Hoje
vou aqui recordar uma distinta figura, nascida não muito longe desta
região, que, embora pese a dimensão da sua obra, tem sido relegada a um certo
esquecimento - Editando a fotografia de uma das raríssimas aguarelas de sua autoria, desconhecida publicamente, que se preservaram ao longo de quase três séculos, em coleção particular, bem como as imagens de igrejas e capelas a cujo nome ficou ligada a sua obra
José de
gueire
José Figueiredo Seixas, natural da freguesia de Couto de Cima, Viseu – Data do nascimento desconhecida mas sabe-se que faleceu em 1773, dois anos antes do terramoto de Lisboa – Artista multifacetado: arquiteto e urbanista; professor, tradutor da obra de Andrea Pozzo e autor de dois tratados: a Arte de Edificar e o Tratado de Ruação, pintor fresquista, que, sob a orientação de Nicolau Nasoni, deixou retábulos na Sé do Porto, na igreja dos Clérigos e na Capela Nova em Vila Real, em 1745. Ainda nesta fase, é-lhe atribuída a autoria da capela do Solar de Mateus, de 1743, e da fachada da Capela Nova, de 1753, ambas em Vila Real, 1756 exerce no Porto e professa na Ordem Terceira do Carmo, que lhe encomenda o desenho da fachada da Igreja do Carmo
Filho de Geraldo Pais Cardoso e de Luísa de
Figueiredo, natural da freguesia de Couto de Cima, Viseu, foi pintor e
arquiteto.
A 16 de Setembro de 1728 casou-se na Sé do Porto com Isidora Teresa
Angélica e pensa-se que, nesta cidade, terá residido em diversas artérias: na
Rua da Neta, em 1734, na Rua do Bonjardim, em 1745, na Rua dos Açougues, em
1760 e na Rua da Senhora de Agosto, em 1761.
Durante a sua carreira desenvolveu diversas atividades artísticas e
intelectuais. Foi pintor, arquiteto, professor e teorizador. Fez pinturas de
ornatos na Sé do Porto (1734-1758), sob a orientação de Nicolau Nasoni, e realizou pinturas para a Capela Nova ou dos
Clérigos de Vila Real, em 1745. Em 1756, riscou a Igreja da Ordem Terceira do Carmo, onde introduziu o rococó de
influência quer francesa, quer alemã, num plano alterado por Nicolau Nasoni em
1762. Em 1758, compôs o segundo projeto da Igreja da Ordem da Lapa, em substituição
do de João Glama Ströberle. Para esta igreja desenhou uma frontaria próxima do
estilo inglês, tendo assumido a direção das obras em 1759. No ano seguinte,
pintou o retábulo da capela-mor da Igreja da ordem Terceira do Carmo, no Porto.
Aguarela de autoria de José Figueiredo Seixas - que terá oferecido a M. Delmira e Isaura, que se depreende serem as duas figuras femininas, que estão junto da fachada da casa, em primeiro plano, em 22 de Julho de 1744
Aguarela de autoria de José Figueiredo Seixas - que terá oferecido a M. Delmira e Isaura, que se depreende serem as duas figuras femininas, que estão junto da fachada da casa, em primeiro plano, em 22 de Julho de 1744
Viseu
22-07- 44
M.
Delmira e Isaura
Of.
do Snr. José Figueiredo e S.a
De um modo geral, são-lhe atribuídas a construção da capela do Solar de
Mateus e a fachada da Capela Nova, de Vila Real, datadas de 1743 e 1753,
respetivamente. Flávio Gonçalves colocou a hipótese de José de Figueiredo
Seixas ter sido o autor do prédio com os números 76 a 80 na Rua dos Clérigos,
do Palácio dos Pacheco Pereira, situado na Rua de Belmonte e da Igreja de Nossa Senhora da Vitória. Carlos de Passos sugeriu a
sua intervenção na Igreja da Ordem do Terço.
José de Figueiredo Seixas traduziu a edição italiana do manual "Perspectiva
pictorum et architectorum" de Andrea Pozzo (1642-1709), escreveu a
"Arte de edificar" sobre tradições urbanas (obra desaparecida)
e concebeu um trabalho sobre a reforma das estradas, ruas e cidades do país que
enviou a Sebastião José de Carvalho e Melo.
O seu "Tratado da Ruação para emenda das Ruas, das Cidades Vilas e
Lugares deste Reino" (c. 1762) é um trabalho teórico que costuma ser
interpretado como uma resposta da cidade do Porto à reconstrução da baixa
pombalina, assim como uma tentativa de sistematização da prática urbanística.
José de Figueiredo Seixas não fez escola. Foi um personagem desconhecido
dos arquitetos, talvez com a honrosa exceção de Reinaldo Oudinot.
Lecionou na "Aula de Riscar do Porto". Em 1760, juntamente
com a sua mulher, recebeu o hábito de irmão da Venerável Ordem Terceira do
Carmo pelo facto de ter pintado o retábulo da igreja que, mais tarde, foi
substituído por outro.
Faleceu em 1773, no dia 26 de Março, encontrando-se sepultado na Igreja da Ordem Terceira do Carmo, sua grande obra-prima. José de Figueiredo Seixas - SIGARRA U.Porto
José Figueiredo Seixas
(?? – 1773) é um artista multifacetado, a quem injustamente pouca importância
se tem sido atribuída provavelmente por ter vivido e trabalhado numa época de
transição, entre o Portugal Joanino e o Portugal Iluminista, entre o Tardo
Barroco, onde se formou e o Neoclássico que ainda vai tentar interpretar, entre
a figura incontornável de Nicolau Nasoni, com quem terá trabalhado e os
engenheiros militares ao serviço do Marquês de Pombal e dos Almadas.
Desta época de mudança
são significativas as suas principais obras, ambas no Porto: as igrejas da
Ordem Terceira do Carmo 1756 e da Lapa de 1759.
Pouco se sabe da sua
vida, mas é indicado como natural de Viseu. (BRANDÃO, Domingos de Pinho - José
de Figueiredo Seixas, algumas obras alguns documentos - separata da revista
MVSEV, segunda série, nº 7, Porto, 1964)
Sabe-se que trabalhou
como pintor sob a direcção de Nicolau Nasoni na Sé do Porto em 1734, em Vila
Real onde possivelmente é o autor da Capela do Solar de Mateus (1743) e da fachada
da Capela Nova (1753).
Traduziu e anotou em 1732, o tratado do jesuíta Andrea Pozzo (1642-1709) Perspectiva Pictorum et architectorum de 1700, tradução existente na Biblioteca Geral da Universidade de Coimbra. Do estudo de Andrea Pozzo, nota-se no tratamento das janelas da fachada lateral da igreja do Carmo. – Excerto de do Porto e não só...: O Porto há cem anos 6
José Figueiredo Seixas
(Viseu, ? — Porto, 1773) foi um arquiteto e urbanista português. Foi também
professor, tradutor da obra de Andrea Pozzo e autor de dois tratados: a Arte de
Edificar e o Tratado de Ruação, o qual é considerado a mais significativa obra
de urbanismo portuguesa da época. Começou a trabalhar como pintor fresquista
sob a orientação de Nicolau Nasoni na Sé do Porto, em 1734, e nos anos
seguintes na Igreja dos Clérigos e na Capela Nova em Vila Real, em 1745. Ainda
nesta fase, é-lhe atribuída a autoria da capela do Solar de Mateus, de 1743, e
da fachada da Capela Nova, de 1753, ambas em Vila Real e muito influenciadas
pelas obras de Nasoni. Em 1756 exerce no Porto e professa na Ordem Terceira do
Carmo. A ordem encomenda-lhe em 1756 o desenho da fachada da Igreja do Carmo,
obra que introduz no Porto o vocabulário rococó de influência francesa e alemã.
Em 1759, a Venerável Irmandade de Nossa Senhora da Lapa encomenda-lhe o projeto
para a Igreja da Lapa, já com construção iniciada, em substituição do projeto
do pintor Glama Stroberle. Na mesma década projeta também diversos edifícios
residenciais, aproveitando o surto de construção pombalino.[1][2] https://pt.wikipedia.org/wiki/Jos%C3%A9_Figueiredo_Seixas
Igreja de Nossa Senhora
da Lapa é uma igreja católica situada na cidade do Porto, em Portugal, dedicada
à Nossa Senhora da Lapa. A igreja foi edificada pela Irmandade da Nossa Senhora
da Lapa, instituída em 1755, e faz parte de um conjunto edificado que inclui o
cemitério da Lapa, a escola primária da Irmandade e o Hospital da Irmandade da
Lapa. Na capela-mor encontra-se sepultado o coração do rei Pedro IV de
Portugal, doado em testamento à irmandade.[1]
A primeira pedra da
igreja foi lançada em 17 de julho de 1756 e, embora tenha sido consagrada em
1779, a construção só foi concluída em 1863. O primeiro projeto da igreja foi
encomendado ao arquiteto João Glama Ströberle. Em 1756 foi encomendado em novo
desenho ao arquiteto Figueiredo Seixas, que dirigiu as obras até à data da sua
morte em 1773. Construída ao longo de mais de um século, a igreja apresenta
elementos arquitetónicos rococós e neoclássicos. https://pt.wikipedia.org/wiki/Igreja_da_Lapa_(Porto)
A Igreja do Carmo ou
Igreja da Venerável Ordem Terceira de Nossa Senhora do Carmo, localiza-se no
cruzamento entre a Praça de Carlos Alberto e a Rua do Carmo, nas proximidades
da Igreja e Torre dos Clérigos, na freguesia portuguesa da Vitória, cidade do
Porto.
De estilo barroco/rococó,
foi construída na segunda metade do século XVIII, entre 1756 e 1768, pela Ordem
Terceira do Carmo, sendo o projecto do arquitecto José Figueiredo Seixas. A
construção do hospital começou mais tarde, ficando concluído em 1801.
Esta igreja está geminada
com a Igreja dos Carmelitas, do lado oeste, constituindo um volume único,
embora se diferenciem as duas igrejas.
Foi classificada como
Monumento Nacional a 3 de Maio de 2013, em conjunto com a Igreja dos Carmelitas
adjacente https://pt.wikipedia.org/wiki/Igreja_do_Carmo_(Porto)
O Palácio ou Solar de Mateus está
situado na freguesia de Mateus, concelho de Vila Real, Distrito de Vila Real.A
Casa de Mateus foi mandada construir na primeira metade do século XVIII pelo 3º
Morgado de Mateus, António José Botelho Mourão. A casa foi sempre administrada
pela família Sousa Botelho. O projecto deste palácio foi presumivelmente
desenhado pelo arquitecto Nicolau Nasoni. O Palácio é constituído pela Casa
principal, pelos jardins, a Adega e uma Capela.
No interior da Casa encontra-se uma
biblioteca com 6000 volumes, onde se destaca a célebre edição ilustrada dos
Lusíadas de Luís de Camões de 1816 e nas restantes divisões da casa, poderão
ser vistas inúmeras peças de mobiliário, tapetes, loiças, vestes e relíquias.
[1]
https://pt.wikipedia.org/wiki/Pal%C3%A1cio_de_Mateus
OUTRAS REFERENCIAS
José de Figueiredo Seixas não é de maneira nenhuma um nome corrente nem sequer sonante no panorama arquitectónico e/ou artístico português. A referência ao seu nome não é prática corrente e está por fazer o levantamento exaustivo do seu percurso pessoal e profissional. Não fazendo parte dos nossos objectivos levar a cabo um estudo biográfico sobre o autor do Tratado da Ruação, que consideramos no entanto urgente acontecer, a investigação levada a
cabo neste capítulo reporta quase exclusivamente à consulta de fontes
indirectas.
l valor da sua obra, valor que está todavia por avaliar.
(...) Em 16 de Setembro de 1728 casou na Sé do Porto com
Isidora Teresa Angélica. Da sua residência sabe-se que em 1734 residia na Rua da Neta, em 1745 na Rua do Bonjardim e em 1760 na Rua dos Açougues e em 1761 na Rua da Snra. de Agosto.
l valor da sua obra, valor que está todavia por avaliar.
(...) Em 16 de Setembro de 1728 casou na Sé do Porto com
Isidora Teresa Angélica. Da sua residência sabe-se que em 1734 residia na Rua da Neta, em 1745 na Rua do Bonjardim e em 1760 na Rua dos Açougues e em 1761 na Rua da Snra. de Agosto.
Em 1760 recebeu com a esposa o hábito de irmão terceiro do Carmo, em troca dos seus serviços relativos à pintura do retábulo da respectiva igreja (o retábulo existente não é o original que terá sido pintado por Figueiredo Seixas).
Faleceu em 26 de Março de 1773, sendo sepultado no dia seguinte ao do seu falecimento na Igreja do Carmo da cidade do Porto, igreja de seu risco.
Para a sistematização do seu percurso profissional temos de recorrer a diversos autores e até ás páginas do próprio Tratado da Ruação.
Artista multifacetado, dividiu a sua actividade pela pintura a fresco, a arquitectura, o ensino e a produção teórica.
Da actividade docente apenas consta a sua referência explícita ao facto. Na página inicial do Tratado da Ruação identifica-se como Mestre da aula de riscar na cidade do Porto
(...) Na obra de Pinho Brandão podemos consultar extractos de documentos que atestam a ligação de Figueiredo Seixas a algumas obras. Nestes documentos ora é tratado como pintor
mestre pintor ou mestre de pintura e arquitecto, confirmando desta forma o que temos dito acerca da pluralidade do autor do tratado da Ruação.
Para além de Mestre da aula de riscar na cidade do Porto Figueiredo Seixas fez indiscutivelmente parte da elite cultural do seu tempo.