Jorge Trabulo Marques - Jornalista e investigador - O PROF. MOISÉS
ESPÍRITO SANTO, FEZ UM ESTUDO SOBRE A TOPONÍMIA DOS TEMPLOS PRÉ-HISTÓRICOS, NO
MONTE DOS TAMBORES, ALDEIA DE CHÃS, QUE AQUI LHE RECORDAMOS NESTE POST
Tal como dizia Platão, "A amizade é uma predisposição recíproca que torna dois seres igualmente ciosos da felicidade um do outro” e, no caso do namoro ou do enamoramento para toda a vida, sim, o sentimento do amor é ainda mais nobre e mais profundo, pois tem como suporte valores como a fidelidade, o espírito de entrega, de compreensão e de respeito mútuo, de tolerância, solidariedade, reciprocidade, doação e companheirismo. .
Tal como dizia Platão, "A amizade é uma predisposição recíproca que torna dois seres igualmente ciosos da felicidade um do outro” e, no caso do namoro ou do enamoramento para toda a vida, sim, o sentimento do amor é ainda mais nobre e mais profundo, pois tem como suporte valores como a fidelidade, o espírito de entrega, de compreensão e de respeito mútuo, de tolerância, solidariedade, reciprocidade, doação e companheirismo. .
A sociedade de consumo, em que vivemos, mais propriamente subordinada à globalização do monopolismo capitalista, sem ideário, sem fronteiras e apátrida, também apelidada pela era do vazio, cada vez mais destituída de valores sociais, familiares e individuais, acentuando o culto do egoísmo, da vaidade e da ostentação, em detrimento da solidariedade e de uma verdadeira amizade:
Sim, aqueles tempo em que o matrimónio era um compromisso social e religioso para toda a vida, vai sendo cada vez mais raro: hoje em dia, o que está na moda são os divórcios - São as uniões de facto por conveniência e temporárias - No entanto, pese a crescente ausència ainda vai havendo bons exemplos - É o que lhe vimos aqui documentar.
Na postagem que dedicamos à celebração do Solstício do Verão, do passado dia 21, que decorreu numa tarde de sol e com belos momentos poéticos e de alegria, no já consagrado e místico lugar do maciço dos Tambores, prometemos dar mais pormenores, com imagens e videos, logo que nos fosse possivel.
Pois é justamente o que hoje vimos retomar, embora com algum atraso, devido a outros compromissos jornalisticos - Na verdade, além de termos contado com a inesperada presença de Isabel Santiago, cidadã santomense, professora universitária e investigadora na área de saúde de instituições académicas em Portugal, que o Bispo da diocese de STP, Dom Manuel dos Santos, como reconhecimento pelo seu trabalho na mobilização de doações e projetos sociais, designaria como a Embaixadora da Boa Vontade, e a que já nos referimos, vimos hoje aqui recordar outra bonita supressa, com que nos congratulamos, naquele auspicioso fim de tarde do maior dia do ano,
Indubitavemente, Manuel Reis e Isolina Gil, demonstraram-nos configuarem um magnífico testemunho de amor e de fidelidade, com um caloroso e expressivo abraço de eternos apaixonados, ante um cenário vasto, místico e mágico, que também os deixou rendidos e maravilhados.
Sim, aqueles tempo em que o matrimónio era um compromisso social e religioso para toda a vida, vai sendo cada vez mais raro: hoje em dia, o que está na moda são os divórcios - São as uniões de facto por conveniência e temporárias - No entanto, pese a crescente ausència ainda vai havendo bons exemplos - É o que lhe vimos aqui documentar.
Na postagem que dedicamos à celebração do Solstício do Verão, do passado dia 21, que decorreu numa tarde de sol e com belos momentos poéticos e de alegria, no já consagrado e místico lugar do maciço dos Tambores, prometemos dar mais pormenores, com imagens e videos, logo que nos fosse possivel.
Pois é justamente o que hoje vimos retomar, embora com algum atraso, devido a outros compromissos jornalisticos - Na verdade, além de termos contado com a inesperada presença de Isabel Santiago, cidadã santomense, professora universitária e investigadora na área de saúde de instituições académicas em Portugal, que o Bispo da diocese de STP, Dom Manuel dos Santos, como reconhecimento pelo seu trabalho na mobilização de doações e projetos sociais, designaria como a Embaixadora da Boa Vontade, e a que já nos referimos, vimos hoje aqui recordar outra bonita supressa, com que nos congratulamos, naquele auspicioso fim de tarde do maior dia do ano,
Indubitavemente, Manuel Reis e Isolina Gil, demonstraram-nos configuarem um magnífico testemunho de amor e de fidelidade, com um caloroso e expressivo abraço de eternos apaixonados, ante um cenário vasto, místico e mágico, que também os deixou rendidos e maravilhados.
Pois ficamos a saber, que, desde há 40 anos, repartem as suas vidas, vivendo em comunhão, tanto as adversidades como as felicidades, as alegrias e apreensões, os vários momentos das suas vidas – Sim, porque, casar não é só juntar os pertences, vai muito além disso. “Casar é dividir tudo, construir um novo mundo e continuar amando. É ter responsabilidades, compreensão e união”
«Amar não é apoderar-se egoisticamente. É viver uma atitude de dádiva desinteressada. Amar é também receber. Humildemente, agradecidamente. E isto, às vezes, é mais difícil do que dar. O amor é o intercâmbio de dois seres em tudo. Amar é compreender. Amar é sentir-se responsável pelo outro e conduzi-lo desinteressadamente. É abrir-se ao serviço do outro.» (Ibid.:22-23)”
«Amar não é apoderar-se egoisticamente. É viver uma atitude de dádiva desinteressada. Amar é também receber. Humildemente, agradecidamente. E isto, às vezes, é mais difícil do que dar. O amor é o intercâmbio de dois seres em tudo. Amar é compreender. Amar é sentir-se responsável pelo outro e conduzi-lo desinteressadamente. É abrir-se ao serviço do outro.» (Ibid.:22-23)”
“Namorar, amar, casar, estimar, cuidar, são atitudes e sentimentos que não têm idade e ninguém pode provar que uma amizade, dita tardia, sentida, vivida, oferecida por uma pessoa sénior, seja menos intensa, menos verdadeira e menos sólida do que esse mesmo sentimento, experienciado aos vinte ou trinta anos porque, em boa verdade, há valores, sentimentos e emoções que vivenciados ao longo da vida, poderão ter exuberâncias, causas e consequências diferentes e, cientificamente, parece que ainda não há conclusões sobre qual a faixa etária em que aquelas atitudes e sentimentos são mais autênticos e sólidos” - http://www.caminha2000.com/jornal/n622/cmd2.html.
Manuel Reis e de Isolina Castelo Gil, médicos
em Castelo Branco, além de nos terem honrado com a alegria e o prazer da
sua amável presença, quer no cortejo alegórico,
envergando as túnicas brancas, com que, desde há vários anos, evocamos antigas tradições perdidas no tempo,
quer participando na cerimónia evocativa nos Templos do Sol, pois
veja-se qual o espanto que nos estava ainda reservado, justamente na ponta
final da leitura de vários poemas no Altar
dos Poetas que é onde costumamos terminar as celebrações, quer
dos equinócios, quer dos solstícios.
Quando menos se esperava,
ei-los a revelarem-nos, um segredo que ali ninguém iria imaginar! O de que, naquele mesmo dia, 21 de Junho de 2019, completavam 40 anos de casados – E, logo de seguida, para surpresa de todos, a abraçarem-se e beijarem da forma mais
expressiva e poeticamente amorosa sobre o circulo da pedra que batizámos por “Altar da Pedra dos Poetas”, em memória do poeta,
escritor e jornalista, Fernando Assis Pacheco
( 01-02-1937- 30.11.1955) que, ali
erguera os braços aos céus e para os vários quadrantes do horizonte, um mês
antes da sua morte, acedendo à minha sugestão, depois de ter visitado esta área, de que se
mostrara encantado, no seguimento de uma reportagem, que viera fazer para a revista Visão, a um
dos núcleos das gravuras rupestres, em Foz Côa.
Quando passámos a celebrar os equinócios e os solstícios, no altar dos calendários aqui existentes, incluímos no programa destas romagens, a leitura de poemas, quer nos junto aos alinhamentos sagrados, quer na pedra onde, Fernando Assis Pacheco, se despediria para a eternidade - Tendo começado com a recitação de poemas de sua autoria e na presença da esposa e familiares – A que nos referimos em http://www.vida-e-tempos.com/2008/06/homenagem-ao-poeta-fernando-assis_10.html
videos que registamos em celebrações anteriores
Quando passámos a celebrar os equinócios e os solstícios, no altar dos calendários aqui existentes, incluímos no programa destas romagens, a leitura de poemas, quer nos junto aos alinhamentos sagrados, quer na pedra onde, Fernando Assis Pacheco, se despediria para a eternidade - Tendo começado com a recitação de poemas de sua autoria e na presença da esposa e familiares – A que nos referimos em http://www.vida-e-tempos.com/2008/06/homenagem-ao-poeta-fernando-assis_10.html
Na verdade, foi sobre esta caprichosa pedra, que, o jornalista e escritor português,
um mês antes da sua morte, ali erguera os braços, como expressão da sua alegria a estes sagrados e
encantadores lugares, nomeadamente, depois de ter andado anichado no interior
da gruta da Pedra da Cabeleira de Nº Sra, que, naquela altura, embora já
classificada pelo investigador e professor, Adriano Vasco Rodrigues, como
local de culto ou de sacrifícios, ainda se desconhecia de que era também
um fantástico calendário pré-histórico.
Ao regressarmos do Castro do Curral da Pedra, e, vendo-o no seu rosto, um tal encantamento , sugeri-lhe para erguer os braços numa pedra, em forma de altar que estava ali junto a um dos muros da área castreja. Era Outubro, com o outono, já matizar as folhas de mil aguarelas ou mesmo já a desprende-las – Curiosamente, um mês depois, despedir-se-ia da vida para sempre
Ao regressarmos do Castro do Curral da Pedra, e, vendo-o no seu rosto, um tal encantamento , sugeri-lhe para erguer os braços numa pedra, em forma de altar que estava ali junto a um dos muros da área castreja. Era Outubro, com o outono, já matizar as folhas de mil aguarelas ou mesmo já a desprende-las – Curiosamente, um mês depois, despedir-se-ia da vida para sempre
Junho 2008 - Rosa Ruella - Filha de Fernando Assis Pacheco |
Olha, Fernando! Já que vais tão contente, sobe para aquela pedra e agradece ali aos deuses que aqui foram adorados, pelos antigos povos; agradece-lhe a tua vinda aqui! E assim fez, irradiando uma enorme alegria, abrindo espontaneamente os braços aos céus, num largo e expressivo sorriso, voltando-se em várias posições para com os quadrantes da Terra e repetindo umas palavrinhas que, em jeito de evocação, eu lhe dissera. A última das quais foi com a mão esquerda estendida ao longo do corpo e a direita apontando para onde se havia posto o sol! – Hoje quando revejo essa imagem só penso numa coisa: que aquela direcção para onde ele então apontava, só poderia estar já a indicar-lhe o caminho da eternidade!... O caminho dos deuses! Como não tinha película na máquina, pedi um rolo emprestado ao José Oliveira. Ele foi ainda mais generoso, registou o momento e deu-me o negativo.
A MORTE UM MÊS DEPOIS - Um mês depois, e justamente quando dali regressava a casa, ao ligar o rádio, qual não é o meu espanto e a minha tristeza quando ouço a notícia da sua morte, que o surpreendeu com uma mão cheia de livros à saída da livraria Bucholz, em Lisboa.
Foi a 30 de Novembro, aos 58 anos .No dia seguinte dirigi-me à mesma pedra e, com ajuda de um pequeno cinzel, fixei, dentro de um pequeno triângulo, as iniciais do seu nome, como singela homenagem à sua memória. Depois disso, já por lá passei muitas vezes, e, sempre que por ali passo, não deixo de o imaginar lá, com a mesma postura e expressando aquele seu largo sorriso aberto, que, aliás, lhe era tão familiar e que os seus entes queridos e muitos amigos, dificilmente esquecerão.
Foi a 30 de Novembro, aos 58 anos .No dia seguinte dirigi-me à mesma pedra e, com ajuda de um pequeno cinzel, fixei, dentro de um pequeno triângulo, as iniciais do seu nome, como singela homenagem à sua memória. Depois disso, já por lá passei muitas vezes, e, sempre que por ali passo, não deixo de o imaginar lá, com a mesma postura e expressando aquele seu largo sorriso aberto, que, aliás, lhe era tão familiar e que os seus entes queridos e muitos amigos, dificilmente esquecerão.
Imagem de José Oliveira -Fotógrafo da Visão - a Fernando Assis Pacheco
.Olá Fernando! ainda te vejo
Ali a sorrir e abrir os teus braços!
Na verdade, sempre que por ali vagueio,
por aqueles ermos lugares da minha aldeia,
não deixo de me lembrar de ti,
como se estivesse
ainda a ver-te abrir os braços aos céus,
coroados por aquele teu largo sorriso,
que te era tão pessoal, tão genuíno e tão teu!
Olhando à volta, ainda lá vejo recortado
o teu vulto, como que projectado
na linha do sol posto,
recortado com um perfil humano
por todo o espaço!
Vejo-te ainda com uma das mãos,
estendida ao longo do corpo
e, com a outra, apontada ao crepúsculo
com aquele olhar compenetrado,
como se quisesses descortinar
o que haveria para lá da mancha doirada
e rosácea, que se estendia acima do horizonte,
ao longo da extensa cordilheira dos montes,
e no sentido de sul para norte,
muito para lá do vale e da sinuosa linha,
onde o sol, momentos antes, se havia despedido
daquele nostálgico fim de tarde outonal.
Ao qual tu agora te rendias, plantado
no centro daquela pedra,
num gesto tão aberto, num esgar
tão vigoroso e arrebatado!…
- Oh ímpetos incontrolados da alma!
Oh misteriosos delírios de luz!
Oh trágicos prenúncios, inesperados símbolos da vida! –
Não era quereres respirar a pureza daqueles largos ares
ou sentires a emoção da plenitude da sua beleza
- oh misteriosas alturas! - mas tocares,
bem de perto, com o teu peito, o teu coração
e as tuas mãos, os místicos confins do Cosmos,
as maravilhas, os enigmas do Infinito!
CONTRIBUTO CIENTÍFICO DE MOISÉS ESPÍRITO SANTO - UM DOS MAIS PRESTIGIADOS ESPECIALISTAS DE TOPONÍMIA E DA SOCIOLOGIA DAS RELIGIÕES - QUE VEM AO ENCONTRO DAS NOSSAS PESQUISAS, JUNTO DE ESTUDIOSOS DE VÁRIOS SABERES, ASSOCIANDO NOMES SOLARES À TOPONÍMIA DOS TEMPLOS PRÉ-HISTÓRICOS, NO MONTE DOS TAMBORES, ALDEIA DE CHÃS - A que já nos referimos neste site, http://www.vida-e-tempos.com/2009/03/estudo-inedito-do-prof-moises-espirito.html
por aqueles ermos lugares da minha aldeia,
não deixo de me lembrar de ti,
como se estivesse
ainda a ver-te abrir os braços aos céus,
coroados por aquele teu largo sorriso,
que te era tão pessoal, tão genuíno e tão teu!
Olhando à volta, ainda lá vejo recortado
o teu vulto, como que projectado
na linha do sol posto,
recortado com um perfil humano
por todo o espaço!
Vejo-te ainda com uma das mãos,
estendida ao longo do corpo
e, com a outra, apontada ao crepúsculo
com aquele olhar compenetrado,
como se quisesses descortinar
o que haveria para lá da mancha doirada
e rosácea, que se estendia acima do horizonte,
ao longo da extensa cordilheira dos montes,
e no sentido de sul para norte,
muito para lá do vale e da sinuosa linha,
onde o sol, momentos antes, se havia despedido
daquele nostálgico fim de tarde outonal.
Ao qual tu agora te rendias, plantado
no centro daquela pedra,
num gesto tão aberto, num esgar
tão vigoroso e arrebatado!…
- Oh ímpetos incontrolados da alma!
Oh misteriosos delírios de luz!
Oh trágicos prenúncios, inesperados símbolos da vida! –
Não era quereres respirar a pureza daqueles largos ares
ou sentires a emoção da plenitude da sua beleza
- oh misteriosas alturas! - mas tocares,
bem de perto, com o teu peito, o teu coração
e as tuas mãos, os místicos confins do Cosmos,
as maravilhas, os enigmas do Infinito!
CONTRIBUTO CIENTÍFICO DE MOISÉS ESPÍRITO SANTO - UM DOS MAIS PRESTIGIADOS ESPECIALISTAS DE TOPONÍMIA E DA SOCIOLOGIA DAS RELIGIÕES - QUE VEM AO ENCONTRO DAS NOSSAS PESQUISAS, JUNTO DE ESTUDIOSOS DE VÁRIOS SABERES, ASSOCIANDO NOMES SOLARES À TOPONÍMIA DOS TEMPLOS PRÉ-HISTÓRICOS, NO MONTE DOS TAMBORES, ALDEIA DE CHÃS - A que já nos referimos neste site, http://www.vida-e-tempos.com/2009/03/estudo-inedito-do-prof-moises-espirito.html
Visitei o monte dos
Tambores para observar o calendário rupestre e dei particular atenção aos nomes
dos sítios e das pedras que constituíram o calendário. Vou interpretá-los neste
artigo.
O que vou expor não
consta nos livros de História de Portugal onde notamos uma crassa ignorância e
uma verdadeira fobia quanto à cultura dos nossos antepassados lusitanos।
Os historiadores e arqueólogos procuram fazer-nos crer que os lusitanos eram
uma horde de selvagens, atrasados e ignorantes, quando foram o povo que
«durante mais tempo se opôs aos romanos», segundo Estrabão।
Quer dizer, a resistência dos lusitanos aos romanos durou 200 anos।
Porquê são assim ignorados pelos historiadores os nossos antepassados? Porque
eram libertários e ciosos da sua independência e cultura, e porque se opuseram
aos colonizadores। Leite de Vasconcelos
ousa até dizer que «os lusitanos esqueceram a sua língua; para a descobrir
seria necessário consultar a esfinge»।
Nós diríamos o seguinte: para que um povo esquecesse a sua língua materna em
favor da do colonizador, seria necessário que quatro gerações, dos bisavôs aos
bisnetos, durante cem anos, se calassem, não falassem entre si, nem uma
palavra, enquanto não aprendessem correctamente a língua do colonizador।
Em qualquer cultura,
qualquer aprendiz de investigador pode descobrir a língua que precedeu a
actual. O método para isso consiste, entre outros, na interpretação da
toponímia, da gíria popular e das expressões codificadas do linguarejar
quotidiano como, por exemplo, «morar em cascos de rolha» (muito longe), «andar
à paz de pílula» (estar sem dinheiro), «Está de ananazes» (um tempo muito
quente), etc. que constam em dicionários especializados. Só os historiadores,
arqueólogos e etnólogos portugueses tradicionais se recusam a esse trabalho,
por razões ideológicas, para desvalorizar a cultura vencida.
Por este método,
demonstra-se que os lusitanos, antes da introdução do latim/português, falaram
a língua dos fenícios ou cartagineses (ou púnicos) que era uma mistura de
dialectos ou de línguas com origem nas regiões donde provieram os chamados
«fenícios» que, depois, se chamaram cartagineses ou púnicos e que dominaram a
Península Ibérica durante, pelo menos, 500 anos (até à vitória do Império
romano com o assassinato de Viriato, no ano 140 a.C.). Essas línguas ou
dialectos eram: o cananita da Costa Fenícia, o hebraico (em que foi escrito o
Antigo Testamento), o acádico, o assírio e o aramaico, falados nas regiões
donde provieram os fenícios/cartagineses; essas regiões iam da actual Palestina
até aos rios Tigre e Eufrates e ao País dos Hititas (actual Turquia). A antiga
língua pode ter ficado por «decalque fonético» ou corrupção de línguas. Os
antigos vocábulos adaptaram-se, foneticamente, a palavras da língua actual.
Vejamos então os nomes dos sítios em questão..
Tambores
Tom Graves - Autor do Livro Acumpultura da Terra |
É nome do monte onde
encontramos o calendário rupestre. Tambores é uma corrupção fonética do
vocábulo cananita e hebraico tabor que, literalmente, significa «umbigo» e,
metaforicamente, «centro da terra, parte mais elevada da terra, umbigo da
terra», quer dizer, um monte sagrado. Jerusalém é classificada de «umbigo da
Terra» (Ezequiel 38:12). Também existiu na Palestina (antiga Fenícia) um monte
Tabor onde o Antigo Testamento (Juizes, 9:38, Deuteronómio 33:19) situa um
santuário hebraico e sobre o qual Jesus se transfigurou perante alguns
discípulos (Mateus 17:1-9). O monte dos Tambores, em Foz-Coa, foi um santuário
lusitano/fenício ao Sol, como vamos ver..
Astrónomo Máimo Ferreira |
É nome do monte onde
encontramos o calendário rupestre. Tambores é uma corrupção fonética do
vocábulo cananita e hebraico tabor que, literalmente, significa «umbigo» e,
metaforicamente, «centro da terra, parte mais elevada da terra, umbigo da
terra», quer dizer, um monte sagrado. Jerusalém é classificada de «umbigo da
Terra» (Ezequiel 38:12). Também existiu na Palestina (antiga Fenícia) um monte
Tabor onde o Antigo Testamento (Juizes, 9:38, Deuteronómio 33:19) situa um
santuário hebraico e sobre o qual Jesus se transfigurou perante alguns
discípulos (Mateus 17:1-9). O monte dos Tambores, em Foz-Coa, foi um santuário
lusitano/fenício ao Sol, como vamos ver..
Pedra da Cabeleira.
É o nome da pedra grande
através de cuja fenda se vê o sol nascer nos equinócios. Excluímos a lenda da
«cabeleira que Nossa Senhora aí deixou»
por ser uma adaptação recente do nome original à religião católica
popular. Como a fenda da pedra serve para ver, nos equinócios, o nascer do sol,
Cabeleira é uma corrupção de qabal awra [lê-se: cabalaura] em que qabal (do
acádico) significa «no meio, mediano, posição ao meio», e awra (do cananita e
hebraico) «aurora, nascer do sol». Portanto qabal awra significou literalmente
«posição ao meio do nascer do sol»,
São Caetano
«
Nome do padroeiro da freguesia
de Chãs à qual pertence o monte dos Tambores. Porquê, neste sítio rupestre, São
Caetano que foi um italiano, fundador duma ordem de cónegos regulares (chamados
Teatinos) no séc. XV, de teologia e de moral rigoristas? Caetano, aqui, é a
corrupção fonética de qat annu (do acádico e assírio) em que qat significa
«poder, potência, ter mão em» e annu «tempo (atmosférico)». Portanto qat annu
[lê-se catano] significou «potência, o que tem mão no tempo (atmosférico)». No
contexto da religião dos fenícios e cartagineses, a potência que «tem mão sobre
o tempo atmosférico» é a divindade Sol, celebrada nos equinócios e nos
solstícios. Ainda é possível encontrar na palavra «Santo, São» (Caetano) o
vocábulo cananita shnt «excelso, sublime». Portanto shent qat annu [xent
catannu] «excelsa potência do tempo», isto é, o Sol. Eis a razão do São Caetano
neste monte do calendário solar.
A palavra annu (tempo
atmosférico) também se encontra no provérbio beirão «Está de ananazes» (está um
tempo muito quente) que deriva de: annu ana azh [lê-se anuanaáze] e que
significou «o tempo até queima» (ana: «até», azh: «queima»).
Já a expressão «É do Catano»
(coisa admirável, bem feita, bem encontrada) procede do cananita qatanu «fino,
afiado, bem feito»..
Chãs
«
Aldeia de Chãs é o nome da
povoação que tem por patrono São Caetano e onde se situa o monte dos Tambores। A priori, Chãs é um topónimo muito vulgar
que, do latim, significa «planuras», «aldeia das planuras». Ora, não é o caso
porque o sítio é uma serra. Chãs procede do acádico shamsh [lê-se xâmexe] que
significa exactamente «sol», o astro e a divindade «sol». Também significa
simplesmente «relógio de sol».
Côa
«
É o nome do rio e que deu o da vila, sede
do concelho. Aqui, temos qwh [lê-se côa] que significa «esperar atentamente»,
«esperar de emboscada». As altas margens do rio seriam sítios de caça, por
emboscada. Perseguiam-se os animais dos campos cimeiros e eles caíam no
precipício onde eram apanhados, tal como, até recentemente, se caçavam os lobos
no Minho: escorraçados de todos os lados, nos cimos e nas encostas, os lobos
precipitavam-se nos precipícios onde eram mortos (caça ao fojo).
«
São estas as significações dos nomes dos sítios em questão (só não posso dizer em que época da História foram instalados). Podíamos desenvolver muitos outros estudos como este, na concelho de Foz Coa e nos concelhos vizinhos, para valorizar o património local#
«
Moisés Espírito Santo,
Professor Catedrático da
Universidade Nova de Lisboa,
Sociólogo e Etnólogo.
«
Referências: Dicionário
Fenício-Português, Contendo as Línguas ou Dialectos Falados pelos Fenícios e
Cartagineses (Cananita, Acadiano, Assírio, Aramaico e Hebraico Bíblico), por
Moisés Espírito Santo. Edição do Instituto de Sociologia e Etnologia das
Religiões da Universidade Nova de Lisboa, 1993.
Dicionário Biblico Hebraico-Português, por Luis Alonso Schokel, Edições Paulus (São Paulo, Brasil, 1994).
Dicionário Biblico Hebraico-Português, por Luis Alonso Schokel, Edições Paulus (São Paulo, Brasil, 1994).
«.
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