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domingo, 19 de janeiro de 2014

Há um “Portugal Fantástico” e mora no Chiado, em Lisboa - O autor do projeto é António Carlos – Surgiu em 2010 com o objetivo de apoiar e promover o cinema nacional - longas e curtas-metragens – Em Maio, de 2012, juntou-se ao Teatro Rápido, na segunda e ultima 5ª Feira de cada mês – Num espaço onde é possível ver quatro curtas peças de teatro por 3 euros. Oportunidade para não cruzar os braços à crise – Mesmo que seja preciso pedir apoio a uma agência funerária, tal o caso do filme “Vazio Entre Nós” de Miguel Pinho


Uma iniciativa individual que nasceu - através do Facebook - e por amor à 7º arte,  que depressa cresceu e se multiplicou com milhares de simpatizantes.



A crise atravessa Portugal de lés a lés,  com a legião de desempregados, que é bem conhecida dos Portugueses, sobretudo os que não têm trabalho e os menos privilegiados – E são milhões. Mas, independentemente da governação temporal, donde as soluções tardam a mostrarem-nos melhores  horizontes à vista, há que arrepiar caminho, mesmo que seja preciso pedir apoios  a uma agência funerária – pois, nestas empresas, nunca faltam clientes nem  trabalho – E foi o que fez a produção do filme”Vazio Entre Nós”, uma curta metragem do jovem realizador Miguel Pinho, com que encerrou, nesta última quinta-feira, mais uma sessão do Portugal Fantástico 


No fundo, é uma oportuna metáfora aos tempos que vivemos. “David está numa depressão e perdeu o emprego. Joana trabalha o dia todo e trata dos filhos, Rafael e Maria, quando chega a casa. David perdeu a esperança, perdeu toda a vontade. Joana tem de aguentar, tem de ter paciência. Só que já passou algum tempo... e já começa a ser de mais – Estes, os traços gerais da Sinopse. 

Assistimos à exibição do filme e surpreendeu-nos, pela positiva. Excelente imagem e ótima sonorização, a mostra da violência doméstica dos lares onde não há pão, todos ralham e ninguém tem razão”, esteve ali bem patente em sequências, muito bem enquadradas e representadas – Aparentemente é um tema recorrente mas nunca é demais frisá-lo. Pois, além de haver muita gente, sem ter dinheiro para a bucha, quanto mais para comprar uma casa ou poder arrendá-la. Daí as desavenças, as quezílias nos lares, no seio da família: os que não se suicidam ou que não enveredem pelo crime, têm pelo menos direito a zangarem-se e a violentarem-se..

No final da exibição, pudemos trocar impressões com, Miguel Pinho e com  a sua simpática equipa – Jovens, acabados de sair da ESAP Escola Superior Artística do Porto, talentos virtuosos, em que se denota nos olhos os mais belos sonhos,  que buscam a sua oportunidade. E o “Portugal Fantástico, é para isso mesmo. “Um projecto iniciado em 2010 com o objectivo de apoiar e promover o cinema nacional (longas e curtas-metragens), dando especial atenção ao cinema independente" 


Perguntamos ao Rui Pinho, a razão do filme ter sido apoiado (entre outros modestos patrocínios) por uma agência funerária, explicou-nos que, em Ovar, onde foi rodado, existem muitas agências funerárias (e, se calhar, também muitas lojas orientais e esqueletos de fábricas abandonadas), frisando,  que, por esse facto, encontrou-se ali  uma das soluções para angariar fundos para a  sua realização. Pelo menos  prover às deslocações, em festivais de cinema, pois não é fácil, as curtas metragens,   serem exibidas nos ecrãs das televisões ou nos circuitos das salas de cinema. De sublinhar que tudo o mais é feito por amor à arte.  Não é o único caso: é o que vai sucedendo com outros projetos de quem   quer lançar-se na carreira artística e tem que andar a oferecer o seu talento gratuitamente
  
AO REENCONTRO DE UM PORTUGAL FANTÁSTICO



Portugal tem oito séculos de história - Já não é o Portugal de Afonso Henriques ou de   Primeiro de Dezembro, Dia da Restauração, de 1640 - Tanto mais que até já deixou de ser feriado –Efeméride que recordava aquela célebre manhã, em que um grupo de corajosos portugueses designado de Os Quarenta Conjurados, decepou a cabeça do traidor Vasconcelos,  incentivando o orgulho pátrio, pondo termo aos 60 anos, da Dinastia filipina, vindo a culminar  com a aclamação de D. João. IV.

E, tão pouco, já  não será o  Portugal, cantado por Luís de Camões ou do sonho do grande Império (místico) do padre António  Vieira e de Fernando Pessoa – E do colonialismo e fascismo de Salazar, também nem pouco mais ou menos – Ele não gostava nem dos americanos nem dos russos. E até logrou ser balança entre os ingleses de Sua Majestade e os nazis de Adolfo Hitler. Não teve que chamar a Troika mas empurrou o país para o obscurantismo e a repressão.- Obviamente, também não será um exemplo a seguir.   

Pelos vistos, o Sonho de Abril, não passou de uma utopia. O que resta, agora? – Cruzarmos os braços e continuarmos  rendidos à cilada do euro, que nos espreme  e hipoteca o futuro das próximas gerações, pagando juros altíssimos  à selva da lei dos mercados ou libertamo-nos do jugo alemão (dos interesses do grande "Satã Mundial") e   reconquistarmos  a nossa independência?!... – O “orgulhosamente sós”, deu no que deu – Numa guerra colonial, que devastou milhares de vidas.  Mas, tal como estamos ou para onde caminhamos (integrados no CEE que só é solidária para nos fazer apertar ainda mais o cinto)  não se augura melhor futuro.   Cada família gere a casa de acordo com as suas possibilidades. E  por que razão, um país pobre, há-de querer ter a mesma moeda dos países ricos?... Não será isto, uma espécie de contra-natura?”


PORTUGAL FANTÁSTICO, O SONHO DE UM VISIONÁRIO, QUE COMEÇA NO FACEBOOK
 
Em Portugal Fantástico, existe o que de melhor evidencia o Portugal aventureiro, generoso, empreendedor, artístico e lutador, que não vira as costas ao “Cabo das Tormentas” e que vai em frente, contra ventos e marés 

António Carlos, é um desses extraordinários  exemplos. "Deus quer, o Homem sonha e a obra nasce."  - Estes versos de Fernando Pessoa, que certamente não lhe serão estranhos,  cremos que se ajustam ao seu perfil, à sua ousadia – Naturalmente, vivida com entusiasmo, generosidade e muito amor – Pois, só assim, é possível construir um belo projeto – Tal como dizia o célebre compositor, Amadeus Mozart, “Para fazer uma obra de arte não basta ter talento, não basta ter força, é preciso também viver um grande amor”



“Tudo começa com a criação de um Grupo na rede social Facebook receptivo à participação de realizadores portugueses, amadores e profissionais, com trabalhos de vídeo e cinema, e que possam utilizar este Grupo para divulgar o seu trabalho e toda a informação inerente. Este Grupo, que quando começou tinha 400-500 membros, tem vindo a crescer sólida e vertiginosamente contando já com perto de 8000 membros, entre os quais vários atores profissionais e amadores, realizadores, argumentistas, técnicos, compositores, fãs de cinema, críticos, etc, e abrangendo agora não só o apoio aos trabalhos de cinema nacional como também aos trabalhos em vídeo e teatro"

É a segunda vez que tivemos o prazer de assistir às suas sessões cinematográficos e também de falarmos com ele. 

Sempre disponível, sorridente e amável. É das tais pessoas, que  fala olhos nos olhos, sem subterfúgios ou hipocrisias. Sim, os grandes espíritos, seja em que área se manifestem, são sempre assim, simples, generosos e afáveis. Neles não há nada a esconder; pelo contrário, a mostrar – E, veja-se, como as boas ideias florescem, tal como as mais belas flores nos magníficos jardins. Diz, e com razão, no espaço do site “Portugal Fantástico” que, “tornámo-nos, em pouco tempo numa plataforma de referência para todos os que gostam e trabalham em cinema, teatro e vídeo e que igualmente acreditam na qualidade do talento nacional.

Pretendemos, assim, apoiar e divulgar o bom trabalho e os projectos que, na maioria das vezes, passam despercebidos a muitos dos amantes da 7ª arte.Ler mais: http://www.portugalfantastico.com/


 PROJECTOS AO “PORTUGAL FANTÁSTICO” NÃO FALTAM – E JÁ VEM AÍ A CAMINHO A 11ª EDIÇÃO DO  FESTIVAL  “IndieLisboa14”


 Vai decorrer de 14 de Abril a 4 de Maio,  sempre “em busca pelas mais interessantes obras cinematográficas nacionais e internacionais produzidas entre 2013 e 2014. 

O IndieLisboa pretende assim reforçar a posição destacada que ocupa nos eventos dedicados ao cinema em Portugal e reforçar a visibilidade internacional no meio profissional, não deixando de continuar a potencial o aparecimento de novos autores portugueses. http://www.indielisboa.com/news_detail.php?lang=1&id=781


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Na imagem - As explicações  do "O Sim do Silêncio  de Paulo Grade e João Lourenço" - Um fenomenal  filme, que arrancou fortes aplausos da assistência, digno de ser exibido  nos mais prestigiados festivais internacionais -  Não vimos as outras curta-metragens mas ouvimos bons elogios.


O QUE SE DIZ DESTES EVENTOS  "Uma grande ideia do Portugal Fantástico"

"Os nossos amigos do Portugal Fantástico tiveram uma excelente ideia: reunir várias curtas de terror num único filme ao estilo de TALES FROM THE CRYPT. O projecto chama-se CURT’H'RROR e surgiu da vontade de arrancar com uma iniciativa que envolvesse os membros do grupo relacionados com o audiovisual (profissional ou amador).


Neste sentido, o Portugal Fantástico pretende juntar grupos provenientes de todo o país para produzir um conjunto de curtas que serão unidas por alguns elementos comuns: tema, duração, etc. Ora, isto nos parece uma excelente forma de divulgar o talento nacional e mais uma prova de que existe em Portugal a vontade clara de fazer a diferença. http://badbehavior.wordpress.com/2011/12/20/uma-grande-ideia-do-portugal-fantastico/
TEATRO RÁPIDO –  COM DUPLO SENTIDO - Quinze minutos + três euros = Teatro Rápido


O conceito foi importado de Madrid, do Teatro por Dinheiro, e foi «posto em cena» por Alexandre Gonçalves e a sua equipa. (…)O Teatro Rápido surgiu com o propósito duplo: o de possibilitar um espaço para os atores trabalharem e apresentarem projetos, ao mesmo tempo que tenta chegar a um público que não tem o hábito de ir ao teatro. “O microteatro permite ao espetador entrar num mundo fascinante. O nosso objetivo é apresentar uma proposta nova e intimista, na qual o espetador é convidado a entrar”, confessa Alexandre Gonçalves. http://escsmagazine.wordpress.com/2013/05/30/quinze-minutos-tres-euros-teatro-rapido/

 NA LINHA DAS REFEIÇÕES RÁPIDAS, GOSTOSAS, BARATAS  E PRONTAS A CONSUMIR  - UMA FÓRMULA IMPORTADA  QUE VEM AJUSTAR-SE À CRISE E  AOS NOVOS TEMPOS

Como é sabido, vivemos numa sociedade, que, em vez de privilegiar o bem-estar, o trabalho justamente renumerado, sim, ao contrário de proporcionar mais horas de lazer, em vez de tirar partido dos avanços tecnológicos, ainda quer mais horas de trabalho escravo – Despede a troco de nada e, aos quarenta, é-se demasiado velho para um emprego, com alguma qualidade. Qualquer dia, não tarda que se trabalhe apenas pela tigela de arroz, ao jeito oriental. Face a esta dura realidade, há que procurar ajustar alternativas aos vícios e às virtudes da sociedade de consumo – diria mesmo, aos ditames do liberalismo selvagem: Os teatros ficam às moscas, os salários, cada vez mais vão impedindo tais veleidades, até porque, nas TVs não faltam telenovelas, com histórias de faca e de alguidar para estupidificar e entorpecer, No fundo, terá sido esta a solução encontrada pelos autores do “ novo conceito de representação teatral que coloca o espectador perante uma peça de 15 minutos por apenas três euros.” , na Rua Serpa Pinto, em Lisboa e em horários quase simultâneos.

“As encenações são para poucos actores, porque os espaços são reduzidos, onde cabem entre 30 a 40 pessoas. O espectador poderá pagar três euros por uma peça ou 12 pelas quatro. Todas as peças estarão em cena de quinta-feira a segunda-feira com sessões entre as 17h30 e as 19h35. Os fins de semana são reservados para o teatro infantil, abrindo com “Natureza generosa”, de Maria de Vasconcelos.

Durante a semana, depois das sessões, às 21h30, a programação do Teatro Rápido incluirá outro tipo de espectáculos. Hoje e nos dias 16 e 29, a actriz Carmen Santos estará a ler textos sobre a felicidade acompanhada musicalmente por noiserv, o projecto do músico David Santos. O tema de Junho do Teatro Rápido será “Na brasa”, por causa das Festas de Lisboa, o de Julho “É com orgulho” e o de Agosto “Por ciúme” http://p3.publico.pt/cultura/palcos/2929/quinze-minutos-tres-euros-teatro-rapido

Fiquem aqui com as duas partes em vídeo do que foi esta 1ª Edição do PFShortsFest:



INTERESSANTE INICIATIVA NUM ESPAÇO, SEM PIPOCAS, TRANQUILO, MAIS CONVIDATIVO A UMA BOA CHÁVENA DE CHÁ

15 minutos de teatro  "O Portugal Fantástico junta-se ao Teatro Rápido para levar o cinema nacional ao Chiado. A partir de Junho, mensalmente, na segunda e ultima 5ª Feira de cada mês, às 21h30, serão exibidas várias curtas-metragens nacionais no magnifico espaço do bar lounge do Teatro Rápido. As mostras serão exibidas no âmbito do “PFShortsFest” onde, em cada sessão, uma das curtas-metragens será escolhida pelo público como  a melhor da sessão. Trimestralmente, as seis curtas-metragens escolhidas como melhores em cada sessão…, estarão presentes numa mostra final onde será seleccionada a vencedora à qual será atribuído um prémio. http://teatrorapido.blogspot.pt/p/pfshortsfest.html 

FILMES EXIBIDOS NO PASSADO DIA 16, PELO “PORTUGAL FANTÁSTICO

Perto Demais  de Bruno Nogueira (M/12) Sinopse:  Num subterrâneo citadino, encontra-se Pedro (Diogo Morgado), no meio de uma multidão saturada da rotina. Prestes a entregar a sua paixão ao acaso, priva-se de uma aventura, para seguir com o que a vida, de forma simples, lhe entregou

. O Sim do Silêncio  de Paulo Grade e João Lourenço (M/12) Sinopse: Numa sociedade onde todas as leis foram abolidas, apenas a lei do silêncio é imposta. Toda e qualquer comunicação verbal é estritamente proibida. No entanto, existe uma Elite que fala em segredo. Alugam museus onde se reúnem e onde falam em segredo e fora da vista dos demais, sobre os quadros e a Arte em geral. Joana, investigadora do MNAA irá presenciar inadvertidamente uma destas reuniões secretas. Será o desejo de voltar a falar mais forte que o medo de desobedecer a uma lei?

Bebé de Reza Hajipour (M/12) Sinopse: Uma equipa de filmagem está a rodar um filme sobre um bebé. Precisam que o bebé chore numa determinada cena, mas não estão a conseguir! Toda a equipa, especialmente o produtor, está cansada de repetir a mesma cena…

O Vazio Entre Nós  de Miguel Pinho (M/12) – a que atrás nos referirmos.

Desespero  de Rui Pilão (M/12) Sinopse: Uma visão sombria e claustrofóbica dentro de um apartamento desprovido de esperança, um apartamento que poderia ser o seu.

NÃO PERCA A PROGRAMAÇÃO, NO DIA 30, DEPOIS DAS 22 HORAS.
Veja as sinopses do  próximo dia 30, em http://www.gazetadosartistas.pt/?p=30075


Jorge Trabulo Marques - jornalista profissional


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