Vinde e Sede Bem-vindos! – à Celebração do Solstício do Verão 2016 – a 20 de Junho - no Monte dos Tambores – Aldeia de Chãs, Foz Côa – Evocando o passado longínquo, unindo-o à música, à literatura e à poesia da atualidade – Ao Pôr-do-Sol do Dia Maior do Ano, com os sons dos gaiteiros de Mogadouro e a palavra do escritor Moita Flores, autor de O Dia Dos Milagres.

“Estavam à entrada  do Templo do Senhor, entre o pórtico e o altar, cerca de 25 homens de costas para o Templo do Senhor, com os rostos para o oriente; eles adoravam o sol virados para oriente” Ezequiel 8.16

O solstício de verão de 2016 ocorre a 20 de Junho, mais precisamente às 22h34 em Portugal. - Momento astronómico que marcará oficialmente o início da estação mais desejada do ano  - Vai ser assinalado, ao fim da tarde, no Monte dos Tambores. Templos do Sol, já conhecido pelo Stonhenge Português

As cerimónias evocativas têm inicio às  18 horas, com o cortejo evocativo, que parte do adro da igreja, às 18.30, até aos Templos do Sol, no Maciço dos Tambores e termina às 20.45, junto ao altar solsticial, no momento em que o sol fica alinhado com o enorme bloco de forma esférica

Às 20.45,  os participantes na acção poderão  testemunhar a "passagem dos raios solares sobre o eixo da Pedra do Solstício,  onde serão repetidos gestos, cânticos e orações ás forças da Natureza, ato esse que  evocará sacrifícios e rituais celtas, num momento carregado de significado místico e histórico – Porventura, com   o mesmo sentimento de contemplação e de recolhimento, tal como já terá  ocorrido há milénios, durante os rituais dos antigos povos, que se abrigavam nos penhascos e faziam daquele monumento megalítico, o seu calendário solar e local de culto. 


Jorge Trabulo Mqrques - Coordenador - Este evento conta com os apoios da Câmara Municipal de Vila Nova de Foz Côa, da Junta de freguesia de Chãs, deste concelho, da Associaçao Foz Côa Friends e da Quinta Calcaterra  - No final das celebrações, haverá um arraial integrado nas festas dos santos populares, com os comes e bebes tradicionais

Video registado na véspera do solstício do Verão

Vinde, e sede bem-vindos às portas hospitaleiras da minha aldeia,

à amplidão dos grandes espaços,  aos silenciosos caminhos e atalhos,

trilhos milenares, que vos hão-de  levar  ao reino misterioso

das Quebradas e dos tambores, vasto planalto sulcado

por cerros morros, semeado por negros penedos,

rasgado por rudes penhascos,

ladeado por muralhas de ladeiras escalvadas,

denegridos flancos muito agrestes, muito abruptos,

coroados por esfíngicos bustos, desnudadas fragas,

hercúleos titãs, figuras míticas e trágicas,

há muito divinizadas por  homens de outrora

e pelos olhares sagrados dos seus deuses

que, em rituais bárbaros, os adoravam e invocavam!

Vinde ver esses calmos e míticos  lugares,

esculpidos por estranhos perfis, que ora surgem isolados

ora se amontoam, mesmo nas superfícies planas, não escarpadas

e que, desde o princípio das eras, desde os recuados tempos

em que foram habitados, ainda conservam intacta a sua divina pureza,

ainda hoje, guardam mil segredos, encerram mil mistérios!

Tal como diz o imortal poeta, o iluminado!

Vinde comparar os altares erguidos por nossas  mãos 

com os sagrados lugares da Natureza, que,

unindo a Terra  aos Céus,                                                     

não limitam, nem os nossos passos, 

nem cerceiam a nossa imaginação,

na infindável procura de se encontrarem

os verdadeiros laços que nos unem a Deus,

em uníssono diálogo e profundo canto interior,

com a Criação, a Sua Vontade Suprema,

as suas maravilhas e os seus prodígios!

 “Não foi sem razão que os antigos Persas  edificaram

  as aras nos mais elevados lugares, no cume

   das montanhas que contemplam a terra, e assim escolhem

   um templo verdadeiro e sem muros, onde encontram

   o Espírito para quem tão pequeno é o valor dos santuários

   erguidos pelas nossas mãos. Vinde então comparar

    colunas e altares de ídolos, góticos ou gregos,

    com os lugares sagrados da Natureza, a terra e o ar,

    e não vos confineis a templos que limitam as vossas preces.”

                                                                                  Byron

Vídeo registado na véspera do eq