POSTAGEM EDITADA SOB O PSEUDÓNIMO DE LUÍS DE RAZIEL EM
12 DE NOVEMBRO DE 2008 http://www.vida-e-tempos.com/2008/11/como-antevi-morte-de-miklos-feher.html
Miklos Fehér, caiu no relvado para sempre no dia 25 de Janeiro de 2004 e com apenas 24 anos, jogou a sua última partida contra o Vitória de Guimarães -
Dias antes eu tive essa estranha visão. Já tenho tido outras visões mas era preferível que as não tivesse: se são boas, tudo bem; até fico contente. Contudo, quando são prenunciadoras de maus agoiros, fico triste no momento em que se confirmam. Em face disso, gostaria até que o meu cérebro me deixasse descansado e se alheasse de tais coisas – Sobretudo quando antevê acontecimentos trágicos – Mas tais percepções ultrapassam o meu querer e são inesperadas. Não se podem encomendar nem controlar. Algumas, inclusivamente, com visões que vão ocorrer a milhares de quilómetros de distância. Como foi, por exemplo, o caso do Tsunami:
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(imagem da Net)


Excerto do poema (carta) que não chegou a ser enviado,
a Luís Filipe Vieira, pronunciando a trágica partida
do malogrado Micklos Fhér
Lisboa, 21 de Janeiro de 2004
Exmo.Senhor
Luís Filipe Viera
Presidente do Sport Lisboa e Benfica
Assunto: Reflexão
Ressurge o rumor. O dia repete o seu giro
e a ditosa natureza parece querer de um longo torpor despertar.
Aparentemente volve a bonança e os ventos da tempestade se acalmam.
Falsa ilusão: pois ainda ouço no fundo do nebuloso vale
o dissonante troar do trovão – E, volvendo o olhar,
mais ao longe, ao largo, em direcção à erma montanha,
claramente descubro o abominável raio fulminando
os mais altos píncaros da inóspita extensão,
os turvos céus sacudindo,
ferindo de morte
o infecundo mundo...
Sim, ó desmedida ambição humana!
Tu que és tão frágil e temporal e que, ao baixares á tumba,
ao reino dos sepulcros,
se és só poeira e lama,
como poderás sonhar tão alto
através de tão descampado ermo?!..
- Sabendo que o tempo de vida,
aquele que os astros vos concedem e vos resta,
Tu, espírito imanente, simples mortal,
Incorporando o Espírito do Grande Mestre,
Príncipe da Gloriosa Luz que, em ridente alvorecer,
Em cada madrugada, se abre em esplendoroso sorriso ,
venho, pois, humildemente comunicar-vos,
para meu pesar, visão funesta,
quão fatal poderá ser para o Benfica,
Luís de Raziel. - A restante mensagem foi remetida para arquivo, neste site, podendo ser visível, com a mesma data, quando eu assim o entender .Parte da qual tem a ver com a interpretação da Maldição lançada pelo técnico Béla Guttmann, em 1962,
Três dias antes, na Quarta-feira, a meio da tarde, e sem que encontrasse alguma explicação lógica, suspendi o texto que estava a escrever no computador e pus-me a fazer uns versos sobre o Benfica. Mas porquê?!.. .. Estranhei a tentação mas não desisti. Mostrei-os horas depois, em minha casa, ao estudante de arquitectura, João Mendinho, ao fim dessa mesma tarde, que me havia convidado para ir jantar com ele; porém, não querendo interromper a dita inspiração, e não podendo aceitar o seu convite, acabaria por ser eu a sugeri-lhe que viesse a minha casa jantar comigo..
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Pintura do meu amigo Victor Mesquita, a M.Féher |
Miklos Fehér nasceu a 20 de Julho de 1979 e foi atacante da selecção nacional húngara. Começou por jogar num clube da sua cidade natal, o Gyõri ETO FC, tendo sido o Benfica o ponto alto da sua carreira. Era irmão da apresentadora e modelo Orsi Silva Fehér.
A carreira de Fehér começou no Győri ETO, tendo representado em Portugal o FC Porto, o Salgueiros e o Sporting Braga, antes de se mudar para o Benfica. Fez a sua estreia na seleção em Outubro de 1998 contra o Azerbaijão, tendo marcado sete golos em 25 partidas. Fehér faleceu durante uma partida em que o Benfica enfrentava o Vitória de Guimarães em Guimarães para o Campeonato Português, em 25 de Janeiro de 2004
Já tenho tido outras visões mas era preferível que as não tivesse: se são boas, tudo bem; até fico contente. Contudo, quando são prenunciadoras de maus agoiros, fico triste no momento em que se confirmam. Em face disso, gostaria até que o meu cérebro me deixasse descansado e se alheasse de tais coisas – Sobretudo quando antevê acontecimentos trágicos – Mas tais percepções ultrapassam o meu querer e são inesperadas. Não se podem encomendar nem controlar. Algumas, inclusivamente, com visões que vão ocorrer a milhares de quilómetros de distância. Como foi, por exemplo, o caso do Tsunami:
Dois dias antes dessa tragédia acontecer tive um sonho horrível e acordei em sobressalto. Tinha acabado de ver milhares de corpos a boiarem em praias tropicais e ao longo de uma imensa costa bordejada por coqueiros e vegetação luxuriante, empurrados por enormíssimas vagas!... Contei o pesadelo ao Sr. Viegas, dono do café onde costumava dirigir-me pela manhã - ali para os lados do Mercado de Arróios. Hoje é um restaurante indiano – Era meu hábito ter com ele alguns desabafos desse género - Eis as minhas primeiras palavras, depois de o ter cumprimentado: “Sr. Viegas vão morrer muitas pessoas numa praia! ” – “E onde é?!...” – pergunta-me ele com ar espantado – “Muito longe daqui, esteja tranquilo”. De tarde exprimi o mesmo desabafo ao António e ao Mário, no Laboratório Fotográfico, Fotozigno, onde costumo fazer os meus trabalhos de fotografia. A mesma pergunta e idêntica resposta. -
Iniciei-me em criança num dos cultos nocturnos à Deusa Vénus - que era feito de noite, que me marcou para o resto da minha vida - E que me terá ajudado bastante a enfrentar as maiores adversidades no alto mar - http://www.odisseiasnosmares.com/2012/10/no-mar-nunca-se-podem-fazer-calculos.html
“Deus condenou o Homem à sepultura diária do sonos para lhe recordar uma verdade salutar e fundamental: que não há diferença substancial entre a vida e a morte”
“Os homens continuam vivos: foi esta a grande descoberta dos homens primitivos . Os vivos estão mortos: é esta a a moderna descoberta da filosofia existencial “
“Cristo foi condenado à morte logo que nasceu (massacre de Belém), para simbolizar a suprema e derradeira finalidade da Sua Vinda: ser morto. Entre estas duas condenações ( a de Herodes e de Caifás) toma significado e consistência “a vida de Jesus”.
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Minhas queridas irmãs das sabedorias ancestrais |
Bom, mas o episódio que eu aqui desejo recordar é o que se relaciona com o dos tais versos premonitórios: -
De facto, ao ser levado a escrevê-los, a visão que então claramente se me colocava na mente e nos meus olhos era uma espécie de funesta tempestade que me parecia iminente e prestes a desabar sobre a equipa do Benfica.... . Via-a como que ameaçada por um violento temporal!... Em que, um dos seus jogadores, ia ser fulminado por um relâmpago!!
Julgo que o essencial da minha mensagem poética está implícito nos meus primeiros versos ( nos que atrás transcrevi). Pois, nos versos imediatamente a seguir, passei a concentrar-me mais na figura do Presidente do Benfica e com a interpretação da Maldição lançada pelo técnico Béla Guttmann, em 1962
O treinador húngaro Béla Guttmann. com o qual o Benfica conquistaria os dois títulos de campeão nacional em 1959/60 e 1960/61, e, pela primeira vez na sua História, duas Taças dos Campeões Europeus Que, pelos vistos, tanto deu ao Benfica de promissor, como de agouro - Mas também a ele - porque, depois dessas gloriosas conquistas, também ele nunca mais foi o mesmo... Emproado pela fama, exige mais dinheiro, o Benfica não podendo satisfazer as suas exigências, deixa inopinadamente o clube da luz, após o jogo com o Real Madrid, com a famosa maldição: "Nos próximos 100 anos, o Benfica não voltará a ser campeão europeu". - La maldición de Bela Guttman- Mas, pelo que se depreende, também ele acabaria por ser contagiado e vitima da sua má língua...Nunca mais conheceu o sabor das mesmas vitórias.
Vejo futebol de vez em quando na televisão e aprecio um bom jogo - seja quais forem as equipas em confronto.

Quando as nossas equipas - sejam elas quais forem, jogam com equipas estrangeiras, também fico muito feliz se saem vencedores. Por isso, não nutro qualquer tipo de ódio ou de ressentimento para com o Presidente deste grande Clube.
No entanto, a visão que me surgia, com estranha clareza aos meus olhos, que me causava viva emoção, não lhe era favorável nem a ele nem ao seu clube. Pois percepcionava-me de que ia acontecer algo de muito grave!…Mais próximo da morte de que de uma simples lesão.
Daí o ter aludido nos meus versos à desmedida ambição humana e à sua fugaz efemeridade - Mas também já tenho enviado muitas mensagens sob pseudónimo a outras personalidade que muito admiro
Daí o ter aludido nos meus versos à desmedida ambição humana e à sua fugaz efemeridade - Mas também já tenho enviado muitas mensagens sob pseudónimo a outras personalidade que muito admiro
Curiosamente, estive presente na noite da consagração da vitória de Luís Filipe Vieira. Fiz algumas fotografias - E aquela que mais gostei de registar e cuja imagem (no meu pensamento)ainda hoje revejo com a mesma nitidez de então é a de Fialho Gouveia. Ele estava muito feliz, muito feliz! - Ele era um fervoroso Benfiquista - .. E não tive dúvidas que, se os sócios do SLB votaram em LFV e o aplaudiram tão efusivamente é porque gostavam dele e acreditavam no seu projecto. Ele não é nenhum iluminado mas sabe persuadir: sabe usar a linguagem que os Benfiquistas gostam de ouvi
Conheci pessoalmente, Fernando Martins. Ele dirigia o Clube e a equipa com mãos de mestre! Como um autêntico construtor de campeões, um artesão imbuído de grande génio e imaginação.
Era generoso, tinha boas relações com os treinadores, jogadores, membros da direcção e a massa associativa. E até conseguia sensibilizar os árbitros se fosse necessário - Ouvi-lhe de viva voz episódios do arco da velha!... - sobretudo de alguns jogos com equipas estrangeiras. Claro que isso é já passado - Fez parte do jogo
….Falei algumas vezes com ele. E, numa ocasião, até fui uma das poucas pessoas que estiveram presentes num almoço que ofereceu no Hotel Altis, a Otto Glória. Isto aconteceu, julgo que no ano da sua morte. Foi um convívio muito agradável.


Residia, nessa altura, em casa de uma família portuguesa. Pois o filho, o Francisco, andava comigo na tropa: era furriel miliciano como eu. Compartilhávamos o mesmo quarto. - um bonito espaço, que se situava próximo do Mercado Municipal. Mas ele, na tarde desse domingo, estava fora de casa. Porém, ao regressar, vendo-me sentado sobre a cama e a chorar, perguntou-me: “O que é que tens, Jorge?!…” - Eu respondi-lhe: “a minha mãe morreu!…” E, mal pronunciei estas palavras, volto a cair em mim em lágrimas.... “Mas quem te disse?!…” - insiste ele. E eu digo-lhe: “Ninguém me disse nada!….. Mas eu sei que a minha mãe morreu porque eu vi o funeral dela!… Vi tudo como se estivesse acompanhá-la ao cemitério...”

Ele mostra-se surpreendido com o que eu lhe acabo de revelar, pois já trazia consigo um telegrama onde me ia ser dada a notícia. No entanto, mesmo assim, ainda procurou contornar o seu conteúdo, tendo acrescentado, ao mesmo tempo que se aproximava de mim - já pronto para me dar um abraço e me confortar: “Olha, Jorge: de facto, a tua mãe está muito mal, está muito doente e eu até trago aqui um telegrama para te informar da gravidade da saúde dela!… Mas eu vi logo que eram apenas palavras amigas de conforto e retorqui: Obrigado, Francisco! Obrigado pelo teu cuidado mas esse telegrama só pode dizer que a minha morreu! - E era verdade. A minha mãe que fazia agora anos no dia de São Martinho, faleceu aos 50 anos, num Sábado e foi a enterrar, justamente naquele domingo, para mim tão triste - Mesmo antes de me ser dada a notícia.

Mas, já agora que falei do Benfica, posso citar a carta que mandei a Vale e Azevedo, uns dias antes da disputa com Manuel Vilarinho, em que - para seu bem e do Benfica - o aconselhava a mudar de vida; a retomar a sua profissão de Advogado. Também guardo ainda comigo a carta e a expressiva fotomontagem que lhe enviei - Deitado numa cama, enfermo, incorporando a figura do diabo e rodeado de pequenos diabos. Não digo que ele seja um deles – não é, obviamente – mas foi a forma como interpretei alegoricamente os meus sentimentos. http://www.vida-e-tempos.com/2008/11/carta-recomendacao-vale-e-azevedo-o.html
A MINHA HOMENAGEM A LUIS PIÇARRA - UM GRANDE AMIGO, COM QUEM TIVE O PRAZER DE FALAR VARIAS VEZES - TENHO LIVRO ASSINADO DAS SUAS MEMÓRIAS E FIZ-LHE, NESSA OCASIÃO, VÁRIAS FOTOGRAFIAS - FOI NA FEIRA DO LIVRO, NO PARQUE EDUARDO VII. QUANDO AS DIGITALIZAR, ESPERO AQUI EDITAR UMA DELAS
De: luis de raziel raziel
Para: sec.geral@slbenfica.pt
Para: sec.geral@slbenfica.pt
Ao Presidente do Benfica
Sr. Luís Filipe Vieira:
Tomei a liberdade de lhe enviar esta minha humilde mensagem
que faço acompanhar de algumas imagens
e o excerto de um poema ( que vai no anexo) e que estive para lho enviar uns dias antes da morte do malogrado jogador benfiquista Miklos Feher.
Embora o mostrasse a pessoa amiga, achei que não lho devia enviar naquela altura. - Excerto
Cordiais Saudações
Luís de Raziel
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