2014 - Novo Ano - O Sol quando nasce é para todos mas são cada vez maiores as desigualdades sociais - Ricos mais ricos e os pobres mais pobres -Três milhões de portugueses em risco de pobreza - Mas haverá um Deus injusto ou é o homem que é o maior lobo do homem?

Passam 10 minutos da meia-noite. Hoje é o primeiro dia do Novo Ano - Estou em minha casa e recostado na cama, alheio aos foguetes que ouço lá fora    Não me interessa esse ambiente festivo -Não estou alegre nem triste mas estou bem com Deus e comigo.  Cada um festeja a entrada do ano à sua maneira e como pode - Eu escolhi a minha.  Vivo em Lisboa, num modesto águas-furtadas: está bem situado mas é uma estufa no Verão e gelado no Inverno - Por isso, o melhor sítio é estar sentado debaixo dos cobertores, pois o preço da eletricidade anda pela hora da morte e o gás é poluidor - e também não é barato. -Vida de um modesto reformado não dá para mais.  Ouço o reportório de Ana  Mouskouri, do meu computador, é a minha cantora favorita. Hoje não liguei a televisão e também não o vou fazer. Mas penso nos desgraçados que dormem ao relento e não posso ficar indiferente a essa dura realidade. Ao fim da rua, estão deitados vários sem abrigo. Um deles, tão desiludido da vida, deve viver, e  talvez sem qualquer ponta de auto-estima, que não se importa de apanhar a chuva no corpo - Daqui a pouco vou-me levantar e vou lá ver como estão esses pobres desventurados.  Perguntei, há dias, a um outro sem-abrigo, a razão pela qual dormia em tais condições, respondeu-me que teve que abandonar a sua casa por não ter possibilidades de pagar o aumento da renda, que o senhorio lhe impôs, em consequência da nova lei de arrendamento, que atirou para o olho da rua milhares de famílias.

UM MUNDO, CADA VEZ MAIS SEMEADO PELAS DESIGUALDADES SOCIAIS, ONDE O AMOR E A FRATERNIDADE  VÃO  SENDO SUBSTITUÍDOS  PELO EGOÍSMO E O INDIVIDUALISMO - AO MENOS HAJA UNS DIAS QUE DÊEM QUE PENSAR 

Três milhões de portugueses vivem no limiar da miséria

"São cada vez mais visíveis as consequências do aumento do desemprego e do empobrecimento no país. É preciso o envolvimento de todos para fazer chegar a ajuda urgente às famílias que estão a deixar de ter comida na mesa e que são cada vez mais" Três milhões de portugueses vivem no limiar da miséria 

UM EM CADA  PORTUGUÊS CORRE O RISCO DE POBREZA

"Um quarto da população portuguesa encontrava-se em risco de pobreza ou de exclusão social em 2012, situando-se este valor, de 25,3% da população total, em linha com a média da União Europeia, de 24,8%, segundo dados do Eurostat.

De acordo com os números divulgados pelo gabinete oficial de estatísticas da UE, o número de cidadãos europeus ameaçados de pobreza ou exclusão social voltou a subir no passado, atingindo os 124,5 milhões de pessoas, o equivalente a 24,8% da população total da União, mais meio ponto percentual (24,3%).

Relativamente a Portugal, registou-se uma subida de quase um ponto percentual entre 2011 e 2012, com o número de pessoas a enfrentarem risco de pobreza ou exclusão social a subir de 24,4% para 25,3% da população, o equivalente a 2,7 milhões de pessoas (ainda assim abaixo dos 26,0% de 2008, altura em que o valor de Portugal era quase dois pontos e meio superior ao da média da União, de 23,7%"
Um em cada quatro portugueses em risco de pobreza |

DE COSTAS VOLTADAS PARA NATUREZA E OS GOVERNANTES TAMBÉM NÃO DÃO MELHOR EXEMPLO - VOLTAM-SE  PARA OS PRIVILEGIADOS 

No tempo da era da pedra, o homem vivia exclusivamente da natureza e com a natureza – Nos tempos que correm, as agressões ao meio ambiente são uma constante. Há cidades na China, irrespiráveis, onde tem que se andar de máscara. – As tempestades, que atingiram a Europa e se estenderam para lá do Atlântico, nos  últimos dias, são disso mais um exemplo e um grave aviso.

A tempestade Dirk atingiu a costa oeste da Europa, fazendo cinco mortos no Reino Unido e um em França, impedindo ainda milhares de pessoas de chegarem a tempo a casa para passar o Natal com a família.Tempestade "Dirk" provoca caos no Natal europeu

LONDRES e PARIS - Fortes tempestades e nevascas na Europa e na América do Norte deixaram mais de um milhão de pessoas sem energia elétrica na véspera do Natal nos Estados Unidos, no Canadá, na França e no Reino Unido. Milhares de pessoas ficaram impossibilitadas de viajar para passar o feriado com suas famílias, e multidões se aglomeraram em aeroportos à espera de uma chance de embarcar Tempestades provocam estragos na Europa e na América do Norte 

. A NATUREZA NÃO É RESPEITADA – MAS TAMBÉM NÃO SE RESPEITAM OS MAIS BÁSICOS VALORES.

Para muitos portugueses a noite de Natal foi fria e às escura.  Milhares de pessoas ficaram privadas  de serviços básicos, “porque não conseguem pagar. E, sobretudo, mais pessoas a pedir para renegociar dívidas. Na EDP acordos subiram 25% nos últimos meses. Em média 300 mil clientes da EDP sofrem cortes. Como fazem os que ficam sem luz?

GANHAM MAIS UNS POUCOS DE QUE MILHARES – POIS A QUANTOS SALÁRIOS MÍNIMOS NÃO CORRESPONDE, POR EXEMPLO,  O ORDENADO MILIONÁRIO DE CATROGA E DE  OUTROS SÓSIAS.

O lucro da EDP totalizou 792 milhões de euros entre Janeiro e Setembro deste ano EDP com lucro de 792 milhões de euros até Setembro -  Por mês, o ex-ministro das Finanças de Cavaco Silva terá um ordenado superior a 45 mil euros, que acumulará com uma pensão de mais de 9600 euros. Catroga na EDP com salário milionário 

SERÁ PRECISO PARAR PARA REFECTIR?

A vida não pára mas é preciso refectir e encontrar novos rumos. A sociedade, tal como vai, não vai no bom caminho . Num tempo em que, as aldeias se desertificam, as vilas estão a caminho de se transformarem em antigas aldeias, a vida nas cidades se torna cada dia mais difícil – Mais desumanidade, menos possibilidade de se arranjar um teto, devido às novas leis de arrendamento, menos empregos, mais desigualdades sociais, por força de um liberalismo selvagem que galopa e não conhece nem ética nem fronteiras, com as consequentes agressões sociais e climatéricas de toda a ordem, sim, fuja-se da gritaria das sirenes e da confusão citadina e procure-se o encontro com a natureza – No fundo, foi a peregrinação que, uma vez mais, ali procurei fazer.