Lisboa – No dia em que a terra voltar a tremer no Algarve e na Capital é Sinal de que o Planeta Está Vivo - Mas as estatísticas dizem-nos que os terramotos vão ser cada vez mais frequentes e mais intensos e os vulcões mais severos, os verões mais quentes e os invernos mais gelados – Algo vai mal na maneira de lidarmos com a Natureza - Mas não se deixe embalar pelas acostumadas efabulações do fim do mundo, que, de 2000 passou para 2012 - Estamos perto do Fim?.... Vão ocorrer, num futuro imediato, acontecimentos naturais preocupantes e outros artificias de guerras escusadas - A culpa é do homem pelas agressões que difere ao nosso planeta
Quando a terra tremer no
Algarve e em Lisboa - e noutros pontos de Portugal, Espanha - com epicentro no
norte de África, não, não vou dizer que seja a cópia fiel do que se passou
naquele trágico dia de Todos os Santos - O leitor não fique apavorado - Haverá
alguns sustos mas não será a mesma coisa do Sismo de Lisboa de 1755 .
Em todo o
caso, não desejaria estar nas estações de Santa Apolónia, Terreiro do Paço,
Chiado ( e, então, nesta ainda menos), Rossio, Martins Moniz, Restauradores.
Qualquer destas estações são verdadeiras armadilhas. Além de não estarem
preparadas para resistirem a um forte abalo, serão facilmente inundadas. Pelo
menos inundações e fissuras não vão faltar. Mas, atenção: eu não estou a dizer
que isso ocorra este ano. Fique descansado - Conforme eu disse, ainda naquele
post:
As placas tectónicas por
esta zona, começam a ficar muito tensas. placas litosféricas África-Ibéria
Tenho tido essa perceção no meu instinto e subconsciente. E alguns de pequena
intensidade, também os tenho sentido - pois durmo muito pouco - Por vezes só ao
fim de dois ou três dias. Tem havido frequentes pequenos sismos (centenas
deles, a maioria só percetíveis aos sismógrafos ) ainda é o que nos tem valido.
.
Não pretendo ser
alarmista mas, nas minhas previsões do fim do ano, previ um forte tremor no
Norte de África, com incidência nalguns países da Europa -"O Norte de
África sentirá um forte abalo que repercutirá no velho continente mais
próximo". disse na minhas previsões de 31 de Dezembro para o ano 2011 - E
voltei a repeti-lo, aquando do terramoto no Japão - -TERRAMOTO NO JAPÃO – 2011
ANO DE ACTIVIDADE SÍSMICA...-
Por Luís de Raziell - V.V.D. O trágico vendaval em Lisboa do século XVI – Virá
aí outro?!... À semelhança do que despedaçou 30 navios no
Tejo? – De uma armada que ia participar na lendária batalha Naval
de Lepanto, a convite de Pio V para combater o avanço dos turcos – Vinte
anos depois do grande sismo de 1531 e a dois séculos do terramoto
de 1775 – O que virá a seguir: o vendaval ou tremor de terra?
Espero que um dia as minhas aves, que tenho em casa, a minha única companhia, me deem algum sinal - Mas, naturalmente, que não venho aqui arvorar-me em adivinho, que não sou, senão chamar atenção da precariedade e efemeridade da vida: há quem pense só em acumular riqueza, bens materiais, esquecendo-se de que, quando chegar a sua hora, partirá como qualquer vulgar mortal – Por isso, o melhor que tem a fazer é ser menos egoísta, mais generoso e tornar o mundo mais feliz à sua volta- Pois só assim, terá uma vida com sagrado sentido e saudável espiritualidade
O que se passa na agitação do fogo do coração da terra, é dos tais mistérios vedados aos seres humanos – Se calhar mais a nível da intuição de algumas aves e animais, de que propriamente no domínio dos mais sofisticados instrumentos técnicos . De resto, vidências, desta natureza, se calhar nem Deus nem o Diabo as poderão prever: um porque, sendo Deus da perfeição, não é credível que desejasse, tão desumana e horrível destruição, que é o que geralmente acontece, quando a magnitude sobe repentina e inesperadamente em flecha; ao diabo, também não interessará, porque, a dar fé ou crédito, que é o Rei dos Infernos, então já lhe bastaria esse para se esbrasear, quanto mais ter ainda outros, nos quais tantas almas boas e inocentes, costumam perder-se.
Lisboa foi palco de pelo menos três trágicos
acontecimentos, de fenómenos naturais – uma enormíssima tempestade em 1572 e
dois fortes abalos sísmicos, em 1532 e 1775 - , que, além da tragédia
provocada, em termos de vitimas e danos materiais, haveriam de ter uma
profunda repercussão na história da cidade e do país.
“O terramoto de 1 de Novembro de 1775 provocou uma
profunda alteração na consciência europeia, quer no plano cientifico relativo à
Natureza, quer no plano ético, teológico e filosófico, no tocante à origem e à
natureza do Mal e do sofrimento” – escreve Vasco Graça Moura, em nota prévia,
com que antecede os versos de Voltaire, sobre “o desastre de Lisboa” –
Referindo que “toda a consciência europeia vibrou e especulou sobre a
terrível desgraça, recorrendo aos mais variados instrumentos, da poesia à
ficção, do ensaio e do comentário religioso ou laico à descrição de índole mais
ou menos jornalística e à tentativa de explicação filosófica ou científica."
Muita perturbação ao sul da Europa e mediterrâneo
Não sendo especialista nestas coisas (e,
afinal, onde estão eles?), porém, a avaliar pela lei lei das probabilidades e,
tomando como leitura a agitação que vem demonstrando o mapa sísmico por estas regiões
da costa Ibérica e Norte de África, é bem provável que, num qualquer dia,
quando menos se espera, por estas regiões, se volte a sentir aquilo que é previsível
em muitos espíritos mais atentos a estes fenómenos
Sim,
a dar credito nos estudos sísmicos, as placas tectónicas por estas zona do Atlântico,
começam a ficar muito tensas, nomeadamente as placas litosféricas África-Ibéria,
é bem provável que venha por aí algum estremeção. Longe de pretender ser
alarmista mas tão somente abordar uma
questão, que não pode nem deve ser passar à margem dos pensamentos mais lúcidos
e atentos à realidade física em que dão os seus passos no dia a dia.
Quando a terra tremer no Algarve e em
Lisboa - e noutros pontos de Portugal, Espanha - com epicentro no norte de
África, não, não vou dizer que seja a cópia fiel do que se passou naquele
trágico dia de Todos os Santos, em todo o caso, não desejaria estar nas
estações de Santa Apolónia, Terreiro do Paço, Chiado ( e, então, nesta ainda
menos), Rossio, Martins Moniz, Restauradores. Qualquer destas estações são
verdadeiras armadilhas. Além de não estarem preparadas para resistirem a um
forte abalo, serão facilmente inundadas. Pelo menos inundações e fissuras não
vão faltar. Mas, atenção: eu não estou a dizer que isso ocorra este ainda ano
ou no próximo, naturalmente que ocorrerá, não se sabe quando
Sismo de 1969: A
noite em que o pânico invadiu Lisboa
Já lá vão 47
anos, que “o pânico dominou os milhares de portugueses que, na noite de 28 de
Fevereiro de 1969, foram acordados pelo maior sismo sentido no país desde 1755,
que durou quase um minuto e danificou inúmeros edifícios.
(..)"A cidade [de Lisboa]
estava silenciosa. As chaminés começam a cair, a louça começa a cair dentro dos
armários, o barulho que se espalha nos bairros é enorme e uma parte
significativa da população sai para a rua na perspectiva de se afastar dos edifícios,
que podem cair se houver outro abalo", relatou à Lusa o sismólogo e presidente do Instituto Português do Mar e
da Atmosfera (IPMA), Jorge Miguel Miranda, que então tinha 16 anos e lembra-se
"perfeitamente".
VISÃO CATASTRÓFICA – PREVISTA HÁ CINCO
ANOS – MAS AINDA NÃO OCORREU - Sismo vai matar dezenas de milhares em Portugal
Especialistas
alertam que edifícios não estão preparados, nem sequer os hospitais -2011-03-20 23:06 Os maiores especialistas portugueses em sismos avisam que Portugal
pode sofrer, a qualquer momento, um terramoto e um tsunami semelhantes aos que
vimos no Japão e que vai matar dezenas de milhar de pessoas porque o país não
está preparado. A Sociedade Portuguesa de Engenharia Sísmica, num documento a
que a TVI teve acesso, avisa que em Portugal nem sequer os hospitais
estão preparados para um sismo.
Portugal sofreu em 1755 um terramoto de magnitude 8,5 a 9, semelhante ao do
Japão. E é uma certeza científica que vai repetir-se a qualquer momento. «Pode
ser amanhã, pode ser depois de amanhã. É errado pensar que só será em 2755»,
disse à TVI Maria Ana Viana Baptista, geofísica. – Excerto
deSismo vai
matar dezenas de milhar em Portugal > TVI24
19/08/2016 -Capital tremeu por
segundos com abalo. Epicentro a cerca de 80 quilómetros de Peniche - Um sismo
de 4,1 foi registado esta sexta-feira a cerca de 80 quilómetros de Peniche,
tendo sido sentido em várias zonas de Lisboa, sem causar danos pessoais ou
materiais.Terramoto - Sismo de 4,1 na escala de Richter ao largo de
Peniche ...
Sismos em
Portugal: "Vai com certeza haver outro de grande magnitude e
violência"
08/03/2016A comunidade científica está
convicta de quePortugal vai sofrer um sismode
grande magnitude e violência como o de Lisboa, em 1755. João Appleton,
engenheiro civil,éum dos maiores especialistasportugueses
em prevenção sísmicado
património arquitetónico, monumental e habitacional e partilha desta visão. Autor
de mais de 500 publicações técnicas e com carreira feita na área, em
entrevista ao idealista/news (ver vídeo), Appleton explica, em detalhe, osriscos que enfrenta o país e analisa
como está (ou não) Portugal preparado para reagir a uma catástrofe natural
desta intensidade. https://www.idealista.pt/news/especiais/reportagens/2016/03/01/30031-sismos-em-portugal
FENÓMENOS SÍSMICOS MAIS RECENTES
21/11/2016Um violento sismo atingiu esta
noite a costa do Japão, dando origem a ondas de tsunami na zona de Fukushima.
30-11-2016 - O
terramoto de Novembro, com epicentro perto de Kaikoura, foi um dos mais fortes
registados este ano
O sismo de magnitude de 7,8 que atingiu a Nova Zelândia há quase três
semanas fez com que o leito marinho se levantasse quase dois metros - partes do
leito anteriormente submersas e corais ficaram subitamente expostas. Nova Zelândia - Sismo levantou leito do
mar quase dois metros
IMPOSSÍVEIS DE PREVER MAS TODOS ELES SÃO DE TEMER
Os terramotos são fenómenos
imprevisíveis, senão mesmo impossíveis de prever, tal como se fazem
as previsões meteorológicas, pese as avançadas investigações sobre
sismologia. Poucos dias antes de ocorrerem, podem manifestar-se no
comportamento de aves, animais e até serem pressentidos por certas pessoas, por
algumas sensibilidades – E há estudos que falam de tais observações. Mas
o adivinhar não está ao alcance dos vulgares mortais e, por isso mesmo, tais
fenómenos continuam a provocar justificado receio e temor -
Mormente nas zonas abrangidas pelas chamadas fraturas tectónicas – E, como é do
conhecimento geral, Lisboa está situada numa dessas zonas criticas.
A violenta
tempestade que assolou o Tejo e a capital, no dia 13 de Setembro de 1572,
poderá vir a repetir-se com idêntica intensidade e provocar estragos
incalculáveis. Os especialistas advertem que o fenómeno climático El Nino,
no próximo ano, poderá provocar graves danos nas áreas costeiras –
Frisando que será “o
terceiro fenômeno global de descoloração ou branqueamento da história, e zonas
como a Grande Barreira de Corais da Austrália serão duramente afetadas..Cientistas
advertem sobre danos que El Niño pode causar a ...
Se se consultar a Internet, parece
não se encontrar nenhuma referência ao violento temporal, que assolou Lisboa,
com tremendos estragos navais, no Reinado de D. Sebastião, vinte
anos depois do grande sismo de 1531 e dois séculos antes do
terramoto de 1775 – Pelos vistos, para não se espalhar a noticia de que Portugal ficava
sem aramada ou então terá sido o desastre de Alkibir, mas, sobretudo,
aquele trágico terramoto, que acabaria por ofuscar o dito vendaval: razão pela
qual tem passado despercebido, até nas próprias narrativas históricas. Todavia, não o foi numa das páginas do “Novo Almanack De
Lembranças Luso Brasileiro, de 1892 , de que sou possuidor – Eis o
que é descrito:
“Um temporal em Lisboa - Estava no
porto de Lisboa, pronta para sair, uma armada composta por 30 navios artilhados
e guarnecidos, que o nosso rei D. Sebastião, havia arranjado, com grande
sacrifício, a convite de Pio V, para entrar numa liga contra os turcos.
Pois no sábado, 13 de Setembro de 1572, ao dar a meia-noite, começou a
soprar o vento sul com tal violência, que as ondas em rolos subiram acima
dos edifícios , fazendo voar os telhados de muitas casas, e arrancando árvores,
de que resultaram muitas desgraças. Dos 30 navios da esquadra que estavam
no Tejo nenhum escapou. Quebradas as amarras, começaram a chocar uns contra os
outros, despedaçando-se , indo os seus fragmentos espalhar-se pelas praias do
Corpo Santo, Caes da Rainha, Caes da Pedra e Alfândega.
Foi uma noite de luto, e quando pela manhã raiava o dia é que se fez
ideia dos destroços
A BATALHA FOI VENCIDA - DIZ-SE,
GRAÇAS À SRª DO ROSÁRIO – MAS SEM A PARTICIPAÇÃO PORTUGUESA – NEM UMA
LINHA.
Na descrição do citado
Almanack, de 1892, deve haver algum lapso na data – pois deve ter sido em
Setembro de 1571 e não em Setembro de 1572, ou seja, altura em que, realmente,
o Papa Pio V reuniu uma esquadra de duzentas e oito galés e seis
galeaças (enormes navios a remos com quarenta e quatro canhões), das marinhas
da República de Veneza, Reino de Espanha, Cavaleiros de Malta e dos Estados Papais,
sob o comando de João da Áustria, formando a então chamada Liga Santa.
Esta frota enfrentou duzentas e trinta
galés turcas ao largo de Lepanto, na Grécia, a 7 de Outubro de 1571 – Sendo
Portugal, um país com uma tão famosa história naval, a sua ausência só se
explica, devido ao trágico atrás descrito.
Diz-se ainda que “o combate durou
somente três horas. Foram destruídas ou capturadas cento e noventa galés
turcas, enquanto os cristãos perderam apenas doze navios. Lepanto foi o fim da
ameaça marítima turca para a Europa.” – E, segundo se diz, tal retumbante revés
sobre os turcos, ter-se-ia ficado a dever às orações do próprio Pio V, que
teriam provocado o avistamento de Nª Srª do rosário, pelo menos foi este
o nome pelo qual passou a ser conhecida a aparição que alguns soldados
tiveram durante a refrega e que teria assustado os “infiéis”. Pois é dito que,
no maior fragor da batalha, os soldados de Mafona tinham avistado acima
dos mais altos mastros da esquadra católica, uma Senhora que os aterrava com
seu aspecto majestoso e ameaçado”
Noutro estudo, ainda mais aprofundado,
diz-se que “As perdas dos infiéis tinham sido enormes: 30 a 40 mil
mortos, 8 ou 10 mil prisioneiros (entre os quais dois filhos de Ali-Pachá e
quarenta outros membros das famílias principais do império), 120 galeras
apresadas e cinqüenta postas a pique ou incendiadas, numerosas bandeiras e
grande parte da artilharia em poder dos vencedores. Doze mil cristãos escravizados
alcançaram a liberdade. A Liga perdeu doze galeras e teve menos de 8 mil
mortos. – Excerto de Salvem
a Liturgia!: Batalha de Lepanto: a origem da festa
LISBOA – A CAPITAL MARCADA POR DOIS
VIOLENTOS ABALOS - INEVITÁVEL QUE A OCORRÊNCIA DE UM PRÓXIMO VENHA ABALAR A
SUA VIDA E TRANQUILIDADE.
Há quem diga, que, Lisboa, antes da
nacionalidade, já havia sido abalada por outros violentos sismos –
Mas dos que mais se fala é dos que ocorreram em 1531 e em 1775.
Referem estudos que O sismo de
Lisboa de 1531 foi um violento terramoto que atingiu a zona de
Lisboa em 26 de Janeiro de 1531, do qual resultaram aproximadamente
30,000 mortes.
“Acredita-se que a causa foi uma falha
geológica na região do baixo Tejo,[ e
foi precedido por um par de choques em 2 de janeiro e 7 de janeiro. Os danos
causados, especialmente na parte baixa foram severos, aproximadamente um terço
das edificações da cidade foram destruídas e mil vidas se perderam no choque
inicial O Paço da Ribeira e a Igreja de São de Deus foram
ambos completamente destruídos
O Sismo de 1755 tendo apagado da memória
o Sismo de Lisboa de 1531, não deixa de merecer que Joaquim José Moreira
de Mendonça compare ambos na sua História Universal dos Terramotos (1758)[ :
Nem obsta dizer-se vulgarmente que
o Terramoto presente foi maior que o de 1531, por se verem arruinadas a Torre da
Basílica de Santa Maria, e muitas igrejas, que naquele não caíram. A isto
respondo que também neste ainda ficou sem ruína a outra Torre da mesma antiga
Sé; e que as igrejas que caíram agora naquele tempo eram muito novas e
ressentiram da mesma forma que ao presente sucedeu às duas Igrejas de S. Bento,
à de Nossa Senhora das Necessidades, à do Menino Deus, à dos Paulistas e
outras, com alguns palácios, e casas novas, que não padeceram ruína
considerável.” -
Excerto de Sismo
de Lisboa de 1531 –
O
poema de Voltaire sobre o desastre de Lisboa
Ó
míseros mortais! Ó terra deplorável!
De
todos os mortais monturo inextricável!
Eterno
sustentar de inútil dor também!
Filósofos
que em vão gritais: "Tudo está bem";
Vinde
pois, contemplai ruínas desoladas,
restos,
farrapos só, cinzas desventuradas,
os
meninos e as mães, os seus corpos em pilhas,
membros
ao deus-dará no mármore em estilhas,
desgraçados
cem mil que a terra já devora,
em
sangue, a espedaçar-se, e a palpitar embora,
que
soterrados são, nenhum socorro atinam
e
em horrível tormento os tristes dias finam!
Aos
gritos mudos já das vozes expirando,
à
cena de pavor das cinzas fumegando,
direis:
"Efeito tal de eternas leis se colha
que
de um Deus livre e bom carecem de uma escolha?"
Direis
do amontoar que as vítimas oprime:
"Deus
vingou-se e a morte os faz pagar seu crime?"
As
crianças que crime ou falta terão, qual?,
esmagadas
sangrando em seio maternal?
Lisboa,
que se foi, pois mais vícios a afogam
que
a Londres ou Paris, que nas delícias vogam?
Lisboa
é destruída e dança-se em Paris.
Tranquilos
a assistir, espíritos viris,
vendo
a vossos irmãos as vidas naufragadas,
vós
procurais em paz as causas às trovoadas:
Mas
se à sorte adversa os golpes aparais,
mais
humanos então, vós como nós chorais.
Crede-me,
quando a terra entreabre abismo ingente,
ais
legítimos dou, lamento-me inocente.
Tendo
a todo redor voltas cruéis da sorte,
e
malvado furor, e armadilhada a morte,
dos
elementos só sofrendo as investidas,
deixai,
se estas connosco, as queixas ser ouvidas."
Excerto
do poema de Voltaire sobre o desastre de Lisboa
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