Manuel Daniel - Poeta invisual - De Parabèns ! . Completa hoje 86 anos -
orge Trabulo Marques - Jornalista
Parabéns
poeta Dr Manuel Daniel pelos seus 86 anos de vida - Condicionado pela falta de
vista, já invisual mas firme na vontade viver e acarinhado pela esposa, filhos
e netos, que lhe têm prestado todo o apoio de que carece “O MAR DA MINHA TERRA
É DE GRANITO - Diz o poeta, natural de Meda, - A vista já não lhe permite ver a
luz do dia, todavia, o seu coração, continua bem acordado, pese as enormes
limitações que o atormentam - A quem desejamos que já esteja restabelecido da
queda, que recentemente sofreu em sua casa e que este dia se repita com saúde e
serenidade,– Manuel Daniel, uma vida intensa e multifacetada: Advogado, Poeta,
Escritor, Ensaísta, Dramaturgo e Jornalista: Um homem de cultura e de rara
sensibilidade, muito querido e admirado, tendo dedicado muitos anos da sua vida
à função pública e à vida autárquica
Na página do
facebook, mantida pelos familiares, são ditas estas singelas palavras -
"Esta feliz oportunidade do aniversário natalício - no meu caso, ao
completar a idade de 86 - dá uma excelente ocasião de dar conta da existência
de uma das mais excelentes virtudes humanas: a Amizade.
Nesse
aspecto, as redes sociais tem-se encarregado de destacar muitos e bons
exemplos.Também desta
vez fui mimoseado com o carinho de um sem número de Amigos, que muito me
cativam e penhoram, sem possibilidade de manifestar a cada um a gratidão de que
fico devedor.
Resta-me
pedir a Deus que, por mim, favoreça cada uma dessas amizades, pela sua bondade
e solidariedade.
Que ele
seja, pois o mensageiro desses sentimentos e multiplique em alegrias, saúde e
bem-estar quanto quiseram proporcionar-me.
Bem hajais.
Tal como me declarou na
amável e
honrosa entrevista que me concedeu, em Março de 2017, justamente no
inicio da
Primavera – Manuel Daniel, uma vida intensa e multifacetada: Advogado, Poeta,
Escritor,
Ensaísta, Dramaturgo e Jornalista: Um homem de cultura e de rara
sensibilidade,
muito querido e admirado, tendo dedicado muitos anos da sua vida à
função
pública e à vida autárquica.
Manuel J. Pires
Daniel, nasceu em Vila de Meda (hoje cidade) em 18 de Novembro de 1934. Sem
dúvida, um admirável exemplo de labor e de tenacidade, de apaixonado pelas
letras e de sentido e dedicação ao bem comum – Nos seus livros, perpassam prefácios
elogiosos, tanto pelo Presidente da Câmara de Meda, a sua terra, como de Vila
Nova de Foz Côa, onde foi Presidente da Assembleia Geral, entre outras altas
funções.
“Manuel Daniel,
ilustre medense. personalidade incontornável na história recente da Mêda, edita
mais um livro intitulado de "Coração Acordado". Ainda recentemente,
em Novembro do ano transacto, tinha lançado "Chão de Areia: poemas, texto
e teatro", o que denota a sua polivalência e proximidade literária.
O Município de
Mêda congratula-se com mais este projecto editorial, onde o autor expressa de
modo inequívoco o seu profundo amor telúrico, as emoções que nutre pela terra
que o viu nascer, considerando estigmatizado esse destino peta providência
divina
Trata-se de mais
um importante contributo de salvaguarda da nossa identidade e memória local. A
sua voz, as suas palavras, congelam em livro a idiossincrasia e a peculiaridade
do nosso concelho, valorizando o nosso fundo documental, enriquecendo a nossa
história local.
Nos seus poemas
faz a apologia da Mêda, não se coibindo de recorrer aos mais belos recursos e
artifícios estilisticos, não se esquecendo de enaltecer e de homenagear
personalidades que já não estão entre nós, salientando as suas virtudes e
benfeitorias, o seu desempenho meritório em prole da sua Terra, no exercício da
cidadania.
(...) Sem dúvida,
que o autor nos deixa mais um valioso testemunho que será prorrogado pelas
gerações vindouras. A sua benignidade, o seu altruísmo, a sua generosidade e a
sua competência literária merece todo o nosso reconhecimento.
Dr. Anselmo de
Sousa, Presidente da Câmara de Meda.
HOJE SEUS OLHOS JÁ NÃO PODEM CONTEMPLAR A LUZ DO DIA -
ESTÁ COMPLETAMENTE CEGO -Os seus belos versos fazem parte das
tradicionais celebrações evocativas nos Templos do Sol - São
indispensáveis.
A
sua vida tem sido pautada pela dedicação mas também pela descrição.
Atualmente, debatendo-se com extremas limitaçoes da sua vista, por via
de ter ficado completamente cego, no entanto, pese tão dura limitação,
nem por isso a verbe do poeta se esgota e, dentro do que lhe é
possível, com apoio amigo da família, lá vai compondo os seus versos e
editando livros. Em cujos poemas perpassa o que de melhor têm a poesia
portuguesa - Domina com mestria os mais diversos géneros poéticos e
neles se expressa, a par de um profundo sentimento de religiosidade, o
amor à terra, à natureza, aos espaços que lhe são queridos, suas
inquietações e interrogações, sobre a efemeridade da vida e o destino
do Homem - Em Manuel Pires Daniel, não há jogo de palavras mas palavas
que vêm do coração, que brotam naturalmente, como água da melhor
fonte, que corre das entranhas do xisto ou do granito da nossa terra.
Um coração de poeta, muito admirado e
querido, onde a sua obra literária que é numerosa e perfeita, é
reconhecidíssma, em todos os géneros literários em que se tem expressado, perfeitas
maravilhas de naturalidade , de graça, finura e sensibilidade, que encanta,
sorri e toca profundamente quem glosa a sua poesia ou a sua prosa.
O paisagista inspirado, por genuíno
temperamento de artista, que soube conservar e realçar todo o encanto da graça
virginal da alma campesina e do realismo forte destas terras; o panteísta nato
que extasia e enche de ternura, de empolgante enlevo e emocionante saudade, o
espírito de quem o lê, sulcado por emoções, lavradas por suave harmonia e o
doce e inebriante perfume de terra virgem, plena de misticismo e de mistérios
sedutores e fecundos
O autor dos maravilhosos espectáculos
rurais e da natureza envolvente, que mais terão impressionado a retina dos seus
olhos, enquanto a mesma não foi toldada pelas trevas do fatalismo cruel da
cegueira, com a qual tem agora de conviver as 24 horas do dia, valendo-se da
memória, mas que, mesmo assim, tão minuciosamente continua a descrever,
entremeando-os de episódios encantadores e de uma saudável originalidades bem
genuína
Solstício do Verão - Ainda seus olhos podiam ver a luz do sol
Em boa verdade, Manuel Daniel, conquanto
não tenha almejado a notoriedade do filho mais ilustre de São Martinho de Anta,
inveterado calcorreador e peregrino por vales profundos, montes de vertigem, de
perfis e recortes alcantilados e xistosos ou de natureza rochosa, trepando por
penedias graníticas deslavadas e cinzentas, sim, levado por irresistível
curiosidade de descoberta, imbuída por irrecusáveis amores e tentadoras paixões
cinegéticas, sim, embora mais dado a uma outra contemplação mais serena e menos
aventurosa, do que a do inconformista e viajante por brasis e distantes
paragens, há, no entanto, entre ambos os poetas, grandes afinidades humanistas
e de inquietude sociais nos mesmos palcos agrestes das terras beirãs e
transmontanas, na cosmologia geográfica e transcendental de um mundo rural de
injustiça e dureza, mas também de encanto, de misticismo e sublimidade
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Natural de Meda mas que tem passado grande parte da sua vida em Foz Côa- Actualmente,
debatendo-se com problemas invisuais, que, desde há algum tempo, têm limitado a
sua independência mas não a sua criatividade, visto ter já no prelo mais um
novo livro - Que vem juntar-se a mais de dezena e meia de obras que publicou,
nos vários géneros literários
O Douro Maravilhoso e Agreste, que
Miguel Torga poetizou e cantou, é também, a seu modo, o de Manuel Daniel, com
quem tivemos o prazer de nos reencontrarmos, recentemente, no seu escritório em
Foz Coa, no coração da cidade, junto ao largo do velho pelourinho, do edifício
municipal e da igreja matriz, onde, durante vários anos exerceu o oficio de
conceituado advogado, a par da sua devoção à causa pública, mas onde agora só
vai, pela mão da esposa, filhos ou netos, mais por uma questão de quebrar a
rotina e de não perder de todo os laços ou vínculos, com um espaço, onde deu o
seu apoio jurídico a muitas pessoas, onde recebeu muitos amigos e onde, nos
momentos mais disponíveis e inspirados, aproveitou para escrever alguns dos
seus belos livros, sim, foi justamente a meio da tarde, dois dias depois de
termos celebrado o equinócio da Primavera, nas tradicionais celebrações aos
ciclos da natureza, nas quais também chegou a dar-nos o prazer de colaborar,
sim, que amavelmente ali nos recebeu e nos recordou o fascínio que o Douro
Maravilhoso, lhe transmitiu na sua vida e na sua poesia, da obra literária, que
tem já no prelo, pestes a editar, assim como das recordações que guarda dos
encontros que teve com Miguel Torga. -
MANUEL DANIEL - NUMA HOMENAGEM AO POETA FERNANDO ASSIS PACHECO -
No Solstício do Verão de 2011 - Na Pedra dos Poetas - Nessa altura, seu
olhos ainda podiam contemplar os largos e belos espaços onde aqui
ergueu a sua voz
Na Pedra dos Poetas - Em 2003 - Na altura em que ainda podia andar e ver
O HOMEM PERANTE O UNIVERSO - 23/06/2011 “No fundo, com
tudo isto, nós queremos interrogar o Universo para saber quem somos e o que
fazemos aqui. Em todo este esforço à volta da contemplação do sol, do fenómeno
da vida e dos movimentos dos astros, em tudo isto há uma interrogação
latente: que é o homem que se está a perguntar a si mesmo, quem é ele e o
que faz sobre a terra. Queremos saber através destas celebrações, ainda que o
não pensemos, a nossa total identidade” Palavras do Dr. Manuel Daniel,
pronunciadas, há dois anos, na abertura do colóquio “Os Templos do Sol
“ – É justamente com o objetivo de refletirmos nestas mesmas
interrogações, que hoje aqui estamos de novo a celebrar o Solstício deste Verão
e prestarmos justíssimas homenagens a quatro figuras admiradas no nosso
concelho e na nossa região – Obviamente, que há outras que mereciam igual
destaque – Mas, se Deus assim o permitir, não deixaremos de o fazer em próximas
celebrações.“
OS OLHOS JÁ NADA VÊEM MAS O CORAÇÃO CONTINUA ACORDADO --
Tal como já tive oportunidade de sublinhar, em anteriores edições, pese o facto
dos seus olhos já não poderem contemplar a luz e a beleza que o
inspiraram a escrever os mais belos poemas, tendo como temas os costumes
da terra e das suas gentes, mas também os valores pátrios, religiosos e
de pendor universal, sim, pensámos que os demais sentidos, reforçados
pela sua fé e determinação inabalável pela paixão da escrita e pelo
gosto da vida, continuarão, certamente, ainda mais sensíveis, para
poder ir ao fundo do baú da sua memória e poder continuar a brindar-nos
com os seus excecionais dotes literários, desde o teatro, à poesia e à
ficção - Obviamente que uma tal tarefa, além de só ser possível com o amparo da esposa, dos filhos e netos,
que nunca lhe negaram o indispensável carinho e apoio, naturalmente que
exige um esforço hercúleo a quem contraia a cegueira adulto: a vida espiritual, por certo, se intensificará mas as limitações físicas, vão-se tornando num calvário que só Deus e quem leva essa pesada cruz, compreenderá o drama na sua verdadeira extensão.
Manuel J.
Pires Daniel, um admirável exemplo de labor e de
tenacidade, de apaixonado pelas letras e
de sentido e dedicação ao bem comum. Mal concluiu a instrução primária, ei-lo a
fazer-se à vida - Tinha então onze anos. Era ainda uma criança
mas já tinha que começar a pensar no futuro. Tem sido uma vida intensa e
preenchida.
A partir dos
20 anos de idade , propôs-se e fez os
exames do ensino secundário e frequentou, como voluntário, o curso de 1973-1978
da Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra, por onde veio a ser
licenciado.
Advogado,
escritor, poeta, estudioso, um homem de
cultura, tendo dedicado muitos anos da sua vida à função pública e à
vida autárquica. A par de vários livros de poesia, colaborações de
artigos e poemas na imprensa regional
e nacional, bem como em jornais
brasileiros, prefácios e a coordenação em
várias obras, é também autor de 40 peças de teatro, nomeadamente para
crianças,
20 das quais ainda inéditas. Muitos dos seus poemas foram lidos por
Carmem
Dolores e Manuel Lereno, aos microfones da extinta Emissora Nacional, em
“
Música e Sonho”, de autoria de Miguel
Trigueiros – Considerado, na época, o programa radiofónico mais
prestigiado - Mesmo assim objectode
exame censório, tal como atestam os arquivos.
Mas não menos relevantes são as letras que vêm a
ser musicadas e gravadas em discos e
cassetes, Interpretadas por Ramiro Marques, em EP nas canções “Amor
de Mãe” e “Amor de Pai”, pela Imavox, em 1974 – E, também, anos mais tarde, as
letras para um “Missa da Paz” e colectâneas temáticas sobre “Natal e Avós” E,
com música de Carlos Pedro, as “Bolas de
Sabão”, “Ciganos”, “Silêncio” e outros poemas.
Manuel
Daniel, depois de breves passagens por Pombal, S. João da Pesqueira e Reguengos
de Monsaraz , em 1971, fixou-se na
cidade de Vila Nova de Foz Côa, que adoptou de alma e coração, Grande devotado à vida municipal e ao estudo
e divulgação do património cultural e histórico das nossas gentes,
personalidade bem conhecida no nosso concelho e na região. Tendo o município fozcoense, do qual foi Presidente da Assembleia
Municipal, durante 12 anos, e, durante
23, na qualidade de provedor da Santa
Casa da Misericórdia, lhe atribuído o “ Diploma
de Mérito” - Distinção inteiramente
merecida e aprovada por unanimidade.
Indubitavelmente,
se há homens que dedicam a sua vida à causa pública, com total entrega,
honestidade, inteligência e dedicação, Manuel Daniel, é um desses raros
exemplos – Sim, então num tempo em que
vão escasseando exemplos dignos de referência: ele pode olhar para o seu passado,
com orgulho e de cabeça erguida - Numa longa carreira, com desempenhos nas tesourarias e repartições de Finanças da
Meda, Pombal, S. João da Pesqueira, Reguengos de Monsaraz, Vila Nova de Foz Côa
e Guarda, culminando como dirigente superior da Direção Geral do Tesouro, no
Ministério das Finanças, onde foi responsável pelos serviços técnicos e
financeiros das Tesourarias da fazenda Pública.
A par da sua
vida profissional, foi ao mesmo tempo desenvolvendo o gosto pela literatura –
Lendo as obras dos melhores autores, escrevendo poemas, contos e peças infantis
e manifestando o seu apego ao jornalismo: iniciou a suas primeiras colaborações,
em 1954, em “Luz da Beira”, jornal de
Meda, a sua terra natal, que ajudaria também a fundar, colaboração que manteve durante 20 anos,
creio que até à sua extinção. Nesse
recuados anos, estendeu ainda o seu contributo jornalístico aos jornais a
”Palavra”, de Reguengos de Monsaraz – 1964-1968. Em Moura, colabora com a
“Planície”- 1961- 1962. Posteriormente, já com residência em Foz Côa, publica
vários artigos na “Coavisão” edição do município. Foi colaborador da “Capital” e um dos mais considerados e ativos
colaboradores do jornal “O Fozcoense”
Manuel
Daniel, é casado com Alice Daniel, pai de dois filhos: do Dr. João Paulo
Daniel, o guitarrista do extinto grupo Requiem Pelos
Vivos, bem como Eng.Pedro Daniel, Eng.º
Pedro Daniel, dinâmico Coordenador e
Técnico da empresa Fozcôactiva, ambos ligados de coração e alma por Foz Côa, à
semelhança dos seus pais.
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