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quinta-feira, 19 de maio de 2022

Celebração do Solstício do Verão 21-06-22 - O “Stonehenge Português" - Templos do sol -Aldeia de Chãs- Foz Côa

Jorge Trabulo Marques - Jornalista e investigador 


                               



O solstício de verão de 2022, ocorre a 21 de junho (terça-feira) em Portugal, às 10 h 14, marcando oficialmente o início do verão. No  hemisfério norte, o dia do solstício do verão é o dia mais longo do ano.Vai ser celebrado na Pedra do Sol, também conhecida como a Pedra do Solstício, com cortejo alegórico e momentos de poesia 


Assista ao pôr-do-sol no Solstício do Verão, junto a um gigantesco bloco de granito,    de forma  esférica, com 3 metros de diâmetro, situado sobranceiro ao Castro do Curral da Pedra e na vertente da margem esquerda do magnífico Vale da Ribeira Centieira, lugar da Mancheia - Tambores, zona integrada no perimetro do Parque Arqueológico do Vale do Côa, onde observará um raro fenómeno natural e cultural que se supõe ter origem no período megalítico ou na cultura pré-céltica.


ALINHAMENTO SAGRADO COM O PÔR-DO-SOL NO SOLSTÍCIO DE VERÃO
Esta extraordinária imagem, configurando uma gigantesca esfera terrestre ou a esplendorosa configuração de um enorme globo solar projetando os seus dourados raios, a poente, foi registada, pela primeira vez, cerca das 20.45 horas do dia 21 de Junho de 2003 e repete-se todos os anos, ao fim do dia mais longo do ano e à mesma hora, desde que  as condições atmosféricas o permitam.

A partir do ponto onde o sol então se pôs ( e voltará a pôr-se) começa o Verão e, de igual modo, a grande estrela-fiel inicia o movimento aparente da sua declinação para o Hemisfério Sul – E, até atingir esse ponto extremo, no Solstício do Inverno, distam vários quilómetros: ou seja, desde o ponto do horizonte, onde ele se vai pôr, em perfeito alinhamento com a crista do esférico bloco e o centro do pequeno círculo que se encontra cavado, a alguns metros a oriente, na mesma laje da sua base de apoio.


Porém, o enorme megálito que a mesma imagem documenta, deverá ser observado segundo a posição que parece ter sido ali erigido, retocado e direcionado. Feita a observação noutro ângulo, quer do lado sul ou do lado norte, deforma-se e assemelha-se a um estranho busto. Porventura, configurando, sabe-se lá, senão um outro simbolismo ou interpretação, ainda não decifrada

Castro do Curral da Pedra - próximo do Santuário Rupestre da Pedra da Cabeleira - na vertente do qual (a oeste) se ergue a Pedra do Solstício

Este local de culto ou de sacrifícios, a curta distância de outra zona castreja, Castro do Curral da Pedra, encontra-se alcandorado  sobre a vertente escarpada  do aprazível Vale da Ribeira Centieira, sobranceira à falha sísmica de Longroiva,  - um fértil vale – que desemboca na Ribeira dos Piscos , em curso situa-se um dos principais núcleos das gravuras rupestres  na área do Parque Arqueológico  do Vale do Côa, classificado como património da Humanidade  desde Dezembro de  1998
.Os homens da pedra lascada, dispunham apenas de rudimentares utensílios de sílex, daí, talvez a razão pela qual empregassem apenas a sua primitiva ferramenta para dar as formas naquilo que lhes era estritamente indispensável ou necessário. De resto, a estilização da arte pré-histórica, verifica-se desde as gravuras do paleolítico, e é do que nos maravilham alguns dos caprideos desenhados nas pedras xistosas do Côa. 


Este fenómeno solar não é único. Muitos desses blocos ( tais como, menires, estelas, dólmenes, recintos megalíticos), fazem parte de uma antiga herança do passado e, de facto, muitos deles, devido à posição que tomam, são geralmente conhecidos por alinhamentos sagrados, visto estarem em perfeito alinhamento com o sol, a lua ou outros corpos celestes.


A sua origem está ainda envolta nalgum mistério e nalgumas sombras, tal como, aliás,  toda a Pré-História. Presume-se, porém, que tenham sido erguidos por antigas civilizações pré-célticas e, também, sabiamente aproveitados por estas culturas que, compreendendo o poder e o significado que representavam, os utilizaram e cultuaram nos seus rituais e festividades, ligadas aos ciclos das estações.

Existem em várias partes do mundo, cada um com as suas especificidades. Porém, uma parte desses monólitos foram destruídos, perderam-se ou caíram no esquecimento: diluíram-se por entre as ruínas dos abrigos e povoados – Tal como este, até ao dia em que nos apercebemos  da singularidade da sua forma, da sua exposição,  entre outros aspetos, acreditando que não poderia ser obra do acaso: sim, demasiadas coincidências para se tratar um vulgar penedo, entre os inúmeros que por ali se espalham, a monte ou isolados, por ação e obra da Mãe-Natureza, desde o fundo do vale e por toda a vasta área planáltica do afloramento granítico.



É um facto que a magia destas terras, não só encantou os antigos povos  que por aqui se fixaram e ergueram os seus majestosos Templos do Sol, sítios onde veneravam os seus deuses e regulavam o principio das estações do ano, desde as sementeiras, passando pela floração, às colheitas, como constituem um atrativo para todos aqueles que demandem estes montes e planalto, estes larguíssimos horizontes, que seduzem o corpo e o espírito, parecendo levar o olhar aos confins do Mundo ou do Universo.

SANTUÁRIO RUPESTRE DA PEDRA DA CABELEIRA DE Nº SR  - Outro dos impressioantes monumentos calendários pre´-históricos

O altar sacrificial existente neste local é um verdadeiro observatório astronómico primitivo, que os antigos povos sabiamente teriam aproveitado não só como calendário, mas também para ali realizarem os seus cultos, festividades e rituais, com uma forte ligação à agricultura, à fertilidade e às estações do ano. Trata-se de um local mágico, pleno de história e de misticismo, dos poucos lugares da terra onde a beleza e o esplendor solar se podem repetir à mesma hora e com a mesma imagem contemplativa de há vários milénios pelos povos que habitaram a área”.






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