O
Benfica despede-se do Estádio da Luz, da presente temporada, com um empate – a 30ª
jornada e última é fora de casa. Mas o título estava garantido e no final houve festa à Benfica. André Gomes foi o
homem que levantou ao rubro o orgulho benfiquista ao inaugurar o marcador já no
segundo tempo. Pouco depois, o Setúbal, através de uma penalidade, estabelece o
empate, fixando o resultado final em 1-1.
O SL Benfica empatou com o Vitória de Setúbal mas não lhe estragou a festa
– Aliás, mais do que festa: um carnaval encenado fora e dentro do relvado. Aos
adeptos, foram distribuídos cartazes a branco e a encarnado – Antes de começar
o jogo, umas vezes predominava o branco, noutras o rubro do Estádio. Tudo muito
sincronizado. Para lograr que, 52
325 vozes eufórico, respondessem a uma só voz, nem no teatro mais famoso e com
o encenador mais experimentado.
No decorrer da partida, sobretudo na
segunda parte, eram ondas de braços que se agitavam e levantavam, onda
gigante atrás de onda, desde os que estavam cá em baixo até aos que estavam, lá
em cima, pelos topo das bancadas. Por sua vez, cada jogador, desde o treinador
ao guarda-redes, toda a gente vinha com o cabelo manchado de vermelho e
coraçõezinhos encarnados nas faces e selos com o número 32 e 33. Pois,
dizem as noticias que “as águias são o primeiro clube a chegar aos 33 títulos.” Sendo “O Benfica
a equipa que mais vezes se sagrou campeã nacional entre a elite da UEFA” No
futebol europeu, só Olympiacos, da Grécia (41 títulos), e Rangers (53) e Celtic
(46), da Escócia, têm mais títulos do que o Benfica, mas fazem parte de
campeonatos que não integram o "top 10" da hierarquia da UEFA.” DN Benfica é
recordista de títulos na elite europeia
Paulo Lopes – Guarda-Redes do
Benfica – Um gesto de uma grande nobreza.
No final do jogo com o Setúbal
teve lugar a festa – Avisaram-se os sócios de que ia haver boas surpresas – E,
de facto, confirmou-se o prometido: antes dos jogadores, com as suas
criancinhas e equipa técnica, subirem a um palco para levantar o troféu do
título de campeões 2013-2014, com nevoeiros de confettis brancos, houve alguns
contactos com os adeptos – Oferta de bolas, cascóis, camisolas, pequenas
lembranças –E, no meu ponto de vista, o gesto mais sensibilizador, que julgo
ter passado despercebido à generalidade dos repórteres, foi o de Paulo Lopes, ter ido oferecer um
cascol a uma menina, que se encontrava numa maca.
Depois de atirar vários
cascóis para a bancada, apercebeu-se de que havia por ali uma criança, adoentada.
E, como bom observador que é, logo se
dirigiu para lá. É inimaginável o
momento de ternura e de felicidade que aquele gesto terá transmitido ao coração
daquela menina, com a cabeça envolvida por um enorme penso – Obviamente, que
cada jogador fez o que pôde. E tomou rumos aleatórios. Alguns deles com os seus
filhos ao colo ou aos ombros, dirigindo-se ao público com as suas lembranças,
avidamente disputadas,. Mas houve, todavia, quem fosse um verdadeiro olheiro e descobrisse
onde poder melhor distribuir um gesto de
felicidade
A bem dizer, a verdadeira festa do campeonato, foi
ontem à noite, no empate com o Setúbal. No final do jogo com o Olhanense, embora
sendo a lanterna, que ilumina à retaguarda de toda a jornada, em futebol nunca
há certezas absolutas. Veja-se como, a mesma equipa, venceu o Futebol Clube do
Porto e está na zona dos aflitos. Ontem, com o Setúbal, ganhar, perder ou
empatar, já nada acrescentava. Mas, obviamente, que seria dececionante se em
vez do empate, fosse uma derrota. Seria uma festa com um sabor de amêndoa
amarga. Mas, a bem dizer, nos últimos minutos do jogo, quem esteve mais próximo
de ganhar, até foi o Benfica. Seja como for, o Clube da Luz, tem boa equipa, excelente treinador
e está em maré de sorte. Pelo que, se a festa foi programada, em nada o
desmereceu.
OS JOGADOR NÃO SÃO ROBÔS, TAMBÉM TÊM MULHER E
FILHOS
Há quem pense que os jogadores, para terem bem
desempenho, têm de ser umas máquinas robotizadas,
sempre prontas para grandes cilindradas. Que estão para além da vida diária do
comum dos mortais. Mas a verdade é que são pessoas como quaisquer outras, com mulher
e filhos, e onde não faltam as suas preocupações, alegrias e as suas tristezas.
De facto, foi comovente ver os jogadores com os seus rebentos, acarinhando-os
ao colo ou, nalguns casos, já expeditos talentos a darem chutos na bola e a
mostrarem de que podem a ser ainda mais brilhantes que o pai. Sem dúvida, este
foi para mim o melhor momento
.
Só a água benfiquista
faz a festa - É a delícia dos pequenos e graúdos. Não há ninguém que, ao ver
voar aquela extraordinária ave - através da televisão ou no próprio estádio -
não sinta um misto de pasmo e de curiosidade. Por isso, estar pertinho daquela
vedeta, vê-la ali à frente dos olhos é como que um privilégio. Veja-se nesta
foto - uma das quinhentas que fiz ontem no estádio da Luz - como a própria
águia parece querer dizer à benfiquista, que tem o telemóvel nas mãos e se
prepara para a fotografar, queres-me fotografar o bico ou as garras?
Nenhum comentário:
Postar um comentário