havia sido despedido. Sim, mas a Lusa teve
conhecimento -
Mesmo assim,
pese a explicação recolhida à porta do
citado museu, só em casa – e depois de ter consultado a informação ao artista que divulgara
na Net, e também pela noticia veiculada pela Lusa, pude compreender qual
os contornos e o alcance da sua performance. “em defesa do
direito à Cultura”
Refere a
noticia, que, “ numa sequência de diálogo com a assistência, o diretor da
instituição, David Santos, disse que esta não era «uma ação correta» e afirmou
que o artista tinha quebrado a confiança.
No início da sessão, o diretor do MNAC-MC dissera à Lusa que não estava a ver o seu museu ocupado. «Tratando-se de uma exposição de Rui Mourão, seria de estranhar que não houvesse nada», afirmou David Santos, enquadrando o protesto «numa reflexão que é absolutamente admissível e dentro de uma lógica artística».
"Com a instalação multimédia «Os Nossos Sonhos Não Cabem Nas Vossas Urnas», o artista tem por objetivo demonstrar que as novas formas de protesto político, no espaço público, se cruzam de «forma significativa» com a arte.
No início da sessão, Rui Mourão exigiu «mais dinheiro para a área cultural, artística e patrimonial».
Arte Rui Mourão ea "ocupação artivista" do Museu do Chiado
REACÇÕES
No início da sessão, o diretor do MNAC-MC dissera à Lusa que não estava a ver o seu museu ocupado. «Tratando-se de uma exposição de Rui Mourão, seria de estranhar que não houvesse nada», afirmou David Santos, enquadrando o protesto «numa reflexão que é absolutamente admissível e dentro de uma lógica artística».
"Com a instalação multimédia «Os Nossos Sonhos Não Cabem Nas Vossas Urnas», o artista tem por objetivo demonstrar que as novas formas de protesto político, no espaço público, se cruzam de «forma significativa» com a arte.
No início da sessão, Rui Mourão exigiu «mais dinheiro para a área cultural, artística e patrimonial».
Arte Rui Mourão ea "ocupação artivista" do Museu do Chiado
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