O mérito de Francisco Pinto Balsemão, quer no jornalismo quer na vida empresarial e politica, sim, do antigo Primeiro-Ministro, é publicamente conhecido, dispensa ser pormenorizado, pelo que esta nossa iniciativa, em homenagearmos o seu nome e o seu exemplar percurso, é mais um gesto simbólico, num lugar muito especial do nosso país e no mesmo mês em que acaba de completar os seus 85 anos.
O fundador do "Expresso" e da SIC, antigo primeiro-ministro, Francisco José Pereira Pinto Balsemão, tido como muito, muito trabalhador charmoso, educadíssimo, e nada esbanjador, nasceu a 1 de setembro de 1937 em Lisboa é o único filho de Henrique Patrício Pinto Balsemão, nascido em 9 de Setembro de 1897, na freguesia de Alfaiates, no concelho de Sabugal, distrito da Guarda e de Maria Adelaide van Zeller de Castro Pereira, natural de Sintra, 11de Agosto de 1897
Em 2022, a SIC assinala o seu 30º aniversário. No mesmo ano, Francisco Pinto Balsemão completa 85 anos e, no ano seguinte, o semanário "Expresso" celebrará meio século no mercado.
Nos últimos anos do Estado Novo, mais precisamente após as eleições legislativas de 1969, torna-se deputado independente à AN pelo círculo da Guarda, berço da família paterna, representando a Ala Liberal, juntamente com José Pedro Pinto Leite, Sá Carneiro, Magalhães Mota, Mota Amaral, Miller Guerra, entre outros, que lutavam pela abertura do regime à democracia. Demitiu-se desse cargo após a saída de Sá Carneiro, em 1973.
Após o 25 de Abril de 1974, ao lado de Francisco Sá Carneiro e Joaquim Magalhães Mota, Pinto Balsemão foi um dos três membros fundadores do Partido Popular Democrático (PPD), actual PSD. Foi deputado eleito à Assembleia Constituinte, de 1975 a 1976, e seu vice-presidente, e à Assembleia da República, eleito em 1979, 1980 e 1985.
Com a vitória da Aliança Democrática nas legislativas de 1979, estreou-se no governo, como Ministro de Estado Adjunto do Primeiro-ministro no VI Governo Constitucional (1980-1981), chefiado por Francisco Sá Carneiro. Com a morte deste, em dezembro de 1980, no trágico Acidente de Camarate, Pinto Balsemão viria a ocupar o cargo de primeiro-ministro do VII Governo Constitucional (1981) e do VIII Governo Constitucional (1981-1983), ainda com o apoio da AD (coligação entre o PSD, o Centro Democrático Social e o Partido Popular Monárquico).
Durante a campanha para as legislativas de 1969, pelo distrito da Guarda, de origem paterna mas que ainda mal conhecia, “nos seus discursos, falava do problema da «efetiva aplicação dos direitos, liberdades e garantidas» ou da «possível instauração de partidos políticos». E embora não fosse tão rebelde como Sá Carneiro, para lá caminhava, recorda Joaquim Vieira, na biografia que editou por sua iniciativa.
Mas dele e dessas andanças pelo distrito da Guarda, ainda há quem se recorde, e muito bem. É o caso de António Gouveia
António dos Santos Aguiar Gouveia, mais conhecido por António Gouveia,Eng Técnico Agrícola, é um dos autarcas da região duriense e da beira-transmontana, distrito da Guarda, nascido a 1 de Janeiro de 1944 em Vila Nova de Foz Côa, aquele que mais tempo esteve à frente dos destinos do município foz-coense, ao qual se devem as principais obras estruturantes do concelho e a sua grande dedicação, na presidência
da Santa Casa da Misericórdia de Foz Côa
O seu nome, na polémica das gravuras,
foi muito falado, mas, segundo já confessou, para ele – e também para a grande
generalidade da população do concelho, desconhecia a importância da então chamada
arte rupestre, considerando que, só mais tarde, enquanto deputado na AR, na
troca de impressões com o Diretor do Museu da AR, é que ele lhe deu a noção de toda essa
descoberta. Tendo concluído que era um
património de grande interesse para a região e uma descoberta histórica.
No entanto, apesar da polémica, a
população voltou a elegê-lo para o quarto mandato e com larga maioria, sinal de
que as pessoas achavam que ele estava em condições de continuar a servir os
interesses dos concelho
Reencontrámo-lo, por um feliz acaso, na sua cidade natal, em finais do passado mês de Agosto - No espontâneo e breve diálogo, que tivemos o prazer de estabelecer com ele, recordou-nos a memória de Soares Carneiro, com o qual partilharam as mesmas preocupações, enquanto deputados da AN, pelo círculo da Guarda, antes de ingressar na vida autárquica, que se prolongaria ao longo de 16 anos, desde 1985-2001
Agora, com os problemas da sua saúde, próprios da sua idade, mas, sobretudo, por via do desgaste de quem muito se dedicou à causa pública, notámos que os melhores dias são aqueles que o transportam às suas mais recuadas memórias
"Corri todas as aleias, participando nos seus convívios e nas suas festas espetaculares, recordando que tinha em cada fozocense um amigo" - Confessou-nos
Convidámo-lo a participar na celebração do Equinócio do Outono, no próximo dia 23, pelas 08 horas – Mostrou-se disponivel, embora por razões de apoio familiar, com o condicionamento de ultimamente ter ter passado a residir mais tempo em Coimbra de que em Foz Côa, prometendo-nos, no entanto, ir fazer os possíveis por nos honrar com a sua presença
VINDE E SEDE BEM-VINDO! “Não foi sem razão que os antigos Persas edificaram
as aras nos mais elevados lugares, no cume
das montanhas que contemplam a terra, e assim escolhem
um templo verdadeiro e sem muros, onde encontram
o Espírito para quem tão pequeno é o valor dos santuários
erguidos pelas nossas mãos. Vinde então comparar
colunas e altares de ídolos, góticos ou gregos,
com os lugares sagrados da Natureza, a terra e o ar,
e não vos confineis a templos que limitam as vossas preces.”
Byron
O maciço dos Tambores e Mancheia, não é simplesmente um amontoado de rochedos e de penhascos cinzentos e negros graníticos, há nele muita história, desde os mais recuados tempos – A sua exposição abertamente a poente, com horizontes que se estendem por largos espaços, nomeadamente a norte e a sul, confinando a oeste com a extensa silhueta das sucessivas colinas que se erguem para lá da vertente do amplo e aprazível vale, que lhe fica sobranceiro, sim, a sua característica planáltica, que se recorta por abruptos canados, que funcionam como verdadeiras fortalezas e abrigos naturais de toda a ordem, deixando livre, ao mesmo tempo, curiosas planuras, livres de pedras, que mais lembram praças ou redutos de defesa de uma cidade pré-histórica.