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Morreu um poeta mas não a sua palavra -
António Ramos Rosa
Luís de Raziel - Recordamo-lo, ontem, no primeiro dia de Outono, num local que nos é muito querido - véspera da sua morte - com a leitura de dois dos seus belos poemas. Muito perto onde se situa a Pedra dos Poetas, onde também já o havíamos homenageado - Aqui fica pois o registo da Festa do Silêncio - poema lido por José António Maurício Lebreiro - Que, por certo, jamais esquecer ´esse luminoso momento - Mas também do autor destas linhas, de quem com ele teve o grato prazer de conviver - Sim, a nossa singela homenagem, quase premonitória de quem estava em vias de deixar o Outono da vida e partir rumo à eternidade da Luz - Sentimo-nos triste e já com um misto de saudade pela sua partida mas ao mesmo tempo a certeza e a consolação de que o teremos sempre presente nos seus lindos versos. A Agripina Costa Marques, sua amiga e companheira de todas as horas, um abraço fraterno do nosso sincero pesar.
Morreu esta segunda-feira em Lisboa, aos 88 anos, o poeta e ensaísta António Ramos Rosa, um dos nomes cimeiros da literatura portuguesa contemporânea, autor de quase uma centena de títulos - António Ramos Rosa (1924-2013), uma vida dedicada à poesia
Vive-se Quando se Vive a Substância Intacta
OUTRAS POSTAGENS DEDICADAS AO POETA
Vive-se Quando se Vive a Substância Intacta
Vive-se
quando se vive a substância intacta
em estar a ser sua ardente harmonia
que se expande em clara atmosfera
leve e sem delírio ou talvez delirando
no vértice da frescura onde a imagem treme
um pouco na visão intensa e fluída
E tudo o que se vê é a ondeação
da transparência até aos confins do planeta
E há um momento em que o pensamento repousa
numa sílaba de ouro É a hora leve
do verão a sua correnteza
azul Há um paladar nas veias
e uma lisura de estar nas espáduas do dia
Que respiração tão alta da brisa fluvial!
Afluem energias de uma violência suave
Minúcias musicais sobre um fundo de brancura
A certeza de estar na fluidez animal
António Ramos Rosa, in "Poemas Inéditos"
em estar a ser sua ardente harmonia
que se expande em clara atmosfera
leve e sem delírio ou talvez delirando
no vértice da frescura onde a imagem treme
um pouco na visão intensa e fluída
E tudo o que se vê é a ondeação
da transparência até aos confins do planeta
E há um momento em que o pensamento repousa
numa sílaba de ouro É a hora leve
do verão a sua correnteza
azul Há um paladar nas veias
e uma lisura de estar nas espáduas do dia
Que respiração tão alta da brisa fluvial!
Afluem energias de uma violência suave
Minúcias musicais sobre um fundo de brancura
A certeza de estar na fluidez animal
António Ramos Rosa, in "Poemas Inéditos"
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