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quinta-feira, 19 de setembro de 2013

O Homem de Constantinopla – José Rodrigues dos Santos faz romance do homem que foi o maior templo do sol na cultura em Portugal – Bom era que se investigasse a vilania cometida com a venda do seu palacete em Paris –Azeredo Perdigão, um dia falou-me do fundador da Gulbenkian, agora o conhecido pivô da RTP espevitou-me ainda mais a curiosidade

Leia o que me disse, Azeredo Pedigão, de Calouste Gulbenkian

 Se houve alguém que conhecesse verdadeiramente a dimensão da obra e da personalidade de Calouste Gulbenkian, chama-se Azeredo Perdigão - Leia mais adiante o excerto da entrevista que me concedeu - ele que não costumava dar entrevistas, tão absorvido se empenhava na administração, que não perdia tempo com os media  - falando-me, nomeadamente, desse grande benemérito da cultura portuguesa,  que  reproduzo a propósito do mais recente livro de José Rodrigues dos Santos - Espero, um dia destes, aqui também publicar a entrevista que me foi concedida por outro grande homem e benemérito da cultura, pese a sua principal atividade ser a banca - de seu nome Cupertino de Miranda.

Bom, mas agora a figura em questão é Azeredo Perdigão - Pois, por mais investigações que se façam sobre Gulbenkian, o grande confidente, seu advogado e homem de confiança da sua vida, foi José Azeredo Perdigão, de quem tive o grato prazer de ser recebido no seu gabinete de trabalho, devido à amabilidade do meu bom amigo  Sommer Ribeiro, Diretor do Centro de Arte Moderna : o que era, inicialmente, para ser uma curta declaração de 10 minutos, surpreendentemente, acabou por ser  uma entrevista bem mas longa.



















É hoje posto à venda nas livrarias, mas só no Sábado às 17 horas é o lançamento oficial, porventura  um dos livros mais aguardados do pós Verão, do período que antecede o Natal  - Tem por título O Homem de Constantinopla   – Autor,  José Rodrigues dos Santos. Uma das figuras  emblemáticas da televisão pública, um dos rostos simpáticos e mais credíveis -  Sem dúvida, o Sr. RTP
FINALMENTE, DESFEZ-SE O ENIGMA À VOLTA DA MAIS RECENTE OBRA  DO AUTOR  DA ILHA DAS TREVAS, FÓRMULA DE DEUS, ÚLTIMO SEGREDO, CÓDEX 632, SÉTIMO SELO, FÚRIA DIVINA, ANJO BRANCO, A MÃO DO DIABO, ENTRE OUTROS BESTE SELERS, QUE VENDERAM MILHARES DE EXEMPLARES

O próximo livro vai chamar-se “Um Milionário em Lisboa” e já se sabe que é o prolongamento do Homem de Constantinopla.


Há dias, o PÚBLICO, referindo-se ao autor e à sua próxima obra, dizia quejá se esperava um novo romance de José Rodrigues dos Santos para a rentrée deste ano mas não se sabia ainda qual seria a história que o jornalista e escritor iria contar desta vez. Nem se sabia que afinal Rodrigues dos Santos vai lançar não um mas dois livros sobre a vida de Calouste Gulbenkian.” – José Rodrigues dos Santos faz biografia romanceada de Gulbenkian Mas, afinal, se dúvidas existiam, vão desfazer-se a partir de hoje.



Não me vai ser possível comprá-lo e lê-lo hoje, visto estar envolvido  com o evento da celebração do Equinócio do Outono. Mas não deixarei de o fazer, logo que possível. A vida de Gulbenkian despertou-me especial curiosidade, não apenas pelo que, da sua obra é do conhecimento público, mas sobretudo a partir da interessante entrevista, que Azeredo Perdigão, me concedeu - Ele, o advogado a quem  Gulbenkian confiaria os destinos da Fundação, esta sim, talvez das poucas que não  foi criada para branquear capitais ou promover a gula liberal sob disfarces mais ou menos encapotados ,  pelo que tornar-se-ia num marco único em prol da cultura portuguesa. Pois é inimaginável quão pobre não teria ficado este país, sem o seu contributo. Sim, até o próprio Estado Português, confidenciar-nos-ia, o Primeiro Presidente da Fundação Gulbenkian,  chegara a receber empréstimos avultados, no tempo de Salazar – E não se pense que a Fundação fosse algum covil do regime.


TALENTOSO E CORAJOSO JORNALISTA E ESCRITOR – AFÁVEL E SIMPLES


Os romances de José Rodrigues dos Santos, não são apenas fruto de imaginação mas, essencialmente, ou resultado da sua experiência profissional ou de aturada investigação. Sendo jornalista, não é dos que se limita a escrever apenas sobre a tarimba das redações ou na mesinha lá de casa, viaja, atravessa continentes e  oceanos, arrisca a vida na frente ou na retaguarda dos conflitos mundiais,  mais acesos, vai ao encontro do âmago das questões – Movido por um imensa curiosidade e pelo gosto em dar a conhecer as suas investigações jornalísticas, o talento e o amor que lhe corre nas veias para escrita e observação,  a grande experiência profissional e de vida  que tem  granjeado, ei-lo, pois, quase sem se dar conta disso, mesmo admitindo que todos os dias é uma das personagens, que, através do ecrã da TV, nos entra em casa, eis, pois, esse incansável autêntico bicho das sete vidas a surpreender-nos com mais uma novidade literária.

 A propósito desta sua incursão, ao que parece, misto de romance e biografia, sobre a vida de Gulbenkian, aproveito para aqui transcrever uma parte da entrevista que José de Azeredo Perdigão me concedeu  para a Rádio Comercial,  já publicada noutra postagem deste site, a cujo link poderá aceder no final deste post.


JOSÉ AZEREDO PERDIGÃO, O HOMEM QUE FEZ MAIS PELA CULTURA EM PORTUGAL DE QUE TODOS OS GOVERNANTES, DEPOIS QUE ELE MORREU

Fundação Calouste Gulbenkian. GOZA DE PRESTÍGIO INTERNACIONAL, SENDO CONSIDERADA UMA DAS MAIS IMPORTANTES A NÍVEL MUNDIAL NO SEU GÉNERO


Tive o privilégio - o grande prazer de entrevistar - algumas das mais importantes figuras da vida nacional, em vários domínios, guardo em cassete(cerca de 300) parte dessas entrevistas. José Azeredo Perdigão, foi uma dessas figuras. Recebeu-me no seu gabinete. E, aquilo que inicialmente estava previsto apenas para uma curta declaração, transformar-se-ia numa longa e interessante entrevista de quase três quartos de hora - Parte da qual vou aqui transcrever - Pois, o seu magnífico exemplo, julgo que se insere perfeitamente neste site de Os Templos do Sol - Ele que ajudou a fundar - e foi seu primeiro administrador - um dos maiores Templos da Cultura em Portugal


.Azeredo Perdigão - Os Grandes Portugueses

"EU NÃO SOU VELHO, SOU ANTIGO!... QUE É UMA COISA DIFERENTE".

O seu diálogo infundia um prazer especial. Ainda conservo  parte do registo gravado. E em perfeitas condições. Ao transcrever as suas palavras, até me pareceu que ainda estava ouvi-lo falar atrás da sua enorme secretária, pejada de dossiês e de papéis. Com uma transbordante jovialidade, rara para a sua idade. Já lá vão 24 anos. Creia que, ao recuar no tempo, me senti até mais novo - 

ALÉM DE OUTRAS QUESTÕES, QUE LHE COLOQUEI, ERA INCONTORNÁVEL QUE NÃO LHE PEDISSE PARA SE PRONUNCIAR SOBRE O FUNDADOR DA FUNDAÇÃO - EIS UM EXCERTO:


CALOUSTE GULBENKIAN - UM HUMANISTA E UM AMIGO DE PORTUGAL
JTM - Conheceu esse grande homem!...O fundador desta Fundação: uma palavra para esse homem... Nunca é por demais sublinhá-lo.

JAP - É um homem que eu conheci como meu cliente... Convivi com ele durante o tempo em que aqui esteve até falecer. Eu considero-o uma pessoa superior, em todos os sentidos! Na inteligência!.. Na da acção! Mesmo na generosidade!.. Porque, o facto de ele ter constituído esta Fundação, é uma prova do seu espírito humanista!... Ele era, sem dúvida, um humanista!
JTM – Um amigo de Portugal!..

JAP - Sim!... Muito!... Ele simpatizou com Portugal... Ele veio para aqui para estar, simplesmente, uma semana ou duas semanas em período de repouso... e foi ficando... Foi prolongando... E aqui esteve uns poucos de anos até morrer... Porque acabou por morrer em Portugal... A prova evidente que o nosso meio, o meio social, o meio político e económico lhe agradavam!... Ele sentia-se bem aqui, assim...

JTM - Adoptou o país como pátria sua!

JAP - Sim, adoptou o país... É difícil saber qual era a pátria dele... Porque ele era arménio de raça...Nasceu na Turquia!... Tinha o seu domicílio em Paris e estava naturalizado inglês. Por isso, já vê que é difícil dizer-lhe a pátria dele...Veio viver para Portugal... Suponho eu, com a intenção de poder repousar... Foi no período da guerra, não é verdade...em que a França foi ocupada... A França foi ocupada e depois foi dividida em França livre e França ocupada... O governo de Pétain veio paraVichy e ele entendeu que devia ir para Vichy . Esteve em Vichy algum tempo ... Havia naturalmente dificuldades em Vishy...Estavam em guerra... e pensou em vir para um país, no sul da Europa, que estivesse em paz... E escolheu Portugal. E veio, digamos, para um período de férias!... E, afinal, interessou-se por nós... Achou-se bem... Foi bem acolhido!... Foi bem acompanhado por bons médicos. Porque foi uma das coisas muito importantes, a confiança que ele tinha nos médicos... Porque ele preocupava-se muito com a sua saúde... Ele teve aqui médicos muito bons.. Quero citar um nome que é Fernando do Fonseca , já falecido e que foi realmente uma das figuras notáveis da medicina portuguesa, um dos médicos do Sr. Calouste Gulbenkian(não foi único!), mas foi um deles.... Foi um conjunto de circunstâncias... A paz pública! Que nós gozávamos aqui em Portugal... isso encantava-o!

JTM - O Sr. Dr. conheceu-o no principio da sua vida aqui?...
JAP Imediatamente... Se não foi no próprio dia, foi um dos dois dias imediatos...

JTM - Foi consigo que ele tratou a criação da Fundação?..
JAP - Foi comigo que ele tratou a criação da Fundação Gulbenkian... Não admira... pois era o seu advogado... Era o seu consultor jurídico... E, consequentemente, ele necessitava de um consultor jurídico para criar um Fundação em Portugal...

"O RISCO DA FUNDAÇÃO ACABAR EM CONSEQUÊNCIA DE UMA CARÊNCIA DE MEIOS FINANCEIROS, NÃO EXISTE"
JTM - Quando o projecto apareceu era um projecto menos ambicioso ou que foi galgando, foi tornando-se forte com o tempo?...

JAP - Eu estou convencido que no espírito dele a Fundação talvez não tivesse a dimensão que ela tem hoje!... Eu pergunto a mim próprio se porventura me tivessem perguntado quando a Fundação foi constituída, se ele teria o desenvolvimento e a dimensão que hoje tem, eu diria que não.
Os fundos.... Naturalmente, que, à primeira vista, com estas despesas todas, faz-nos criar aquela dúvida ou pelo menos a interrogação: será que os fundos darão para que a Fundação possa viver muitos anos?... Ou eles terão seu limite?

Uma das minhas preocupações foi precisamente assegurar a continuidade, digamos assim, a perenidade da própria Fundação... Esse risco de a Fundação acabar em consequência de uma carência de meios financeiros não existe.

JTM - Portanto, é questão que não se põe no seu espírito!.. Esse risco não existe!...

JAP – Porque a Fundação está bem assegurada!... A Fundação tem realmente um património que garante a sua sobrevivência...
JTM . Para muito!... Muito tempo!...
JAP - Por muito tempo...nunca se sabe... Nada é eterno!... E sobretudo nós não podemos prever como evoluem os investimento que ele tem... A sua fortuna...Como evoluem esses investimentos.. Onde é que as coisas em que ele investiu podem realmente ser produtivas ou deixar de ser produtivas... ou extinguirem-se mesmo.. É um contingente na vida moderna, que nós não podemos ter a certeza de sobreviver física e economicamente...

JTM - O importante é sublinhar o que se fez!...que foi imenso! Que foi bastante...em vários domínios: na cultura, na ciência, na saúde e noutros sectores de actividade. E, Portugal, teria naturalmente enfrentado algumas dificuldades se não fosse o apoio da Fundação?

JAP - É evidente que a Fundação da Gulbenkian tem ajudado a resolver alguns problemas da vida nacional... Mas, se a Fundação não existisse, os governos encontrariam outros meios para resolver essas dificuldades... É claro que a Fundação Gulbenkian tem feito muito... Mas, não quer dizer que, se a Fundação não existisse, não encontrasse para os mesmos problemas, soluções, talvez até soluções melhores

(Foto do autor deste blogue e da entrevista)
(.....)
Nunca pensei em que a Fundação Gulbenkian se substituísse ao Governo, nem se imiscuísse na governação pública. A Fundação Gulbenkian tem tido sempre uma independência total do Governo, uma independência colaborante, mas nunca uma dependência.

Nota - Esta entrevista não pode ser reproduzida, em parte ou integralmente, sem o consentimento do seu autor.

Na mesma entrevista (igualmente gravada) foram ainda colocadas questões sobre o apoios da Fundação aos novos países de expressão portuguesa e as comemorações dos descobrimentos, entre outros temas. Em of contou-me que a Fundação Gulbenkian chegara a emprestar dinheiro ao governo de Oliveira Salazar - para evitar a banca rota.

DEPOIS DA SUA MORTE TUDO MUDOU ... E PARA PIOR - DANTES HAVIA MAIS CRIATIVOS E ARTISTAS - VIAM-SE SAIR E ENTRAR, PELAS PORTAS DA FUNDAÇÃO GULBENKIAN, MÚSICOS EBAILARINOS, QUASE DE MÃOS DADAS: AGORA VÊM-SE MAIS CARROS ESTACIONADOS DE EXECUTIVOS E EXECUTIVAS

Extinguiram a Companhia de Ballet (Fundação Gulbenkian extingue Ballete venderam uma das maravilhas da Fundação Gulbenkian, em Paris - Autênticos crimes Lesa-Património, Lesa-Humanidade



VENDERAM O PALACETE, QUE FOI A RESIDÊNCIA DE CALOUSTE GULBENKIAN - ESTIVERAM-SE NAS TINTAS EM PRESERVAR A SUA MEMÓRIA -Paris -Centre Culturel Calouste Gulbenkian - Imagem WEB.

- Argumentam os coveiros do Ballet Gulbenkian que a venda do histórico imóvel, serviu para cobrir a abertura de instalações mais modernas e ao lado de outras do mesmo género, mas onde a concorrência é bem maior e cujo local jamais poderá superar a importância da mais bela obra arquitectónica, situada no 51 Avenue d'Iéna 75116 Paris, France coração do histórico Paris, onde desde há quase meio século, esteve instalado o Centro Cultural da Fundação Gulbenkian - Agora, que fizeram a negociata, e cometeram a suprema barbaridade, andam por lá, pelas ditas novas instalações, armados em velhas e azougadas carpideiras, com badaladas exposições em “Memória do sítio

Se, José Azeredo Perdigão, por um eventual ou hipotético milagre divino ressuscitasse do jazigo onde repousam os seus restos mortais e visse o que resta da herança que legou, a mesma que, com tão inexcedível zelo, carinho e dedicação teve a seu cuidado, assumindo dignamente a Presidência do Conselho de Administração, cargo com o qual soube sempre honrar o nome, o espírito humanista e visionário do seu fundador, Calouste Gulbenkian , estou certo que, por tão desiludido, por tão profundamente decepcionado, perderia imediatamente os sentidos e, regressado à plena consciência, depressa desejaria voltar ao reino dos mortos, à tranquilidade dos que morrem mas cuja memória jamais se apagará na vida dos que estão acima da mediana e trivial mentalidade material, hipócrita e egoísta.

.. - OXALÁ NÃO ACONTEÇA AO Coro e Orquestra Gulbenkian O QUE FIZERAM AO BALLET
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 Poderá ler na integra e entrevista em

AZEREDO PERDIGÃO, O QUE ME REVELOU –TRAÍRAM MEMÓRIA CALOUSTE GULBENKIAN E DO HOMEM QUE ILUMINOU 37 ANOS A FUNDAÇÃO – BALLET VENDIDO E PALACETE EM PARIS, EXTINTO


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