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terça-feira, 21 de junho de 2016

Solstício do Verão - Celebrado nos Templos do Sol e já com a lua-cheia erguida a ocidente – Ao som do Grupo Lua-Nova Gaiteiros de Mogadouro - Francisco Moita Flores, convidado de honra, falou do seu livro “O Dia dos Milagres”, que evoca o dia em que Portugal recuperou a soberania e a afirmação desta imensa Pátria, que é língua Portuguesa! - E talvez não haja sítio melhor para falar do Milagre da Língua que não seja este local onde estamos!... Porque aqui está a memória mais profunda daquilo que é a civilização na qual nós nos construímos como Povo! E nos afirmámos como país!”

Por Jorge Trabulo Marques -Jornalista - Coordenador do evento - E autor das descobertas 






Evocação de “ O Dia dos Milagres” Nos Templos do Sol – de Francisco Moita Flores – No dia Maior do Ano  - Imagens e sons inesquecíveis do dia mais longo do ano, que vale a pena recordar, ao som do Grupo Lua Nova-Gaiteiros de Mogadouro,  num dos lugares mais belos e místicos da Pré-História de Portugal, com a evocação das  mais antigas tradições, que caldearam as  raízes da lusitanidade  e, também  recordando a  história de há três séculos,  do  dia em que, Portugal, em 1 de Dezembro 1640, reconquistou a soberania, defendeu a sua língua e   preservou o  seu futuro, graças à valentia  de um punhado de corajosos heróis, momento épico, esse, que o escritor, Francisco Moita Flores, transpôs para uma espantosa obra literária,  a que deu o título de “O Dia dos Milagres.


Solstício do Verão 2016 - Celebrado nos Templos do Sol, com os sons mais genuínos do Portugal profundo e rural, pelo Grupo Lua Nova-Gaiteiros de Mogadouro - Em percursos e locais de memória e de cultos ancestrais - Em dia de lua-cheia, dupla coincidência astronómica, que só ocorre de 70 em 70 anos – Fenómeno festejado com momentos de poesia e de reflexões históricas de "O Dia dos Milagres” através da palavra atenta e sábia do escritor Francisco Moita Flores - Autor do livro que recorda o dia em que Portugal recuperou a soberania. Pois, se não tem havido a sublevação dos bravos de 1640, "a nossa língua era hoje uma língua regional, do tamanho do Catalão, do Galego ou do barço, – E,por esse facto, seguramente que “estávamos aqui a evocar o sol e o solstício, em castelhano"  - disse o escritor, que ainda haveria de ler um poema de António Botto e outro de sua autoria  

"E por isso, daí nasceu O Dia dos Milagres!  - E talvez não haja sítio melhor para falar do Milagre da Língua que não seja este local onde estamos!... Porque aqui está a memória mais profunda daquilo que é a civilização na qual nós nos construímos como Povo! E nos afirmámos como país!

CORTEJO CELTA - DO ADRO DA IGREJA AOS TEMPLOS DO SOL


Às cinco  e meia, tal como o previsto, chegavam, em dois carros,  os nossos amigos gaiteiros: vindos de cidades diferentes - de Castelo Branco e Coimbra, pelo que o ponto de reencontro foi mesmo no adro da igreja, que, pouco depois seria também o ponto de partida para uma arruada pela aldeia, com o intuito de lembrar ao povo que a tarde era a do primeiro dia  de Varão e que merecia ser festejada e onde os nossos mais longínquos antepassados o haviam feito, noutras eras.

De regresso ao adro, foram recebidos pela Presidente  da Junta de Freguesia, a  médica Maria Teresa Duarte Marques Baltazar, que, encontrando-se na cozinha, com um pequeno grupo de voluntárias, que confeccionavam alguns dos alimentos para a festa sanjoanina da noite, os convidou a  comerem e a tomarem alguma coisa, que, naturalmente, aceitaram, com muito gosto, sobretudo bebidas frescas,,  que vinham mesmo a preceito, depois do caloraço apanhado, aldeia acima e aldeia abaixo. Entretanto, também chega, o escritor Francisco Moita Flores, que igualmente se associa ao breve convívio. No adro, ainda havia pouca gente - além de alguns velhotes do Lar, por ali sentados. Mas, pouco depois, à seis e meia, hora prevista para o inicio do  cortejo evocativo, este lá se compôs com um simpático e caloroso grupo de "sacerdotes e sacerdotisas celtas", com as suas túnicas brancas  coroas de flores, a fazerem lembrar tempos idos  - Ou pelo menos  - com a alvura das suas vestes - a sentirem-se mais libertas do stress quotidiano do dia a dia 

PEDRA DA CABELEIRA DE Nª SRª - LOCAL DE CULTO E DE SACRIFÍCIOS  - E TAMBÉM POSTO DE OBSERVAÇÃO ASTRONÓMICO

     O gigantesco templo megalítico, conhecido pelo povo da aldeia por “Pedra da Cabeleira de Nossa Senhora”, tem aproximadamente  4,5 metros de altura, por 4, 5 de comprimento e 2,60 de largura. Ao centro e junto à sua base de apoio, é atravessado por uma câmara, que abre em arco, com 2,08 de largura, por 85 cm de altura, terminando com uma abertura um pouco mais baixa e larga. Fica situado próximo de um antigo castro, numa vasta área  de enormes afloramentos graníticos e de abundantes vestíguios pré-históricos, conhecido por “fragas dos Tambores”, nos arredores de Chãs.

     Observado de costas, a nascente, faz lembrar um enorme crânio humano. A fronte, pelo contrário, abrindo em forma de gigantesco leque a poente, e com a face completamente lisa e inclinada, parece ter sido talhada de alto a baixo por um só golpe.Atravessa-a uma galeria, de cerca de 4,5 m de extensão, semicircular, na cúpula da qual, num dos recantos, se encontra um nicho com uma pintura rupestre – Uma espécie de tosco emaranhado, negro, que tem dado origem a várias lendas, e talvez também ao nome pelo qual passou a ser baptizada e, porventura, a ser preservada.- Porém, para o Prof. Moisés Espírito Santo, a referida pintura rupestre, poderá estar associada ao feixe dos raios solares, que a atravessam.

A outra fraga, fica um pouco ao lado - e também não é  uma pedra vulgar. A sua orientação é ligeiramente diferente. Vista de  costas para poente, parece um enorme boné semi-pousado ou cabeça de réptil de olho aberto. Ma também fazendo lembrar um enorme ouvido, pelo que também é conhecida por Pedra da Audição, não apenas pela forma mas pela ressonância produzida no interior da sua caverna. Porém, o lado que está voltado  para Norte, uma boa parte do seu fundo, sai do lajedo que o sustenta, é oco, fica incrivelmente suspenso em  vazio, tomando a forma de uma gigantesca campânula. 

UM DOS  MAIORES ENIGMAS  OU, TALVEZ, MESMO,  UMA DAS MAIORES MARAVILHAS DO VALE DO COA

Templos solar e sacrificial - Registo de véspera  - Alinhado com os equinócios - Na mesma área

      Só quem esteja no local, e naqueles escassos momentos, em que os raios solares atravessam de extremo a extremo a sua câmara, poderá ter a plena consciência de estar perante a revelação de um fabuloso mistério, de um verdadeiro hino à Natureza! – à Terra, aos Céus, ao Cosmos! – a Deus!
     Pois bem, foi esta  a sensação que eu tive, quando, pela primeira  vez, em 20 de Setembro de 2002,  tive a oportunidade de assistir a tão deslumbrante fenómeno! E, creio, que  é justamente a  mesma emoção que sentirão  todas as pessoas que participam na celebração do Equinócio, ao contemplarem, com os seus próprios olhos, tão auspiciosa ascensão solar!  A pedra abre-se em Luz! Tudo se funde em múltiplos raios! Ante o olhar surpreendido e extasiado, tudo se eclipsa à volta e em torno de um único feixe de ouro, de prata e de brilho! - Em todo o caso, a pedra é já de sim um imponente monumento megálito  - Um majestoso altar, abrindo em forma de leque, a impressionar muito mais de que muitas igrejas ou catedrais.  

Adriano Vasco Rodrigues, um dos investigadores mais prestigiados da região, natural de Longróiva, freguesia limítrofe de Chãs, foi o primeiro investigador, desde a década de 50,  a debruçar-se sobre o estudo do santuário rupestre da Pedra da Cabeleira de Nª Srª, que classificou como local de culto ou de sacrifícios  “Stonehenge Português” – O mais importante Templo - templos do sol  

Na verdade, lugares  há que são um verdadeiro centro de emanações, de eflúvios, de espiritualidade, propensos ao deleite, ao esquecimento e à sublimação. Para bem da existência humana, o nosso planeta é contemplado com muitos desses privilegiados lugares, onde, dir-se-ia, até que as pedras falam, e através delas se pode escutar a voz de Deus! Nos dias de hoje, para muita gente, talvez já não seja fácil tal perceção, porém, no passado, quando os homens viviam em estreita ligação com a Natureza, de que dependia a sua própria sobrevivência, eles compreendiam o maravilhoso, e sabiam-no interpretar.

CERIMÓNIA  NO FRONTÍSPÍCIO DA PEDRA DA CABELEIRA - FRANCISCO MOITA FLORES, RENDIDO AO ENCANTO DESTE "NINHO DO PORTUGAL MAIS FUNDO"


Feita a leitura, por António Lourenço,  de algumas referências, do  livro O Dia dos Milagres, e também ao seu autor, foi a vez  de Francisco Moita Flores,  explicar a razão da escolha deste título - Fizemos a transcrição mas vale a pena ouvir na íntegra o vídeo, que aqui editamos. .  

Partilhe neste vídeo da alegria com que evocámos e celebrámos alguns dos significativos e maravilhosos momentos, não só alusivos ao nosso passado longínquo, como o de há de três séculos, quando ainda não éramos mais de 5 milhões de falantes da língua portuguesa e hoje somos a 5ª mais falada do Mundo. - Obviamente, graças à coragem, heroicidade. e sentido patriótico daquele punhado de sublevados

 (,..) A este ninho do Portugal mais fundo! Do Portugal mais belo! Que eu conheci de outros andares, quando investiguei a vida da D. Antónia Ferreira. E passei por estes campos: pela Meda, pro Foz Côa e pela Pesqueira, muito tempo.

E queria agradecer-vos ter vindo a este templo, à memória dos homens! Porque, aquilo  que mais importante nos identifica, não são os números, não são os prédios! Não são os automóveis, não são os sapatos de tens!... Aquilo que nos identifica, como gente, como pessoa e dá dimensão à nossa existência, é exatamente a nossa memória: a capacidade de não esquecer, ou, esquecendo, não deixar de recordar, de evocar e de rememorar aqueles que são os nossos antepassados e que deram identidade e conseguiram! E permitiram a nossa afirmação no mundo neste presente, que é ponte para o futuro.

O Dia dos Milagres, surge neste contexto: em 1640, nós não chegávamos a 5 milhões de falantes em Português, não éramos mais – mesmo contando alguns que falavam português, no Brasil - , não passaríamos de cinco milhões. Passados 300 anos, são 250 milhões de pessoas que falam em Português!  E só  falam 250 milhões de pessoas em português, foi porque houve o 1640! Porque, se não tem havido 1640 e a Restauração de Portugal, a nossa língua era do tamanho do Catalão, do tamanho do Galego  ou do barco, éramos uma língua regional, e, seguramente, estávamos aqui a evocar o sol e o solstício, em castelhano!
E foi afirmação de Portugal, sobre si própria, sobre a sua língua, que permite o crescimento espontâneo desta imensa Pátria, como lhe chamou Fernando Pessoa! Desta imensa Pátria, que é língua Portuguesa!

E foi graças a esse dia, a essa data, que se abriu as portas do Universo, as portas do Mundo, para que em todo o lugar, hoje, , em todos os fusos horários, em todos os lugares da Terra, hja alguém que  se cumprimente e fale em Português! Consiga dizer bom-dia! Boa-tarde! Até à manhã! Em português!  Pois fazemos parte dessa imensa família: que se aprendeu, que se reconheceu, que recorda, que  tem memória, falada em português!... Somos a 5ª língua mais falada do Mundo! Somos a 5ª língua mais falada do Hemisfério Sul! Passando à nossa frente, quatro países, um deles a Chima, mas a China. Multiplicam-se em coelhos!...

Deixámos de aprender a multiplicar-nos, estamos todos a envelhecer; se não fosse assim, éramos a 4ª língua maior do Mundo!...

E, portanto, o milagres é este: como é possível, que um Povo pequenino, este povo pobre – fomos sempre pobres, maltrapilhos, salteadores,  de Melgaço até Vila Real de Santo António,  consiga produzir o milagre, que outros países, com mais poder, com maior força, com maior sustentabilidade, não conseguiram produzir!

Devo-vos dizer que, a Srª Merkel e Alemanha, tem muito mais euro do que tem Portugal, mas no que respeita à língua, é muito mais pobre de que nós!
E, por isso, é este grande orgulho,  é esta grande alegria de fazer parte desta imensa pátria, porque eu decidi escrever sobre essa data histórica! Fundamental! O maior ativo que Portugal deu ao Mundo! A  maior dádiva, que Portugal deu ao Mundo, foi a sua língua! Não há outra data igual a esta! E foi lamentável que houvesse homens e mulheres, que a desprezaram! E que a desprezaram em nome de línguas de contabilidade! Outros em nome das suas próprias ideologias e convicções, mais tontas, que este dia não interessava à História de Portugal: é o dia mais importante, depois da fundação de Portugal! É dia em que nós abrimos as portas do Mundo a nossa língua! Ao falar em português ou amar em Português e ao chorar em Português!

Vocês não se esqueçam, que nós nos conhecemos através dos corpos e do falar: é pela fala eu nós aprendemos o sentido da maternidade: é a nossa mãe, a primeira que ouvimos. Com ela aprendemos as primeiras palavras, os primeiros gestos, os primeiros  sons, as primeiras  palavras que dizemos, quando somos bebés,    são ditas em português! Não é a escola que nos ensina a falar Português, é o ventre materno! É o ventre desta terra maior, que nos ensina  a falar em Português e a falar o português, como uma dádiva divina, que entregamos ao mundo!

E por isso, daí nasceu O Dia dos Milagres!  - E talvez não haja sítio melhor para falar do Milagre da Língua que não seja este local onde estamos!... Porque aqui está a memória mais profunda daquilo que é a civilização na qual nós nos construímos como Povo! E nos afirmámos como país!
E, por isso mesmo, é com uma emoção grande, que partilho convosco este momento  e fico profundamente  grato ao Trabulo e a vocês todos por me terem trazido a este lugar!
Bem-hajam por isso! Pelo amor que têm à vossa terra e a este lugar



Francisco Moita Flores, na Pedra dos Poetas,– diz um belo poema de sua autoria - 





Francisco Moita Flores - Diz  um poema de António Botto, intitulado "Homens que vens de Humanas Desventuras"  

COINCIDÊNCIA ASTRONÓMICA - CONTEMPLADA  COM  DEVOÇÃO E SIMPATIA 

Curiosa coincidência - No  dia mais longo do ano, o brilhante astro sideral   na sua plenitude máxima – Um privilégio de encanto e alegria para aqueles que se associaram à nossa celebração, a quem dirigimos um vez mais um grande e afetuoso abraço – Gente simpática, evoluída e amiga da Sacra Mãe-Natureza  e dos Templos que a divinizam e celebram - Tantas e tão intensas as emoções, que nos faltam as palavras para as descrever – Vieram dos concelhos limítrofes e de  vários pontos do país – De lisboa, veio expressamente o nosso Convidado de Honra, Francisco Moita Flores - 

Da região do Porto, vários peregrinos, alguns com laços a estas terras, nomeadamente a Almendra, gente amiga e amável,  que nos costuma brindar com a sua colaboração e a sua amável presença –  Meda e Foz Côa, Muxagata e Santa Comba, sempre muito bem representadas, especialmente pelos nossos amigos de Foz-Côa Friends  - Eles sabem em quem pensámos: -  Pedro Daniel, José Lebreiro, Adriano Ferreira e esposa,  Paulo Laurento e família, Mendes, o "ermita" dos Gamoais, pelo que, escusado seria, apontar aqui os seus nomes, senão apenas o renovar do nosso sincero agradecimento, o nosso Bem-Haja. - Naturalmente, que também extensivo ao Município, na pessoa do Sr. Eng. Gustavo Duarte, que nos deu o seu apoio para custear a vinda do simpático  grupo de gaiteiros de Mogadouro E também o nosso reconhecimento pela saborosa e variada ementa regional  da noite sanjoanina, oferecida pela junta de freguesia. – E, com certeza, às pessoas da nossa aldeia, que não quiseram deixar de se associar a uma festa, que também é sua -  Foram vários os rostos amigos, que se incorporaram no cortejo e a partilharem dos momentos de tão esplendorosa   beleza e alegria.  Outro  obrigado muito especial ao pastor José Júlio, por nos ter emprestado um borreguinho, que, mais de que representar os antigos sacrifícios, foi o mascote e o animador de pequenos e crescidotes



 Noite Sanjoanina no Solstício do Verão -  Febras, sardinha assada, bebidas  e muita alegria



Depois das celebrações do Solstício do Verão 2016, nos  Templos do Sol, a  Junta de Freguesia, ofereceu aos visitantes e residentes, no adro da igreja, frente ao edifício da autarquia, um excelente manjar de comes e bebes  - Desde a sardinha assada, febras grelhadas, caldo verde, arroz doce, cerveja, vinhos e refrigerantes – Uma gracinha que propiciou um caloroso e entusiástico convívio. 




Momentos de poesia de João de Deus e Manuel Daniel, ao som dos gaiteiros de Mogadouro, lidos por José Lebreiro e António Lourenço

IMPRENSA NACIONAL - MAIS VOLTADA  PARA A TRADICIONAL ROMARIA DE LONDRINA - STONEHENGE  - 

Ontem, dia 20, primeiro dia do Verão,  o antigo cromeleque  de Stonehenge,  localizado na planície de Salisbury, no condado de Wiltshire, próximo a Londres, na Inglaterra, era noticia em todo o mundo – Repetem o que dizem nos anos anteriores  -  Referem as noticias por cá que “Milhares de pessoas juntam-se todos os anos em Stonehenge, o famoso monumento pré-histórico britânico, ver o pôr-do-sol neste que é o dia mais longo do ano” Raro solstício de verão e lua cheia em junho é o primeiro desde 1948 Aliás, acampam para assistir ao  nascer do sol – Pois é esta a orientação deste alinhamento – Também o temos, mas é nos equinócios

A imprensa portuguesa, agência Lusa, os jornais, as rádios  e até as nossas televisões, seguiram o mesmo figurino, a mesma moda: preferindo, todos os anos,  falar do que já é falado e ignorar o nosso património – Por sinal,  até  sabem  que, em Portugal, nos arredores da aldeia de Chãs, do concelho da V. Nova de Foz Côa, além das famosas gravuras paleolíticas, também se assinalam as já tradicionais celebrações, junto dos recintos das  estruturas megalíticas alinhadas com a estações do ano – Conquanto, não tenham a mesma fama e monumentalidade,  o cenário envolvente, seguramente que é mais vasto, mais belo e impressionante, de que a monótona planície, onde aquele circulo de pedras se encontra erguido.

Já foram noticia, nos principais órgãos de C.S nacionais e  também por agências estrangeiras. Na Internet, não faltam alusões  - Mas, por cá, ainda bem que não estão na moda – E oxalá que nunca possam correr esse risco: as romarias populares, não cremos que se enquadrem no espírito destes  singulares festejos  - E, se  alguma dúvida houvesse, em qualquer das  pessoas que  regressavam ao adro, donde haviam partido, em direção aos Templos do Sol, integradas no  cortejo evocativo, ao som alegre e animador  dos gaiteiros de Mogadouro, sim,, ao chegarem ali, depressa as desfaziam    – Pois, tal como no ano passado, éramos uma pequena minoria, comparada com o número de  pessoas que a se acercavam das mesas, nos comes e bebes, que a Junta de Freguesia, havia ali  proporcionado a residentes e visitantes, integrados no espírito das chamadas festas dos santos populares.

Certo que, aquilo que é belo, deve ser partilhado mas por quem o mereça, o compreenda, não o conspurque ou vandalize  -  Á  cautela, é por isso mesmo,  que, as autoridades, em Inglaterra,  que têm a seu cuidado a preservação e a salvaguarda  monumento de Stonehenge, condicionam as visitas, abrindo uma exceção para a celebração do solstício do Verão.

Tais megálitos, fazem parte de uma herança pré-histórica, que ainda persiste nalguns sítios arqueológicos – É justamente o exemplo dos vários monumentos megalíticos, que ainda se conservam nalguns pontos do maciço dos Tambores – Não se sabe, donde vem o eco deste nome, mas por ventura que não deverá estar muito longe da configuração que fazem lembrar alguns daqueles rochedos e  dos antigos povos que o escolheram para seus abrigos, cultos e sepulturas – De que existem vários vestígios, que remontam ao neolítico, calcolíticos, idade do ferro e do bronzes

Vários investigadores, desde Adriano Vasco Rodrigues,  Sá Coixão, Gonçalves Guimarães, António Faustino de Carvalho Carvalho,  do Parque  Arqueológicos, e a que já nos referimos noutras postagens, têm-se debruçado no estudo de alguns sítios deste planalto e quebradas, encontrado materiais e feito os seus estudos e descobertas -  O que se desconhecia é que ali pudesse haver calendários pré-históricos  - E são vários; além dos cinco por mim descobertos, também o investigador, Albano Chaves, fez a descoberta de um interessante alinhamento,  a que deu o nome de portas do Sol (1) solstício do inverno nos templos do sol – albano chaves 

MOMENTO MAIS AGUARDADO  - FEZ SALTAR PALMAS  DE DESLUMBRAMENTO 



A medida que o sol ia descendo sobre o ocaso, maior crescia a  expectativa no espírito  dos participantes   - O sol mal pousara sobre o perfil do relevo na margem a ocidente, depressa se ia esconder para lá das colinas - Porém, são instantes que, pela surpreende beleza e deslumbramento, dir-se-ia provocarem a emoção de algo transcendente e surreal, que nos  entra pelo coração como um tónico harmonioso e ao mesmo tempo balsâmico e revigorador - Instantes, esses, que , embora muito efémeros, se fixam na retina como algo que não se esconde mas perpetuará na memória



 Registo de véspera  - Ao nascer do Sol, em  Stnohenge - Ao pôr do Sol - Nos Tambores

VISTA DO QUADRANTE NORTE OU DO QUADRANTE SUL TOMA A FORMA DE UM ESTRANHO CRÂNIO - TAL COMO A PEDRA DA CABELEIRA VISTA DE TRÁS


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FRANCISCO MOITA FLORES - O CONVIDADO DE HONRA   - Na mesma pedra onde, um mês antes de partir para eternidade. o poeta, jornalista e escritor, Fernando Assis Pacheco,  se postava perante os céus e a largueza daqueles vastos espaços, talvez  numa já instintiva premonição como quem se despede de um dos lugares belos e sagrados e espera que outro maravilhoso e eterno o acolhesse    - Passou a ser chamada a Pedra dos Poetas - 

DISTINGUIR HOMENS DE VALOR NOS TEMPLOS DO SOL



Fernando Assis Pacheco 
Em todas as nossas celebrações, quer nos equinócios do Outono ou da Primavera e  no  Solstício, temos procurado saudar os ciclos da natureza e ao mesmo tempo celebrar os poetas ou homenagear outras figuras que achemos que se enquadrem no espírito destes eventos. Desta vez, além da justíssima homenagem, proposta pela Comissão Organizadora,  a  Joaquim Manuel Trabulo, pessoa muito estimada nesta aldeia, autor de duas importantes monografias, que publicou por sua conta e risco,  vamos também poder contar com a  presença do escritor Francisco Moita Flores - E quem, em Portugal, não conhece a voz e o rosto de um maiores especialistas da criminologia, sempre afável e disponível para contribuir para o esclarecimento e formação da opinião pública, através dos jornais, da rádio ou da televisão - E, naturalmente, do contributo da  vasta obra literária, de que é autor, em múltiplos aspectos e vertentes históricas, cientificas, ficcionistas  e culturais.

FRANCISCO MOITA FLORES – CONHECIDO POR SER UM TRABALHADOR INCANSÁVEL, MINUCIOSO E RIGOROSO - Esta uma das referências que lhe são  feitas por biógrafo

“Francisco Moita Flores é reconhecido do público pela sua obra literária e pelo seu trabalho como dramaturgo para televisão, cinema e teatro. Tem uma vasta obra publicada e produzida; os romances: Mataram o Sidónio!, A Fúria das Vinhas, o Bairro da Estrela Polar, entre muitos, e séries : A Ferreirinha, o Processo dos Távora, Alves dos Reis, João Semana, Quando os Lobos Uivam. Considerado pela crítica como o melhor argumentista do país, foi distinguido em Portugal e no estrangeiro pela qualidade da sua obra, foi condecorado pelo Presidente da República com o grau de Grande Oficial da Ordem do Infante pela carreira literária e pública. Colaborador em vários órgãos como comentador tem marcado a sua intervenção pelo rigor e clareza com que aborda os temas da sua especialidade. Francisco Moita Flores - Woo

Francisco Moita Flores nasceu no ano de 1953. É casado com a actriz e produtora Filomena Gonçalves. Tem três filhos e é avô de três netos. Nasceu em Moura onde estudou até aos 15 anos. Depois continuou nos seus estudos em Beja e depois em Lisboa
Fez o bacharelato em Biologia e até 1977 foi professor do ensino secundário.
Nesta ano ingressou na Polícia Judiciária e foi o primeiro classificado no curso de investigação criminal
Até 1990 pertenceu a brigadas de furto qualificado, assalto à mão armada e homicídios.

Varias vezes louvado deixou aquela instituição para se dedicar á vida académica – Excerto de - Portal da Literatura

JOAQUIM TRABULO - Natural desta aldeia, autor da monografia, CHÃS DE FOZ-CÔA  - A sua  história e a sua gente  - e ainda de outra interessantíssima obra: POR VEREDAS DO VALE DO CÔA, acerca dos percursos mais antigos e sugestivos desta freguesia


Joaquim Manuel Trabulo nasceu a 2 de Maio de 1938, embora o respetivo registo aponte a data de 2 de Julho do mesmo ano, na freguesia de Chãs, concelho de Vila Nova de Foz Côa, tendo ali vivido durante a infância e parte da juventude.
Fez o curso Geral dos Liceus, em Lisboa, e exerceu a atividade bancária em Lisboa e Porto, encontrando-se, presentemente, na situação de aposentado.
Faz parte do Grupo Coral de Professores e Educadores de Vila Nova de Gaia, desde 1996.


Em 1992 publicou a monografia "CHÃS DE FOZ CÔA - A sua história, a sua gente" e tem colaborado na imprensa local. 

O  DIA DOS MILAGRES  - 


Lê-se na badana do próprio livro, que " O Dia dos Milagres é uma viagem apaixonante aos últimos dias do regime filipino que haveria de baquear no golpe de Estado que daria início à dinastia de Bragança. 
O autor centra a acção em Vila Viçosa, onde viviam os duques de Bragança, e conduz-nos pelos dias terríveis de ansiedade, vividos entre crenças e superstições, marcados por revoltas e sofrimento, num Portugal pobre e cansado, traumatizado pela tragédia de Alcácer Quibir, de onde espera que chegue o rei D. Sebastião.
Moita Flores cruza os vários ambientes da época. Desde o fatalismo supersticioso, à preparação cautelosa da conspiração que iria mudar o curso da História de Portugal. João de Bragança e Luísa de Gusmão são os protagonistas, a que associa figuras populares como o Laparduço, mercador de ervas milagrosas, e Efigénia Pé de Galinha, bruxa afamada.




O Dia 1 de Dezembro de 1640 foi um momento único da História de Portugal. Uma data que foi desprezada, até deixou de ser feriado, decisão que enxovalha a memória portuguesa. Um punhado de fidalgos, apoiado pelo Povo de Lisboa, enfrentou o mais poderoso Império do mundo. E devolveu a dignidade a Portugal. São os preparativos dessa saga extraordinária que percorrem as páginas deste romance apaixonante, terno, para que a memória colectiva não esqueça, aquilo que os novos servos do nosso tempo esqueceram, julgando Portugal do tamanho de um mero livro de contabilidade.

FRANCISCO MOITA FLORES







"Regressa com uma história empolgante corrida nos dias que antecederam o golpe que haveria de restaurar a independência de Portugal no dia 1 de Dezembro de 1640.
Depois de Segredos de Amor e Sangue, o novo romance O Dia dos Milagres é mais uma pedra no caminho de sucessos literários que marcam o  percurso deste conhecido escritor que assinou obras como A Fúria das Vinhas, A Opereta dos  Vadios, O Bairro da Estrela Polar, Mata Sidónio!, entre muitas outras.
Autor de grandes séries para televisão, A Ferreirinha, O Bairro, Ballet Rose, A R, Medos e Alves dos Reis, reconhecido pela crítica, premiado em Portugal e fora do país, a sua obra foi agraciada pela República ao ser condecorado  como Grande Oficial da Ordem do infante Actualmente é o presidente da Sociedade da Língua Portuguesa

EXTRAÍDO DO ENREDO LIVRO - "Corria o Verão de 1578. As cigarras cantavam, em coro, pelos olivais e chegavam patos e rolas de arribação aos campos do Alentejo. Por essa altura, ainda respondia por Efigénia do Abegão. Apelido de homenagem ao pai, artesão com mãos de ouro, conhecido nas redondezas pela sua arte na feitura de rodas para carroças de trabalho com a mesma perfeição daquelas que burilava para os coches da Casa de Bragança. Conseguira, devido a este talento raro, ganhar as graças do senhor duque, pai de D. Teodósio 1, e, aos dez anos, a sua única filha entrava para a criadagem da cozinha do Paço de Vila Viçosa.
(…) Nesse dia, fosse ele qual fosse, dizia-lhe o coração, o grande berço onde nascem os sonhos estava marcado na palma da mão como destino. Por tal crença prometera a Nossa Senhora da Conceição e ao seu Santo Filho dez terços de enfiada. E escutava, noite após noite, o vento e os rouxinóis, à espera do seu cavaleiro encantado, que se descobriria perante os seus olhos, vindo dos nevoeiros que se acomodavam nos vales da serra. 


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