Voltaremos aos Templos do Sol, a 23 de Setembro de 2014, para celebrar - mesmo que seja apenas de forma simbólica- o Equinócio do Outono - para contemplar os raios do nascer do sol a atravessarem a graciosa cripta do Santuário da Pedra da Cabeleira de Nossa Senhora - Veja os nossos vídeos nessas datas.
Visita de véspera, tal como o fazemos nas visitas em anos anteriores - No próprio dia, não nos é possível mas o alinhamento solsticial é praticamente o mesmo - Lemos versos de Guerra
Junqueiro, na comanhia de Adriano Ferreira . Estava sol mas muito vento.... pelo que só ficou o gesto e a intenção - E uns breves trechos musicais com que sonorizámoso o vídeo.
Por Jorge Trabulo Marques - Jornalista e Coordenador das Celebrações dos Equinócios e Solstícios -E também autor da descoberta dos alinhamentos sagrados, juntos dos quais são realizados os eventos
CORTEJO
CELTA – com participantes vindos de longe de perto

Vindas da Guarda - As primeiras pessoas a chegarem
ao adro da igreja, foram o Jorge Pena e o Eng. Ricardo Reis, ambos bem
artilhados com as suas máquinas fotográficas. O primeiro, já com um notável
palmarés na fotografia, tendo sido distinguido
pela
"Photo", uma das mais conceituadas revistas na área da fotografia,
que premiou três dos seus trabalhos Entre mais de 50 mil imagens a
concurso, o júri distinguiu o trabalho do guardense.- Vimos que ambos
cultivam um grande entusiasmo pela
fotografia e, desde que no adro se começaram a ver os primeiros
"druidas"
e "sacerdotizas" não tiveram mãos a medir.
Ao lado, a jovem Ana Lamelas, que, com a sua mãe, Isabel Lamelas(vindas também da Guarda, tal como a Olena e o Pedro, Duo Ale&Ole), deram uma preciosa colaboração ao cortejo evocativo e à leitura de poemas de Guerra Junqueiro
Ao lado, a jovem Ana Lamelas, que, com a sua mãe, Isabel Lamelas(vindas também da Guarda, tal como a Olena e o Pedro, Duo Ale&Ole), deram uma preciosa colaboração ao cortejo evocativo e à leitura de poemas de Guerra Junqueiro
O cortejo celta partiu do adro
da igreja – local da concentração – pouco depois das 18.30, ao som do Grupo dos
Amigos de Meda, que por iniciativa própria decidiram dar-nos o prazer de nos
fazerem uma agradável supressa, vindo associar-se à festa do solstício
Integrado
também ia no mesmo desfile o duo Ale&Ole, constituído por Olena Sokolovska (violino) e Pedro
Ospina (guitarra e laúd Magreb)
para atuarem nos momentos mais solenes.
Desta vez não pudemos contar com o grupo de gaiteiros, tal
como chegámos anunciar, todavia, lá se saudou o maior dia do ano, ao som de
exímios tocadores de concertinas e de tambores, com muita alegria e muito
brilho - Este, na verdade, o ambiente, que desde logo começou por ser
vivido por todos os participantes, provenientes de Meda e Foz Côa,
da cidade da Guarda, Miranda do Corvo, Masouco (concelho de Freixo de
Espada à Cinta) e de outros pontos do país.
HOMENAGEM A JOSÉ DA SILVA – O SACERDOTE QUE ADORAVA ESTES MONTES, SOBRETUDO A PEDRA DA CABELEIRA DE Nª SENHORA
Por várias vezes,
acompanhou-nos à Pedra da Cabeleira de Nossa Senhora e a outros pontos
desta área, quer antes quer depois da descoberta dos alinhamentos solares.

Numa
dessas vezes, acompanhava-o o Paulo Figuinha, numa altura em que ainda se
desconhecia que, este gigante megálito, além de local culto, era também um
extraordinário posto de observação astronómico – Curiosamente, o mesmo sucedia
com a Pedra do Solstício, onde ainda chegou a estar na
companhia de Figuinha – No entanto, nunca mais ali voltou. Não porque não
desejasse lá ir mas porque os acessos, pelo carreiro, depois de se deixar
o caminho batido, não são tão fáceis para idosos.
Mas,
para nós, o que agora ali mais nos fazia pensar, era o facto de no ano passado ter estado
ali connosco, expressando o seu contentamento, aquele seu “sorriso
sábio e ao mesmo tempo inocente”, como diária agora o Vereador da Cultura, Dr.
João Paulo Donas Boto, nas palavras que proferiu em homenagem do “amigo,
companheiro e conselheiro” – “Como responsável autárquico, mas acima de tudo
como fozcoense” Que “viveu
uma vida de forma equilibrada, uma vida que todos nós gostaríamos de ter vivido”.
“Leal,
determinado e de fortes convicções”
“Não
quis ser outra coisa senão ser padre e nunca se arrependeu de ter seguido a vida de sacerdote” – Citando-o: «Eu nunca procurei
ser outra coisa. Procurei ser padre. Procurei cumprir o meu dever.»
“Respeitador
da doutrina da igreja, e obediente das leis eclesiásticas viviu uma vida de um
longo sacerdócio.”
“Inteligente,
culto e divertido”
O bom
humor do cónego José da Silva era em si uma qualidade divina. A sensatez era de
tal ordem que o seu Belenenses apaziguava as discussões futebolísticas nas
manhãs de segunda-feira numa rua, praça ou café
perto de si.
(…) “Embaixador
de Cristo foi também um embaixador dos fozcoenses. Nunca disse nada de extraordinário,
nunca fez nada de extraordinário, porque o caminho que ele percorreu fez dele
um ser extraordinário.”
Deixou
extraordinariamente uma marca, marca sagrada dos seus passos, tal como referiu
o bom amigo Dr. Manuel Daniel:
«Feliz
daqueles cujos passos ficam assinalados com marcas sagradas nos diversos caminhos
dos homens. Que o Senhor. lhe atribua cem
por centro – Paz à sua alma “ – Excertos das palavras com que, o vereador João
Paulo Donas Boto, ali lembrou a memória do
sacerdote e do homem que as gentes de Foz Côa, não vão esquecer.
O SOL BRILHOU NA PEDRA DO
SOLSTÍCIO! – quando quase todo o horizonte se mostrava coberto e denso e parecia
trazer ameaças de chuva
TOMÉ JANEIRO – DE MAZOUCO – ÚNICA PESSOA DE FREIXO DE ESPADA À CINTA QUE QUE SE ASSOCIOU À HOMENAGEM AO POETA DA “ORAÇÃO À LUZ”
Chegámos
ali por volta das oito. Havia cerca de três quartos de hora para o
pôr-do-sol - Período em que foram lidos alguns versos de
Guerra Junqueiro, acompanhados por sons de violino e laúd, pelo duo Ale&Ole - Extraídos do
longo poema "Oração à Luz"
- Que o poeta de Ligares (Freixo de Espada à Cinta) dedicara a Fialho de Almeida,
poesia de cariz metafísico, celebrando a
Luz como orientação da Vida e da Redenção, no
seguimento da linha da Oração ao Pão, publicada um ano antes – Os
poemas foram lidos pela jovem Ana Lamelas e sua mãe, Margarida Lamelas – E ainda
por Tomé Janeiro, natural de Mazouco, do mesmo concelho da terra do poeta.
Dirigimos o convite à Câmara de Freixo de Espada à Cinta e à Junta de Freguesia
de Ligares, mas, porque era sábado, havia que desopilar por outros ares. O mesmo
sucedeu com o estudioso, .Prof. Doutor Henrique Manuel S. Pereira,
autor da tese de doutoramento “Guerra Junqueiro, que nos prometeu ir analisar a possibilidade de nos honrar com a sua presença mas acabou por não aparecer e não nos dizer mais nada.
.
A essa hora é
que o tempo, já não prometia estar do nosso lado. Mal nos aproximámos, esboçou-se
uma ligeira moinha, pronunciadora de fortes chuvadas, algures em várias partes do
Horizonte. Não arriscámos.
Acendeu-se uma lamparina no centro do altar dos poetas e depositaram-se alguns ramos de flores, reunindo, com alguns dos presentes, um pequeno semicírculo, enquanto outras já se punham a caminho, receosas de que, depois de tão belos momentos, se apanhasse alguma grande molha. Não foi isso que sucedeu. Estava escrito que, nesse dia, ontem, nas terras dos Templos do Sol, o sol fizesse jus aos seus monumentos sagrados e os pingos de chuva, mais a sério, só caíssem depois da meia-noite e já com o adro quase vazio.

Acendeu-se uma lamparina no centro do altar dos poetas e depositaram-se alguns ramos de flores, reunindo, com alguns dos presentes, um pequeno semicírculo, enquanto outras já se punham a caminho, receosas de que, depois de tão belos momentos, se apanhasse alguma grande molha. Não foi isso que sucedeu. Estava escrito que, nesse dia, ontem, nas terras dos Templos do Sol, o sol fizesse jus aos seus monumentos sagrados e os pingos de chuva, mais a sério, só caíssem depois da meia-noite e já com o adro quase vazio.
Festa
sanjoanina -No adro da igreja, com boas febras
e sardinha assada.
Nem nos melhores restaurantes, se encontravam febras e sardinhas daquelas. De sublinhar que a Presidente da Junta de Freguesia, é médica e também a cozinheira de sua casa –
Desde a véspera, que já havia por ali azáfama para que nada faltasse – E até um caldo verde, bem cremoso e temperado, assim como um arroz doce, com sabor à moda antiga.
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