A crise atravessa Portugal de lés a lés,
com a legião de desempregados, que é bem conhecida dos Portugueses, sobretudo
os que não têm trabalho e os menos privilegiados – E são milhões. Mas,
independentemente da governação temporal, donde as soluções tardam a
mostrarem-nos melhores horizontes à vista, há que arrepiar caminho, mesmo
que seja preciso pedir apoios a uma agência funerária – pois, nestas
empresas, nunca faltam clientes nem trabalho – E foi o que fez a produção
do filme”Vazio Entre Nós”, uma curta metragem do jovem realizador Miguel Pinho,
com que encerrou, nesta última quinta-feira, mais uma sessão do Portugal
Fantástico
No fundo, é uma oportuna metáfora aos tempos que vivemos. “David
está numa depressão e perdeu o emprego. Joana trabalha o dia todo e trata dos
filhos, Rafael e Maria, quando chega a casa. David perdeu a esperança, perdeu
toda a vontade. Joana tem de aguentar, tem de ter paciência. Só que já passou
algum tempo... e já começa a ser de mais – Estes, os traços gerais da Sinopse.
Assistimos à exibição do filme e surpreendeu-nos,
pela positiva. Excelente imagem e ótima sonorização, a mostra da violência
doméstica dos lares onde não há pão, todos ralham e ninguém tem razão”, esteve
ali bem patente em sequências, muito bem enquadradas e representadas –
Aparentemente é um tema recorrente mas nunca é demais frisá-lo. Pois, além de
haver muita gente, sem ter dinheiro para a bucha, quanto mais para comprar uma
casa ou poder arrendá-la. Daí as desavenças, as quezílias nos lares, no seio da família: os que não se suicidam
ou que não enveredem pelo crime, têm pelo menos direito a zangarem-se e a
violentarem-se..
No final da exibição, pudemos trocar impressões com, Miguel
Pinho e com a sua simpática
equipa – Jovens, acabados de sair da ESAP Escola Superior Artística do Porto,
talentos virtuosos, em que se denota nos olhos os mais belos
sonhos, que buscam a sua oportunidade. E o “Portugal Fantástico, é
para isso mesmo. “Um
projecto iniciado em 2010 com o objectivo de apoiar e promover o cinema
nacional (longas e curtas-metragens), dando especial atenção ao cinema
independente"
Perguntamos ao Rui Pinho, a razão do filme ter
sido apoiado (entre outros modestos patrocínios) por uma agência funerária, explicou-nos
que, em Ovar, onde foi rodado, existem muitas agências funerárias (e, se calhar, também muitas lojas orientais e esqueletos de fábricas abandonadas), frisando, que, por
esse facto, encontrou-se ali uma das soluções para angariar fundos para a
sua realização. Pelo menos prover às deslocações, em festivais de
cinema, pois não é fácil, as curtas metragens, serem exibidas nos ecrãs
das televisões ou nos circuitos das salas de cinema. De sublinhar que tudo o
mais é feito por amor à arte. Não é o único caso: é o que vai
sucedendo com outros projetos de quem quer lançar-se na
carreira artística e tem que andar a oferecer o seu talento gratuitamente
AO REENCONTRO
DE UM PORTUGAL FANTÁSTICO
Portugal tem
oito séculos de história - Já não é o Portugal de Afonso Henriques ou de
Primeiro de Dezembro, Dia
da Restauração, de 1640 - Tanto mais que até já deixou de ser feriado
–Efeméride que recordava aquela célebre manhã, em que um grupo de corajosos portugueses
designado de Os Quarenta Conjurados, decepou a cabeça do
traidor Vasconcelos, incentivando
o orgulho pátrio, pondo termo aos 60 anos, da Dinastia
filipina, vindo a culminar com
a aclamação de D. João. IV.
E, tão pouco, já não será o Portugal, cantado por Luís de Camões ou do sonho do grande Império (místico) do padre António Vieira e de Fernando Pessoa – E do colonialismo e fascismo de Salazar, também nem pouco mais ou menos – Ele não gostava nem dos americanos nem dos russos. E até logrou ser balança entre os ingleses de Sua Majestade e os nazis de Adolfo Hitler. Não teve que chamar a Troika mas empurrou o país para o obscurantismo e a repressão.- Obviamente, também não será um exemplo a seguir.
Pelos vistos, o Sonho de Abril, não passou de uma utopia. O que resta, agora? – Cruzarmos os braços e continuarmos rendidos à cilada do euro, que nos espreme e hipoteca o futuro das próximas gerações, pagando juros altíssimos à selva da lei dos mercados ou libertamo-nos do jugo alemão (dos interesses do grande "Satã Mundial") e reconquistarmos a nossa independência?!... – O “orgulhosamente sós”, deu no que deu – Numa guerra colonial, que devastou milhares de vidas. Mas, tal como estamos ou para onde caminhamos (integrados no CEE que só é solidária para nos fazer apertar ainda mais o cinto) não se augura melhor futuro. Cada família gere a casa de acordo com as suas possibilidades. E por que razão, um país pobre, há-de querer ter a mesma moeda dos países ricos?... Não será isto, uma espécie de contra-natura?”
Em Portugal
Fantástico, existe o que de melhor evidencia o Portugal aventureiro, generoso,
empreendedor, artístico e lutador, que não vira as costas ao “Cabo das
Tormentas” e que vai em frente, contra ventos e marés
António Carlos, é um
desses extraordinários exemplos. "Deus
quer, o Homem sonha e a obra nasce." - Estes
versos de Fernando Pessoa, que certamente não lhe serão
estranhos, cremos que se ajustam ao seu perfil, à sua ousadia –
Naturalmente, vivida com entusiasmo, generosidade e muito amor – Pois, só
assim, é possível construir um belo projeto – Tal como dizia o célebre
compositor, Amadeus Mozart, “Para fazer uma obra de arte não basta ter
talento, não basta ter força, é preciso também viver um grande amor”
“Tudo começa com a criação de um Grupo na rede social Facebook receptivo à participação de realizadores portugueses, amadores e profissionais, com trabalhos de vídeo e cinema, e que possam utilizar este Grupo para divulgar o seu trabalho e toda a informação inerente. Este Grupo, que quando começou tinha 400-500 membros, tem vindo a crescer sólida e vertiginosamente contando já com perto de 8000 membros, entre os quais vários atores profissionais e amadores, realizadores, argumentistas, técnicos, compositores, fãs de cinema, críticos, etc, e abrangendo agora não só o apoio aos trabalhos de cinema nacional como também aos trabalhos em vídeo e teatro"
É a segunda vez que tivemos o prazer de assistir às
suas sessões cinematográficos e também de falarmos com ele.
Sempre disponível, sorridente e amável. É das tais pessoas, que fala olhos nos olhos, sem subterfúgios ou hipocrisias. Sim, os grandes espíritos, seja em que área se manifestem, são sempre assim, simples, generosos e afáveis. Neles não há nada a esconder; pelo contrário, a mostrar – E, veja-se, como as boas ideias florescem, tal como as mais belas flores nos magníficos jardins. Diz, e com razão, no espaço do site “Portugal Fantástico” que, “tornámo-nos, em pouco tempo numa plataforma de referência para todos os que gostam e trabalham em cinema, teatro e vídeo e que igualmente acreditam na qualidade do talento nacional.
Sempre disponível, sorridente e amável. É das tais pessoas, que fala olhos nos olhos, sem subterfúgios ou hipocrisias. Sim, os grandes espíritos, seja em que área se manifestem, são sempre assim, simples, generosos e afáveis. Neles não há nada a esconder; pelo contrário, a mostrar – E, veja-se, como as boas ideias florescem, tal como as mais belas flores nos magníficos jardins. Diz, e com razão, no espaço do site “Portugal Fantástico” que, “tornámo-nos, em pouco tempo numa plataforma de referência para todos os que gostam e trabalham em cinema, teatro e vídeo e que igualmente acreditam na qualidade do talento nacional.
Pretendemos,
assim, apoiar e divulgar o bom trabalho e os projectos que, na maioria das
vezes, passam despercebidos a muitos dos amantes da 7ª arte. Ler mais: http://www.portugalfantastico.com/
PROJECTOS AO
“PORTUGAL FANTÁSTICO” NÃO FALTAM – E JÁ VEM AÍ A CAMINHO A 11ª EDIÇÃO DO FESTIVAL
“IndieLisboa14”
Vai decorrer de 14 de Abril a 4 de Maio, sempre “em busca pelas mais interessantes obras cinematográficas nacionais e internacionais produzidas entre 2013 e 2014.
O IndieLisboa pretende assim reforçar a posição destacada que ocupa nos eventos dedicados ao cinema em Portugal e reforçar a visibilidade internacional no meio profissional, não deixando de continuar a potencial o aparecimento de novos autores portugueses. http://www.indielisboa.com/news_detail.php?lang=1&id=781
Na imagem - As explicações do "O Sim do Silêncio de Paulo Grade e João Lourenço" - Um fenomenal filme, que arrancou fortes aplausos da assistência, digno de ser exibido nos mais prestigiados festivais internacionais - Não vimos as outras curta-metragens mas ouvimos bons elogios.
O QUE SE DIZ DESTES EVENTOS "Uma grande ideia do Portugal Fantástico"
"Os nossos amigos do Portugal Fantástico tiveram uma excelente ideia: reunir várias curtas de terror num único filme ao estilo de TALES FROM THE CRYPT. O projecto chama-se CURT’H'RROR e surgiu da vontade de arrancar com uma iniciativa que envolvesse os membros do grupo relacionados com o audiovisual (profissional ou amador).
Neste
sentido, o Portugal Fantástico pretende juntar grupos provenientes de todo o
país para produzir um conjunto de curtas que serão unidas por alguns elementos
comuns: tema, duração, etc. Ora, isto nos parece uma excelente forma de
divulgar o talento nacional e mais uma prova de que existe em Portugal a
vontade clara de fazer a diferença. http://badbehavior.wordpress.com/2011/12/20/uma-grande-ideia-do-portugal-fantastico/
TEATRO RÁPIDO – COM DUPLO SENTIDO - Quinze
minutos + três euros = Teatro Rápido
O conceito foi importado de Madrid, do Teatro por
Dinheiro, e foi «posto em cena» por Alexandre Gonçalves e a sua equipa.
(…)O Teatro Rápido surgiu com o propósito duplo: o de possibilitar um espaço
para os atores trabalharem e apresentarem projetos, ao mesmo tempo que tenta
chegar a um público que não tem o hábito de ir ao teatro. “O microteatro
permite ao espetador entrar num mundo fascinante. O nosso objetivo é apresentar
uma proposta nova e intimista, na qual o espetador é convidado a entrar”,
confessa Alexandre Gonçalves. http://escsmagazine.wordpress.com/2013/05/30/quinze-minutos-tres-euros-teatro-rapido/
NA LINHA DAS REFEIÇÕES RÁPIDAS, GOSTOSAS, BARATAS E
PRONTAS A CONSUMIR - UMA FÓRMULA IMPORTADA QUE VEM
AJUSTAR-SE À CRISE E AOS NOVOS TEMPOS
Como é sabido, vivemos numa
sociedade, que, em vez de privilegiar o bem-estar, o trabalho justamente
renumerado, sim, ao contrário de proporcionar mais horas de lazer, em vez de
tirar partido dos avanços tecnológicos, ainda quer mais horas de trabalho escravo
– Despede a troco de nada e, aos quarenta, é-se demasiado velho para um
emprego, com alguma qualidade. Qualquer dia, não tarda que se trabalhe apenas
pela tigela de arroz, ao jeito oriental. Face a esta dura realidade, há que
procurar ajustar alternativas aos vícios e às virtudes da sociedade de consumo
– diria mesmo, aos ditames do liberalismo selvagem: Os teatros ficam às moscas,
os salários, cada vez mais vão impedindo tais veleidades, até porque, nas TVs
não faltam telenovelas, com histórias de faca e de alguidar para estupidificar
e entorpecer, No fundo, terá sido esta a solução encontrada pelos autores do “
novo conceito de representação teatral que coloca o espectador perante uma peça
de 15 minutos por apenas três euros.” , na Rua Serpa Pinto, em Lisboa e em
horários quase simultâneos.
“As encenações são para
poucos actores, porque os espaços são reduzidos, onde cabem entre 30 a 40
pessoas. O espectador poderá pagar três euros por uma peça ou 12 pelas quatro.
Todas as peças estarão em cena de quinta-feira a segunda-feira com sessões entre
as 17h30 e as 19h35. Os fins de semana são reservados para o teatro infantil,
abrindo com “Natureza generosa”, de Maria de Vasconcelos.
“Durante a semana, depois das sessões, às 21h30,
a programação do Teatro Rápido incluirá outro tipo de espectáculos. Hoje e nos
dias 16 e 29, a actriz Carmen Santos estará a ler textos sobre a felicidade
acompanhada musicalmente por noiserv, o
projecto do músico David Santos. O tema de Junho do Teatro Rápido será “Na
brasa”, por causa das Festas de Lisboa, o de Julho “É com orgulho” e o de
Agosto “Por ciúme” http://p3.publico.pt/cultura/palcos/2929/quinze-minutos-tres-euros-teatro-rapido
Fiquem aqui com as duas partes em vídeo do que foi esta 1ª Edição do PFShortsFest:
INTERESSANTE INICIATIVA NUM ESPAÇO, SEM PIPOCAS, TRANQUILO, MAIS CONVIDATIVO A UMA BOA CHÁVENA DE CHÁ
15 minutos de teatro "O Portugal
Fantástico junta-se ao Teatro Rápido para levar o cinema nacional ao Chiado. A
partir de Junho, mensalmente, na segunda e ultima 5ª Feira de cada mês, às
21h30, serão exibidas várias curtas-metragens nacionais no magnifico espaço do
bar lounge do
Teatro Rápido. As mostras serão exibidas no âmbito do “PFShortsFest” onde, em
cada sessão, uma das curtas-metragens será escolhida pelo público como a melhor da sessão. Trimestralmente, as seis
curtas-metragens escolhidas como melhores em cada sessão…, estarão presentes
numa mostra final onde será seleccionada a vencedora à qual será atribuído um
prémio. http://teatrorapido.blogspot.pt/p/pfshortsfest.html
FILMES EXIBIDOS NO PASSADO DIA 16, PELO “PORTUGAL
FANTÁSTICO
Perto Demais de Bruno Nogueira
(M/12) Sinopse: Num
subterrâneo citadino, encontra-se Pedro (Diogo Morgado), no meio de uma
multidão saturada da rotina. Prestes a entregar a sua paixão ao acaso, priva-se
de uma aventura, para seguir com o que a vida, de forma simples, lhe entregou
. O Sim do Silêncio de Paulo Grade e João
Lourenço (M/12) Sinopse: Numa
sociedade onde todas as leis foram abolidas, apenas a lei do silêncio é
imposta. Toda e qualquer comunicação verbal é estritamente proibida. No
entanto, existe uma Elite que fala em segredo. Alugam museus onde se reúnem e
onde falam em segredo e fora da vista dos demais, sobre os quadros e a Arte em
geral. Joana, investigadora do MNAA irá presenciar inadvertidamente uma destas
reuniões secretas. Será o desejo de voltar a falar mais forte que o medo de
desobedecer a uma lei?
Bebé de Reza Hajipour (M/12) Sinopse: Uma equipa de filmagem está a
rodar um filme sobre um bebé. Precisam que o bebé chore numa determinada cena,
mas não estão a conseguir! Toda a equipa, especialmente o produtor, está
cansada de repetir a mesma cena…
O Vazio Entre Nós de Miguel
Pinho (M/12) – a que atrás nos referirmos.
Desespero de Rui Pilão (M/12) Sinopse: Uma visão sombria e claustrofóbica dentro de um apartamento
desprovido de esperança, um apartamento que poderia ser o seu.
NÃO PERCA A PROGRAMAÇÃO, NO DIA 30, DEPOIS DAS 22 HORAS.
Veja as sinopses do próximo dia 30, em http://www.gazetadosartistas.pt/?p=30075
Jorge Trabulo Marques - jornalista profissional
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