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terça-feira, 1 de janeiro de 2019

SALVE 2019 - PAZ NA TERRA E ÀS ALMAS DE BOA VONTADE - EVOCANDO O AUTOR DO "ESPAÇO INVISÍVEL" ESTRELA POLAR "PARA SEMPRE" - DO ESCRITOR VERGÍLIO FERREIRA - MEU BOM AMIGO QUE PASSOU PARA O LADO DA ETERNIDADE

FELIZ ANO NOVO 2019– CÓSMICAS BÊNÇÃOS À FRATERNIDADE UNIVERSAL 



QUE O NOVO ANO 2018 – SEJA DE CÓSMICAS BÊNÇÃOS FRATERNAS. DE AMOR E DE PAZ  UNIVERSAL - A Todos Vós Amigos e Amigas, Irmãos e Irmãs da Mesma Fraternidade Universal, que o Divino Foco Vos Ilumine e Vos Transmita as Suas Bênçãos Cósmicas Em Nome da Sagrada Irmandade da Luz 

Em todas as Eras tem havido mulheres e homens, cujas almas têm sido profundamente tocadas pela Natureza, pessoas para as quais as Estrelas falam do seu gracioso silêncio, para as quais a Lua não é só um corpo celeste, para as quais as plantas e os densos bosques, são como as catedrais da alma. Pessoas que amam e respeitam a Natureza, tirando partido dela sem a destruir, pessoas que acreditam que homens e mulheres, têm os mesmos direitos e se respeitam. Estes são os Pagãos

“VENHO  LEMBRAR-VOS DA NOSSA ORIGEM CÓSMICA
ACREDITAR QUE SOMOS PEÇAS FUNDAMENTAIS
ACTUANDO NA TRANSFORMAÇÃO PLANETÁRIA
IRRADIANDO A DIVINA LUZ  E ESPALHANDO
AS SEMENTES DO AMOR E DA  PAZ”     




 “Se quereis mudar o mundo, primeiro tentai melhorar  e mudar algo interior de vós mesmos. Isso ajudará mudar a vossa família. E daí passará para o que vos rodeia. Tudo o que fazemos tem algum efeito, algum impacto. In “O Caminho Para A Serenidade – Dalai  Lama

Sejamos crentes ou agnósticos, acreditemos em Deus ou no Karma, a ética moral é um código a qualquer  pessoa pode obedecer. Precisamos de qualidades humanas, como os escrúpulos, a compaixão e a humildade. Devido à nossa fragilidade e fraqueza humanas inatas, estas qualidades só são acessíveis através de um grande desenvolvimento individual, num meio social propício, de modo a que se possa criar um mundo mais humano”– In “O Caminho Para A Serenidade – Dalai  Lama

A luz, o mar, o vento. E as flores, os animais, a vida inteira. Não te apetece gritar? Explorar tudo isso num grito? Num excesso de excesso” – In Pensar – Vergílio Ferreira

“Não é nada, é um novo dia que começa. O Sol ergue-se pela éssima vez. Há luz no ar. Os pinheiros inundam-se dela, acenam-se na aragem a uma voz que vem de longe. Um cão ladra excitado à alegria da vida, há sinais longínquos do trabalho dos homens. Reconheço-me eu vivo também e recolho em mim o universo inteiro. Tudo se recompõe na vida que se suspendeu, as flores voltam a ter razão de ser luz. E há por cima um céu azul. Não é nada. É um  novo dia que começa  - In Pensar – Vergílio Ferreira




VERGILIO FERREIRA - RECORDANDO UM GRANDE ESCRITOR E UM GRANDE AMIGO, QUE VÁRIAS VEZES ME  DEU A HONRA E O PRAZER DE ME RECEBER EM SUA CASA 
Tomo a liberdade transcrever um dos textos do livro CONTA CORRENTE 4 – ALUSIVO A 1982-83

31 Dezembro 1982 – Sexta-feira  - Hoje é o último dia do ano e há que vir aqui portanto assinar o ponto. Só mesmo por isso venho. Porque de facto, que tenho eu a dizer? Olho atrás o ano que passou e é como se já tivesse passado antes de passar:
Tudo corre rapidamente sem uma pausa que se demore. ~ense1 e penso que isso se deve à compressão do tempo pela idade; porque só quando se é jóvem o tempo dura o tempo que e ou às vezes mais. Na velhice o tempo reduz-se, porque antecipadamente sabemos que nada há nele que passar. Pensei e penso isso, mas não é essa a razão bastante. Vive-se hoje no provisório, o instante vive o passado e , o futuro, sem se intensificar a si na dimensão da eternidade. E assim espantoso 0 gasto enorme que de tudo fazemos para imediatamente o deitar fora. A sociedade de consumo não se fixou apenas no desbarato da frivolidade exterior, mas contaminou a nossa vivência interior. É fabuloso assim a quantidade de coisas que exaltamos até ao delírio para logo as esquecermos. Livros, filmes, e naturalmente os acontecimentos políticos, tudo desaparece na grande voragem diária. Perguntava-me em tempos o que é a cultura. E respondia o que ainda hoje penso e é que a cultura é a capacidade de diálogo com o tempo que nos coube. Mas que diálogo é hoje possível? Quando acabamos de formular uma questão já o motivo questionai é outro. A cultura exigia sempre a demora bastante para a nossa questionação e o nosso entendimento das coisas. A cultura fez-se sempre de uma osmose ou interpenetração de nós e do Mundo e uma conclusão que se conseguisse ia dando para uma vida. Hoje não dá para um dia. Extraordinário é assim o que se passa na arte com as suas experiências, retornos, combinações possíveis até ao delírio, desvarios até ao absurdo e à hipocrisia. Mas a arte não é culpada porque a culpa está em nós que a não temos, porque a tem o espírito desorientado que nos orienta. De tudo, porém, o mais fascinante e terrível é não vermos ou sequer imaginarmos que pausa nos pode esperar no futuro para que em nós se sedimente a agitação que nos convulsiona. O desconcertante é não vermos como ser isso possível na balbúrdia mundial e só a imaginarmos como um desastre generalizado e o retorno subsequente a um novo começo. Que começo? Como salvar-se ainda o suficiente humano para cm homem, nos reinventarmos? O mundo de hoje é uma grande feira  de loucura com gritos  horríssonos e dispersos  que entrelaçam  a gritaria onde vossa voz profunda se não ouve. Instantânea, provisória, superficial e desorientada é a sorte que nos coube.

Hoje acaba mais um ano, um novo ano vai começar. E só o que me apetece dizer e que não sei que dizer nem pensar. Já não falo da política por uma regra de higiene. Mas ela também não é culpada, porque sem os homens que a fazem, outros a fariam plausível. Ela é, todavia, o mais repulsivo do que repelimos, porque mais visível e imediata e tangível ao que em nós toca o circunstante. Houvesse ao menos por detrás ou por dentro disso tudo o que regrável e compreensível e alto nos sublimasse e redimisse. Não há. Há só a confusão e o desvairamento, as explosões súbitas de gritos que logo se apagam e esquecem. Cultura do esquecer, do sucessivo e casual, do berro que tenta afirmar-se até à rouquidão e o silêncio subsequente. da ausência da memória que tem sido a mãe das artes e afinal da própria cultura. Calo-me eu também no esgotamento de o dizer. Hoje é último dia do ano. Mas podia ser o primeiro, que é amanhã ou o segundo, que é depois. Porque todos os dias são ultimas no silêncio que vem logo atrás.



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