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quarta-feira, 24 de abril de 2019

Miguel Portas - Jornalista e politico português - Lisboa 1 de maio de 1958 – Antuérpia, 24 de abril de 2012 UM CRAVO COM CHEIRO A ROSMANINHO PARA UM ANDARILHO DO VALE DO CÔA – Foi um dos intervenientes ativos na defesa das Gravuras rupestres - Por várias vezes, aqui se deslocou para levantar a sua voz pela salvaguarda daquele que é hoje considerado o património da humanidade - Faleceu há sete anos mas a sua imagem continuará viva na memória do Vale Sagrado, dos familiares e amigos e de quem o conheceu

Jorge Trabulo Marques - Jornalista

Faz hoje 7 anos que morreu, Miguel Portas, na sequência de um cancro do pulmão.” Um rosto difícil de esquecer, de um grande lutador e democrata, quer para quem o conheceu através das suas intervenções políticas, mas  sobretudo para os seus familiares, camaradas  e amigos   - Morreu, dia 24 de abril, aos 53 anos, por volta das 18h00, em Antuérpia, depois de dois anos a lutar contra um cancro no pulmão



MIGUEL PORTAS - UM CRAVO COM CHEIRO A ROSMANINHO PARA UM ANDARILHO DO CÔA – VEIO  VÁRIAS VEZES PARA DEFENDER AS GRAVURAS RUPESTRES - FALECEU MAS CONTINUARÁ VIVO NA MEMÓRIA DO VALE SAGRADO E DE QUEM O CONHECEU - 



Uma vida intensa e  dedicada à democracia, à cultura e às causas nobres. Foi um corajoso combatente – Morreu Miguel Portas mas não morre a sua memória. – Faleceu, nas véspera do 25 de Abril, vítima de doença prolongada – Desde 2010, que ele lutava contra um cancro,  ele sabia que a vida lhe podia escapar em qualquer momento – Mesmo assim, nunca abandonou o seu posto, como eurodeputado  - Nunca deixou de intervir e de dizer o que pensava.



Já lá vão uns anos, mas até me parece que ainda o estou a ver, com outros amigos e companheiros das mesmas jornadas no Vale do Côa – No auge da polémicas das Gravuras: - Ele foi um dos que esteve a primeira linha da barricada, em prol da preservação do património milenar das gravuras dos homens do paleolítico – Ele residia em Lisboa e, vir lá de tão longe, só por muito amor à nossa cultura e arte ancestral – Também esteve frente ao Mosteiro dos Jerónimos, num acampamento organizado pelo Movimento da Salvaguarda da Arte Rupestre do Vale do Côa – Onde pontilhava, então, a dinâmica Mila Simões.

 
Curiosamente, o primeiro dia, coincidiu com o Casamento do Dom Duarte Nuno de Bragança – E não é que conseguimos levar, junto dos nossos cartazes, alem do próprio nubente,  personalidades, como Marcelo Rebelo de Sousa, entre outras figuras do PSD, do CDS e do PPM – Foi, de facto, uma excelente oportunidade para se despartidarizar  a causa – Felizmente que, muitos daqueles que, naquela altura se opunham, já reconheceram a sua importância e batem-se pela sua defesa





 Miguel Sacadura Cabral Portas GCL, mais concedido por Miguel Portas  nasceu em  Lisboa, São Sebastião da Pedreira, 1 de maio de 1958 – Faleceu  em Antuérpia, 24 de abril de 2012  - jornalista e político português

"Licenciado em Economia pelo Instituto Superior de Economia da Universidade Técnica de Lisboa em 1986, onde ingressara em 1976 — nesses anos dedicou-se à militância na União dos Estudantes Comunistas (UEC), o braço universitário do PCP (1973), chegando à sua Comissão Central em 1974, com 18 anos de idade. Também presidiu à Associação de Estudantes do ISEG e coordenou o Secretariado da Reunião Interassociações.

Antes de se tornar jornalista, Miguel Portas foi animador cultural no concelho de Ourique (1984) e, posteriormente, animador sóciocultural na serra algarvia e formador de agentes de desenvolvimento (1987). Entretanto foi diretor da revista cultural Contraste (1986), iniciando depois a sua carreira profissional no jornalismo como redator do Expresso, onde entrou em 1988. Quatro anos depois assumiria a função de editor internacional da Expresso Revista (1992-1994). Foi ainda diretor do semanário Já (1996), repórter da revista Vida Mundial (1998-1999), além de cronista no Diário de Notícias (2000-2006) e no semanário Sol (2008-2012).

Na televisão foi coautor e apresentador de duas séries documentais para televisão dedicadas ao Mediterrâneo: Mar das Índias (2000) e Périplo (2004); Périplo seria também título de um livro, publicado em 2009. Publicou ainda E o resto é paisagem (2002), de crónicas, ensaios e entrevistas, e No Labirinto (2006), sobre o Líbano[carece de fontes]

Miguel Portas iniciou na adolescência a sua atividade política, como dirigente do Movimento Associativo dos Estudantes do Ensino Secundário de Lisboa (MAESSL). A experiência valeu-lhe a detenção da PIDE, quando tinha apenas 15 anos.

Depois de ter passado pela UEC, a cujo Comité Central chegou aos 18 anos, e de ter sido dirigente estudantil no ISEG, Miguel Portas abandonou o PCP em 1989, na sequência do primeiro processo de expulsões do partido desencadeado pela Perestroika.

Entretanto, em 1992, foi um dos fundadores da Plataforma de Esquerda, onde também estavam, entre outros, Joaquim Pina Moura, Mário Lino ou José Magalhães, que viriam a ingressar nas fileiras do Partido Socialista. Com a dissolução, em 1994, dessa estrutura, Portas cria a Política XXI, que agrupava outros membros da Plataforma de Esquerda, como Daniel Oliveira; do MDP e independentes que se haviam destacado nas manifestações contra as propinas no ensino superior, impostas pelo governo de Aníbal Cavaco Silva.- Mais pormenores em https://pt.wikipedia.org/wiki/Miguel_Portas

Miguel Portas morreu, dia 24 de abril, aos 53 anos, por volta das 18h00, em Antuérpia, depois de dois anos a lutar contra um cancro no pulmão.

Numa entrevista publicada na CARAS em maio de 2006, Miguel Portas abriu as portas do seu lado mais pessoal, falando dos filhos, das paixões da sua vida, do gosto pela política e até dos irmãos, Paulo e Catarina Portas. Uma conversa com a jornalista Maria Inês de Almeida,
Quando começou a interessar-se por política?

Desde muito novo. No meu tempo de juventude a palavra 'político' não existia, havia fascistas e antifascistas. Os antifascistas nunca se consideraram "políticos", na acepção que o termo hoje tem. E eu também não, embora tivesse, desde os meus 12, 13 anos, actividade política. Participava em associações não legais de estudantes http://caras.sapo.pt/famosos/2012-04-24-miguel-portas-em-entrevista-a-caras-espero-estar-presente-na-vida-dos-meus-filhos-mesmo-que-ausente

 Foto de Helena Sacadura Cabral  - feira do Livro 2013

Tenho uma grande admiração por Helena Sacadura Cabral – Quer como escritora, quer como jornalista. Pela sua frontalidade, pela forma calorosa e bem-humorada como escreve e também como personagem.  É das tais pessoas de quem se guarda sempre a imagem de um sorriso e de um rosto que infunde natural simpatia e ternura.

"Um mês depois do falecimento de Miguel Portas, a mãe, Helena Sacadura Cabral, apresentou o livro Aquilo em que Eu Acredito, na Fnac do Chiado, no qual fala dos valores, atitudes, sentimentos e lições inspiradoras que tem tido ao longo da vida e que nunca a fizeram deixar de sorrir e dizer o que pensa." 

"Há muito tempo que eu pensava fazer um livro destes, mas depois surgiam outras coisas e fui adiando, até que chegou uma altura em que decidi que não adiaria mais. Este livro é um produto de dois anos de coisas que fui fazendo avulso e de textos que acabei por reescrever”,explicou  a escritora”.

SIMGELA HOMENAGEM À ESCRITORA, À MULHER E MÃE - A  QUEM ACREDITA NOS VALORES PERENES -

Num dia que não é de sorrisos mas de evocação dolorida, de um sofrimento que dificilmente o tempo tão cedo apagará, sim,  ao mesmo tempo que  aqui lembramos a memória de seu amado filho Miguel, queremos também prestar a nossa singela homenagem a Helena Sacadura Cabral, transcrevendo, justamente,  alguns textos, do livro  "Aquilo em que Eu Acredito, que a autora nos honrou com o seu autógrafo

AQUILO QUE EM QUE ACREDITO  provém do que me ensinaram, do que vi e ouvi e, sobretudo, daquilo que vivi.
Não são grandes os princípios, nem tão-pouco utopias filosóficas. São mais interpretações do mundo que nos rodeia e códigos de carácter.
Nunca me furtei a dizer aquilo que penso e terei por isso pago preço que lhe está associado. Creio na família que é o meu suporte e sem o qual não existo. Creio nos amigos cujos braços e abraços são fonte de permanente inspiração. Creio na solidariedade e na coragem que nos obrigam a pensar nos outros. Creio na competência e na ética como fundamentos do labor. Creio no inconformismo responsável  porque é o motor das transformações sociais. Enfim, creio em Portugal, o país onde nasci e onde quero morrer.

Helena Sacadura Cabral, Abril 2012.

AUTO-RETRATO

Tenho sempre alguma dificuldade em fazer um auto-retrato. Sei analisar-me por áreas comportamentais, mas sinto dificuldade no somatório delas, ou seja, a panorâmica geral não é fácil. Aliás, ninguém é bom juízo em causa própria , como se sabe.
Por isso, quando me pediram que descrevesse, que dissesse quem era , recorri a uma amiga que costuma dedicar-se à filosofia do quotidiano – que é a que mais aprecio, confesso -, e esta sugeriu-me que seriasse sete coisas de que gosto e outras tantas que não gosto. Essas respostas constituíram o meu retrato. Aqui tem, para vosso juízo, o que lhe respondi.

Sete coisas de que gosto

da família
dos amigos
de trabalhar
de ler
de ouvir música
de silêncio
do meu amor

Sete coisas que detesto

a mentira
a hipocrisia
a inveja
a tristeza
a estupidez
a política
a maledicência

Pronto aqui está a prova do que sou . E também do meu gosto de clareza nas respostas que dou.
Tente agora, caro/a leitor/a, fazer o mesmo exercício  e ver se é muito diferente de mim. Sorrio, porque acredito que não! Acertei?

UMA FAMÍLIA QUE GOSTA DE RIR


Num sábado, aproveitando ter cá a família alargada e para espantar a diatribe do dia seguinte, dei um jantar para sete. Filhos, neto, irmão mais novo, cunhada e uma amiga do Miguel, da esquerda radical, de quem gosto muito.
 Os infantes estavam ligados à electricidade  e dedicaram-se todo o repasto a contar as vicissitudes da vida parlamentar. Um de esquerda, europeu e com rica vida. O outro de direita, com o salário cortado.
A partir daqui o guião foi o relato das bolandas por que ambos passam nas campanhas dos respectivos partidos.
Uma, de morrer a rir, foi o Miguel ter revelado que havia recebido vinho  e um queijo de um apoiante do CDS para “entregar ao Dr. Paulo, seu irmão”, com um abraço da gente da terra. E, depois, a confissão descarada de que a caravana, esfomeada, decidira, por maioria absoluta, apropriar-se do presente, que, evidentemente, marchou todo.
Como esta, outras histórias se seguiram, passadas em mercados e feiras, sobretudo no Norte, cuja graça está no vocabulário usado e que não posso, claro, aqui reproduzir.
Quem assistisse a este jantar, dificilmente acreditaria  que aqueles irmãos iriam, no dia seguinte, votar em campos tão diferentes.
Não há dúvidas que jamais – ai, o incómodo desta expressão … - me poderei queixar  de a minha vida ter sido, alguma vez, sensaborona. Mas, apesar disso, daqui a uma semana, piro-me para descansar a linda cabecinha!

FAZER ANOS


Fazer anos tem sempre, a partir da idade adulta, dois lados.
Um positivo, expresso no “aqui já eu cheguei”, e outro negativo, que é contar mais um na idade e menos um no tempo de vida.
Enquanto a minha Mãe foi viva, fazer anos era homenagear o seu amor por mim, que estendia do meu Pai, embora em moldes diferentes. Com efeito, foi no ventre materno que deambulei, comodamente, com os nove meses da minha risonha existência, e do seu leite que me alimentei outros tantos.
Agora, por um qualquer mistério da existência, são os amigos e os que me amam que me lembram e celebram o meu aniversário. Com uma curiosa característica: é que o fazem duas vezes, porque, como nasci  à meia-noite de 7 para 8 de Dezembro, acabo por festejar os dois dias.
Felizmente para mim que os anos não contam a dobrar…

PORTUGAL VISTO DE FORA

Numa recente edição da revista francesa L’EXPRESS,veio um longo artigo sobre a génératinon fanchée  de Portugal. Vale a pena ler. Não traz nada que não saibamos, mas tem a vantagem de ser um olhar de fora para dentro de nós.
Aliás, esta publicação tem sempre manifestado grande interesse pelo que se passa neste rectângulo à beira-mar plantado, sobretudo a partir da Revolução dos Cravos.
Está lá tudo o que é importante: os desempregados, em que cerca de 30 por cento têm entre os 18 e os 24 anos; o que a divida pública já representa; o défice público; o recuo do BPN salvo com o dinheiro dos contribuintes e, finalmente, o resultado eleitoral. Nenhuma novidade, portanto. Já sabíamos de tudo isto.
Mas quando se lê esta análise feita por outros, em que as palavras têm, ocasionalmente, a entoação que menos desejaríamos, parece que dói mais, que o retrato fica mais perto.
Se aconselho a leitura, não é por masoquismo, mas apenas por que se detetam, no arrigo, algumas subtilezas a que convém estar atento.

MAIS RESPEITINHO, POR FAVOR


O primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, apelou aos portugueses para serem “mais exigentes”, “menos complacentes” e “menos piegas”.porque só assim será possível ganhar credibilidade e criar condições para superar a crise.

Começo a andar muito cansada com este tipo de conselhos. Depois de arcarmos com uma série de sacrifícios, o menos que se pode pedir  é que quem nos governa  tenha por nós mais respeitinho.
Gostaria muito de saber – já não estarei entre os vivos – se Passos Coelho, na minha idade, alguma vez trabalhará 12 horas que trabalho, sem me queixar.
Por isso, e porque estou longe de ser a única, jugo que o primeiro-ministro deve ter algum cuidado com as palavras que usa  e com o  modo como avalia os portugueses.
Porque este discurso levantou muito celeuma , decidi ouvi-lo, na íntegra, na Net. Embora a frase esteja fora do contexto, o conteúdo não foi, a meu ver, adulterado. Por isso mantenho que o primeiro-ministro tem de mostrar pelos portugueses, muito apreço, nomeadamente quando lhe pede sacrifícios que, para muitos, são insuportáveis. E respeitinho, sim, porque o merecemos, mais do que ninguém. 


 Helena Aires Trindade de Sacadura Cabral, , jornalista e escritora, nasceu em Lisboa, onde reside, mas tem raízes na Guarda, por parte de seu pai, Zeferino de Sacadura Freire Cabral, e do Alentejo,  Beja, por lado de sua mãe, Ivone Marinho Aires da Silva Trindade

Sobrinha do comandante e aviador Artur de Sacadura Freire Cabral, do lado paterno. “Recebeu uma educação tradicionalista e prosseguiu estudos universitários, contra a vontade do seu pai. Licenciada em economia pelo Instituito Superor de Ciências Económicas e Financeiras, tendo sido a melhor aluna do seu curso e a primeira mulher portuguesa a ser admitida nos quadros técnicos do Banco de Portugal..   Colunista de diversos jornais e revistas  e da televisão. Autor de duas dezenas de livros, nomeadamente"O amor é difícil", em (2013), "Os nove Magníficos", em (2012), “Coisas que sei... ou julgo saber,” em 2010. “As nove magníficas, em 2008”.  “Porque é que as mulheres gostam dos homens”, em 2007. “Bocados de nós, em 2006;  “Um certo sorriso, em 2005.


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