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sexta-feira, 2 de dezembro de 2016

Lisboa – No dia em que a terra tremer, a baixa for alagada por violento tsunami ou por terrível tromba de água, igual à que afundou, há quatro séculos, uma armada de 30 navios que flutuavam no estuário do Tejo



Por Luís de Raziell - V.V.D.

O trágico vendaval em Lisboa do século XVI – Virá aí  outro?!... À semelhança do que despedaçou  30 navios no Tejo? – De uma armada que ia participar na  lendária batalha  Naval de Lepanto, a convite de Pio V para combater o avanço dos turcos –   Vinte anos depois  do grande sismo de 1531 e a dois séculos do  terramoto de 1775 – O que virá a seguir: o vendaval ou tremor de terra?

Espero que um dia as minhas aves, que tenho em casa, a minha única companhia, me deem algum sinal - Mas, naturalmente, que não venho aqui arvorar-me em adivinho, que não sou, senão chamar atenção da precariedade e efemeridade da vida: há quem pense só em acumular riqueza, bens materiais, esquecendo-se de que, quando chegar a sua hora, partirá como qualquer vulgar mortal – Por isso, o melhor que tem a fazer é ser menos egoísta, mais generoso e tornar o mundo mais feliz à sua volta-  Pois só assim, terá uma vida com sagrado sentido e saudável espiritualidade


O que se passa na agitação do fogo do coração da terra, é dos tais mistérios vedados aos seres humanos – Se calhar mais a nível  da intuição de algumas aves e animais, de que propriamente no domínio dos mais sofisticados instrumentos técnicos . De resto, vidências, desta natureza, se calhar nem Deus nem o Diabo as poderão prever: um porque, sendo Deus da perfeição, não é credível que desejasse, tão desumana e horrível destruição, que é o que geralmente acontece, quando a magnitude sobe repentina e inesperadamente em flecha; ao diabo, também não interessará, porque, a dar fé ou crédito, que é o Rei dos Infernos, então já lhe bastaria esse para se esbrasear, quanto mais ter ainda outros, nos quais tantas almas boas e inocentes, costumam perder-se.



Lisboa foi palco  de  pelo menos três trágicos acontecimentos, de fenómenos naturais – uma enormíssima tempestade em 1572 e dois fortes abalos sísmicos,  em 1532 e 1775 - , que, além da tragédia provocada, em termos de vitimas e danos materiais,  haveriam de ter uma profunda repercussão na história da cidade e do país.




O terramoto de 1 de Novembro de 1775 provocou uma profunda alteração na consciência europeia, quer no plano cientifico relativo à Natureza, quer no plano ético, teológico e filosófico, no tocante à origem e à natureza do Mal e do sofrimento” – escreve Vasco Graça Moura, em nota prévia, com que antecede os versos de Voltaire, sobre “o desastre de Lisboa” – Referindo que “toda a consciência europeia vibrou e especulou sobre a  terrível desgraça, recorrendo aos mais variados instrumentos, da poesia à ficção, do ensaio e do comentário religioso ou laico à descrição de índole mais ou menos jornalística e à tentativa de explicação filosófica ou científica."




Muita perturbação ao sul da Europa e mediterrâneo 
Não sendo especialista nestas coisas (e, afinal, onde estão eles?), porém, a avaliar pela lei lei das probabilidades e, tomando como leitura a agitação que vem demonstrando o mapa sísmico por estas regiões da costa Ibérica e Norte de África, é bem provável que, num qualquer dia, quando menos se espera, por estas regiões, se volte a sentir aquilo que é previsível em muitos espíritos mais atentos a estes fenómenos

Sim, a dar credito nos estudos sísmicos, as placas tectónicas por estas zona do Atlântico, começam a ficar muito tensas, nomeadamente as placas litosféricas África-Ibéria, é bem provável que venha por aí algum estremeção. Longe de pretender ser alarmista mas tão somente  abordar uma questão, que não pode nem deve ser passar à margem dos pensamentos mais lúcidos e atentos à realidade física em que dão os seus passos no dia a dia.

Quando a terra tremer no Algarve e em Lisboa - e noutros pontos de Portugal, Espanha - com epicentro no norte de África, não, não vou dizer que seja a cópia fiel do que se passou naquele trágico dia de Todos os Santos, em todo o caso, não desejaria estar nas estações de Santa Apolónia, Terreiro do Paço, Chiado ( e, então, nesta ainda menos), Rossio, Martins Moniz, Restauradores. Qualquer destas estações são verdadeiras armadilhas. Além de não estarem preparadas para resistirem a um forte abalo, serão facilmente inundadas. Pelo menos inundações e fissuras não vão faltar. Mas, atenção: eu não estou a dizer que isso ocorra este ainda ano ou no próximo, naturalmente que ocorrerá,  não se sabe quando

 Sismo de 1969: A noite em que o pânico invadiu Lisboa

Já lá vão 47 anos, que “o pânico dominou os milhares de portugueses que, na noite de 28 de Fevereiro de 1969, foram acordados pelo maior sismo sentido no país desde 1755, que durou quase um minuto e danificou inúmeros edifícios.

(..)"A cidade [de Lisboa] estava silenciosa. As chaminés começam a cair, a louça começa a cair dentro dos armários, o barulho que se espalha nos bairros é enorme e uma parte significativa da população sai para a rua na perspectiva de se afastar dos edifícios, que podem cair se houver outro abalo", relatou à Lusa o sismólogo e presidente do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), Jorge Miguel Miranda, que então tinha 16 anos e lembra-se "perfeitamente".
O sismo "é razoavelmente longo. O tempo em que é sentido pelas pessoas é razoavelmente grande, o que permite todo o pânico que se pode desenvolver durante um minuto de uma casa a abanar",http://sol.sapo.pt/artigo/100302/sismo-de-1969-a-noite-em-que-o-p-nico-invadiu-lisboa

VISÃO CATASTRÓFICA – PREVISTA HÁ CINCO ANOS – MAS AINDA NÃO OCORREU - Sismo vai matar dezenas de milhares em Portugal

Especialistas alertam que edifícios não estão preparados, nem sequer os hospitais - 2011-03-20 23:06 Os maiores especialistas portugueses em sismos avisam que Portugal pode sofrer, a qualquer momento, um terramoto e um tsunami semelhantes aos que vimos no Japão e que vai matar dezenas de milhar de pessoas porque o país não está preparado. A Sociedade Portuguesa de Engenharia Sísmica, num documento a que a TVI teve acesso, avisa que em Portugal nem sequer os hospitais estão preparados para um sismo. 

Portugal sofreu em 1755 um terramoto de magnitude 8,5 a 9, semelhante ao do Japão. E é uma certeza científica que vai repetir-se a qualquer momento. «Pode ser amanhã, pode ser depois de amanhã. É errado pensar que só será em 2755», disse à TVI Maria Ana Viana Baptista, geofísica. – Excerto de
 Sismo vai matar dezenas de milhar em Portugal > TVI24

19/08/2016 - Capital tremeu por segundos com abalo. Epicentro a cerca de 80 quilómetros de Peniche - Um sismo de 4,1 foi registado esta sexta-feira a cerca de 80 quilómetros de Peniche, tendo sido sentido em várias zonas de Lisboa, sem causar danos pessoais ou materiais. Terramoto - Sismo de 4,1 na escala de Richter ao largo de Peniche ...

Sismos em Portugal: "Vai com certeza haver outro de grande magnitude e violência"

08/03/2016 A comunidade científica está convicta de que Portugal vai sofrer um sismo de grande magnitude e violência como o de Lisboa, em 1755. João Appleton, engenheiro civil, é um dos maiores especialistas portugueses em prevenção sísmica do património arquitetónico, monumental e habitacional e partilha desta visão. Autor de mais de 500 publicações técnicas e com carreira feita na área, em entrevista ao idealista/news (ver vídeo), Appleton explica, em detalhe, os riscos que enfrenta o país e analisa como está (ou não) Portugal preparado para reagir a uma catástrofe natural desta intensidade. https://www.idealista.pt/news/especiais/reportagens/2016/03/01/30031-sismos-em-portugal

FENÓMENOS SÍSMICOS MAIS RECENTES

21/11/2016 Um violento sismo atingiu esta noite a costa do Japão, dando origem a ondas de tsunami na zona de Fukushima.
A intensidade do abalo foi revista da magnitude inicial de 7.3 para 6.9 pelas autoridades norte-americanas e para 7.4 pelas autoridades japonesas. Ondas de tsunami atingem costa do Japão após sismo

30-11-2016 - O terramoto de Novembro, com epicentro perto de Kaikoura, foi um dos mais fortes registados este ano
O sismo de magnitude de 7,8   que atingiu a Nova Zelândia há quase três semanas fez com que o leito marinho se levantasse quase dois metros - partes do leito anteriormente submersas e corais ficaram subitamente expostas. Nova Zelândia - Sismo levantou leito do mar quase dois metros

IMPOSSÍVEIS DE PREVER MAS TODOS ELES SÃO DE TEMER 

 Os terramotos são  fenómenos  imprevisíveis, senão mesmo impossíveis de prever,  tal como se fazem as  previsões meteorológicas,  pese as avançadas investigações sobre sismologia. Poucos dias antes de ocorrerem, podem manifestar-se no comportamento de aves, animais e até serem pressentidos por certas pessoas, por algumas sensibilidades  – E há estudos que falam de tais observações. Mas o adivinhar não está ao alcance dos vulgares mortais e, por isso mesmo, tais fenómenos continuam a provocar   justificado receio e temor  - Mormente nas zonas abrangidas pelas chamadas fraturas tectónicas – E, como é do conhecimento geral, Lisboa está situada numa dessas zonas criticas.
A  violenta tempestade que assolou o Tejo e a capital, no dia 13 de Setembro de 1572, poderá vir a repetir-se com idêntica intensidade e provocar estragos incalculáveis. Os especialistas advertem que o fenómeno climático El Nino,  no próximo ano, poderá provocar  graves danos nas áreas costeiras – Frisando que será  “o terceiro fenômeno global de descoloração ou branqueamento da história, e zonas como a Grande Barreira de Corais da Austrália serão duramente afetadas.. Cientistas advertem sobre danos que El Niño pode causar a ...

Se se consultar a Internet, parece não se encontrar nenhuma referência ao violento temporal, que assolou Lisboa, com tremendos estragos navais, no Reinado de D. Sebastião, vinte anos depois do grande sismo de 1531 e dois séculos  antes do terramoto de 1775 – Pelos vistos, para não se espalhar a noticia de que Portugal ficava sem aramada ou então terá sido o  desastre de Alkibir, mas, sobretudo, aquele trágico terramoto, que acabaria por ofuscar o dito vendaval: razão pela qual tem passado despercebido, até nas próprias narrativas históricas. Todavia, não o foi numa das páginas do “Novo Almanack De Lembranças Luso Brasileiro, de 1892 , de que sou possuidor – Eis o que é descrito:

“Um temporal em Lisboa - Estava no porto de Lisboa, pronta para sair, uma armada composta por 30 navios artilhados e guarnecidos, que o nosso rei  D. Sebastião, havia arranjado, com grande sacrifício,  a convite de Pio V, para entrar numa liga contra os turcos. Pois no sábado, 13 de Setembro de 1572,  ao dar a meia-noite, começou a soprar o vento sul  com tal violência, que as ondas em rolos subiram acima dos edifícios , fazendo voar os telhados de muitas casas, e arrancando árvores, de que resultaram muitas desgraças. Dos 30 navios  da esquadra que estavam no Tejo nenhum escapou. Quebradas as amarras, começaram a chocar uns contra os outros, despedaçando-se , indo os seus fragmentos espalhar-se pelas praias do Corpo Santo, Caes da Rainha,    Caes da Pedra  e Alfândega. Foi uma noite de luto, e quando pela manhã raiava  o dia é que se fez ideia dos destroços

A BATALHA FOI VENCIDA  - DIZ-SE, GRAÇAS À SRª DO ROSÁRIO  – MAS SEM A PARTICIPAÇÃO PORTUGUESA – NEM UMA LINHA.


Na descrição do citado Almanack, de 1892, deve haver algum lapso na data  – pois deve ter sido em Setembro de 1571 e não em Setembro de 1572, ou seja, altura em que, realmente,  o  Papa Pio V reuniu uma esquadra de duzentas e oito galés e seis galeaças (enormes navios a remos com quarenta e quatro canhões), das marinhas da República de Veneza, Reino de Espanha, Cavaleiros de Malta e dos Estados Papais, sob o comando de João da Áustria, formando a então chamada Liga Santa.


Esta frota enfrentou duzentas e trinta galés turcas ao largo de Lepanto, na Grécia, a 7 de Outubro de 1571 – Sendo Portugal, um país com uma tão famosa história naval, a sua ausência só se explica, devido ao trágico atrás descrito.



Diz-se ainda que “o combate durou somente três horas. Foram destruídas ou capturadas cento e noventa galés turcas, enquanto os cristãos perderam apenas doze navios. Lepanto foi o fim da ameaça marítima turca para a Europa.” – E, segundo se diz, tal retumbante revés sobre os turcos, ter-se-ia ficado a dever às orações do próprio Pio V, que teriam provocado o  avistamento de Nª Srª do rosário, pelo menos foi este o nome pelo qual passou a ser conhecida a aparição  que alguns soldados tiveram durante a refrega e que teria assustado os “infiéis”. Pois é dito que,  no maior fragor da batalha, os soldados de Mafona tinham avistado acima dos mais altos mastros da esquadra católica, uma Senhora que os aterrava com seu aspecto majestoso e ameaçado”


Noutro estudo, ainda mais aprofundado, diz-se que “As perdas dos infiéis tinham sido enormes: 30 a 40 mil mortos, 8 ou 10 mil prisioneiros (entre os quais dois filhos de Ali-Pachá e quarenta outros membros das famílias principais do império), 120 galeras apresadas e cinqüenta postas a pique ou incendiadas, numerosas bandeiras e grande parte da artilharia em poder dos vencedores. Doze mil cristãos escravizados alcançaram a liberdade. A Liga perdeu doze galeras e teve menos de 8 mil mortos.  – Excerto de Salvem a Liturgia!: Batalha de Lepanto: a origem da festa


LISBOA – A CAPITAL MARCADA POR DOIS VIOLENTOS ABALOS - INEVITÁVEL QUE A OCORRÊNCIA DE UM PRÓXIMO VENHA ABALAR A SUA VIDA E TRANQUILIDADE. 


Há quem diga, que, Lisboa, antes da nacionalidade, já havia sido abalada por outros violentos sismos  – Mas dos que mais se fala é dos que ocorreram em 1531 e em 1775.

Referem estudos que O sismo de Lisboa de 1531 foi um violento terramoto  que atingiu a zona de Lisboa em  26 de Janeiro de 1531, do qual resultaram aproximadamente 30,000 mortes.


Acredita-se que a causa foi uma falha geológica na região do baixo Tejo,[ e foi precedido por um par de choques em 2 de janeiro e 7 de janeiro. Os danos causados, especialmente na parte baixa foram severos, aproximadamente um terço das edificações da cidade foram destruídas e mil vidas se perderam no choque inicial O Paço da Ribeira  e a  Igreja de São de Deus  foram ambos completamente destruídos

Sismo de 1755 tendo apagado da memória o Sismo de Lisboa de 1531, não deixa de merecer que Joaquim José Moreira de Mendonça compare ambos na sua História Universal dos Terramotos (1758)[ :


Nem obsta dizer-se vulgarmente que o Terramoto presente foi maior que o de 1531, por se verem arruinadas a Torre da Basílica de Santa Maria, e muitas igrejas, que naquele não caíram. A isto respondo que também neste ainda ficou sem ruína a outra Torre da mesma antiga Sé; e que as igrejas que caíram agora naquele tempo eram muito novas e ressentiram da mesma forma que ao presente sucedeu às duas Igrejas de S. Bento, à de Nossa Senhora das Necessidades, à do Menino Deus, à dos Paulistas e outras, com alguns palácios, e casas novas, que não padeceram ruína considerável.” - Excerto de Sismo de Lisboa de 1531 –






O poema de Voltaire sobre o desastre de Lisboa 

Ó míseros mortais! Ó terra deplorável!
De todos os mortais monturo inextricável!
Eterno sustentar de inútil dor também!
Filósofos que em vão gritais: "Tudo está bem";
Vinde pois, contemplai ruínas desoladas,
restos, farrapos só, cinzas desventuradas,
os meninos e as mães, os seus corpos em pilhas,
membros ao deus-dará no mármore em estilhas,
desgraçados cem mil que a terra já devora,
em sangue, a espedaçar-se, e a palpitar embora,
que soterrados são, nenhum socorro atinam
e em horrível tormento os tristes dias finam!
Aos gritos mudos já das vozes expirando,
à cena de pavor das cinzas fumegando,
direis: "Efeito tal de eternas leis se colha
que de um Deus livre e bom carecem de uma escolha?"
Direis do amontoar que as vítimas oprime:
"Deus vingou-se e a morte os faz pagar seu crime?"
As crianças que crime ou falta terão, qual?,
esmagadas sangrando em seio maternal?
Lisboa, que se foi, pois mais vícios a afogam
que a Londres ou Paris, que nas delícias vogam?
Lisboa é destruída e dança-se em Paris.
Tranquilos a assistir, espíritos viris,
vendo a vossos irmãos as vidas naufragadas,
vós procurais em paz as causas às trovoadas:
Mas se à sorte adversa os golpes aparais,
mais humanos então, vós como nós chorais.
Crede-me, quando a terra entreabre abismo ingente,
ais legítimos dou, lamento-me inocente.
Tendo a todo redor voltas cruéis da sorte,
e malvado furor, e armadilhada a morte,
dos elementos só sofrendo as investidas,
deixai, se estas connosco, as queixas ser ouvidas."

Excerto do poema de Voltaire sobre o desastre de Lisboa

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