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sábado, 7 de maio de 2022

Realizador de Cinema - António Campos - Quadro inédito do Cineasta de Leiria, 1922 - Centenário do seu nascimento, já recordado em Espanha, com retrospetiva da sua obra - E, em Portugal, caído no esquecimento, quem o recordará? - Notabilizou-se no cinema, mas “O que me atraía era o desenho, a pintura”


Jorge Trabulo Marques - Jornalista e investigador

Minha singela homenagem a um grande artista português - Original e multifacetado, que, se fosse vivo completaria 100 anos, no próximo dia 29 deste mês Recordando também a faceta menos conhecida ou talvez mesmo ignorada - 

A avaliar pelas pesquisas que efetuei, e dada a relação da sua obra com a temática marítima e o tamanho do quadro, de 1,20X 70, trata-se-ia de um  usado nalgum dos  cenários dos seus filmes  - Faz parte da minha coleção  - Pois cobre o bocado de uma parede  - Existem outros pintores, com o primeiro e o último nome mas  com estilos e assinaturas bem diferentes.  

António Campos, nasceu em Leiria, 29 de Maio de 1922 — Faleceu na Figueira da Foz, 8 de Março de 1999 - Considerado um dos primeiros cineastas em Portugal a dedicar-se à prática do filme documentário, seguindo um conceito de antropologia visual.

FACETA DO CINEASTA PINTORQue aguarda também ser investigada e reconhecida  -António Campos: O homem que fugiu da cidade- Público 2009  - “Dizer que António Campos é um cineasta à espera de ser descoberto, dez anos após a sua morte, não deve surpreender num país onde o cinema português está por descobrir (os filmes não foram, e continuam a não ser, vistos - não é isso que explica a relação que o país tem com o seu cinema?). O acesso à obra de Campos tem sido restrito, quando não invisível, na sua vida como depois da sua morte.. https://www.publico.pt/2009/02/13/culturaipsilon/noticia/antonio-campos-o-homem-que-fugiu-da-cidade-223283

Declarou numa entrevista que, “não era o cinema, que irrompia com toda a sua novidade e pujança. Havia até um moço que trabalhava no cinema e falava muito connosco, sabia de cor os nomes dos artistas todos e extasiava-nos com as suas conversas. Mas aquilo que me atirou certamente para uma carreira artística foi um episódio bem preciso, quando passei diante de uma sapataria que há em Aveiro e vi uma reprodução, feita por alguém da terra, do quadro S. Francisco Despedindo-se de “« Assis, à preto e branco, a lápis. Fiquei encantado com aquilo. O que é que eu fui fazer, à minha moda? Fui logo comprar lápis, eu que quase não tinha um tostão para nada, “crayons” nºs 1, 2, 3 e 4, umas folhas, agarrei em tudo e fui experimentar".

Tinha algum contacto com o desenho, nos poucos tempos em que ia à escola. Nunca tinha desenhado, até nem era grande aluno em desenho geométrico, era muito mau, não fazia bem aquelas coincidências obrigatórias! E então fui copiar a entrada da tal Igreja da Senhora das Barrocas, que ainda guardo de recordação, Digo isto para tentar explicar o meu espírito.

Eu era uma espécie de atiradiço, não sabia de nada mas acreditava que era capaz de fazer alguma coisa. Nem sequer era uma questão de acreditar, queria fazer e fazia mesmo. Foi este episódio que abriu as portas à arte na minha vida, enfim modestamente, claro. |http://www.cinemateca.pt/CinematecaSite/media/Documentos/aln_2.pdf

AVISO DO JORNAL NOTÍCIAS DE LEIRIA-  em 28 de nov. de 2021  Assinala-se dentro de meses o centenário do nascimento de António Campos, realizador de cinema natural de Leiria, que se dedicou ao documentário, registando tradições de várias comunidades do País, entre as quais, da Praia da Vieira. - Praia da Viera, prestou-lhe homenagem, atribuindo o nome do cineasta ao auditório. Contudo, o edifício de hoje já não preserva o esplendor de outrora. https://www.jornaldeleiria.pt/noticia/auditorio-antonio-campos-esta-fechado-e-cada-vez-mais-degradado

Este quadro, mais recente,com data de 1984,  com estilo figurativo algo parecido, também aborda a temática maritima, mas a assinatura de A Campos, não é igual, assim como a sua dimensão  -  Serão ambos do mesmo artista?... Não tenho a certeza. - Deixo as imagens para eventuais pistas da sua obra pictórica. 

Diz o jornal Noticias de Leiria, em 28 de nov. de 2021  Assinala-se dentro de meses o centenário do nascimento de António Campos, realizador de cinema natural de Leiria, que se dedicou ao documentário, registando tradições de várias comunidades do País, entre as quais, da Praia da Vieira. - Praia da Viera, prestou-lhe homenagem, atribuindo o nome do cineasta ao auditório. Contudo, o edifício de hoje já não preserva o esplendor de outrora. https://www.jornaldeleiria.pt/noticia/auditorio-antonio-campos-esta-fechado-e-cada-vez-mais-degradado

Tal como é reconhecido, António Campos fez imensos trabalhos de longas, médias e curtas-metragens, desde 1957, com “O Rio Liz”, a 1993 com “A Tremoia de Cristal” que não chegou a concluir. Destacam-se ainda, além dos referidos, o filme “Vilarinho das Furnas” (1971), “Leiria 61” (1961), “Retratos das margens do rio Liz” (1965) e “À descoberta de Leiria” (1987). António Pereira Campos deixou de realizar o filme da sua vida a 8 de Março de 1999, na Figueira da Foz.

ESPANHA JÁ  RECORDOU O CENTENÁRIO DO SEU NASCIMENTO - E o que está agendado em Portugal e na sua terra natal? 

Diz o site espanhol, referindo à sua obra e aos seus filmes:  Este ciclo Play-Doc que  “a obra cinematográfica de António Campos (Leiria, 1922-1999) chega ao ano do centenário do nascimento do autor ainda perseguida por uma injusta falta de reconhecimento. É uma ilha à parte na ilha que é o cinema português. Ele nunca se juntou a associações e movimentos. Ele nunca compartilhou lutas e trincheiras, apesar de seus filmes serem uma luta. Começou por se dedicar ao teatro amador em Leiria e tornou-se um "cineasta amador", com uma câmara de 8mm comprada a prestações. Em sua obra, muito mais extensa do que muitos acreditam (fez quase cinquenta filmes, muitos deles encomendados por instituições) e da qual esta edição da Play-Doc mostra os pilares essenciais, filmou a vida no campo e as pessoas como Campos construiu sua carreira artística. E o construiu praticamente sozinho, longe dos centros urbanos e suas modas, longe do apoio financeiro do Estado, do qual não se beneficiaria até um estágio avançado de sua obra. Os cineastas portugueses ativos no final da década de 1950 desconheciam o que Campos fazia em Leiria com pouco ou nenhum meio, em sistema de autoprodução. A admiração por seus primeiros filmes exibidos imediatamente por Manoel de Oliveira e o apoio entusiástico —que em determinado momento se revelaria decisivo— de Paulo Rocha, na época ainda estudante de cinema, foram salvos.

Por falta de coisa melhor, a obra de Campos acabou sendo arquivada como um documentário etnográfico, o que, não sendo mentira —ele é um dos poucos cineastas que se aprofundam nos costumes e modos de vida seculares dos portugueses—, não não corresponde inteiramente à verdade. Cineasta sem "escola", Campos inventou a sua. Não existem ligações óbvias nesta obra ou no seu modus operandi mesmo com a prática documental portuguesa de vanguarda do final dos anos 1920 e 1930. Duas das quatro primeiras obras de Campos, Um Tesoiro (1958) e O Senhor (1959), ambas adaptadas de contos, a primeira de Loureiro Botas, escritor de Vieira de Leiria, a segunda de Miguel Torga, autor também dedicado à valores ancestrais da terra e do trabalho rural.- Excerto de um desenvolvido e bem documentado arttigo em   http://www.play-doc.com/es/antonio-campos/

Integrou como amador o Grupo Dramático Miguel Leitão, em Leiria, sendo, ao mesmo tempo, funcionário administrativo da Escola Industrial e Comercial da mesma cidade. Em 1961 partiu para Londres com uma bolsa da Fundação Calouste Gulbenkian, instituição com que viria a colaborar, entre 1970 e 1977. Mais tarde seria também correspondente em Portugal da Federação Internacional dos Filmes Sobre Arte e membro da União Internacional dos Cineastas Independentes (UNICI).  Cineasta independente, começou como amador na exploração do filme etnográfico, sem objectivos científicos mas com interesse antropológico (ver antropologia), em película de 16 mm, usando as técnicas do cinema directo. Foi assistente de Paulo Rocha na realização de Mudar de Vida (1966) – Excerto de https://pt.wikipedia.org/wiki/Ant%C3%B3nio_Campos

Foi um dos primeiros cineastas em Portugal a dedicar-se à prática do filme documentário na perspetiva da antropologia visual. Praticando mais o documentário puro, ensaia a docuficção

Explorou o filme etnográfico, recorrendo às técnicas próprias do chamado cinema direto. Foi um dos elementos fundadores do movimento do Novo Cinema em Portugal. Começou, na sua cidade, Leiria, em cuja Escola Secundária trabalhava como funcionário administrativo, fazendo pequenos documentários por si custeados até que, depois de 1970, passou a trabalhar na Fundação Calouste Gulbenkian, trabalhando apenas naquilo de que gostava – no cinema.

Diz o autor do blogue Aventar “ Conheci António Campos nos anos 60. Foi-me apresentado pelo Camilo Mourão, um amigo, professor da escola de Leiria, onde Campos trabalhava. Escrevi algumas crónicas sobre ele, dei uma pequena ajuda em algumas das suas obras, escrevendo de parceria com Guilherme Valente – o homem da Gradiva – o guião para «A Invenção do Amor», de Daniel Filipe, e integrando a equipa que foi a Vilarinho das Furnas, antes de a povoação ficar submergida pelas águas da barragem, fazer um primeiro levantamento.

Na altura, Campos pediu-me que lhe escrevesse um guião em que a história da aldeia fosse narrada através dos olhos de um emigrante que voltava depois de Vilarinho desaparecer, recordando em flashbacks a aldeia como ela era. Escrevi um primeiro rascunho desse guião, mas não fiquei com cópia. Ter-se-á perdido entre os papéis de Campos (e não se perdeu grande coisa). Mas o realizador optou depois por um documentário puro e simples. Era aquilo que gostava de fazer. A ficção não lhe estava no sangue, embora tivesse capacidade para enveredar por essa via. Utilizava a ficção apenas quando queria tornar a realidade mais real.

«Um Tesoiro», 1958, «O Senhor», 1959, «A Almadraba Atuneira», 1961, foram entre os seus primeiros documentários os que mais exibidos foram pelos cineclubes portugueses. A partir de 1962 fez já alguns trabalhos para a Gulbenkian (exposições, peças da colecção., obras de construção). Foi então que, seduzido pelo poema de Daniel Filipe, pensou em fazer um filme sobre «A invenção do Amor», completando-o em 1965. Encarregou-me e ao Guilherme Valente (o homem da Gradiva) de escrever um guião baseado no poema.- Excertos de https://aventar.eu/2010/01/27/memoria-descritiva-antonio-campos-o-bom-selvagem-2/

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