Voltaremos aos Templos do Sol, a 23 de Setembro de 2014, para celebrar - mesmo que seja apenas de forma simbólica- o Equinócio do Outono - para contemplar os raios do nascer do sol a atravessarem a graciosa cripta do Santuário da Pedra da Cabeleira de Nossa Senhora - Veja os nossos vídeos nessas datas.
Visita de véspera, tal como o fazemos nas visitas em anos anteriores - No próprio dia, não nos é possível mas o alinhamento solsticial é praticamente o mesmo - Lemos versos de Guerra
Junqueiro, na comanhia de Adriano Ferreira . Estava sol mas muito vento.... pelo que só ficou o gesto e a intenção - E uns breves trechos musicais com que sonorizámoso o vídeo.
Por Jorge Trabulo Marques - Jornalista e Coordenador das Celebrações dos Equinócios e Solstícios -E também autor da descoberta dos alinhamentos sagrados, juntos dos quais são realizados os eventos
O
primeiro dia de Verão foi recebido nos arredores da aldeia de Chãs, junto
à Pedra do Solstício, com ritual celta e aos sons de música medieval
(violino e laúde magrebe) pelo Duo Ale&Ole - Foi de chuva e de
aguaceiros para muitas zonas de Portugal mas não no maciço dos
Tambores, onde o dia, embora começasse cinzento, com grossas nuvens a toldar
o céu, acabou por propiciar uma tarde com algumas boas abertas, ensolaradas, mais fresca de que a tarde do
dia anterior, mas nem por isso menos bonita.
Aliás, para a fotografia nem podia haver melhor luz que aquela. As manchas de nuvens, nalgumas partes do horizonte e outros grossos novelos encastelados, que, por vezes, corriam de Sul para Norte, eram anunciadores de sinais preocupantes para quem desejava assistir, nos Templos do Sol, à despedida do maior dia do ano, com raios solares, em perfeito alinhamento com um daqueles calendários pré-históricos.
Aliás, para a fotografia nem podia haver melhor luz que aquela. As manchas de nuvens, nalgumas partes do horizonte e outros grossos novelos encastelados, que, por vezes, corriam de Sul para Norte, eram anunciadores de sinais preocupantes para quem desejava assistir, nos Templos do Sol, à despedida do maior dia do ano, com raios solares, em perfeito alinhamento com um daqueles calendários pré-históricos.
CORTEJO
CELTA – com participantes vindos de longe de perto
Vindas da Guarda - As primeiras pessoas a chegarem ao adro da igreja, foram o Jorge Pena e o Eng. Ricardo Reis, ambos bem artilhados com as suas máquinas fotográficas. O primeiro, já com um notável palmarés na fotografia, tendo sido distinguido pela "Photo", uma das mais conceituadas revistas na área da fotografia, que premiou três dos seus trabalhos Entre mais de 50 mil imagens a concurso, o júri distinguiu o trabalho do guardense.- Vimos que ambos cultivam um grande entusiasmo pela fotografia e, desde que no adro se começaram a ver os primeiros "druidas" e "sacerdotizas" não tiveram mãos a medir.
Ao lado, a jovem Ana Lamelas, que, com a sua mãe, Isabel Lamelas(vindas também da Guarda, tal como a Olena e o Pedro, Duo Ale&Ole), deram uma preciosa colaboração ao cortejo evocativo e à leitura de poemas de Guerra Junqueiro
Vindas da Guarda - As primeiras pessoas a chegarem ao adro da igreja, foram o Jorge Pena e o Eng. Ricardo Reis, ambos bem artilhados com as suas máquinas fotográficas. O primeiro, já com um notável palmarés na fotografia, tendo sido distinguido pela "Photo", uma das mais conceituadas revistas na área da fotografia, que premiou três dos seus trabalhos Entre mais de 50 mil imagens a concurso, o júri distinguiu o trabalho do guardense.- Vimos que ambos cultivam um grande entusiasmo pela fotografia e, desde que no adro se começaram a ver os primeiros "druidas" e "sacerdotizas" não tiveram mãos a medir.
Ao lado, a jovem Ana Lamelas, que, com a sua mãe, Isabel Lamelas(vindas também da Guarda, tal como a Olena e o Pedro, Duo Ale&Ole), deram uma preciosa colaboração ao cortejo evocativo e à leitura de poemas de Guerra Junqueiro
O cortejo celta partiu do adro
da igreja – local da concentração – pouco depois das 18.30, ao som do Grupo dos
Amigos de Meda, que por iniciativa própria decidiram dar-nos o prazer de nos
fazerem uma agradável supressa, vindo associar-se à festa do solstício
Integrado
também ia no mesmo desfile o duo Ale&Ole, constituído por Olena Sokolovska (violino) e Pedro
Ospina (guitarra e laúd Magreb)
para atuarem nos momentos mais solenes.
Desta vez não pudemos contar com o grupo de gaiteiros, tal
como chegámos anunciar, todavia, lá se saudou o maior dia do ano, ao som de
exímios tocadores de concertinas e de tambores, com muita alegria e muito
brilho - Este, na verdade, o ambiente, que desde logo começou por ser
vivido por todos os participantes, provenientes de Meda e Foz Côa,
da cidade da Guarda, Miranda do Corvo, Masouco (concelho de Freixo de
Espada à Cinta) e de outros pontos do país.
HOMENAGEM A JOSÉ DA SILVA – O SACERDOTE QUE ADORAVA ESTES MONTES, SOBRETUDO A PEDRA DA CABELEIRA DE Nª SENHORA
Por várias vezes,
acompanhou-nos à Pedra da Cabeleira de Nossa Senhora e a outros pontos
desta área, quer antes quer depois da descoberta dos alinhamentos solares.
Numa dessas vezes, acompanhava-o o Paulo Figuinha, numa altura em que ainda se desconhecia que, este gigante megálito, além de local culto, era também um extraordinário posto de observação astronómico – Curiosamente, o mesmo sucedia com a Pedra do Solstício, onde ainda chegou a estar na companhia de Figuinha – No entanto, nunca mais ali voltou. Não porque não desejasse lá ir mas porque os acessos, pelo carreiro, depois de se deixar o caminho batido, não são tão fáceis para idosos.
Numa dessas vezes, acompanhava-o o Paulo Figuinha, numa altura em que ainda se desconhecia que, este gigante megálito, além de local culto, era também um extraordinário posto de observação astronómico – Curiosamente, o mesmo sucedia com a Pedra do Solstício, onde ainda chegou a estar na companhia de Figuinha – No entanto, nunca mais ali voltou. Não porque não desejasse lá ir mas porque os acessos, pelo carreiro, depois de se deixar o caminho batido, não são tão fáceis para idosos.
O ano passado, no solstício do Verão, depois de ter estado na
Pedra da Cabeleira para assistir à homenagem
que ali prestámos ao Dr. Manuel, acompanhou o cortejo até ao altinho da vertente onde se ergue a Pedra do
Solstício, mas já não desceu. Ao vermo-lo ficar para trás, aproveitámos para lhe
fazermos ali umas fotografias.
Mas,
para nós, o que agora ali mais nos fazia pensar, era o facto de no ano passado ter estado
ali connosco, expressando o seu contentamento, aquele seu “sorriso
sábio e ao mesmo tempo inocente”, como diária agora o Vereador da Cultura, Dr.
João Paulo Donas Boto, nas palavras que proferiu em homenagem do “amigo,
companheiro e conselheiro” – “Como responsável autárquico, mas acima de tudo
como fozcoense” Que “viveu
uma vida de forma equilibrada, uma vida que todos nós gostaríamos de ter vivido”.
“Leal,
determinado e de fortes convicções”
“Não
quis ser outra coisa senão ser padre e nunca se arrependeu de ter seguido a vida de sacerdote” – Citando-o: «Eu nunca procurei
ser outra coisa. Procurei ser padre. Procurei cumprir o meu dever.»
“Respeitador
da doutrina da igreja, e obediente das leis eclesiásticas viviu uma vida de um
longo sacerdócio.”
“Inteligente,
culto e divertido”
O bom
humor do cónego José da Silva era em si uma qualidade divina. A sensatez era de
tal ordem que o seu Belenenses apaziguava as discussões futebolísticas nas
manhãs de segunda-feira numa rua, praça ou café
perto de si.
Humanista
reservado, regrado e apaziguador referia sempre que o bem não faz barulho e o
barulho não faz bem”
(…) “Embaixador
de Cristo foi também um embaixador dos fozcoenses. Nunca disse nada de extraordinário,
nunca fez nada de extraordinário, porque o caminho que ele percorreu fez dele
um ser extraordinário.”
Deixou
extraordinariamente uma marca, marca sagrada dos seus passos, tal como referiu
o bom amigo Dr. Manuel Daniel:
«Feliz
daqueles cujos passos ficam assinalados com marcas sagradas nos diversos caminhos
dos homens. Que o Senhor. lhe atribua cem
por centro – Paz à sua alma “ – Excertos das palavras com que, o vereador João
Paulo Donas Boto, ali lembrou a memória do
sacerdote e do homem que as gentes de Foz Côa, não vão esquecer.
O SOL BRILHOU NA PEDRA DO
SOLSTÍCIO! – quando quase todo o horizonte se mostrava coberto e denso e parecia
trazer ameaças de chuva
Depois
da cerimonia de homenagem no recinto do santuário da Pedra da Cabeleira de Nª
Srª, o cortejo “druida” dirigiu-se para a Pedra do Solstício, ao toque das
concertinas e do bombo.
E quem é que, com aqueles sons de alegria, e perante cenário tão vasto, fantástico e apaziguador, não ia com a alma em festa?!... E, então, principalmente, logo que todas as pessoas se sentaram ou tomaram as posições mais cómodas e estratégicas para tirar o melhor partido do evento e do lugar.
E quem é que, com aqueles sons de alegria, e perante cenário tão vasto, fantástico e apaziguador, não ia com a alma em festa?!... E, então, principalmente, logo que todas as pessoas se sentaram ou tomaram as posições mais cómodas e estratégicas para tirar o melhor partido do evento e do lugar.
TOMÉ JANEIRO – DE MAZOUCO – ÚNICA PESSOA DE FREIXO DE ESPADA À CINTA QUE QUE SE ASSOCIOU À HOMENAGEM AO POETA DA “ORAÇÃO À LUZ”
Chegámos
ali por volta das oito. Havia cerca de três quartos de hora para o
pôr-do-sol - Período em que foram lidos alguns versos de
Guerra Junqueiro, acompanhados por sons de violino e laúd, pelo duo Ale&Ole - Extraídos do
longo poema "Oração à Luz"
- Que o poeta de Ligares (Freixo de Espada à Cinta) dedicara a Fialho de Almeida,
poesia de cariz metafísico, celebrando a
Luz como orientação da Vida e da Redenção, no
seguimento da linha da Oração ao Pão, publicada um ano antes – Os
poemas foram lidos pela jovem Ana Lamelas e sua mãe, Margarida Lamelas – E ainda
por Tomé Janeiro, natural de Mazouco, do mesmo concelho da terra do poeta.
Dirigimos o convite à Câmara de Freixo de Espada à Cinta e à Junta de Freguesia
de Ligares, mas, porque era sábado, havia que desopilar por outros ares. O mesmo
sucedeu com o estudioso, .Prof. Doutor Henrique Manuel S. Pereira,
autor da tese de doutoramento “Guerra Junqueiro, que nos prometeu ir analisar a possibilidade de nos honrar com a sua presença mas acabou por não aparecer e não nos dizer mais nada.
Entretanto, subsistia ali outra pergunta: que era o de se saber que espírito iluminou aquele esplendoroso
fim de tarde?... Esta era a questão que parecia transparecer dos rostos das
pessoas que ali foram festejar a despedida do maior dia do ano. E se
maravilharam com os raios do pôr do sol, em perfeito alinhamento com a crista
e o circulo, situado no mesmo
enfiamento, uns metros para cá da sua base, ante um cenário amplo, magnífico!
Em que o aspeto rochoso e dramático da íngreme vertente, parece tornar ainda
mais belo e sagrado toda a panorâmica, não só daquelas ladeiras rochosas do
lado de cá, que ladeiam a margem direita do vale (com a sua ribeira correndo de
Sul para Norte), como da outra margem do lado delá, xistosa
e mais nua.
.
De
facto, só pela beleza, que se abre dos lados e à nossa frente, justifica a peregrinação. E, melhor ainda, quando a chegada do Verão ali se anuncia, no seu movimento aparente, atingindo a maior declinação em
latitude, medida a partir da linha do Equador, em junho no hemisfério norte, e em dezembro, no
hemisfério sul
A essa hora é
que o tempo, já não prometia estar do nosso lado. Mal nos aproximámos, esboçou-se
uma ligeira moinha, pronunciadora de fortes chuvadas, algures em várias partes do
Horizonte. Não arriscámos.
Acendeu-se uma lamparina no centro do altar dos poetas e depositaram-se alguns ramos de flores, reunindo, com alguns dos presentes, um pequeno semicírculo, enquanto outras já se punham a caminho, receosas de que, depois de tão belos momentos, se apanhasse alguma grande molha. Não foi isso que sucedeu. Estava escrito que, nesse dia, ontem, nas terras dos Templos do Sol, o sol fizesse jus aos seus monumentos sagrados e os pingos de chuva, mais a sério, só caíssem depois da meia-noite e já com o adro quase vazio.
Acendeu-se uma lamparina no centro do altar dos poetas e depositaram-se alguns ramos de flores, reunindo, com alguns dos presentes, um pequeno semicírculo, enquanto outras já se punham a caminho, receosas de que, depois de tão belos momentos, se apanhasse alguma grande molha. Não foi isso que sucedeu. Estava escrito que, nesse dia, ontem, nas terras dos Templos do Sol, o sol fizesse jus aos seus monumentos sagrados e os pingos de chuva, mais a sério, só caíssem depois da meia-noite e já com o adro quase vazio.
Festa
sanjoanina -No adro da igreja, com boas febras
e sardinha assada.
Nem nos melhores restaurantes, se encontravam febras e sardinhas daquelas. De sublinhar que a Presidente da Junta de Freguesia, é médica e também a cozinheira de sua casa –
Desde a véspera, que já havia por ali azáfama para que nada faltasse – E até um caldo verde, bem cremoso e temperado, assim como um arroz doce, com sabor à moda antiga.
Não fomos dos que enchemos mais a barriga, porque passámos mais o tempo a conviver a conversar – e, pasme-se, àquela hora ainda nem sequer tínhamos almoçado – mas também não saímos com fome. Vinho também não faltou, tal como também não faltou quem o bebesse, tal com muita gente para se aproximar das mesas. Um agradecimento muito especial à Junta de Freguesia, por ter colaborado, a seu modo e de forma tão dedicada, com a festa do solstício, assim como de todo o apoio concedido pela Câmara Municipal - E uma palavra de apreço e de simpatia a Manuel Daniel, pelas palavras amigas e estímulo; a Amélia e António Loureço, que, não podendo estar connosco neste dia, pelo facto do seu filho Xano, casar nesse dia, mas a quem igualmente expressamos os nossos sinceros agradecimentos por estarem sempre na primeira linha, bem como aos amigos de Meda e da Foz Côa Friends Associação.
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