Jorge Trabulo Marques
Espreitar pelas altas veredas do Côa, em terras do Vale Sagrado:
Viver é também coisa boa, poder repousar, amar e poder sonhar!
Sim, felizes o que vivem em paz a vida, até de rosto bem abraçado!
Mas quantos, nestes dias, o não o desejariam só prá dor afagar!?...
Oh! Perdidos e esquecidos em mui fundos e escuros abrigos,
atormentados por fulminantes silvos, sem dó nem piedade!
Que Deus a todos nos proteja e abençoe na sua divina santidade!
Nas horas mais
desertas e solitárias da noite bate-me o coração,
a um ritmo de mágoa,
pouco vegetal, mais de cinzas e destruição
Proclamo a luz do sol
e a felicidade humana em todas as nações
Mas as imagens que a
televisão me traz são de partir os corações!
Tenho de acreditar nas
palavras que oxigenam a voz dos poetas
E nos sábios
versículos que transcendem dos livros dos profetas!
Sim, tenho de
acreditar que outros dias hão-de voltar:
uivam os lobos rubros
e raivosos, mas apagam-se
quando no firmamento
brilham as constelações!
Termina a ínvia e
macabra matança
e renova-se o círculo
da esperança!
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