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segunda-feira, 28 de abril de 2014

Taça da Liga - Porto - Benfica 3-4 Águias destroçam coração dos dragões aos penaltis – Maior domínio portista, em toda a linha, mas os benfiquistas souberam travar ímpeto azul até que estrelinha de Jesus os bafejou






 
 
De facto, está visto que o ano é de grande safra para o Clube da Luz – Repete-se a história da equipa do Benfica ficar reduzida  a 10 e sair vencedora – Obviamente, desta feita, bafejada pelo jogo da roleta. Isto do futebol tem que se lhe diga  Há mistérios indecifráveis que parecem fazer parte de um programa astral pré-determinado. Não basta esforço, habilidade e até domínio do jogo, o que conta é a tal estrelinha, que, uma vez mais,  iluminou os lamparinos da  Luz.




Sim, é o Benfica que vai defrontar o Rio Ave na final da Taça da Liga de Futebol, ao eliminar o FC Porto, por 4-3, no desempate através de grandes penalidades, após 0-0 no tempo regulamentar – O FC Porto entrou disposto a valer os seus pergaminhos e, por várias vezes, dispôs de excelentes ocasiões  de golo mas não o concretizou. Foi demasiado ineficaz e perdulário. E quem esbanja tantas oportunidades, com o adversário reduzido a dez unidades, a partir da meia hora de jogo, é porque não as sabe merecer. 

 

Veio a segunda parte e o domínio foi ainda mais avassalador. Encontrávamo-nos a escassos metros da baliza de Fabiano e estava difícil fazermos uma fotografia com os atacantes do Benfica. Na primeira parte, optamos pela do F.C. do Porto, e queríamos agora fazer o mesmo com a equipa lisboeta. Mas raramente ali chagavam jogadas dignas de registo, eram praticamente neutralizadas pela defesa portista, mas  que, depois, os seus avançados, não iam além de dribles ou bolas cruzadas, não causando perigo nas malhas da baliza de Oblak


 

 Fotos e texto de Jorge Trabulo Marques - jornalista
Ás tantas, chegámos a pensar  que  a equipa de Jorge Jesus, havia perdido ambição de ganhar tudo: já se contentava com o campeonato, com a possibilidade de ganhar a Taça de Portugal e a da Europa, sim, tinha vindo ao  Dragão, apenas por  mera formalidade, unicamente para cumprir calendário e popupar-se para o jogo em Turim

. O ter jogado com dez ou com onze, não cremos que  tivesse grande influência. Não nos parece que teria feito melhor – Acantonou-se no seu reduto defensivo e dali quase não lograva sair. Contudo, pacientemente, lá foi resistindo, pelos vistos na esperança de que a sorte o beneficiasse aos penaltis – E foi o que sucedeu.


ECOS DA IMPRENSA

"Antes, o jogo ficou marcado pelo desperdício portista no primeiro tempo, nomeadamente de Jackson, que teve várias ocasiões para marcar. O Benfica ficou reduzido a 10 jogadores, pelo vermelho direto mostrado a Steven Vitória, à passagem da meia hora de jogo, mas Jorge Jesus fez entrar Garay e reequilibrou o desafio. Benfica vence F.C. Porto e passa à final da Taça da Liga - JN


"Mesmo a entrar de início com vários futebolistas que habitualmente não são titulares, o Benfica entrou personalizado no estádio do Dragão, a jogar no campo todo, a trocar a bola e a pressionar alto. Não obstante, os primeiros dez minutos viu os remates de Lima e de Jackson Martínez passarem perto das balizas. FC Porto – Benfica, 0-0 (3-4, gp): Final da Taça da Liga ...

 


"O domínio do FC Porto foi acentuado no primeiro tempo e houve ocasiões de golo para todos os gostos: Varela surgiu solto na área e rematou ao lado, Jackson recebeu um passe perfeito de Herrera mas não conseguiu emendar para a baliza, Defour atirou à meia-volta, já na área, com a bola a sair ao lado da baliza. Taça da Liga: Benfica reduzido a dez elimina FC Porto nos 


sexta-feira, 25 de abril de 2014

Cónego José da Silva – O coração não resistiu – – Já não está entre nós o sacerdote humanista, que respondia sempre a todos com um sorriso e uma palavra amiga – Estava previsto homenageá-lo, com a sua presença no solstício do Verão, na Pedra da Cabeleira de Nossa Senhora – Agora vamos recordar a sua memória.

Jorge Trabulo Marques - Jornalista 




Foz Côa está de luto – Pois não há ninguém, nem na sede do concelho, nem nas freguesias, que não tivesse pelo cónego José e pelo seu sacerdócio, uma profunda amizade e simpatia e sinta a mágoa da sua ausência – Nasceu em   Penude em 13-02-1927, em cujo cemitério foi hoje sepultado, com a presença do Bispo de Lamego e de vários sacerdotes, tendo-se associado, ao cortejo fúnebre centenas de pessoas, muitas das quais ido diretamente  da sua última paróquia.

A população de Foz Côa, freguesias e terras vizinhas, de vários concelhos, estiveram presentes, acompanhando-o uma grande parte da verdadeira multidão até ao cemitério da sua terra natal - Penude"



Eram cinco horas da tarde, de ontem dia 24, esperava-se que o Cónego José se deslocasse, como habitualmente, à redação do jornal OFOZCOENSE, de que era seu dedicado e dinâmico diretor.  Estranhando-se a sua ausência e, não atendendo o telemóvel,  nem abrindo a porta, foram encontra-lo  caído junto à sua cama. Depois do almoço, era costume ir descansar um pouco, porém, desta vez o coração traiu-o, estava inanimado e com sinais de vida. Levado para o hospital da cidade da Guarda, pelo helicóptero do INEM, já não foi possível a sua recuperação. Tendo falecido às 4 da manhã do dia 24 de Abril. 

Segundo soubemos através do Dr. Manuel Daniel, grande amigo do Cónego José,  “O funeral teve início na Igreja Matriz de Foz Côa, seguindo o féretro para Penude, em cuja Matriz se celebrou Missa sob a presidência do Sr. Bispo de Lamego, D. António Rocha Couto


Não quis ser outra coisa senão ser Padre e nunca se arrependeu de ter seguido a vida de sacerdote - . “Eu não procurei ser outra coisa. Procurei ser Padre. Procurei cumprir o meu dever. Quando me ordenei, eu tinha um primo, em Barcelos, que era director de um colégio e convidou-me para ir para lá como professor. Eu respondi-lhe: ordenei-me não para ser professor mas para ser padre. Agradeci-lhe por se ter lembrado de mim mas eu nasci para ser padre, não aceitei o convite

E Deus fez-lhe a vontade, durante  mais de seis décadas ao serviço da igreja. Filho  único mas de pais humildes. A mãe queria que ele fosse para o seminário, porém, seu pai, receando ficar sozinho na velhice, chegou a deslocar-se a pé a Lamego para  demovê-lo a voltar para casa. A mãe tinha opinião diferente do marido e ficou contente pela sua determinação.


Uma vida de um longo sacerdócio

Em 1941, após  a 4º classe ingressa no  seminário de Rezende.Três anos depois frequenta o Seminário Maior de Lamego  e é ordenado padre em 1953 – Nesse mesmo ano, em Setembro,  o Bispo destaca-o para uma freguesia da diocese onde se manteve 31 anos e meio. Foi para lá em 6 de Setembro de 53 e saiu em 13 de Março de 85 para pároco das freguesias de Foz Côa e chãs.

Gostava de lá estar. Pois, durante esse tempo estabelecera profundos laços de afeto com os seus paroquianos. Casara pais e filhos. Por isso,  é  com muita pena que vai ter que deixar a paróquia que abraçou mas as ordens superiores são para se cumprir e o cónego José quis ser sempre  obediente ao seu Bispo, respeitador da doutrina da igreja e das  leis eclesiásticas.

- “O que o fez ficar em Foz Côa?”....- perguntei-lhe. " Foi as ordens..... Quando a gente se ordena, promete ao Sr. Bispo obediência. E a coisa que mais me custou na vida, depois da morte dos meus pais, bem entendido, foi  sair de lá …Já estava muito habituado com aquela gente; conhecia pais, conhecia filhos…porque, durante 31 anos e meio, fiz muitos casamentos, conheci os filhos. E casei pais e filhos”.

- Custou-lhe muito....Mas não está arrependido de ter vindo para Foz Côa?

- “Não estou arrependido, porque, quando a gente faz aquilo que deve, e, como o padre promete ao Bispo obedecer-lhe, de maneira que eu não podia dizer ao Sr. bispo que não vinha .Portanto, viu que era preciso aqui; vi que era preciso obedecer ao Sr. Bispo e é evidente
- Quantos anos já tem em Foz Côa?
- 28 anos
 - Já está com 86 anos: vai continuar aqui até ao resto da sua vida?
 - E o resto é já, com certeza, muito pequeno. 
Declarou-me, numa breve entrevista, em Agosto  de 2013, no Café do José Pilério, em mais um dos agradáveis momentos convívio, que   pude estabelecer com um dos sacerdotes mais admirados e respeitados da diocese da Lamego e do Distrito  da Guarda. Naquele dia para lhe comunicar que era desejo  da Comissão Organizadora das Celebrações do Solstício e dos Equinócios, convidá-lo a não ser apenas mero espetador mas a aceitar a ser um dos homenageados que costumámos ali distinguir, ao fim da tarde do dia mais longo do ano. Conversador e simples como era, e também por gostar daquela aldeia e daqueles montes, aceitou honrar-nos mais uma vez com a sua presença, prometendo-nos que, se a saúde não lhe faltasse,  tinha muito gosto em estar presente
.
Mas a vida tem destas coisas: troca-nos a voltas quando menos se espera.

Dois dias antes da sua morte, desloquei-me à redação do OFOZCOENSE para voltar a falar com ele sobre o assunto mas já tinha saído. Estava apenas o Padre Ferraz, a quem  aproveitei para expor a nossa intenção, tendo-nos respondido que achava a ideia interessante.