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quarta-feira, 4 de junho de 2014

Celebração do Solstício do Verão , 21 de Junho 2014, ao pôr-do-sol: com o tradicional cortejo celta, sob o tema: “oração à luz” de Guerra Junqueiro - Com homenagem, no altar da Pedra dos Poetas, ao ilustre filho do Douro – E também a José da Silva, no Santuário Rupestre da Cabeleira de Nossa Senhora, o eclesiástico querido do nosso concelho, que amava os Templos do Sol – Depois, à noite é também a festa sanjoanina no adro da igreja

Com a participação do grupo de gaiteiros de Mogadouro - Lua  Nova e o  duo Ale&Ole - Olena Sokolovska (violino) e Pedro  Ospina (guitarra e laúd  magrebe) 




 
(veja a  última 

e outras posteriores a esta )

 
Esteja céu ou nublado, faremos a nossa festa - Participe| - A beleza e as boas energias do local, compensam a visita.






VAMOS CELEBRAR O DIA MAIS ESPERADO DO ANO - O SOLSTÍCIO DO VERÃO!  -Partilhe connosco da mesma alegria!

Na vertente de um antigo castro  e no mesmo perímetro de dois dos principais núcleos de gravuras paleolíticas do Parque Arqueológico: a Ribeira dos Piscos e Quinta da Barca. -É um local mágico, pleno de história e de misticismo, dos poucos lugares da terra onde a beleza e o esplendor solar se podem repetir à mesma hora e com a mesma imagem contemplativa de há vários milénios pelos povos que habitaram a área.



Por Jorge Trabulo Marques - Jornalista e Coordenador das Celebrações dos Equinócios e Solstícios -E também autor da descoberta dos calendários pré-históricos, juntos dos quais são realizados os eventos



Impressionante megálito, alinhado com o pôr-do-sol no dia mais longo o ano - Com três metros de diâmetro, que, visto de oriente para ocidente, se assemelha  a uma enorme réplica da esfera terrestre - Observado dos lados, toma a forma de dois extraordinários bustos

Vídeo registado de véspera - dia 20 de Junho 2013 ao pôr do sol







O Solstício de Verão, o dia mais longo do ano para o Hemisfério Norte, e  que marcará o início da estação estival,  vai ser celebrado no próximo dia 21, com uma cerimónia mística que evocará sacrifícios e rituais celtas,  junto a um antigo altar de pedra localizado no patamar da vertente rochosa da depressão sísmica do graben de Longroiva, nas faldas de um antigo castro,  lugar dos Tambores, em Chãs, concelho de Foz Côa.


A mesma pedra . Do lado Norte e do lado Sul - Obra do acaso?!...


Ao fim da tarde, pelas 20.45 horas, os participantes na ação evocativa poderão testemunhar a passagem dos raios solares sobre o eixo da Pedra do Solstício


O Junho aí está com as  manhãs e tardes ensolaradas, como que anunciando-nos os dias mais longos do ano, contemplativos e de lazer. Para quem dispõe de recursos materiais e pode gozar as suas férias, este é o tempo de programar passeios, viagens e relaxar o corpo e a mente – Pelos campos, nas praias, nos mares. Na descoberta de lugares mágicos e sedutores. 





E, mesmo para quem o não puder fazer, se há maior privilégio dos céus, sobre a terra, é o do brilho do sol  - Que não escolhe nem ricos nem pobres. E a todos ilumina por igual. Fonte de luz e de vida.  E o  dia, mais aguardado, é, indubitavelmente,  o primeiro dia do Verão. É  como que o ponto de partida e de chegada. O ciclo do ano que se completa e se abre. É, em função dele que se realizam eventos, se programam  viagens de sonho.  É também o tempo das festas dos santos populares. 
  Sim, quem não gosta de se imaginar ou de pensar nos luminosos dias de verão?!...Pois esses dias aí estão, quase à porta!... O prazer de sentir o convite de fazer o que  nas demais estações do ano, não lhe passa pela cabeça!  - Ir aonde nem sequer lhe apetecia ir!..
.  


Todavia, nós vamos aonde, em qualquer estação do ano, é sempre um renovado prazer retornar ou ir – Uma vez mais, vamos saudar e celebrar o Solstício do Verão, nos Templos do Sol!

Evocando  antigas tradições desaparecidas dos povos que ali viveram, homenageando figuras, nacionais ou  regionais, vivas ou que já nos deixaram, cujo exemplo cívico, cultural ou social,  não pode nem deve ser esquecido – Ou, pelo menos, cuja conduta e dedicação ao bem-comum,  justifique ser avivado e relembrado.   - E nada mais significativo  de que no dia maior do ano!

 HOMENAGENS SOB O TEMA "ORAÇÃO À LUZ"

 A Comissão das Festas nos Templos Pré-históricos dos Tambores, em Chãs, à semelhança dos anos anteriores, uma vez mais vai  organizar a celebração do Solstício do Verão, que este ano decorre a partir do meio da tarde do dia 21, num sábado – Desta vez, com destaque para duas homenagens e sob o tema “Oração à luz” título de um dos mais belos poemas de Guerra Junqueiro – Ao  Cónego José da Silva (recentemente falecido) com um breve ato litúrgico, na Pedra de Cabeleira de Nossa Senhora, a cujo ato, estamos certo, não deixarão de comparecer muitas das pessoas que tanto o admiravam.

 


Como é sabido, figuras, como: Fernando Assis Pacheco, Miguel Torga, António Ramos Rosa, Eugénio de Andrade, Agostinho da Silva, Prof.Adriano Vasco Rodrigues, Sophia de Mello Breyner Andresen, Ondina Beja, os poetas da nossa terra, Manuel Daniel e Hamilton Tavares, bem como o jornalista Fernando Cepeda, pela divulgação que fez da nossa região, do concelho e dos Templos do Sol, foram alguns dos nomes que ali já evocámos.


HOMENAGEM AO CÓNEGO  JOSÉ DA SILVA  -  Figura muito estimada e querida do nosso concelho, que, por várias vezes, aceitou honrar-nos com a sua presença, prometendo-nos que, se a saúde não lhe faltasse,  tinha muito gosto em estar presente, na homenagem que, desde o ano passado, tencionávamos ali prestar-lhe. – Porém, a vida tem destas coisas: troca-nos as voltas quando menos se espera e ninguém escapa às suas leis inexoráveis. Ele,  na Pedra da cabeleira de Nossa Senhora, com uma singela cerimónia (se possível com um breve ato litúrgico, antecedendo o ato evocativo na Pedra do Solstício) e Guerra Junqueiro no altar dos poetas.

HOMENAGEM A GUERRA JUNQUEIRO  - Ao autor de "Musa em férias";  "Pátria"; “Os Simples”; “Finis Pátria” “Oração ao Pão”, “Oração á luz”; “Gritos da Alma; “Pátria” “ À Roda da Parvónia”, “O Melro”; "A velhice do padre eterno" ou "Horas de Combate", entre ouras obras  Estudou Teologia, formou-se em Direito na Universidade de Coimbra e morreu a 07 de julho de 1923, com 72 anos, em Lisboa. Nasceu em 1850 em Freixo de Espada a Cinta (Trás-os-Montes), iniciou a sua carreira literária em Coimbra no jornal "Folha", onde criou relações de amizade com alguns dos escritores e poetas mais consagrados da sua época. 

Cuja memória se deseja lembrar na Pedra do Solstício e no Altar dos Poetas  – Grande figura das letras da nossa região, com a presença de amigos e admiradores, ou até de familiares, se possível – Bem como representantes da Fundação Guerra Junqueiro e da Câmara Municipal de Freixo de Espada à Cinta, sua terra natal, a quem já dirigimos o convite.

A participação, que amavelmente já nos foi assegurada, do  Prof. Doutor Henrique Manuel S. Pereira,  autor da tese de doutoramento “Guerra Junqueiro -- Da Contradição à Unidade Polifónica”, que deu origem a um documentário de 90 minutos sobre o escritor, político e jornalista Guerra Junqueiro (1850-1923) – Que traça um «retrato inteiro» do «poeta», «político», «colecionador de arte», «homem de ciência» e «pensador», recorrendo a uma recolha «exaustiva» de material de arquivo fílmico, fotográfico e iconográfico. – Que demorou dois anos a concretizar, depois de 100 horas de filmagens e mais de 30 de entrevistas a cerca de 50 pessoas entre as quais familiares, estudiosos, admiradores e contemporâneos de Guerra Junqueiro ....Universidade Católica realiza e estreia documentário sobre Guerra Junqueiro


Henrique Manuel S. Pereira (1967-) nasceu em Angola, ainda que as suas raízes familiares sejam portuguesas da região de Bragança (Vinhais).Licenciado em Teologia, fez dois anos de mestrado em Teologia Sistemática (UCP-Porto) e é doutorando em Literatura e Cultura Portuguesa na Universidade de Aveiro, no âmbito do poeta Guerra Junqueiro. Sendo atualmente professor da Universidade Católica no Porto, Escola das Artes, Departamento de Som e Imagem, desde 1999; ensaísta e jornalista (televisão, imprensa e rádio) no âmbito da literatura, história e mundividências religiosas; membro do Conselho de Investigadores do Centro de Investigação em Ciências e Tecnologias das Artes (CITAR) e do Centro de Literaturas de Expressão Portuguesa da Universidade de Lisboa (CLEPUL).

 (atualização)  - Não compareceu nem nos deu mais nenhuma satisfação- Pormenores na reportagem que efetuámos no dia 22 neste site


E assim terá ficado escrito nos caminhos do destino que, o anticlerical Guerra Junqueiro, mas não ateu, se cruzassem, mais tarde, na mesma homenagem no mesmo lugar e sob o mesmo céu


Minha mãe, minha mãe! ai que saudade imensa,
Do tempo em que ajoelhava, orando, ao pé de ti.
Caía mansa a noite; e andorinhas aos pares
Cruzavam-se voando em torno dos seus lares,
Suspensos do beiral da casa onde eu nasci.




Era a hora em que já sobre o feno das eiras
Dormia quieto e manso o impávido lebréu.
Vinham-nos da montanha as canções das ceifeiras,
E a Lua branca, além , por entre as oliveiras,
Como a alma dum justo, ia em triunfo ao Céu!...

Excerto – Guerra Junqueiro

PROGRAMA - EM FOZ CÔA E CHÃS
 
Com a participação dos grupo de gaiteiros de Mogadouro - Lua  Nova e o  duo Ale&Ole - Olena Sokolovska (violino) e Pedro  Ospina (guitarra e laúd  magrebe) 




15.30 – Em  Foz Côa – Desfile do Grupo dos Gaiteiro Lua Nova – de Mogadouro, desde avenida até junto à Igreja Matriz – Para lembrar um dos habituais trajetos do Cónego José


17.00 Horas – Em Chãs - Arruada nas ruas da aldeia pelo mesmo grupo de gaiteiros- 18.30 – Partida do cortejo celta do adro da igreja 

18.30 – Partida do cortejo celta do adro da igreja
19.00 – Homenagem na Pedra da Cabeleira de Nª Srª ao Cónego José da Silva

20.00 – 20.45 – Celebração do dia maior do ano na Pedra do Solstício, com a leitura de poemas a condizer com o espírito da estação – Junto à qual os participantes na ação evocativa podem testemunhar a "passagem dos raios solares sobre o eixo de uma gigantesca esfera terrestre ou a esplendorosa configuração de um enorme globo solar - Em  perfeito alinhamento com a crista do esférico bloco e o centro do pequeno círculo que se encontra cavado, a alguns metros a oriente, na mesma laje da sua base de apoio. Projetando, como que num auspicioso momento de despedida, os seus dourados raios, a poente, desde os perfis da cordilheira que se estende da outra margem do vale da Ribeira Centeeira – Proporcionando, a par da magnífica e ampla panorâmica, que dali se descobre, momentos de especial sublimidade e esplendor místico, poético e espiritual.

A partir daquele ponto, começa o Verão – E também o declinar, em que, o esplendoroso astro, inicia o movimento aparente da sua declinação para o Hemisfério Sul 

21.00 horas – Homenagem a Guerra Junqueiro, no Altar dos Poetas -  Com a leitura de alguns dos seus poemas e breves intervenções sobre a sua vida e obra.



Calendário pré-histórico alinhado com os equinócios

A partir das 22 – horas – Festa Sanjoanina no adro da igreja  - Oferecida pela Junta de Freguesia de Chãs, na pessoa da Dr. Teresa Marques, a quem agradecemos a inestimável colaboração e, uma vez mais, a celebração do solstício na sua propriedade. E, naturalmente, um agradecimento, muito especial, à Câmara Municipal de Vila Nova de Foz Côa, na pessoa do seu Presidente, Egº Gustavo Duarte – Bem assim a todos os habituais colaboradores, designadamente, António Lourenço e Amélia Lourenço, e, com certeza, aos nossos amigos da Foz Côa Friends Associação, de quem temos sempre contado com o mais dedicado empenho, José Lobreiro, João Pala , Adriano Ferreira e José Ribeiro.



SIM, VEM AÍ O VERÃO -  A ESTAÇÃO DO AMOR E DA  PERDIÇÃO OU DO SONHO E DA CONTEMPLAÇÃO E DA ENERGIA?!...

É tudo isso. É quase o amor à primeira vista. É subir à montanha e divagar o olhar! É colher os frutos mais apetecidos no pomar do vale. É espraiar os olhos pelo mar e enchê-lo de azul e de luz.  É contemplar as noites estreladas ou banhadas de luar, sem se importar que o amanhecer possa coincidir com a hora do deitar. É esquecer as agruras da vida, ser mais otimista e disponível. É tareguelar horas infindas com tino, sem tino ou sem destino! …E também amar os momentos mais recolhidos de silêncio e a introspeção!...  É sentir as paixões ainda mais assolapadas!... Sonhar e fazer amor: desde os amores  mais impossíveis, que não estão nem ao alcance da vista nem do coração ou sentir  o apelo e aproximação dos  que obsessivamente já nos povoam a mente!... É sonhar ou viajar por sedutores lugares e paisagens, aspirar ou programar voos a longínquas ilhas exóticas. … E  extariar-se com a luz do sol e com o seu esplendor!

PORTAS DO SO - MONTE DOS TAMBORES - CALENDÁRIO ALINHADO COM O SOLSTÍCIO DO INVERNO - DESCOBERTA DE ALBANO CHAVES


"ORAÇÃO À LUZ" - De Guerra Junqueiro

Claro mistério
Do azul etéreo!
Sonho sidéreo!
Luz!

Da terra dorida
Alento e guarida!
Fermento da vida,
Luz!

Eucaristia santa,
Vinho e pão que alevanta
Homem, rochedo e planta...
Luz!

Virgem ígnea das sete cores,
Toda abrasada d’esplendores,
Mãe dos heróis e mãe das flores,
Luz!

Fiat harmónico e jucundo,
Verbo diáfano e profundo,
Alma do Sol, corpo do mundo,
Luz!

Luz-esp’rança luz rútila da aurora,
Vida vibrando na amplidão sonora,
Vida cantando pela vida fora,
Luz!

Luz que nos dás o pão, ó luz amada!
Luz que nos dás o sangue, ó luz doirada!
Luz que nos dás o olhar, luz encantada!
Bendita sejas, luz, bendita sejas!

Sejas bendita em nós, ó fonte de harmonia!
Sejas bendita em nós, ó urna de alegria!
Bendito seja o filho teu, o alvor do dia!
Perpetuamente, ó luz, ó mãe, bendita sejas!

Excerto




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