O presidente
da Sociedade Portuguesa de Escritores e Artistas Médicos, venceu o XI Prémio Aldónio Gomes (2022) com o texto 'O Anjo Enredado e
Outras Histórias'.- O meu caloroso abraço de parabéns a este
meu distinto parente, filho das mesmas terras.
O autor
conquista o prémio pela segunda vez (em 2014 foi o vencedor do III Prémio
Aldónio Gomes), confirmando a sua arte de contador de histórias.
O Prémio é
promovido pela Universidade de Aveiro (UA), desde 2012, e nasceu para estimular
a criação literária, apoiar a revelação de novos autores e honrar o pedagogo
Aldónio Gomes, cujo espólio foi doado à UA.
Autor de 14
livros, sobre Medicina, Literatura, História, Arte Africana – Tais como:
Mulemba, No Tempo do Caparandanda, Diário de Salazar, Eu Camillo, Os Colonos, A
última Profecia, Os retornados, 1910, República - Luz e Sombra, Lubango, O
Túmulo de Camões, Ofício de Contar, Bocage no Oriente, O Geronte dos Mares e
Outras Histórias.
De seu nome completo, António Alberto Sancho Trabulo, nasceu em Almendra (Foz Coa) e cresceu em Sá da Bandeira (Lubango), Angola.
Estudou
Medicina em Coimbra com uma bolsa de estudos do governo-geral de Angola.
Cumpriu o
serviço militar a bordo do navio hospital Gil Eannes, nos mares da Terra Nova e
da Gronelândia. Especializou-se em Neurocirurgia.
A seguir,
graças a uma bolsa de estudos da Fundação Calouste Gulbenkian, treinou
microcirurgia durante seis meses em Barcelona e em Bruxelas.
Ocupou
diversos cargos nos órgãos diretivos da Sociedade Portuguesa de Neurocirurgia.
Foi
presidente do Colégio da Especialidade de Neurocirurgia da Ordem dos Médicos e
presidente da Assembleia Geral do Distrito Médico de Setúbal.
Era, há
vários anos, chefe de Serviço de Neurocirurgia no Hospital dos Capuchos, em
Lisboa, quando se aposentou.
Vai cessar brevemente as funções de presidente da Sociedade Portuguesa de Escritores e Artistas Médicos.
Outro dos Prémios importantes atribuidos a António Trabulo - Foi à novela “O Diário de Antero Maleano”, de António Trabulo, que venceu a edição de 2019 do Prémio Literário Manuel Teixeira Gomes
O júri da edição 2019 decidiu, por consenso, atribuir o Prémio a este romance que acompanha a vida de um matador solitário, que espera pela próxima encomenda: a que indicará uma nova vítima, a mando de uma organização representada por um tal Demócrito.
Na cidade de Setúbal, Antero recorda um percurso cheio de peripécias em geografias tão diversas como os Balcãs, a América do Sul ou os Estados Unidos. Isto enquanto nos revela um dia-a-dia de tédio e de poucos contactos no espaço limitado do bairro onde tem um apartamento e de onde raramente se afasta
Segundo o júri, «o registo diarístico coloca-nos perante uma escrita simples, objetiva e muito segura, marcada quase sempre pelo inesperado. O amor, a solidão, os traumas, a esperança, o desejo, a amizade, a indiferença, tudo isto está neste diário criado por António Trabulo. Talvez o maior espanto, ao lê-lo, venha da forma seca como os factos nos são apresentados, criando no leitor a sensação de falta de futuro, que é o que parece acontecer com o próprio Antero e com as personagens que surgem à sua volta.»
CRÓNICAS DA PESTE
Este livro orbita a pandemia de COVID 19. O
protagonista é um velho médico aposentado. Procura contrapor aos números crus
de infetados e mortos de cada país referido as impressões recolhidas em viagens
anteriores. A intenção é lembrar as terras como eram antes desta nova peste e
como voltarão a ser, depois dela abalar. A solidão a que o confinamento obrigou
fez lembrar mais vezes os amigos. O autor deu-lhe entrada nas páginas do livro.
Fechado em casa, sem entretenimentos para além
da televisão e da escrita, o velho médico foi recordando peripécias da sua vida
clínica e acrescentou-as ao texto.
Publicado em e-books Kindle/Amazon.br
O terceiro livro que publiquei - diz António Trabulo - foi uma biografia escrita em forma de diário. Conheceu um sucesso editorial retumbante. Tornou-se um best-seller, tendo esgotado 10 edições de mil exemplares. Ajudou a pôr na moda os escritos sobre a vida do velho ditador
Sem dívida, grande eêxito literário - " Salazar não redigiu um diário, mas deixou muitos escritos. Numa obra fascinante, o autor deste livro originalíssimo, António Trabulo (prestigiado médico lisboeta) reconstrói, como quem monta um puzzle, reconstituindo-os sobre a forma de diário, o quotidiano, e o pensamento do estadista em causa.
Aproveitando passagens de discursos, entrevistas, declarações,
afirmações por ele proferidas (e escritas) ao longo da vida, sequenciou-as
pacientemente, imaginativamente sem as atraiçoar, ajudando-nos a compreender,
de maneira irrecusável, o homem e os acontecimentos que dominaram, determinaram
a vida de então.
O diário que se apresenta é uma projecção do canto de cisne do
seu gigantesco e secular império, lento e solitário que nos convoca para os
seus ecos, imersos há muito no tempo e na distância. Daí a importância em o
humanizar para o desmistificar
“Às vezes, um homem resguarda-se nas recordações. Há tempo, deu-me para procurar um álbum velho de fotografias. Abri-o e vi-me menino. Para dar sentido ao mundo e entender os passos andados, resolvi regressar a Sá da Bandeira. Não o fiz de forma física. A minha cidade fica longe, no espaço e no tempo. Poderia perder-me nos caminhos novos e até nos antigos. Optei por percorrer as estradas da Lembrança”
António Trabulo Lubango encerra a trilogia de António Trabulo sobre África, desenrolando-se, num tempo imaginado entre os Colonos – retrato da fundação de Sá da Bandeira e os “Os Retornados”, saga do regresso apressado a Portugal. Neste livro, fala-se do “Estar”. Retrata-se, habilmente, certa forma portuguesa de colonizar e de se enraizar no mundo. O autor começa por fixar apontamentos autobiográficos para logo se afastar da realidade; as páginas entrelaçam-se, alheias a um plano de rigor. As povoações são, em boa parte, as pessoas que as habitam. Ao usar a cidade como cenário, colocando lá gente diversa da que existiu, o LUBANGO desprende-se do chão do Planalto para integrar o mapa do romance
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