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sexta-feira, 13 de junho de 2014

Lisboa – Santo António do “Milagre do Sol” – Milhares de fiéis assistiram hoje à tradicional procissão do padroeiro da cidade e dos namorados – Depois do andor recolher à sua igreja, muitas pessoas quiseram testemunhar o já conhecido “fenómeno solar”



Por Jorge Trabulo Marques - Jornalista

 
O dia 13 de Junho tem um duplo significado para os Lisboetas: é dia de Santo António e dia da cidade 



– Também foi neste mesmo dia que, há 126 anos, nasceu Fernando Pessoa, no edifício situado frente ao teatro D. Carlos – Também por lá passámos, depois do pôr do sol para gravarmos um poema de Adelaide Freitas, em vídeo: "O mais sublime Amor" que reproduzimos no final deste post  - 

Mas, primeiro quisemos ir ver a procissão de Santo António. Quando ali chagámos, pouco depois das 17 horas, já a mesma havia saído para percorrer o velhinho Bairro de Alfama, pelo que, aguardámos, junto à igreja da Sé – E é justamente esse apontamento que temos aqui para oferecer aos leitores de vida-e-tempos 













Lisboa, 13 de Junho de 2014  – Dia de Santo António –Tarde quente de céu azul, completamente limpo – Sol faiscante – Depois do andor recolher á igreja do padroeiro de Lisboa, mesmo assim houve muitas pessoas que não despegavam de fixar  o  astro-rei, afirmando vê-lo a mudar  de cores - Ouvimos e fotografámos quem não retirava de lá o olhar - Para nós o mais surpreendente foi  testemunhar  quem resistisse a olhar tanto tempo - E à vista desarmada. Não arriscámos.




Mesmo tendo como protetor as cabeças das pessoas, era-nos difícil encarar o seu esplendoroso feixe de luz - Vimos uma auréola luminosa em torno de quem o fixava, é tudo quando pudemos acrescentar. Pois não quisemos correr o risco de  causar danos irreparáveis à objetiva da máquina fotográfica. De manhã ou ao pôr, ainda se pode fixar - e é o que temos feito nos Templos do Sol, nas celebrações do Equinócio e do Solstício - mas com ele elevado no céus, é demasiado brilhante para a sensibilidade do nosso olhar. Se é ou não efeito de ótica ou uma questão de fé, preferimos ouvir a  comentar  -E é justamente esse o registo que aqui lhe deixámos.




BRASIL VENERA TAMBÉM SANTO ANTÓNIO

Santo António –  É muito venerado nalgumas cidades brasileiras – Quem nos falou desse culto foi o poeta escritor brasileiro,   Franklin Maxado, que esta semana encontrámos na Feira do Livro de Lisboa, e que ali voltámos a ver, a que  nos referimos no site odisseias nos mares, em  Se o Brasil não ganhar“Como o mundo é pequeno", desabafou, quando nos viu a passar a seu lado, junto a uma sombra, por detrás da Igreja de Santo António, frente à Igreja da Sé Lisboa.  – Estava ali com um pequeno bloco para tirar as suas notas. Sim, ele não viaja por viajar mas também para investigar e estudar. Falou-nos da grande devoção, que há no seu país. especialmente numa cidade, cujo nome agora não nos ocorre, porém, já vimos na Internet, ter havido mais destaque ao dia de Santo António no Brasil, que em Portugal – Veja só estes dois exemplos:

 

Mais de 8 mil pães abençoados foram distribuídos durante as celebrações. - Missa com Dom José Palmeira Lessa encerra a programação. -Depois do Dia dos Namorados e da abertura da Copa do Mundo, esta sexta-feira (13) segue também com motivos para comemorações na Igreja Santo Antônio, na Zona Norte de Aracaju com a celebração de missas durante todo o dia em homenagem ao santo casamenteiro, além da tradicional distribuição de mais de 8 mil pães abençoados. Mais pormenores em.  Fiéis celebram o dia de Santo Antônio com missas e procissão em s


“Na cidade de Quixeramobim-Ceará, no sertão central, a devoção ao santo tem três séculos a partir da chegada do colonizador português – Antônio Dias Ferreira, que, ao chegar na região, tinha consigo uma imagem de Santo Antônio, e determinou que naquele instante todos rezassem em louvor ao santo. A partir de então, estava iniciada a fé e devoção a Santo Antônio no município.

O Doutor da Igreja que viveu na viragem dos séculos XII e XIII




 

"Santo António nasceu em Lisboa em data incerta, numa casa, assim se pensa, próxima da Sé, às portas da cidade, no local onde posteriormente se ergueu a igreja sob sua invocação. A tradição indica 15 de agosto de 1195, mas não há documento fidedigno que confirme esta data. Também foi proposto o ano de 1191, mas, segundo um seu biógrafo, o padre Fernando Lopes, as contradições em sua cronologia só se resolveriam se ele tivesse nascido em torno de 1188. Tampouco se sabe com certeza quem foram seus pais. Nenhuma das biografias primitivas os citam, e somente no século XIV, a partir de tradições orais, é que se começou a atribuir ao pai o nome de Martim ou Martinho de Bulhões, e à mãe, o de Maria Teresa Taveira.2 4 5 Fixando-se esses nomes na memória popular, e com a crescente fama do santo, não custou a biógrafos tardios atribuírem também aos seus pais uma dignidade superior. Do pai foi dito ser descendente do celebrado Godofredo de Bulhões, comandante da I Cruzada, e da mãe, que descendia de Fruela I, rei de Astúrias, mas tal parentesco nunca pôde ser comprovado. A forma de seu nome de batismo é igualmente obscura, pode ter sido Fernando Martins ou Fernando de Bulhões.” – Excerto de Santo António de Lisboa 


Adelaide Freitas -  O mais sublime Amor a Fernando Pessoa

Adelaide Freitas – Poeta, fotógrafa e pintora – Natural da Ilha da Madeira –  Faz anos a 11 de Junho, dois dias antes do nascimento de Fernando Pessoa – Curiosa coincidência, depois de deixarmos a igreja da Sé, após assistirmos à processião de Santo António, fomos até ao terraço de São Carlos, frente ao qual se situa a  casa onde nasceu Fernando Pessoa – E quem haveríamos de encontrar? Dois grandes apaixonados por Pessoa – ela e o pintor João Neves do Ò  (até hoje o melhor retratista de Pessoa)– Sugerimos a leitura de alguns dos seus poemas que trazia consigo, a que amavelmente acedeu, como singela homenagem ao  autor “Ao Menino de sua Mãe   

Adelaide Freitas, tem neste poeta uma das suas referências culturais, se bem que a sua poesia brote, naturalmente, vibrante, límpida , sonora e sobretudo intensamente amorosa, sem ornamentos supérfluos, fruto do seu talento, da sua sensibilidade e das suas emoções, destituídas de influências – Tal como Pessoa, sente o fascínio do misterioso e do desconhecido – Fá-lo na pintura, tal como o procura também  através da fotografia, buscando  ângulos e reflexos de luz que escapam ao olhar comum – Todavia, nos seus belos poemas, se existe mistério, esse fica nos afloramentos ou subentendidos da imaginação da quem a lê ou ouve,  porque, todos os seus versos, fulguram de paixão e de seiva, de frutos, de inspiração e de amor ardente.

 

SANTO ANTÓNIO

Fernando Pessoa
Nasci exactamente no teu dia —
Treze de Junho, quente de alegria,
Citadino, bucólico e humano,
Onde até esses cravos de papel
Que têm uma bandeira em pé quebrado
Sabem rir...
Santo dia profano
Cuja luz sabe a mel
Sobre o chão de bom vinho derramado!
Santo António, és portanto
O meu santo,
Se bem que nunca me pegasses
Teu franciscano sentir,
Católico, apostólico e romano.

Excerto   - Mais em SANTO ANTÓNIO -




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