Jorge
Trabulo Marques - Jornalista e investigador
-
Joan Miró i Ferrà (Barcelona, 20
de abril de 1893 — Palma de Maiorca, 25 de dezembro de 1983), escultor, pintor,
gravurista e ceramista surrealista
Joan
Miró, morreu há 36 anos mas a sua figura continua como uma lenda viva,
ícone, no mundo das artes plásticas, podendo dizer-se, que, "quanto
mais o tempo passa, mais a sua arte se torna universal, transcendendo
fronteiras e géneros. As suas obras vivem para além dos museus, nos
muros de prestigiadas instituições, e a sua influência estende-se ao
design, à arquitetura, e é visível nos locais mais inesperados.
FILHA DE JOAN MIRÓ RODOU FILMES EM PORTUGAL
María Dolors Miró Juncosa (1930-2004) -
Não se sabe se, o famoso artista Joan Mirõ, terá estado em Portugal, mas, pelos menos, sabe-se que a filha, única e patrona, Maria Dolores Miró Juncosa, veio aqui a realizar alguns filmes, nos anos 80 - O pintor João Neves, que participou num desses filmes, como figurante, recorda que ela gostava de sentar-se junto da câmara, exibindo grandes charutos havaianos, fazendo gala que lhe eram enviados expressamente por Fidel Castro - No entanto, um dado é certo, em sua vida, referem os especialistas, que, Miró, durante a vida, Miró foi um artista muito prolífero: - realizou mais de duas mil pinturas sobre tela, 200 esculturas, além de desenhos em papel e em outros materiais. Miró morreu em 1983, aos 90 anos, em Palma de Maiorca, na Espanha, ainda em atividade. E é sabido que, só uma instituição bancária, o extinto BPN, adquiriu cerca de duas centena de obras de Miró - Obviamente, que não terá sido o único caso, atendendo à fama do artista
NO RESCALDO DO VENDAVAL DO BPN - ALGUMAS OBRAS DE JOAN MIRÓ PROVAVELMENTE TERÃO LEVADO OS MAIS DIVERSOS CAMINHOS OU ACABADO POR SER VENDIDAS AO DESBARATO - Pelos vistos, na “ história de um banco que acabou vendido por 40 milhões de euros a sócios do BIC - E que, até 2018, já havia custado ao Estado, aos bolsos dos contribuintes portugueses, 5.000 milhões de euros, parece que nem mesmo sequer o património artístico do extinto Banco Português de Negócios, foi devidamente valorizado e acautelado -
A POLÉMICA, AS CONTRADIÇÕES DA QUANTIDADE EM TORNO DE BURLAS E BURLÕES Que oscilam de duzentas obras para menos de meia centena -
Pelo que é possível depreender-se, na turbulência do oportunismo e da ignorância,
nem todas as obras terão ficado nos cofres do polémico BPN - Mesmo nas noticias, há disparidade de
informações
É noticiado que, em 2006 o BPN tinha cerca de 200 obras
do pintor catalão Joan Miró, parte delas adquiridas por 34 milhões de euros a
Cazu Masa Katsuta, um investidor japonês que as havia adquirido, em 1990, em
Nova Iorque, à galeria Pierre Matisse (do filho do pintor francês),
As obras de Miró que o Governo colocou à
venda pertenciam a três off-shores da
Sociedade Lusa de Negócios (SLN), que dominava o BPN, e que foram adquiridas
com crédito do banco a dois investidores espanhóis, De La Cierva, e que terão
"ganho milhões em comissões". https://www.publico.pt/2014/02/06/culturaipsilon/noticia/bpn-tinha-200-obras-de-miro-em-2006-1622561
Depois veio dizer-se que foram compradas 40 - Que "o Ministério
Público acusa ex-gestor do BPN de burla em negócio milionário
Em 2003, o BPN comprou 41 quadros do pintor e
escultor espanhol por 17 milhões de euros, só que os proprietários,
de origem japonesa, apenas receberam 5,1 milhões de euros. Os restantes 11,9
milhões terão sido pagos como comissões a vários intermediários. https://observador.pt/2019/07/04/obras-de-miro-ministerio-publico-acusa-ex-gestor-do-bpn-de-burla-em-negocio-milionario/
Por
último é noticiado que, afinal, são 85
que o BPN teria comprado e vendidas ao Estado, por António Costa https://observador.pt/2018/10/24/obras-de-miro-ficarao-expostas-na-fundacao-serralves-no-porto-durante-25-anos/ , que as cedeu por um período de 25 anos à câmara do Porto,
que acordou a sua permanência em Serralves durante o mesmo período.
Todavia,
pergunta-se: Então que destino ou de que forma foi vendida a restante coleção?
- Tal como também foi noticiado, para encheram os bolsos de alguns oportunistas e
especuladores – Mas, também, ao ponto de
algumas dessas obras - ou por
ignorância, irresponsabilidade ou por qualquer outro motivo- , acabarem por ser
vendidas no conjunto de recheios familiares
a preços irrisórios
M ENIGMÁTICO DE JOAN MIRÓ EM ALGUMAS COMPOSIÇÕES
ESTÉTICAS DAS SUAS OBRAS - É mero efeito estético, ato instintivo ou ato simbólico
ou intuito propositado da simbologia do seu nome? - Até porque, muitas
das suas criações não foram assinadas
UM CONTEMPLATIVO - Nos últimos anos da sua vida
Obra de Miró - sugere uma torre
|
“Como eu morava nas entradas de Palma, costumava passar horas olhando o mar. Em meu isolamento, a poesia e a música eram então, ambas para mim , da mais alta importância. Depois do almoço, todos os dias , eu ia à catedral para ouvir o ensaio do órgão. Ficava sentado no interior gótico, sonhando e evocando formas.
A luz propagava-se na escuridão pelos vitrais em uma chama laranja. A catedral estava sempre vazia nessas horas. A música do órgão e a luz espalhada pelos vitrais na penumbra sugeriam-me formas. Eu não vi praticamente ninguém durante aqueles meses . Mas eu me enriqueci consideravelmente durante este período da solidão. Eu lia a todo o momento, João da Cruz, Teresa de Ávila, e da poesia Mallarme, Rimbaud. Era uma existência ascética, unicamente de trabalho"
Joan Miró
|
"No final deste período de profunda concentração e isolamento consolida-se a mudança do processo de pesquisa e de elaboração artística de Miró, sintetizados pelo próprio artista nas seguintes etapas: (…) em primeiro lugar, a organização das formas, a sugestão habitualmente partir do material; sem segundo lugar, o enriquecimento da composição. Segundo Georges Ribemont-Dessaignes, a música permitiu que Miró tomasse “consciência de uma liberdade mais completa do que aquela que podia oferecer o surrealismo.” - Murilo José farias dalla costa - universidade federal de santa Catarina - Excerto de UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA CENTRO DE COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM LITERATURA. Murilo José Farias Dalla Costa http://docplayer.com.br/1616850-Universidade-federal-de-santa-catarina-centro-de-comunicacao-e-expressao-programa-de-pos-graduacao-em-literatura-murilo-jose-farias-dalla-costa.html
POLÉMICA À VOLTA DAS OBRAS DE MIRÓ - ESPÓLIO DO EXTINTO BPN
Para
aqueles que procuram um esquema de lavagem de dinheiro bom, você pode
querer considerar se tornar um colecionador de arte. Certo, a arte
parece agradável, mas é também um grande lugar para ricos estacionarem
dinheiro. O mercado é relativamente estável e é muito fácil evitar o
pagamento de impostos sobre a arte.
https://arteref.com/arte/curiosidades/um-guia-pratico-de-como-lavar-dinheiro-no-mundo-das-artes-parte-1/
FALSIFICADORES - A MAIOR AMEAÇA AOS GRANDES ARTISTAS - 271 falsificações de Picasso, Warhol e Miró
apreendidas em. https://news.artnet.com/art-world/271-picasso-warhol-and-miro-fakes-seized-in-yet-another-spanish-forgery-ring-bust-272394
OBRAS DE JOAN MIRÓ – A POLÉMICA E A CONTRADIÇÕES DA QUANTIDADE EM TORNO DE BURLAS E BURLÕES – Que oscilam de duzentas obras para meia
centena
Em 2006 o BPN tinha cerca de 200 obras do pintor catalão Joan Miró, parte
delas adquiridas por 34 milhões de euros a Cazu Masa Katsuta, um investidor
japonês que as havia adquirido, em 1990, em Nova Iorque, à galeria Pierre
Matisse (do filho do pintor francês), contou recentemente o actual presidente
da Parvalorem, Francisco Nogueira Leite https://www.publico.pt/2014/02/06/culturaipsilon/noticia/bpn-tinha-200-obras-de-miro-em-2006-1622561
95 obras de arte do BPN
"escondidas" à espera do Governo
03 de agosto de 2018 às 09:30 O acervo cultural proveniente do banco
nacionalizado em 2008, do qual faziam parte os polémicos quadros de Miró, vale
cerca de 5,4 milhões de euros. Só três quadros podem ser apreciados pelos
contribuintes.
Num conjunto de 195
obras de arte com "um valor líquido de balanço de 3,5 milhões de
euros" – e a que a Parvalorem atribui um preço de mercado de
"aproximadamente 5,4 milhões de euros" – estão ainda na esfera do
Estado. O destino deste espólio com trabalhos de 88 artistas portugueses, como
Amadeo de Souza-Cardoso, Maria Helena Vieira da Silva ou Paula Rego, aguarda
uma decisão por parte do Governo. https://www.jornaldenegocios.pt/empresas/banca---financas/detalhe/195-obras-de-arte-do-bpn-escondidas-a-espera-do-governo
Colecção de quadros de Miró do BPN
valem mais do dobro do que o BIC pagou pelo banco
Segundo o jornal “Correio da Manhã”, a colecção de quadros do pintor Joan Miró detida pelo BPN foi avaliada em mais de 81,2 milhões de euros, enquanto o BIC pagará pelo banco 40 milhões. Entretanto, em resposta a perguntas do Bloco, o ministério das Finanças diz que o BPN está a custar 4.500 milhões de euros ao Estado, mas ainda não respondeu a segundo requerimento feito pelo partido.https://www.esquerda.net/artigo/colec%C3%A7%C3%A3o-de-quadros-de-mir%C3%B3-do-bpn-valem-mais-do-dobro-do-que-o-bic-pagou-pelo-banco
Segundo o jornal “Correio da Manhã”, a colecção de quadros do pintor Joan Miró detida pelo BPN foi avaliada em mais de 81,2 milhões de euros, enquanto o BIC pagará pelo banco 40 milhões. Entretanto, em resposta a perguntas do Bloco, o ministério das Finanças diz que o BPN está a custar 4.500 milhões de euros ao Estado, mas ainda não respondeu a segundo requerimento feito pelo partido.https://www.esquerda.net/artigo/colec%C3%A7%C3%A3o-de-quadros-de-mir%C3%B3-do-bpn-valem-mais-do-dobro-do-que-o-bic-pagou-pelo-banco
O Ministério Público acusou o
ex-diretor-geral do departamento de private banking do Banco
Português de Negócios (BPN) José Viamonte de Sousa de burla relacionada com
obras de arte.
Em
2003, o antigo Banco Português de Negócios (CPN) comprou 41 quadros de Joan
Miró por 17 milhões de euros, mas os vendedores das obras receberam apenas 5,1
milhões, com o restante valor a ser distribuído como comissões por várias pessoas.
Segundo
a edição desta quinta-feira do jornal Público,
este negócio deu agora origem a duas acusações do Ministério Público (MP), com
um ex-responsável do banco e um dos intermediários do negócio a serem acusados
de burla. https://zap.aeiou.pt/obras-miro-ex-gestor-do-bpn-acusado-266102
Obras de
Miró do antigo BPN passam para o Estado ao valor de 54,4 milhões
Obras de Joan Miró foram transferidas para o Estado por 54,4
milhões de euros. Operação não envolveu dinheiro. Foi uma dação em pagamento
que baixou dívida da empresa que gere a herança do BPN.
As obras
do pintor Joan Miró, que faziam parte do universo do antigo Banco Português de
Negócio (BPN), já passaram para a posse do Estado. A transação realizada no
final do ano passado foi feita por 54,4 milhões de euros, a valorização
decidida pelo Ministério da Cultura para as 75 obras do artista catalão. O
preço teve por base uma avaliação proposta pela Direção-Geral de Património
Cultural que teve
As
obras tinham sido expedidas para Londres, mas uma providência cautelar
interposta pelo PS e uma decisão posterior da Procuradoria-Geral da
República impedia o leilão. As obras regressam a Portugal e a luta entre
quem quer vender, sob uma base de licitação de pouco mais de 35
milhões, e aqueles (artistas, partidos da esquerda e outros) que querem
que o acervo permaneça no país intensifica-se. Em junho, a Christie's
volta a anunciar novo leilão, mas é novamente obrigada a cancelá-lo.. http://visao.sapo.pt/actualidade/portugal/2016-10-10-Os-Miro-que-a-polemica-salvou
Setembro 2016 - GOVERNO DE ANTÓNIO COSTA ANUNCIA A COMPRA DAS OBRAS
"Chegou
ao fim uma das maiores disputas do mundo das artes internacional.,
Antônio Costa, anunciou que as 85 obras do artista espanhol Joan Miró
que pertenciam ao Banco Português de Negócios e estão sob o poder do
estado português desde a nacionalização da instituição, em 2008,
permanecerão no país europeu. Mesmo que vendidas, o que somente
acontecerá dentro de certas condições, as obras não poderão deixar
Portugal. https://glamurama.uol.com.br/depois-de-polemica-85-obras-de-joan-miro-ficam-com-o-governo-portugues/
Joan Miró
|
ERNET HEMINGWAY - GRANDE ADMIRADOR DE MIRÓ
"Quando
conheci Miró", escreveu Ernest Hemingway em 1934, "ele tinha muito
pouco dinheiro e muito pouco para comer, e trabalhava o dia inteiro todos os
dias durante nove meses pintando um quadro muito grande e maravilhoso
chamado The
Farm ..."
...Como
ele trabalhava tanto na pintura durante o dia, começou a praticar boxe à noite
em uma academia local, como forma de relaxar. Entre seus parceiros de
treino estava Hemingway. Miró, segundo a história, impressionou o escritor
primeiro com seus socos e depois com sua pintura.
...Eu
não trocaria por nenhuma foto do mundo", escreveu ele. "Tem tudo
o que você sente sobre a Espanha quando está lá e tudo o que sente quando está
fora e não pode ir para lá. Ninguém mais conseguiu pintar essas duas coisas
opostas."
A
atenção obsessiva de Miró a uma espécie de depósito pessoal de imagens, a
alfarrobeira, os animais e insetos da Catalunha, suas pegadas no local em que caiu
na terra, começa a encontrar sua expressão completa nesta
pintura. "Para mim, um objeto está sempre vivo", observou mais
tarde. "Um cigarro, uma caixa de fósforos contém uma vida secreta
muito mais intensa que certos seres humanos ... vejo uma árvore, fico chocado
como se fosse algo que respira ..."
"Depois
que Miró pintou The
Farm ", escreveu Hemingway,
"e depois que James Joyce escreveu Ulisses, eles
tinham o direito de esperar que as pessoas confiassem nas coisas que eles
faziam, mesmo quando as pessoas não os entendiam." https://www.theguardian.com/artanddesign/2011/mar/20/joan-miro-life-ladder-escape-tate
DOIS BRASILEIROS E UM PORTUGUÊS, TIVERAM PAPEL RELEVANTE NO ENVIO DAS EMBLEMÁTICAS "CONSTELAÇÕES" DE JOAN MIRÓ DE ESPANHA PARA OS EUA
Nos anos 40, os brasileiros, Paulo Duarte, este identificado como “delegado do Museu de Arte Moderna em Nova Iorque, bem como o poeta brasileiro João Cabral de Melo Neto. amigo de Miró e o critico de arte portuguesa, Adriano de Gusmão, assumem um papel importantissimo na passagem das suas famosas "constelações" de Espanha para Portugal e daqui para Filadélfia a fim de serem expostas em Nova Yorque: ou seja, uma remessa composta por uma série de 23 pequenas pinturas sobre papel, iniciada por Joan Miró em 1939 em Varengeville-sur-Mer e concluída em 1941 entre Mallorca e Mont-Roig del Camp e um conjunto de têmperas, cerâmicas e litografias extraidas dessas mesmas obras.
."The true story of Joan Miró and his Constellations" - A citação é descrita num estudo, em inglês, sobre a Verdadeira história de Joan Miró e suas Constelações – Onde se diz, entre outros pormenores, que “Em outubro de 1943, a prestigiada revista cultural de Lisboa, Seara Nova publicou uma entrevista com Paulo Duarte, identificado como “delegado do Museum de Arte Moderna em Nova Iorque ”, feita por Adriano de Gusmão.
Duarte é quem entra em contato com Prats (galerista) e Miró, sugerindo a possibilidade de enviar as "Constelações" para o MOMA, que afirma representar. E quem se encarrega de assegurar o trasporte dessas obras por lisboa é justamente o português Adriano de Gusmão, da Associação Portuguesa de Museologia, autor de "Inquérito Museológico em Espanha "e outro em 1948 intitulado Artistic Spain. Travel Notes) The true story of Joan Miró and his Constellations | Miguel Orozco , que indica que ele fez viagens por Espanha em anos anteriores. Miró fala sobre Gusmão em sua carta a Duarte em 15 de maio 1944" . The true story of Joan Miró and his Constellations
(...) Apesar da alta qualidade de sua obra, Miró é bastante desigual. Algumas obras revelam grande espontaneidade, enquanto em outras se percebe extremo cuidado, e esse contraste também aparece em suas esculturas. Às vezes, o artista procurava mostrar a realidade de uma forma simplificada, quase infantil, simbólica, sem a complexidade e o mistério do surrealismo; outras vezes tomava caminho inverso.https://www.sul21.com.br/noticias/2013/04/120-anos-do-catalao-joan-miro-o-mestre-da-simplicidade-e-da-alegria/
Joan Miró (1883-1983) certa vez afirmou que seu trabalho consiste em “representar com imaginação o mundo das aparências”.
Para ele, uma escultura poderia estar, perfeitamente, retratada através
de uma gravura. https://www.jornaldocomercio.com/site/noticia.php?codn=51634
Joan
Miró viveu em Espanha e França, ganhou estatuto de lenda viva, mas
rejeitava a opinião da crítica e do mercado da arte. Morreu há 35 anos.
“O
pintor surrealista – que rejeitava qualquer corrente – era adorado nos
EUA e nem se exilou do outro lado do Atlântico durante a II Guerra
Mundial, como tantos artistas e intelectuais europeus. Em 1959, tinha
recebido das mãos do presidente Eisenhower o Prémio Internacional Guggenheim, em reconhecimento pelos murais de cerâmica “Noite e Dia” criados no ano anterior para a sede da UNESCO, em Paris. Terá sido pioneiro junto
dos americanos na disseminação de formas, técnicas e atitudes
surrealistas e é hoje apontado como provável referência de Jackson
Pollock ou Mark Rothko. Um génio do século XX, não se hesitaria dizer.https://observador.pt/especiais/miro-o-pintor-da-terra-e-das-estrelas-morreu-ha-35-anos/
O ARTISTA QUE SE IMPÔS PELO GÉNIO CRIATIVO, DESCRIÇÃO E DISCIPLINA E NÃO PELA EXTRAVAGÂNCIA -
"Miró não era uma glória nacional como Picasso, não tinha-se comportado de maneira escandalosa ou provocadora (como escandaloso e provocativo, os fascistas descobriram, por exemplo, o populismo e a personalidade gay de García Lorca )" - - Contudo, é referido naquele estudo que Miró se recusou a expor as suas obras em Madrid e que teria sido um militante republicano e uma vítima de Franco que se não fosse forçado a exilar-se em Paris
É também sublinhado, nos textos da Fundació Miró Mallorca, que “a vida de Miró era regida pela discrição, ordem e total dedicação à criatividade, longe de qualquer tipo de extravagância. Isso contrasta com o forte aspecto imaginário, lúdico ou relacionado à mensagem de seu trabalho. O enorme legado que ele deixou é testemunha de seus trabalhos criativos. Como disse um dos seus biógrafos, Jacques Dupin, ele era um "poeta aplicado".
Por detrás de um grande homem, esteve também uma extremosa e dedicada esposa: Também é dito pela funação de Mirõ, que , Pilar Juncosa Iglesias, esposa e benfeitora de Joan Miró, nasceu em Palma em 1904. exerceu uma influência discreta mas considerável sobre o artista. Nas próprias palavras de Miró: “Minha esposa Pilar é a companheira ideal para mim. Sem ela, eu seria uma órfã perdida neste mundo. Além do meu trabalho, não faço ideia de nada nem de como organizar as coisas. Ela é meu anjo da guarda.
Portanto, eles eram um casal estável e unido, e isso ajudou a garantir duas vidas cuidadosamente equilibradas. https://miromallorca.com/en/foundation/joan-miro-and-pilar-juncosa/
Em Portugal, desde os tempos áureos do ouro vindo do Brasil, muitos dos nossos museus foram enriquecidos com valiosas obras de arte - e também alvo de saques, nomeadamente nas invasões francesas - A par de excelentes colecionadores privados , e, mesmo quem não fosse colecionador, cultivava o gosto por ostentar ou decorar a sua casa, com quadros de bons artistas, fossem portugueses ou estrangeiros - Isso foi-me declarado por João Hogan , além de me ter sido confirmado nas muitas entrevistas que registei de vários pintores portugueses, nomeadamente a década de 80 - Por exemplo, fui recebido em Casa de Carlos Botelho, de Dorita Castelo Branco, Mário Cesariny, sim, quer em sua casa, quer no atelier ou nas exposições, com entrevistas a varridíssimos pintores e escultores, bem como pelos mais destacados colecionadores, como Jorge de Melo e Cupertino de Miranda, entre outros, tendo constatado um especial gosto pelas artes plásticas, tendência que tem vindo a diluir-se: pelo que, quem não tem fama, já dificilmente a conquista nos dias de hoje.
Quero que a minha obra seja um poema musicado por um pintor” Joan Miró foi amigo e admirador de Varèse, Cage ou Stockhausen, mas a influência crucial da música na sua obra nunca fora sublinhada. Miró & Music, que o neto do pintor apresentou em Serralves, preenche essa lacuna. Durante vinte anos, Joan Punyet Miró, neto do pintor catalão e administrador das fundações Miró em Barcelona, Palma de Maiorca e Mont-Roig, investigou as relações do seu avô com a música, catalogando e estudando a sua colecção de discos, percorrendo a sua correspondência, entrevistando compositores, maestros, coreógrafos e instrumentistas que trabalharam com o pintor. O resultado é o livro Miró & Music, que apresentou em Serralves, em https://www.publico.pt/2017/11/25/culturaipsilon/noticia/quero-que-a-minha-obra-seja-um-poema-musicado-por-um-pintor-1793858
(…) Dolors Miró foi discreta, pequeno e elegante, uma bela réplica do rosto feminino e do corpo de seu pai, que se reflete tanto as grandes retratos de fotógrafos. Ele nasceu em Barcelona em julho de 1930, nove meses após o casamento de seu pai, que se casou aos 36 anos com o maiorquino Dolors Juncosa, que morreu aos 91 anos em Janeiro de 1995. https://elpais.com/diario/2004/12/27/agenda/1104102007_850215.html
joan Miró – 20-04-1893- Nasceu há 126 anos “o mestre da simplicidade e da alegria”- A única filha Maria Dolors Miró Juncosa, filmou em Portugal Colecionador – Em 2006 o BPN tinha cerca de 200 obras do pintor catalão Joan Miró – Desse lote, restam 85, adquiridas pelo Governo Português. Desconhece-se o destino das restantes
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