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sexta-feira, 29 de maio de 2020

Pragas de enxames de gafanhotos, no leste de África, devastam as colheitas, adensam conflitos tribais e agravam a fome A pandemia de Covid-19 está exacerbando o problema Uma crise alimentar global de fome se aproxima – Antevêm estudos, que poderá atingir 265 milhões de pessoas até o final do ano - Banco Mundial alerta que os enxames regionais de gafanhotos podem aumentar em 400 vezes o número atual até junho, causando custos e danos relacionados à pecuária de US $ 8,5 bilhões até o final de 2020. – União Europeia, já duou mais 10 milhões de euros para o combate da praga de gafanhotos que está a assolar a África Oriental.

JORGE TRABULO MARQUES - JORNALISTA - Textos e imagens da imprensa internacional

  

Em Fevereiro passado, “A Comissão Europeia decidiu doar mais 10 milhões de euros para o combate da praga de gafanhotos que está a assolar a África Oriental.
Na África Oriental, 27,5 milhões de pessoas sofrem de grave insegurança alimentar e, pelo menos, mais 35 milhões estão em risco, sublinha a nota de Bruxelas.
A Comissão Europeia está a trabalhar em conjunto com a ONU – em concreto, com a FAO (Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura), que já elaborou um plano de resposta – e também com o Programa Alimentar Mundial. https://rr.sapo.pt/2020/02/27/mundo/praga-de-gafanhotos-ue-manda-mais-10-milhoes-de-euros-para-africa/noticia/183418/

Refere a imprensa internacional, que “a  pandemia de coronavírus trouxe fome a milhões de pessoas em todo o mundo. Os bloqueios nacionais e as medidas de distanciamento social estão secando o trabalho e a renda, e provavelmente atrapalharão a produção agrícola e as rotas de suprimento - deixando milhões preocupados em como conseguirão o suficiente para comer.
135 milhões de pessoas já enfrentavam escassez aguda de alimentos , mas agora com a pandemia, mais 130 milhões poderiam passar fome em 2020, disse Arif Husain, economista-chefe do World Food Program, uma agência das Nações Unidas. Ao todo, estima-se que 265 milhões de pessoas possam ser levadas à beira da fome até o final do ano.




Segundo especialistas, essa crise da fome é global e causada por uma infinidade de fatores ligados à pandemia de coronavírus e à conseqüente interrupção da ordem econômica: a súbita perda de renda para incontáveis ​​milhões de pessoas que já viviam de mão em boca; o colapso dos preços do petróleo; escassez generalizada de divisas devido ao turismo secando; trabalhadores estrangeiros que não têm salário para enviar para casa; e problemas contínuos como mudança climática, violência, deslocamentos populacionais e de
sastres humanitários.

De Honduras à África do Sul e à Índia, protestos e saques já começaram em meio a frustrações provocadas por bloqueios e preocupações com a fome. Com o encerramento das aulas, mais de 368 milhões de crianças perderam as refeições e lanches nutritivos que normalmente recebem na escola https://www.nytimes.com/2020/04/22/world/africa/coronavirus-hunger-crisis.html

AS  PRAGAS DE GAFANHOTOS, VIERAM COMPLICAR AINDA MAIS A VIDA A MILHÕES DE SERES HUMANOS EM ÁFRICA

(...) O Quénia está passando pela pior invasão de gafanhotos dos últimos 70 anos. O Banco Mundial alerta que os enxames regionais de gafanhotos podem aumentar em 400 vezes o número atual até junho, causando custos e danos relacionados à pecuária de US $ 8,5 bilhões até o final de 2020. Os pastores da Etiópia, Sudão e Quênia serão os mais atingidos.

A Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação, que soou o alarme em janeiro sobre a ameaça sem precedentes à segurança alimentar, está correndo para impedir a criação de gafanhotos .

Cerca de 20 milhões de pessoas já estão gravemente inseguras na região.Há uma correlação direta entre a escassez de alimentos para animais e a desnutrição em crianças menores de cinco anos, diz ele, acrescentando que estão em andamento planos para apoiar as comunidades mais atingidas com esquemas de transferência de renda em junho, quando os alimentos e as pastagens serão mais escassos.

A pandemia de Covid-19 está exacerbando o problema. Depois de dificultar os esforços para controlar os gafanhotos, a crise da saúde tem o potencial de provocar conflitos. Isso é algo que Josephine Ekiru, uma pastora e construtora de paz Turkana do Northern Rangelands Trust , sabe tudo sobre isso.

A insegurança económica causada pela pandemia já está alimentando ataques pastorais, diz ela. “Haverá um aumento no conflito baseado em recursos ... as pessoas estarão se mudando para áreas onde haverá grama. Precisamos nos preparar para o conflito. ”

(..) O Banco Mundial distribuiu US $ 13,7 milhões em financiamento de emergência ao governo queniano para ajudar a combater os enxames, e a FAO confirma que outros US $ 118 milhões foram prometidos para ajudar nos esforços de controle. Mas pedidos de apoio, como transferências de dinheiro para aqueles que enfrentam escassez de alimentos no próximo mês, são apenas 54% financiados. Será difícil encontrar o déficit em meio à pandemia global de coronavírus.

Enquanto isso, pastores como Moses Lomooria, 34, do condado de Isiolo, estão se preparando para novos inimigos. Seca e doença são familiares, diz ele, e estão diminuindo lentamente seus rebanhos. “Este é apenas um fardo adicional. Se os gafanhotos se alimentarem de vegetação agora, não haverá chuva para trazê-la de volta até o final do ano. ” A única coisa que ele pode fazer é esperar.

Náufrago 38 dias numa prioga - Vogar à deriva sobre as vagas do mar alto, tendo à noite as trevas por teto





Neste momento em que escrevo estas linhas, é noite alta - Olhando para a beleza destas vagas,ao mesmo tempo transporto-me às noites sombrias por onde vivi a sós os momentos mais belos e também os mais angustiosos

Oh Deus!...Onde Irei à Deriva Numa Noite assim?... –
Sozinho e sentado num mísero tronco escavado às desoras!..
Fixando de olhar triste o imenso teto escondido e sombrio!
Discorrendo absorto no fulgor de algum vago ou ténue brilho…
Em busca de um qualquer cintilar longínquo, das eternas estrelas
Donde não vislumbro sinal de luz – Oh grande desilusão a minha!
Estão mudas!... Escuridão e silêncio absoluto! Nenhum sinal de vida!
Porém, em torno de mim, brame e crepita a densa escura treva!
Avança em turbilhões de fumo e vertigem o tumulto da vaga!
Só as escuríssimas ondas, e, atrás delas, outras ondas mais ainda!
Ao mesmo tempo que nos ares se enrola e desvanece a baça névoa!
Erguem-se e perpassam à minha volta, fugazes rolos de inúmeros trapos!
Que se fundem e refundem, num duelo incessante, desvairado torvelinho!
Enquanto meus olhos, mergulhados de afronta, pasmo, medo e mistério,
Me provocam mil interrogações! - Se alucinam de díspares e mil perguntas!
Varrem e escrutinam, todos os confins do convulsivo e misterioso oceano!
Perdidos na superfície da ondulante massa escura, imensa sepultura aberta!

Sim, a sós, comigo e com a minha intimidade, aqui vogo, voz emudecida
Flutuando à deriva e à solta, acima e abaixo de alterosos montes e sulcos
De negras e altas montanhas líquidas, que, cavalgando ao meu encontro,
Ora se erguem, abruptamente, ora parece que nelas me envolvo e afundo.
Porém, sempre de fronte pura e aberta à negra imensidão do infinito!
Às sucessivas rabanadas do agreste uivo do vento, aos seus golpes duros!
Arrastado pela sua fugidia e perturbadora fúria, que ecoa espaço a fora!
Vogando em mar deserto, de mil remoinhos, de fervente espuma escura!
Imerso nas vestes da imensa solidão noturna, perdido e esquecido
De todo mundo e, porventura, até dos escuros e turvados Céus.
E certamente que também da misericórdia ou piedade de Deus .

Jorge Trabulo Marques 

quinta-feira, 28 de maio de 2020

CARLOS ABREU - DIÁRIO DE UM COZINHEIRO PORTUGUÊS - LONGE DO SEU PAÍS - RESISTINDO ÀS INCERTEZAS QUE MARCAM ATUALIDADE E CONFIANTE DE QUE ESTE NÃO É O FIM MAS O PRINCIPIO DE OUTRA VIDA

JORGE TRABULO MARQUES - JORNALISTA 


Carlos  Gabriel Abreu, não se deixa vergar às incertezas e ansiedade, que percorre de lés-a-lés a grande aldeia global - "Declarou ao Inter Magazine digital, que, "Todos os dias programo as minhas tarefas para os quatro restaurantes Old Lisbon que coordeno aqui em Miami. No início de Março, a pandemia começou a fazer os seus estragos por cá com a falta de clientes e a separação de mesas com o mínimo de 1,5m. A falta de confiança começou a instalar-se facilmente entre os clientes, tal como a pandemia! No início da semana, o nosso CEO decidiu fechar os restaurantes e dispensar todo o pessoal. Entretanto, percebeu que fechar um restaurante com 30 anos e com um sucesso tão grande não era a melhor solução e então começámos a funcionar em regime take away e delivery. Deitámos as mãos à massa, sem preocupações. Afinal, essa é a génese que corre nas veias do povo português, somos conquistadores e lutadores desde há muitos séculos, sempre soubemos ultrapassar dificuldades! O vírus é mutante? Sim e nós, portugueses, também temos esse espírito de mudar e seguir em frente. Hoje, um mês depois, estamos cá com o mesmo sucesso levando à casa dos nossos clientes aquilo que nos alimenta o corpo e a alma.

Desistir não é opção na nossa área. Tenho clientes que agradecem por estarmos abertos e querem descobrir Portugal já este verão. Essas palavras enchem o nosso coração! E sabem porquê? Porque soubemos com a nossa resiliência controlar uma tragédia. Este não é o fim mas sim o princípio de outra vida, com outras oportunidades que vão surgir. Continuo a acreditar que Portugal está na moda e vai continuar a estar! Somos fortes! https://etaste.pt/gastronomia/carlos-abreu-o-diario-de-um-cozinheiro-portugues-em-miami/




REVISITANDO  LISBOA  - A encantadora cidade,  capital  que também já foi imperial, numa excursão imaginária, guiados turisticamente por este artístico video de  Afonso Brandão, com  mais um belo poema declamado ao som da guitarra portuguesa, de Euclides Cavaco - Desta Lisboa, que eu comecei a conhecer aos 12 anos - Quando por aqui vim da província, como menino escravo das antigas mercearias lisboetas - Depois de alguns anos de ausência, aqui me fixei desde 1976 e por aqui fiquei rendido ou prisioneiro, em alguns aspectos, à sua magia e ao seu feitiço, mais por resignação do que por paixão - Mas foi também a oportunidade de eu conhecer e privar , como jornalista, com muita gente interessante, em todos os sectores da sociedade - Parabéns, pois, por estes trinados e versos, tão nostálgicos e tão sentidos da nossa alma..

segunda-feira, 25 de maio de 2020

Francisco Pinto Balsemão – O grande pioneiro dos media em Portugal, antes e depois da Revolução de Abril. –“ penso que a privatização da comunicação social é inevitável e é desejada” – Declarou-me antes de lhe ser atribuído o 1º canal de televisão privada em Portugal, que arrancaria em 6 de Outubro de 1992 - Dono do maior grupo dos media portugueses, com a SIC no topo das audiências.ombreando com os mais importantes grupos internacionais. Fundou o semanário EXPRESSO, em 6 de Janeiro de 1973 -

ENTREVISTA PARA A HISTÓRIA DAS TELEVISÕES  PRIVADAS EM PORTUGAL -Por Jorge Trabulo Marques - Jornalista
Francisco Pinto Balsemão – Entrevista há  uns 30 anos: - Com o principal protagonista na história das televisões privadas em Portugal. – Dono do  maior grupo dos media portugueses, com a SIC no topo das audiências. 

Estoril 1985 - Francisco Pinto Balsemão , prestando declarações, ao autor destas linhas , acerca da exposição de pintura de  Isabel Torres, filha do seu grande amigo, César Torres - Ela era ainda muito nova e ele dizia que ia ser uma grande promessa na pintura - e parece que foi. - Mais tarde, , mas já na Redação do Expresso, pronunciar-se-ia para o mesmo repórter, sobre a concessão das televisões a operadores privados



Recordando a entrevista com o principal protagonista na história das televisões privadas em Portugal. – Dono do  maior grupo dos media portugueses, com a SIC no topo das audiências, nasceu em 1 de Setembro de 1937, Jurista de formação, foi igualmente dirigente político ativo, com origem paterna na cidade da Guarda, e, em Sintra, pelo lado materno

BALSEMÃO: Defendia, que o grupo mais bem posicionado para a concessão de um canaL privado de televisão, era o que ele liderava.

A história dos canais de TV privados, em Portugal, desde a aprovação da lei até ao inicio das emissões, teve os seus episódios e protagonistas – Ao recordar-se esse tempo, um dos  nomes, que ressalta, imediatamente, sobretudo para quem acompanhou de perto as discussões e as polémicas, à volta desta questão, é o de Francisco Pinto Balsemão – Sem dúvida, o grande pioneiro dos media em Portugal, antes e depois da Revolução de Abril. - Atualmente lidera o grupo mais poderoso da Comunicação Social Portuguesa, ombreando com os mais importantes grupos internacionais

Já lá vão uns anos decorridos, à volta da discussão da nova lei da Comunicação social, que, depois de aprovada,  viria a permitir a concessão de canais televisivos a grupos privados. 

Na corrida, estava o Grupo liderado por Pinto Balsemão, Proença de Carvalho e a Igreja Católica – As concessões viriam a ser atribuídos, ao Grupo Impresa, de Balsemão, que arranca com as emissões da SIC, em Outubro de 1992,  constituindo-se como  o 1º canal de televisão privada em Portugal. E à Igreja católica, que, começa as suas emissões,  em Fevereiro de 1993, sob a sigla de Televisão Independente ( TVI), que, naquela altura tinha o nome de "4" por ser a 4ª rede nos canais de televisão portugueses


BALSEMÃO, A FIGURA INCONTORNÁVEL NA HISTÓRIA DAS TELEVISÕES PRIVADAS EM PORTUGAL

Naturalmente que, a ser atribuída a concessão de canais de televisão a grupos privados, Francisco Balsemão, pese o facto de ter sido primeiro-ministro e co-fundador de um partido, era quem, à partida, reunia mais créditos para chamar a si esse justificado direito e responsabilidade. Este era pois um dos argumentos de peso que jogava a seu favor. Todavia, conquanto os dois Governos de Cavaco, liderados pela AD, obtivessem a maioria absoluta, o processo  foi-se arrastando e levou algum tempo a que passasse das intenções à prática.

Nesse interregno – já não nos ocorre em que data precisa – na altura em que trabalhávamos  como repórter na Radio Comercial-RDP – pessoalmente tomámos a iniciativa de nos dirigirmos à redação do semanário Expresso, que era ainda ali próximo da rotunda do Marquês Pombal, parta ouvir Francisco Pinto Balsemão, acerca deste candente assunto - O qual prontamente acedeu expor as suas razões..

“O tema da privatização  está em foco, em termos gerais: não apenas no que respeita à comunicação social. Isso resulta do resultado das eleições, resulta do programa do Governo. E penso que é esse o caminho a seguir, embora com naturais cautelas em relação à organização política do Estado e á intervenção que o Estado terá que ter sempre na economia.

No caso concreto da comunicação social  - fico com muita pena não estar presente do debate  recentemente realizado no Clube dos Empresários, pois tinha outro compromisso  inadiável - , penso que a privatização da comunicação social é inevitável e é desejada. Quanto aos jornais, não faz qualquer sentido que o Estado tenha jornas: nenhum país europeu, em nenhum país do mercado comum, isso acontece.  Quanto à rádio, a privatização já existe, a privatização já existe apesar da lei ainda não estra a ser aplicada e aí há que regulamentar o modo, o exercício dessa privatização.
Quanto á televisão, também penso que, não apenas porque nos países europeus isso está a acontecer mas também é a única  maneira de darmos uma resposta em termos culturais e de identidade nacional à invasão das televisões estrangeiras, é realmente a privatização. É haver a possibilidade de canais privados em Portugal.

Portanto, por tudo isto eu sou defensor se que este tipo de medidas sejam tomadas rapidamente. Até aqui não foi possível, na medida em que não havia uma Governo maioritário, uma maioria na Assembleia nesse sentido. Mas, quanto à televisão, todos os partidos apresentaram propostas de lei, tendentes à existência de televisão privada 

Vejo a televisão privada, acima de tudo e como primeira prioridade, através da abertura de  um concurso público para a exploração existente, o segundo canal, que é a nossa primeira prioridade,  minha e do Grupo Sójornal : empresa proprietária do Expresso e que compreende vários outros jornais e publicações. Como a empresa proprietária do semanário Jornal; empresa proprietárias das revistas Nova Gente, Maria e outras: O Tempo; o Diário de Coimbra; Diário de Aveiro; O Motor. E depois, um segundo grupo, com empresas bem conhecidas em Portugal: como é o caso dos Filmes Castelo Lopes; de Costa do Castelo (filmes); da Valentim de Carvalho, Telecine-Moro e outras.

Este Grupo é um Grupo que se considera competente, porque tem experiência em matéria de comunicação social. E, por isso, julgo que as regras, no caso da televisão, devem atender à experiência no campo da  comunicação social dos concorrentes Excerto da entrevista, parte da qual editada em vídeo

BALSEMÃO E A TEMPERA DE UM NATIVO SERRA DA ESTRELA

Pinto Balsemão tem a têmpera do granito da Guarda - Seu pai Henrique Patrício Pinto Balsemão nasceu no dia 9 de Setembro de 1897 na cidade mais alta de Portugal - O filho Francisco nasceu em Lisboa no dia 1 de Setembro de 1937 - Tal como seu pai é um nativo virgiano. Ambos nasceram em dias ímpares mas ele prefere o número par. "Quando posso, arranco com os meus projetos num dia 6: o Expresso começou a 6, o PSD foi anunciado num dia 6, a Caras saiu num dia 6. A SIC Notícias só não iniciou as emissões a 6 porque era um sábado. Não sou supersticioso, mas, se puder ser a 6, é."JN - Acho que faz bem  - É assim que se contrariam os enguiços: ao número seis só faltam, dois tracinhos: um de cada lado para tomar a forma de cifrão



No dia 6 de Janeiro, dia em que o semanário expresso, completava, 40 anos,  Henrique Monteiro, diz que, quando este jornal foi "lançado, em 1973, existia censura prévia, os partidos políticos eram proibidos (apenas um grupo tinha assento no Parlamento), havia guerras em Angola, Moçambique e Guiné para onde eram mandados rapazes de todo o país, o PIB per capita, a preços que podem ser comparados (preços constantes) era metade do valor atual, o número de pessoas empregadas era muito mais baixo (porque havia muito menos empregos e a população ativa era menor), além de que o país"Expresso por mais 40 anos. Parabéns

Também somos da mesma opinião: - A grande incógnita está na era pós Balsemão

Indubitavelmente, sem  o semanário Expresso, o jornalismo português teria ficado mais pobre, muitas noticias não teriam sido publicadas e muitas pessoas teriam ficado ignoradas, umas vezes criticadas, outras promovidas - isto para já não falar nos destinos da política -  O Expresso nasceu em 1973, na chamada primavera Marcelista, ou chamar-lhe-ia o Advento do 25 de Abril –

Por esse tempo, o autor destas linhas encontrava-se  em São Tomé. Depois de uma experiência, bem amarga pela vida da roça  (para onde foi estagiar como técnico agrícola) era então operador no ERSTP e correspondente de uma revista de Angola, a Semana Ilustrada" - Nessa altura, já tinha plena consciência do que era o bisturi  e até dos calabouços da PIDE e dos seus britais mimos. Indubitavelmente, sem  o semanário Expresso, o jornalismo português teria ficado mais pobre, muitas noticias não teriam sido publicadas e muitas pessoas teriam ficado ignoradas, umas vezes criticadas, outras promovidas - isto para já não falar nos destinos da política - 

 O Expresso nasceu em 1973, na chamada primavera Marcelista, ou chamar-lhe-ia o Advento do 25 de Abril – Por esse tempo, o autor destas linhas encontrava-se  em São Tomé. Depois de uma experiência, bem amarga pela vida da roça  (para onde foi estagiar como técnico agrícola) era então operador no ERSTP e correspondente de uma revista de Angola, a Semana Ilustrada" - Nessa altura, já tinha plena consciência do que era o bisturi  e até dos calabouços da PIDE e dos seus britais mimos.

domingo, 24 de maio de 2020

Eduardo Lourenço – Completou 97 anos o maior ensaísta da língua portuguesa e grande pensador contemporâneo - “O que eu faria sem escrever,” Declarou-me há 4 anos, na feira do Livro de Lisboa, ao perguntar-lhe se ainda continuava a escrever - Nasceu a 23 de Maio de 1923, em S. Pedro de Rio Seco, concelho de Almeida,

Jorge Trabulo Marques - Jornalista  -



 Eduardo Lourenço , um dos  mais distintos ensaístas  portugueses e  pensadores do século XX., na  entrevista que me concedeu,  há 4 anos, falou-me de Vergilio Ferreira e da sua imensa saudade do seu grande amigo: tínhamos encontros e repensávamos o mundo”   Ainda não somos um grande mundo unido como devíamos ser " - Entre outras das suas afirmações, designadamente do afastamento da Inglaterra da União Europeia, que então começava a desenhar-se .



Sem dúvida, um dos mais relevantes nomes da sociedade contemporânea – Natural de uma pequena aldeia da Beira Interior e tornou-se senhor do mundo, marcando o pensamento ao longo de mais de 50 anos, sobretudo no pós-25 de abril. - Nasceu a 23 de Maio de 1923, em S. Pedro de Rio Seco, concelho de Almeida, distrito da Guarda. É o filho mais velho (de sete) de Abílio de Faria, oficial do Exército, e de Maria de Jesus Lourenço. Frequenta a Escola Primária na sua terra natal. Depois ingressa no Liceu da Guarda e termina os seus estudos secundários no Colégio Militar em Lisboa. Frequenta o Curso de Histórico-Filosóficas na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra onde conclui a Licenciatura no dia 23 de Julho de 1946, com uma Dissertação com o título O Sentido da Dialéctica no Idealismo Absoluto. Primeira parte.

Começou a distinguir-se em Coimbra, aquando da sua licenciatura em Ciências Histórico-Filosóficas, concluída em 1946. Na cidade do conhecimento, encontra um ambiente aberto a reflexão.
Prossegue a sua formação académica com um estágio na Universidade de Bordéus, em 1949, e torna-se embaixador da cultura portuguesa nas universidades de Hamburgo e Heidelberg (entre 1953 e 1955) e na Universidade de Montpellier (de 1956 a 1958).
É docente durante um ano na Universidade Federal da Bahia, como professor convidado de Filosofia, e passa a viver em França, em 1960.
Fixou residência em Vence, cinco anos mais tarde, e foi reitor na Universidade de Grenoble, de 1960 a 1965. Tornou-se professor jubilado em Nice, em 1988, um ano antes se tornar conselheiro cultural junto da Embaixada Portuguesa em Roma, até 1991. Em 1999, passa a ocupar o cargo de administrador não executivo da Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa.

Influenciado por nomes como Husserl, Kierkegaard, Nietzsche, Heidegger, Sartre, Dostoievski, Franz Kafka ou Albert Camus, Eduardo Lourenço desenvolveu pensamentos sobre o existencialismo, sem nunca se deixar levar por correntes teóricas e ideologias.
Ao longo da sua vida, que perdura, Eduardo Lourenço publicou livros, ensaios e pensamentos. Crítico e ensaísta literário, virado predominantemente para a poesia, colecionou prémios, dos quais se destacam o bem recente Prémio Pessoa (em 2011), a Ordem de Santiago da Espada (1981) o Prémio Europeu de Ensaio Charles Veillon, Prémio Camões (1996), Cavaleiro da Legião de Honra de França (2002), Prémio Vergílio Ferreira (2001), Medalha de Mérito Cultural do Ministério da Cultura (2008), além de diversos doutoramentos honoris causa.

Covid-19 – Obesidade, idade e sexo - Fatores de risco subjacentes às vitimas da pandemia – Aumenta nos mais de 50 anos, além de ser homem, obeso ou ter doença cardíaca, pulmonar, hepática e renal subjacente – Referem estudos médicos

JORGE TRABULO MARQUES - JORNALISTA  - A GORDURA NÃO É A FORMOSURA IDEAL PARA MELHOR RESISTIR À EPIDEMIA DO COVID-19 



Vários têm sido os trabalhos de investigação, que têm vindo a desbruçar-se sobre o coronavirus19 – Apresentamos-lhe de seguida alguns excertos  desse estudos, que concluem que os obesos, os diabéticos e as pessoas mais velhas, são as mais suceptível de contrair o virus e de não lhe resistir

“Idade, sexo masculino, obesidade e doenças subjacentes emergiram como fatores de risco para Covid-19 grave ou morte no Reino Unido, de acordo com o maior estudo de coorte publicado até hoje pelo The BMJ .

O risco de morte aumenta nos mais de 50 anos, além de ser homem, obeso ou ter doença cardíaca, pulmonar, hepática e renal subjacente. https://medicalxpress.com/news/2020-05-age-male-sex-obesity-underlying.html

Refere outro estudo  que "O impacto desproporcionado da gripe H1N1 e agora da COVID-19 em pacientes com obesidade e obesidade grave não é surpreendente, dado o impacto da obesidade na função pulmonar. A obesidade está associada a uma diminuição do volume da reserva expiatória, da capacidade funcional e da conformidade do sistema respiratório. Em pacientes com aumento da obesidade abdominal, a função pulmonar é ainda mais comprometida em pacientes superfinos pela diminuição da excursão diafragmática, tornando a ventilação mais difícil. Além disso, o aumento das citocinas inflamatórias associadas à obesidade pode contribuir para o aumento da morbilidade associada à obesidade nas infecções por COVID-19.


Embora os efeitos da COVID-19 nos doentes com obesidade ainda não tenham sido bem descritos, a experiência com a gripe H1N1 deve servir de alerta para os cuidados a prestar aos doentes com obesidade e, em especial, aos doentes com obesidade grave. A prevalência da obesidade adulta e da obesidade grave em 2017 a 2018 aumentou desde 2009 a 2010, sendo agora de 42% e 9%, respectivamente ((5)). Estas observações sugerem que a proporção de pacientes com obesidade, obesidade grave e infecções por COVID-19 irá aumentar em comparação com a experiência do H1N1, sendo provável que a doença tenha uma evolução mais grave nesses pacientes. Estas observações também sublinham a necessidade de uma maior vigilância, prioridade na detecção e teste, e terapia agressiva para pacientes com obesidade e infecções por COVID-19. https://onlinelibrary.wiley.com/doi/full/10.1002/oby.22818


Os EUA são a  nação mais gorda da OCDE e o Reino Unido é a mais gorda da Europa depois de Portugal. Ambos os países também têm desigualdades de saúde repugnantes. Em algumas partes da Inglaterra, existe agora uma lacuna de 12 anos na expectativa de vida saudável entre ricos e pobres. Habitação deficiente, poluição, trabalho inseguro, dietas precárias: tudo isso causa  doenças crônicas , que atingem cada vez mais jovens. Carregamos os dados contra os pobres e isso está sendo cruelmente exposto pela pandemia.

Na  França , EUA e Reino Unido, os números sugerem que os pacientes com excesso de peso correm um risco significativamente maior. Na cidade de Nova York, um estudo  com 4.000 pacientes do Covid-19 descobriu que a obesidade é o segundo predador mais forte, após a idade, se alguém com mais de 60 anos precisará de cuidados intensivos. 


Um segundo estudo de Nova York diz que o excesso de peso é o principal fator para saber se as pessoas mais jovens serão hospitalizadas com o Covid-19. Os pacientes com menos de 60 anos, descobriram os  pesquisadores , têm duas vezes mais chances de precisar de cuidados intensivos se tiverem um índice de massa corporal acima de 30 e 3,6 vezes mais chances de precisar com IMC acima de 35. Uma vez na UTI, devemos lembrar as chances de sobrevivência são tragicamente apenas 50:50.

 Um comentário recente da revista Nature afirmou que "pacientes com diabetes tipo 2 e síndrome metabólica podem ter até 10 vezes mais risco de morte quando contraem o Covid-19".  Ambas as condições afetam desproporcionalmente as pessoas de descendência do sul da Ásia e do Caribe, que estão sendo atingidas com força.

Noutro estudo, diz que,  "A pandemia da doença de Coronavirus de 2019 (COVID-19) levou a esforços de investigação a nível mundial para identificar as pessoas em maior risco de desenvolver doenças críticas e de morrer. Dados iniciais apontados para com os indivíduos mais velhos que são particularmente vulneráveis, bem como para com os diabéticos ou cardiovascular (incluindo a hipertensão), respiratória ou renal. Estes problemas são frequentemente concentrados em certos grupos raciais (por exemplo, afro-americanos e asiáticos) que também parecem ser mais propenso a piores resultados COVID-19.


(...)Para além das consequências cardiometabólicas e trombóticas, a obesidade tem efeitos prejudiciais sobre função pulmonar, diminuindo o volume expiratório forçado e a capacidade vital forçada   https://www.ahajournals.org/doi/pdf/10.1161/CIRCULATIONAHA.120.047659

A obesidade é hoje uma pandemia muito mais letal do que a da covid-19” Passadas nove semanas desde o início da pandemia, os doentes que estão lentamente a voltar à consulta externa dizem-nos que engordaram sete quilos, dez quilos. – Defende, John Preto, cirurgião e director do Centro de Responsabilidade Integrada de Obesidade do Hospital de São João, no Porto, confirma que a covid-19 tende a ter um desfecho mais grave nos obesos. E diz-se preocupado com o impacto do confinamento no excesso de peso da população

Numa entrevista, concedida ao Jornal Público, na edição de hoje, diz que, qualquer miúdo com excesso de peso ou obesidade deve ser uma preocupação para os pais . Porque isso vai trazer-lhes muitos problemas na vida futura. E Portugal já é o quarto pior país da OCDE em termos de obesidade, com mais de metade da população acima dos 15 anos de idade obesa ou com excesso de peso.

Reconhece que, embora “ainda sem estudos que quantifiquem esta realidade em Portugal, pode desde já dizer-se que o impacto da covid-19 foi mais grave em doentes obesos ou com excesso de peso, segundo o director do Centro de Responsabilidade Integrada de Obesidade do Hospital de São João, no Porto. Para o cirurgião Jonh Preto, o confinamento vai agravar as taxas de obesidade e excesso de peso que, em Portugal, atingem já 60% das pessoas com 15 ou mais anos de idade. “A obesidade é hoje uma pandemia muito mais letal do que a da covid-19”, garante, neste Dia Nacional de Luta contra a Obesidade. https://www.publico.pt/2020/05/22/sociedade/entrevista/obesidade-hoje-pandemia-letal-covid19-1917734  

O  que causa obesidade e excesso de peso?


A causa fundamental da obesidade e excesso de peso é um desequilíbrio energético entre calorias consumidas e calorias gastas. Globalmente, houve: um aumento na ingestão de alimentos com muita energia e ricos em gordura e açúcar; e um aumento na inatividade física devido à natureza cada vez mais sedentária de muitas formas de trabalho, mudanças nos modos de transporte e aumento da urbanização

Consequências comuns para a saúde do sobrepeso e obesidade.
O IMC elevado é um fator de risco importante para doenças não transmissíveis, como:doenças cardiovasculares (principalmente doenças cardíacas e derrames), que foram a principal causa de morte em 2012;diabetes; distúrbios músculo-esqueléticos (especialmente osteoartrite - uma doença degenerativa altamente incapacitante das articulações);alguns tipos de câncer (incluindo endometrial, mama, ovário, próstata, fígado, vesícula biliar, rim e cólon).

Como reduzir o sobrepeso e a obesidade, bem como suas doenças não transmissíveis relacionadas, são em grande parte evitáveis: 
Limitar a ingestão de energia a partir de gorduras e açúcares totais; aumentar o consumo de frutas e vegetais, além de legumes, grãos integrais e nozes;  pratique atividade física regular (60 minutos por dia para crianças e 150 minutos durante a semana para adultos. 

Em 2019, estima-se que 38,2 milhões de crianças com menos de 5 anos apresentavam sobrepeso ou obesidade. Uma vez considerado um problema de país de alta renda, o sobrepeso e a obesidade estão agora em ascensão nos países de baixa e média renda, particularmente nas áreas urbanas. Na África, o número de crianças acima do peso abaixo de 5 anos aumentou quase 24% por cento desde 2000. Quase metade das crianças abaixo de 5 anos que estavam acima do peso ou obesas em 2019 viveu na Ásia.https://www.who.int/news-room/fact-sheets/detail/obesity-and-overweight