Recordando a entrevista com
o principal protagonista na história das televisões privadas em Portugal. –
Dono do maior grupo dos media
portugueses, com a SIC no topo das audiências, nasceu em 1 de Setembro de 1937,
Jurista de formação, foi igualmente dirigente político ativo, com origem
paterna na cidade da Guarda, e, em Sintra, pelo lado materno
BALSEMÃO: Defendia, que o
grupo mais bem posicionado para a concessão de um canaL privado de televisão,
era o que ele liderava.
A história dos canais de TV
privados, em Portugal, desde a aprovação da lei até ao inicio das emissões,
teve os seus episódios e protagonistas – Ao recordar-se esse tempo, um dos nomes, que ressalta, imediatamente, sobretudo
para quem acompanhou de perto as discussões e as polémicas, à volta desta
questão, é o de Francisco Pinto Balsemão – Sem dúvida, o grande pioneiro dos
media em Portugal, antes e depois da Revolução de Abril. - Atualmente lidera o
grupo mais poderoso da Comunicação Social Portuguesa, ombreando com os mais
importantes grupos internacionais
Já lá vão uns anos
decorridos, à volta da discussão da nova lei da Comunicação social, que, depois
de aprovada, viria a permitir a
concessão de canais televisivos a grupos privados.
Na corrida, estava o Grupo
liderado por Pinto Balsemão, Proença de Carvalho e a Igreja Católica – As
concessões viriam a ser atribuídos, ao Grupo Impresa, de Balsemão, que arranca
com as emissões da SIC, em Outubro de 1992,
constituindo-se como o 1º canal
de televisão privada em Portugal. E à Igreja católica, que, começa as suas
emissões, em Fevereiro de 1993, sob a
sigla de Televisão Independente ( TVI), que, naquela altura tinha o nome de
"4" por ser a 4ª rede nos canais de televisão portugueses
BALSEMÃO, A FIGURA
INCONTORNÁVEL NA HISTÓRIA DAS TELEVISÕES PRIVADAS EM PORTUGAL
Naturalmente que, a ser
atribuída a concessão de canais de televisão a grupos privados, Francisco
Balsemão, pese o facto de ter sido primeiro-ministro e co-fundador de um
partido, era quem, à partida, reunia mais créditos para chamar a si esse
justificado direito e responsabilidade. Este era pois um dos argumentos de peso
que jogava a seu favor. Todavia, conquanto os dois Governos de Cavaco,
liderados pela AD, obtivessem a maioria absoluta, o processo foi-se arrastando e levou algum tempo a que
passasse das intenções à prática.
Nesse interregno – já não
nos ocorre em que data precisa – na altura em que trabalhávamos como repórter na Radio Comercial-RDP –
pessoalmente tomámos a iniciativa de nos dirigirmos à redação do semanário
Expresso, que era ainda ali próximo da rotunda do Marquês Pombal, parta ouvir
Francisco Pinto Balsemão, acerca deste candente assunto - O qual prontamente
acedeu expor as suas razões..
“O tema da privatização está em foco, em termos gerais: não apenas no
que respeita à comunicação social. Isso resulta do resultado das eleições,
resulta do programa do Governo. E penso que é esse o caminho a seguir, embora
com naturais cautelas em relação à organização política do Estado e á
intervenção que o Estado terá que ter sempre na economia.
No caso concreto da
comunicação social - fico com muita pena
não estar presente do debate
recentemente realizado no Clube dos Empresários, pois tinha outro
compromisso inadiável - , penso que a
privatização da comunicação social é inevitável e é desejada. Quanto aos
jornais, não faz qualquer sentido que o Estado tenha jornas: nenhum país
europeu, em nenhum país do mercado comum, isso acontece. Quanto à rádio, a privatização já existe, a
privatização já existe apesar da lei ainda não estra a ser aplicada e aí há que
regulamentar o modo, o exercício dessa privatização.
Quanto á televisão, também
penso que, não apenas porque nos países europeus isso está a acontecer mas
também é a única maneira de darmos uma
resposta em termos culturais e de identidade nacional à invasão das televisões
estrangeiras, é realmente a privatização. É haver a possibilidade de canais
privados em Portugal.
Portanto, por tudo isto eu
sou defensor se que este tipo de medidas sejam tomadas rapidamente. Até aqui
não foi possível, na medida em que não havia uma Governo maioritário, uma
maioria na Assembleia nesse sentido. Mas, quanto à televisão, todos os partidos
apresentaram propostas de lei, tendentes à existência de televisão privada
Vejo a televisão privada,
acima de tudo e como primeira prioridade, através da abertura de um concurso público para a exploração
existente, o segundo canal, que é a nossa primeira prioridade, minha e do Grupo Sójornal : empresa
proprietária do Expresso e que compreende vários outros jornais e publicações.
Como a empresa proprietária do semanário Jornal; empresa proprietárias das
revistas Nova Gente, Maria e outras: O Tempo; o Diário de Coimbra; Diário de
Aveiro; O Motor. E depois, um segundo grupo, com empresas bem conhecidas em
Portugal: como é o caso dos Filmes Castelo Lopes; de Costa do Castelo (filmes);
da Valentim de Carvalho, Telecine-Moro e outras.
Este Grupo é um Grupo que se
considera competente, porque tem experiência em matéria de comunicação social.
E, por isso, julgo que as regras, no caso da televisão, devem atender à
experiência no campo da comunicação
social dos concorrentes – Excerto da entrevista, parte da qual editada em
vídeo
BALSEMÃO E A TEMPERA DE UM
NATIVO SERRA DA ESTRELA
Pinto Balsemão tem a têmpera
do granito da Guarda - Seu pai Henrique Patrício Pinto Balsemão nasceu no dia 9
de Setembro de 1897 na cidade mais alta de Portugal - O filho Francisco nasceu
em Lisboa no dia 1 de Setembro de 1937 - Tal como seu pai é um nativo virgiano.
Ambos nasceram em dias ímpares mas ele prefere o número par. "Quando
posso, arranco com os meus projetos num dia 6: o Expresso começou a 6, o PSD
foi anunciado num dia 6, a Caras saiu num dia 6. A SIC Notícias só não iniciou
as emissões a 6 porque era um sábado. Não sou supersticioso, mas, se puder ser
a 6, é."JN - Acho que faz bem - É
assim que se contrariam os enguiços: ao número seis só faltam, dois tracinhos:
um de cada lado para tomar a forma de cifrão
No dia 6 de Janeiro, dia em
que o semanário expresso, completava, 40 anos,
Henrique Monteiro, diz que, quando este jornal foi "lançado, em
1973, existia censura prévia, os partidos políticos eram proibidos (apenas um
grupo tinha assento no Parlamento), havia guerras em Angola, Moçambique e Guiné
para onde eram mandados rapazes de todo o país, o PIB per capita, a preços que
podem ser comparados (preços constantes) era metade do valor atual, o número de
pessoas empregadas era muito mais baixo (porque havia muito menos empregos e a
população ativa era menor), além de que o país"Expresso por mais 40 anos.
Parabéns
Também somos da mesma
opinião: - A grande incógnita está na era pós Balsemão
Indubitavelmente, sem o semanário Expresso, o jornalismo português
teria ficado mais pobre, muitas noticias não teriam sido publicadas e muitas
pessoas teriam ficado ignoradas, umas vezes criticadas, outras promovidas -
isto para já não falar nos destinos da política - O Expresso nasceu em 1973, na chamada
primavera Marcelista, ou chamar-lhe-ia o Advento do 25 de Abril –
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