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segunda-feira, 4 de novembro de 2019

Litografia de Enrique Casanova do século XIX – Revela Valença e o Rio Minho - E ainda algumas nuances na assinatura do famoso pintor espanhol, que lograria notoriedade na corte portuguesa, como pintor da Real Câmara e professor de aguarela dos príncipes reais


 Jorge Trabulo Marques - Jornalista e investigador 

Litografia de 1883- Emoldurada sob vidro - 29,5 X20

Já lhe dedicámos uma postagem, neste site, em  http://www.vida-e-tempos.com/2019/10/tributo-ao-pintor-espanhol-enrique.html porém, hoje ocorreu-nos mostrar uma bela  litografia   - Segundo pudemos apurar através do Blogue do Minho -  https://bloguedominho.blogs.sapo.pt/1236944.html a referida litografia encontra-se na Biblioteca Nacional de Portugal e retrata Valença e o rio Minho na segunda metade do século XIX. O documento possui a seguinte ficha bibliográfica:
CASANOVA, Enrique, 1850-1913
Valença - séc. XIX [Visual gráfico / E. Casanova. - [S.l. : s.n., D.L. 1989]. - 1 rep. de obra de arte : color. ; 47x69 cm http://purl.pt/12262

Mas a imagem que, aqui lhe reproduzimos, é de nossa autoria, temos o prazer de a possuir.

Entretanto, servindo-nos, desta vez, do  Dicionário de Pintores e Escultores Portugueses, de Fernando Pamplona, tomámos a liberdade daqui transcrevemos os dados biográficos do famoso pintor espanhol  que adoptou  Portugal, como refúgio  e onde ganharia prestigio e fama

 "CASANOVA (HENRIQUE ou ENRIQUE) - PINTOR ESPANHOL, nascido em Saragoça (1850-1913) e vindo em 1880 para Portugal, onde foi mestre de D. Luís I, D. Carlos 1, D. Afonso, D. Amélia, D. Luís Filipe e D. Manuel li. Havia-se tornado conhecido em Espanha no efémero reinado de Amadeu de Saboia, fazendo desenhos alusivos à pessoa do monarca, os quais foram divulgados em litografias nos rótulos das caixas de fósforos. Devido a interpretações políticas tendenciosas dadas a tais desenhos, Casanova foi perseguido e encarcerado. Em consequência desses desgostos, deixou a sua pátria e passou a Portugal, onde se dedicou de princípio à litografia. Começou a criar fama e em breve era chamado à corte, adquirindo então a notoriedade. Acompanhou a rainha O. Amélia numa viagem de estudos de arte ao Egipto. 

Cultivou com distinção a aguarela e lambem a pintura a óleo e o guacho. Distinguiu-se sobretudo como aguarelista. Ribeiro Artur, que o diz nascido em 18l8, elogia muito. O seu cartão «Recordação de Toledo». Há quadros seus no Palácio-Museu de Mafra. Foi acidentalmente escultor,  tendo feito, entre outros trabalhos, o bronze «Cabeça de Cristo», que figurou na Exposição de Arte Retrospectiva, em 1937. Desenvolveu grandemente, entre nós, o gosto pela aguarela, executando muitos cartões de harmonioso cromatismo, com motivos de paisagem, marinha e figura. Exemplos: 

Aguarelas «Furnas da Ericeira» e «Cair da Tarde na Aldeia». Obteve a 1. medalha em aguarela na Sociedade Nacional de Belas-Artes, onde expôs repetidas vezes. Além dos príncipes, teve muitos outros discípulos, como Roque Gameiro e Ricardo Hogan. Também cultivou a cerâmica, havendo sido escultor barrista e pintor de azulejos. Proclamada a República em 1910, Henrique Casanova, estreitamente ligado à Família Real, retirou para Madrid, onde veio a falecer."

Assinatura de Enrique Casanova – Surge com algumas nuances no E que chega a confundir-se com um P 

 Esta assinatura será do mesmo pintor ou de P.Casanova?

Fernando Pamplona




                  

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