Depois de ver ou ler este post – Veja informação
mais atualizada – com o programa, em http://www.vida-e-tempos.com/2014/05/festas-das-rosas-na-escola-profissional.html
"Trata-se
de uma iniciativa organizada de dois em dois anos pela Escola Profissional Agrícola Conde de S. Bento. A
Festa das Rosas serve de ‘montra’ daquilo
que de melhor se faz na Escola Profissional Agrícola Conde de S. Bento. Ao
longo de dois dias os alunos, professores e funcionários da escola tudo fazem
para ‘bem receber’ todos os visitantes." Dias 31 de Maio e 1 de Junho -
São
Rosas Senhores e Senhoras! Rosas, no fim de Maio e principio
de Junho?!... Mas qual a dúvida?!... Não é o milagre da Rainha Santa Isabel,
mas é quase a mesma coisa. Ela, naquele tempo - para disfarçar a sua
bondade para com as pobres - , houve que transformar pães em rosas; Agora - na
quinta onde outrora rezavam e se formavam os antigos monges beneditinos –
o milagre é fazer verdadeiros prodígios de frágeis e tenrinhas pétalas, colhidas
das variadíssimas espécies de roseiras, que ali se cultivam! Transformar, todos
aqueles corações rosados, que exprimem a sua alegria e beleza em múltiplas cores,
nas mais apetecíveis geleias e licores de inigualável sabor e
perfume
São Rosas Senhores e Senhoras! Rosas, no fim de Maio e principio de Junho?!... Mas qual a
dúvida?!... Não é o milagre da Rainha Santa Isabel, mas é quase a mesma coisa.
Ela, naquele tempo - para disfarçar a
sua bondade para com as pobres - , houve que transformar pães em rosas; Agora -
na quinta onde outrora rezavam e se
formavam os antigos monges beneditinos – o milagre é fazer verdadeiros
prodígios de frágeis e tenrinhas pétalas, colhidas das variadíssimas espécies de roseiras,
que ali se cultivam! Transformar, todos aqueles corações rosados, que exprimem
a sua alegria e beleza em múltiplas cores,
nas mais apetecíveis geleias e
licores de inigualável sabor e perfume!
Oh, saudosos
tempos de memória, em que fui aluno da Escola Agrícola!... Quem esquecerá esses
alegres dias da Festa da Rosas?! --- Quem
é que, ali tendo estudado, poderá
esquecer esses inebriantes perfumes, das
cores mais variadas, com que a nossa Escola era engalanada! -quando se
avizinhava o mês de Junho,
Vinde, pois,
contemplá-las e saborear as suas essências e néctares! – Não há outro horto
mais fértil e belo de que aquele que se debruça sobre os mil verdes tenros e
formosos do vale do Rio Ave! … Que vão desde a tranquilidade do seu estuário,
por bouças e colinas acima até aos mais altos visos do Monte de Nossa Senhora de Assunção! – Sim, Maio, é
o mês das maias e das rosas. É o tempo em que primavera se veste de verdura e
de flores. Mas há lugares mais prendados de que outros. Que são por natureza pequenos
édenes, edílicos jardins
É, justamente, de uma destas aprazíveis e
formosas terras, de que vos venho falar
– De Santo Tirso e da sua Escola Profissional Agrícola Conde S. Bento - . Situada na margem esquerda do rio Ave, na
quinta do antigo Mosteiro de S. Bento -
hoje classificado Monumento Nacional, fundado no século X e reedificado no séc.
XVII.
Trata-se de uma iniciativa organizada de dois em dois anos
pela Escola Profissional Agrícola Conde de S. Bento. O principal objetivo do certame – segundo
a direção desta Escola - visa proporcionar uma
melhor abertura da escola à comunidade – Servir de ‘montra’ daquilo
que de melhor se faz nas aulas teóricas. Com beleza e animação: convívio franco
e saudável entre os que estão e os que os visitam. E também a venda de diversos
produtos fabricados na escola como vinho, chás, roseiras, compotas, bolachas,
licores de variados sabores, incluindo um Licor de Rosas, feito na adega da
escola. Para além disto, os visitantes podem passear pelo espaço escolar e a
usufruir dos seus jardins e recantos históricos.
A festa inclui ainda a tradicional exposição
de rosas que se realiza nos claustros, ora dispostas de uma forma
artística ora expostas de
forma individual com a respetiva identificação botânica”
Na
verdade, Portugal, todo ele é um jardim à beira-mar plantado – Mas há jardins e
jardins! – E qual o jardim de rosas que iguala o da Escola Agrícola de Santo
Tirso?!...O nosso país, não é propriamente, um lugar idílico (antes pelo
contrário)em termos de justiça social, pois há muito desemprego e há muito quem
passe fome – Não obstante essa triste realidade, os nossos antepassados
primaram em saber defender - da cobiça estrangeira – um património
natural e paisagístico, que não é possível encontrar nas terras mais frias do
centro ou do Norte da Europa.
Por
várias vezes, fomos invadidos pelos nossos irmãos espanhóis mas logramos
defendermo-nos. Vieram os franceses napoleónicos, que provocaram, igualmente,
desumanos massacres, devastações e estragos incalculáveis mas acabaram por ser
repelidos. Agora, com o país a soldo, desde a cobiça oriental, até aos
banqueiros de Ângela Merkel, quem nos acode?!... Onde estão os patriotas
que lancem o grito de 1640?!...
Quem é
que pode fiar-se nos ventos tempestuosos, que sopram do leste (não
propriamente de Espanha, pois, esses, já todos os conhecemos e, por isso, com
ou sem azedumes históricos, cá nos vamos entendendo),mas de uma Alemanha,
mentora de duas das mais mortíferas guerras que varreram a Europa, a
qual, talvez por entender que os grandes conflitos beligerantes, ficam
sempre demasiado caros a ambas as partes, a quem ataca ou se defende,
parece optar por uma estratégia não menos devastadora mas mais eficaz: de nos
aprisionar da nossa soberania, hipotecando, por dezenas de anos, as atuais e
futuras gerações Sim, quem é capaz de romper, de uma vez por todas, com o
elo da amordaça a esta hipocrisia de um vil metal chamado euro?! – Bom, mudando
de assunto, pois, só falar dele, já nos deprime – E, nesta altura, não falte
quem espalhe cartilhas e ladainhas para todos os gostos.
UMA INCIATIVA DO
ANTIGO DIRECTOR ENG. ROSSI E PROSSEGUIDA PELO ENG. FRUTUOSA
Exige esforço, planificação e também alguns custos. Mantem-se, especialmente graças ao empenho do actual Presidente do Conselho Excecutivo da Escola
Prossional Agrícola Conde S. Bento - e de toda a direção.. Porém, julgo que foi no meu tempo, que se fez a
primeira Festa das Rosas – Graças ao empenho e ao amor pelas rosas do Eng.
Rossi e da sua esposa.
Era, o que se pode dizer, um apanhado pela floricultura. A sua casa, que situava na Quinta da Eira - penso que ao lado da EN202, antes de chegar ao cruzamento para a Rua Dr. Oliveira Salazar - , facilmente se distinguia das demais, visto estar rodeada por lindos jardins de buganvílias, muitas roseiras, camélias, violetas e variadíssimas flores.
Transpor os seus portões era como que aspirar um pequeno paraíso florido! – Sabedor dessa sua carolice pelas flores, cheguei a mandar-lhe uns bolbos de várias plantas de S. Tomé, o que para ele constituiu uma belíssima surpresa – Nuna altura em que, existe – e ainda bem – controlo apertado sobre o trânsito de aves exóticas, creio que não seria de todo descabido que o Governo de S. Tomé e Príncipe, pudesse facultar o envio de algumas espécie da sua flora e de papagaios ou outras aves para enriquecer as amostraS de estudo aos alunos desta Escola.
Era, o que se pode dizer, um apanhado pela floricultura. A sua casa, que situava na Quinta da Eira - penso que ao lado da EN202, antes de chegar ao cruzamento para a Rua Dr. Oliveira Salazar - , facilmente se distinguia das demais, visto estar rodeada por lindos jardins de buganvílias, muitas roseiras, camélias, violetas e variadíssimas flores.
Transpor os seus portões era como que aspirar um pequeno paraíso florido! – Sabedor dessa sua carolice pelas flores, cheguei a mandar-lhe uns bolbos de várias plantas de S. Tomé, o que para ele constituiu uma belíssima surpresa – Nuna altura em que, existe – e ainda bem – controlo apertado sobre o trânsito de aves exóticas, creio que não seria de todo descabido que o Governo de S. Tomé e Príncipe, pudesse facultar o envio de algumas espécie da sua flora e de papagaios ou outras aves para enriquecer as amostraS de estudo aos alunos desta Escola.
ESCOLA AGRÍCOLA – ROTEIRO
EMBLEMÁTICO DE SANTO TIRSO
A Escola Agrícola, faz parte dos roteiros
mais atrativos de Santo Tirso – Quem visitar esta cidade, mesmo que não chegue
a transpor os portões e as cancelas das duas quintas, se optar pela
passagem da ponte sobre o Ave, dificilmente fica indiferente ao encantador
quadro paisagístico e construído, que lhe é dado admirar : é-lhe
impossível passarem-lhes despercebidos tão aprazíveis campos à beira do rio.
Mas o melhor é mesmo lá entrar: é o que faz muita gente que demanda, em
época de veraneio, a mais famosa Capital
dos Pasteis Jesuítas
Quer
observe a Escola do lado de lá do rio, da sua margem direita, quer quando
chegar ao alto da escadaria, ao longo do corrimão do Parque Dona Maria
II, tem perante os seus olhos um quadro ímpar! Um conjunto arquitetónico,
envolto por um panorama natural de inigualável beleza! O da Igreja
matriz, com a suas duas lendárias torres, templo religioso com o qual reparte
as instalações de antigo Mosteiro
de Santo Tirso
E, de facto, não é fácil encontrar outro
estabelecimento escolar – seja em que área for, com o misticismo e a
magia da Escola Profissional Agrícola Conde de São Bento - Que a todos deixa – a alunos e professores e quadro auxiliar -
as mais gratas e indeléveis recordações para toda a vida - Mesmo
para aqueles que a visitam de passagem – É encanto e namoro à primeira vista.
Sim, pergunto eu: em que país ou ponto de Portugal, encontrar tão encantador e singular enquadramento da
paisagem com o património?!... Que mais lembra um vasto presépio verde,
debruçado sobre um tranquilo e lânguido estuário!... Vertendo as suas
águas (mesmo que, por vezes, mais escuras e ameaçadas por descargas
poluidoras) sim, numa graciosa cascata – qual língua curvilínea de
um fabuloso anfíbio! - De uma transparência e brancura quase imaculada! –
Não obstante a inimaginável dose de poluentes e de águas turvas que nele vão
desaguar – Agora, um pouco menos, devido aos tratamentos de esgotos e resíduos
a montante.
Numa tal sinfonia de sons e de brilhos, que nem o trânsito da ponte, as suas trepidações, quase não logram ofuscar – sim, junto da qual vai se debruçar naquela já tão famosa cascata - Senão, uma vez por outra, o grasnar dos patos que por ali nadam ou esvoaçam, indiferentes ao pescadores de cana, que ali se perdem em infindáveis e deliciosos momentos contemplativos – A bem dizer, só essa espécie de zoada constante e os ruídos da regueira da antiga azenha (pena estar naquele estado de abandono), poderão destoar ou mesmo compor o trecho da mesma monumental e singela orquestra aquática.
Numa tal sinfonia de sons e de brilhos, que nem o trânsito da ponte, as suas trepidações, quase não logram ofuscar – sim, junto da qual vai se debruçar naquela já tão famosa cascata - Senão, uma vez por outra, o grasnar dos patos que por ali nadam ou esvoaçam, indiferentes ao pescadores de cana, que ali se perdem em infindáveis e deliciosos momentos contemplativos – A bem dizer, só essa espécie de zoada constante e os ruídos da regueira da antiga azenha (pena estar naquele estado de abandono), poderão destoar ou mesmo compor o trecho da mesma monumental e singela orquestra aquática.
Mas estes sons,
quase passam despercebidos para quem vaguei ao longo do caminho da ramada
da marginal do lado da Escola, se debruce no seu muro ou ali se
assente, lado a lado com pequenos canteiros floridos– Desse lado, o
rio é mais doce, discreto, silencioso e acariciador. Só este
passeio vale a visita à Escola Agrícola. Tudo, ali, inspira como que
ainda um certo recolhimento espiritual, dos tempos conventuais e medievos dos
monges beneditinos, que fizeram dos vetustos edifícios, seus claustros
e do amanho dos campos, o sustento e o único sentido das suas
vidas.
MINHA ESCOLA AGRICOLA – MESMO
QUANDO ESTOU LONGE, OH QUANTA MEMÓRIA TENHO DE TI!
Já lá
vão mais de 50 anos. Nessa altura, ainda estávamos longe de comemorar o
centenário da sua existência, que decorreu o ano passado, de 14 de
março a 21 de junho - Tinha 18 anos, quando completei o curso de Agente
Rural e parti para a Ilha de São Tomé - Já lá vai quase meio século – Mas
as minhas memórias, permanecem, quase inalteráveis. Obviamente, que, os rostos
dos meus antigos companheiros, mudaram com os anos; agora a imagem que
permanece é a desses verdes dias. Ao vê-los. é impossível não recuar a esses
velhos tempos. Mas, no essencial, o grande casarão da nossa antiga escola,
ainda é o mesmo. Com os seus fertilíssimos campos, graciosos fontenários e
jardins – Tal como idêntico panorama é o mesmo, aquele que se debruça sobre o
Rio Ave.
Do lado
de lá, na margem direita, passou a existir um corredor de madeira, que,
passando por baixo da ponte, com acessos desde a antiga estação da CP, e,
contornando o tranquilo açude, que só branqueja e é barulhento quando a água
cai em cachão, proporcionando a todos, quantos queiram desfrutar de
aprazíveis passeios matinais, do fim da tarde ou em qualquer hora do dia e da
noite, verdadeiros momentos de contemplação e de lazer! – E até o modo
mais atrativo e simples de tranquilizar o espírito e de manter o físico em boa
forma.
Os sinos da igreja matriz ainda são os mesmos, tal
como o velho edifício, a sua emblemática frontaria – Certo que, entretanto,
houve pequenas alterações: o enorme portão é igual, parece resistir ao desgaste
dos séculos – E, ao transpô-lo, sob os vetustos claustros, ficava
adega e a leitaria - Penso que ainda tem idêntica aproveitação.
Mais á frente, do lado esquerdo, era a “Casa das Vendas”, onde íamos
levantar as enxadas, os ancinhos, as tesouras de podas, e todos os
utensílios agrícolas para os nossos trabalhos de campo; agora, não há por lá as
tais ferramentas, em contrapartida, é uma autêntica “Casa de Vendas”, com a
oferta dos melhores produtos que se se cultivam na Escola - Os melhores
sabores e a preços muito convidativos
Olhando
em frente, lá está ainda do lado esquerdo o mesma frontaria do velho
edifício, e, do lado direito, a mesma álea da trepadeira “era”, onde, muitas
vezes, eu e outros meus colegas, empoleirados em escadas ou escadotes e,
com enormes tesouras, aparávamos a sua rama – Agora, pelo que me apercebi, esse
trabalho, é reservado a trabalhadores externos. Naquele tempo, esse trabalho
era considerado, demasiado simples para ser destinado aos “jornaleiros” que
mourejavam nas lides mais duras da Escola. Nomeadamente, na quinta da eira.
Coitados, trabalhavam de sol a sol: até no Inverno, andavam de tamancas
Pela hora de almoço,
quase mal tempo tinham de comer a bucha, que pouco mais era de que as
triviais migas de
cavalo cansado - Uma malga de vinho verde com broa esfarelada. E assim passavam o resto do dia até, quase ao escurecer. O mesmo sucedia, na lavoura, em toda a região. Aliás, no Portugal de Salazar – Que teve o mérito de ser sério à sua maneira – mais do que muitos políticos depois do 25 de Abril – mas, infelizmente, também de muitas miseráveis e tristes memórias. Ditador de um regime opressivo e castrador. Todavia, que se saiba, não se aproveitou da venda de nenhum património público; não há registo de que fosse parar às mãos da irmã, genro ou cunhado, uma espécie de Pavilhão Atlântico, que custou ao Estado 60 milhões, para depois ser desbaratado por pouco mais de 20 milhões – Assim foi dito. Consórcio de Luís Montez Pavilhão Atlântico
A
VELHA SINETA - QUE CHEGAVA A FERIR MAIS
O TÍMPANO DOS OUVIDOS DE QUE O SINO DA IGREJA
A “ velha cabra”, tão famosa e cantada na
Universidade de Coimbra, também ali a tínhamos: enquanto lá, era o sino
pendurado na velha torre, aqui era uma simples sineta, presa a um ferro
espetado no muro, no extremo direito do claustro da portaria. E quem a tocava
era o Sr. Martins – O homem, mais carismático da escola: mesmo quando se
zangava, nunca perdia a compostura e o sorriso, na sua habitual farda de
contínuo. Firme e vigilante no seu posto, mas generoso e profundamente humano,
espírito tolerante e dedicado, sempre ponto a darmos a informação que
precisássemos. Agora, a dita cabra refilona, já não tine. Fazia-se a chamada.
Quem chegasse atrasado, levava falta. Umas quantas, penalizavam o aluno. Agora
nas escolas funcionam as campainhas - Nem sempre. E toda a gente tem
telemóveis e relógios de pulso para se orientar com os horário
Não há a
rigidez de outros tempos. O que não significa que a indisciplina seja tolerada.
Não me costa que haja exemplos desses, quem entra naquela escola, se traz a
alma endiabrada, de duas uma: ou volta para o bulício perturbador urbano para
continuar a entorpecer-se, ou, então, se vem ávido de mudar de vida, e
procurar um novo rumo, depressa, ali, lhe fica amansada, quer pelos
ares da beira do rio, quer pelo estreito contato com a mãe-natureza, sim,
pelos silêncios dos velhos claustros, convidativos à introspeção, e da
tranquila harmonia que lhe oferecem outros tantos lugares mágicos desta
Escola.
Enfim, do raro privilégio de poder desfrutar de recantos de jardins,
silenciosos e discretos, como que a convidar ao recolhimento e à meditação
Desde os seus antigos fontenários, uma vacaria de gado leiteiro, como há poucas em Portugal, um pequeno jardim zoológico, com muitas aves, algumas serpentes, bicharada exótica, tanques com gansos e patos, estufas para a horticultura mais delicada e temporã, férteis hortas e campos, instalações escolares que se confunde no meio da paisagem, caminhos cobertos por frondosas latadas, uma boiça onde não faltam sobreiros, pinheiros, carvalhos e árvores florestais, as mais diversas espécies, para já não falar do passeio-latada em torno do rio, com os seus bancos de granito e característicos telheiros - E, sobretudo, por esta altura, com a Primavera, no seu máximo esplendor (mas também noutros períodos do ano), tapetes de roseiras onde é possível admirar as mais belas e surpreendentes rosas
NÃO HÁ ANTIGO ALUNO OU PROFESSOR QUE – ATÉ AO FIM DOS SEUS DIAS - NÃO RETORNE À SUA CENTENÁRIA ESCOLA
Estive lá em Abril, do ano passado, voltei lá para o tradicional convívio de Outubro; antes do fim do ano, ainda dei por lá uma escapulidela para consultar o relatório do final do curso, que finalmente foi localizado – Obrigado, Sr. Diretor! Não calcula a alegria que senti ao rever as dezenas de fotografias de São Tomé, com as quais o documentei. Pois, infelizmente, o meu espólio fotográfico, milhares de negativos, estão nas mãos de um senhor comerciante, filho de portugueses, que, a meu pedido, o fui levantar a casa de pessoa amiga e não teve a dignidade de mos entregar até hoje. Não os levei comigo, porque partindo de canoa para tentar a travessia de São Tomé ao Brasil, receei danificá-los. Maldita hora em que me cruzei em Lisboa, com tal criatura, aquando de uma sua vinda de férias
Agora, no final de Abril, um
ano depois, voltei lá de novo: aproveitando uma viagem ao Porto, em reportagem
fotográfica ao Estádio do Dragão (Porto-Benfica, apuramento do finalista da Taça de Portugal), no dia
seguinte, decidi dar lá mais um saltinho – Desta vez, expressamente para fotografar as rosas.
Já disponho de um excelente álbum mas quis acrescentar mais algumas imagens. Aliás, quando me desloquei ao Porto, foi já
a pensar ir a Santo Tirso. Pois sabia que ia encontrar os roseirais,
lindamente floridos– E, de facto, não me enganei – Tantas eram as matizes e as
variedades (e serão, com certeza, ainda
nesta altura) que é de uma pessoa se
deslumbrar! – Espero aqui editar um vídeo com algumas dessas maravilhosas
imagens.
A escola, agora tem novas
regras: depois de transpor o portão da entrada principal, existe uma cancela, pelo
que, quer as entradas como as saídas, são agora mais controladas – Quer para
alunos, como para visitantes. Dirigi-me
à secretaria, acompanhado pelo Vitor, que
depois seria ele também a acompanhar-me por um curto passeio pela Escola
– O meu objetivo era sobretudo fotografar as rosas e, a bem dizer, entre outras
bonitas imagens, foi o que fiz. Cá fora, cruzei-me com alguns alunos, com os
quais tive o prazer de dialogar. Naturalmente, encantados pela tranquilidade e
carisma dos seus campos e instalações, já cientes de que vão lembrar a Escola
Agrícola de Santo Tirso para toda a
vida.
Dormi numa pensão em Campanhã.
Há por lá umas pensões baratas e dispondo de
quartos razoáveis, pelo que aproveitei a pernoitar por lá – A cama era
boa mas dormi, pouco mais de duas escassas horas: depois de enviar as
fotos para Lisboa, diretamente do Estádio do Dragão, ainda postei algumas no
meu site, “ Templos do Sol” -
Naturalmente, acompanhadas de texto – E, como chegara tarde à pensão, quando me
deitei eram cinco da manhã; às sete e meia estava-me a levantar. Todavia, só o
prazer de ir a Santo Tirso e de poder visitar a Escola Agrícola, enchia-me de
coragem, reconfortava-me do mínimo descanso noturno que não tivera.
Cheguei à bilheteira, quase
sobre a hora – Foi apenas o tempo de tirar o bilhete e correr para o comboio. O
pior é que, o revisor não me avisou, e eu também já não me lembrava que, a dada
altura, era preciso apear-me e mudar de comboio – Fui parar à estação de
Famalicão. Esperei pelo comboio que vinha para o Porto e desci na estação da
Trofa. Para não ter que perder o resto da manhã à espera de comboio, apanhei um
Taxi para Santo Tirso. O taxista foi
simpático e fez-me um preço a condizer com a sua simpatia. Deixou-me, ali junto
à Escola, porém, como ainda não tinha tomado o pequeno almoço, aproveitei para
ir até à emblemática Casa de Chá, na expetativa de ali encontrar o meu antigo
colega e bom amigo, Eng. Andrade, que, antes de ir para a antiga Escola de Regentes Agrícolas
(creio que em Coimbra), tirou ali o mesmo curso que eu tenho.
Não estava lá, mas, de tarde, tive o prazer de ali me
encontrar com ele. E, como ele conhece a sua terra, como as suas mãos, às
tantas, vendo passar por ali uma antiga glória do Tirsense, do F. Clube do
Porto, e também dos famosos magriços da seleção nacional, está-se mesmo a ver
de que nome me estava apontar: Alberto Festa,
que por ali dava o seu habitual passeio. Naturalmente que me lembrava dele e até de o ter visto jogar, só que, não
querendo perder a oportunidade de o entrevistar, corri imediatamente ao seu
encontro, com perguntas um pouco ao sabor da espontaneidade. Conto vir aqui a editar o registo em vídeo da curta entrevista.
A manhã esteve meio-brusca, com algumas abertas
mas com uma atmosfera agradável, num dia primaveril. A tarde ficou mais
luminosa e aproveitei para dar um passeio até à parte alta da cidade
– Como sempre, lá estavam os lindos jardins, no Largo Coronel
Baptista Coelho – E também ainda a casa mais antiga de fotografia de Santo
Tirso - FOTO GENO
– Era lá que os alunos iam revelar as fotografias a preto e branco – A
cores, nessa altura. só pintadas a lápis. O proprietário era um homem
extraordinário. A minha irmã ia casar e eu pedi-lhe que me emprestasse uma
máquina fotográfica – E foi, graças à sua generosidade, que pude fotografar o
casamento da Conceição com o Guilherme. Era uma Kodak, tipo caixote: no
interior da igreja, para cada imagem, era preciso disparar uma pequena lâmpada,
que até fumegava – Era o flache daquela época. Agora, o tempo da película,
até está em vias de extinção, toda a gente senão fotograva com uma pequena
compacta digital, tem o telemóvel à mão – Felizmente, o que não morrem são as
boas recordações. E, de facto, Santo Tirso e a sua Escola Agrícola, fazem parte
das minhas mais belas memórias-
“JORNAL DE SANTO THYRSO” – 132
anos!
Como jornalista profissional,
quis inteirar-me das condições da imprensa local – Do único semanário existente. Pelo menos, o
mais antigo. Com vinte páginas e com um aspeto bem paginado e bem estruturado.
Foi Francisco José Carneiro, Coordenador
da Redação, que amavelmente me recebeu. E fiquei admirado por ver um jornal,
regional, bem localizado e com razoáveis instalações. Onde se destaca um enorme
aquivo – Tanto mais que já conta com a bonita idade de 132 anos, que foi
quando, José Bento Correia, o fundou. – É obra! Não cheguei a fazer perguntas
sobre o seu historial, recente ou do passado. Mas vim a saber que esteve quase
para fechar portas, devido a má gestão e mau feito do seu anterior
proprietário, para com os profissionais e colaboradores – Não pagava as dívidas nem ao pessoal do
quadro. Numa ação judicial, intentada
por estes, que requereram o pagamento dos salários em atraso, diz-se que teria focado decidido que a parte
da dívida fosse transformada em ações. E, como passaram a deter a maioria,
parece que o ex-dono, se teria afastado.
Seja como for, num tempo em que os principais jornais nacionais, estão
na posse de dinheiro angolano e da banca, um jornal passar a ser titulado por
quem lá trabalha, contra ventos e marés, é de saudar. Veja-se o que sucedeu,
por exemplo, ao DN, JN e TSF
Jovem
Tirsense ganha prémio nacional de talentos
Fiquei
a saber, pelo “Jornal de santo Thyrso”, que Luís Marques, de 21 anos , foi
distinguido nos Prémios Novos da categoria da
Internet, com website Musical Covers, no passado dia 15 e Abril, em
Lisboa - Alto lá, eu sou Luís Marques; o
meu nome de batismo é Jorge Luís Marques, a minha mãe era Maria Joaquina
Trabulo, e eu adotei o seu apelido, literário, artístico e jornalístico, de
Jorge Trabulo Marques – Afinal, não é só
Luís Marques Guedes, há mais.
“O 25 de Abril com que sonhei” – “se alguém
tem fortes razões para se lembrar do Capitão Salgueiro Maia, é o Prof. Cavaco
silva.”
Vários artigos, alusivos à Páscoa e ao 25 de Abril, foram outros temas da edição Nº 48, do “Jornal de santo Thyrso” - Diz a certa altura, o artigo assinado por António José Marques de Carvalho, sob o título, “O 25 de Abril que sonhei” Depois de manifestar a sua gratidão aos Capitães de Abril, “principalmente àqueles que melhor desempenho tiveram e aos quais devemos a democracia que vivemos e respiramos, principalmente ao mais destacado e prestigiado , que, sem ele, o 25 de Abril talvez não tivesse sido possível, o inesquecível e saudoso Capitão Salgueiro Maia. Depois promovido a tenente-coronel.
E, se
alguém tem fortes razões para se lembrar do Capitão Salgueiro Maia, é o Prof.
Cavaco silva. Numa visita à Escola Prática de Cavalaria de Santarém, quando era
Primeiro-Ministro, acompanhado do comandante da unidade disse a Cavaco: “Sr.
professor, não sei se já conhece, mas este é o tenente-coronel Salgueiro Maia,
o capitão de Abril que prendeu o Primeiro-Ministro do regime anterior, Marcelo
Caetano”
Cavaco
sorriu discretamente e cumprimentou-o. Salgueiro Maia respondeu: “Prendi esse,
esse, sim senhor, e prenderei outros, se necessário for”. Cavaco engoliu em
seco e ficou perturbado, prosseguindo a visita.
Pois,
se calhar, a exemplo do que disse, recentemente, Otelo Saraiva de Carvalho, está na altura de fazer
outra revolução para cumprir Abril.”
Jorge
Trabulo Marques – jornalista e antigo aluno
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