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sábado, 13 de junho de 2015

Solstício de Verão, 21 de Junho, 2015 – Cortejo druida e homenagem a Natália Correia, em Chãs, de Foz Côa, ao som de gaiteiros e acordes de violino: desde a aldeia ao altar solsticial, onde decorrerão as cerimónias evocativas com recitais de poesia e rituais celtas, após o que terão lugar as festas sanjoaninas no adro da igreja



 

Com a especial participação do Grupo Lua Nova-Gaiteiros De Mogadouro  e duo Ale&Ole - Olena Sokolovska (viola de arco) e Pedro Ospina (guitarra e laúd)


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O Solstício de Verão, dia mais longo do ano para o Hemisfério Norte, e  que marcará o início da estação estival,  vai ser celebrado na tarde do  próximo domingo, dia 21, com uma cerimónia mística que evocará sacrifícios e rituais celtas, junto a um antigo altar de pedra localizado no patamar da vertente rochosa de uma zona castreja. E a leitura de poemas de Natália Correia


Depois de uma arruada pelas ruas da aldeia, que terá início às 17 horas, pelo Grupo Lua Nova, Gaiteiros de Mogadouro e a exibição musical , no adro da igreja do   duo Ale&Ole - Olena Sokolovska (violino) e Pedro Ospina (guitarra e laúd), às 18 horas tem inicio o cortejo celta, que se dirigirá para ao Maciço dos tambores. Com uma breve paragem no altar sacrificial  da Pedra da Cabeleira de N~ª Srª, e, deste santuário rupestre, à Pedra dos Poetas, no Maciço dos Tambores, onde terá lugar a homenagem a  Natália Correia,  com a evocação da sua obra e a leitura de alguns dos seus poemas, após o que o cortejo se dirigirá para o altar da Pedra do Sol ou do Solstício, onde, pelas  20.45, os participantes na  celebração evocativa, poderão testemunhar a passagem dos raios solares sobre o eixo da Pedra do Solstício 



A Comissão das Festas nos Templos Pré-históricos dos Tambores, em Chãs, à semelhança dos anos anteriores, uma vez mais vai  organizar a celebração do Solstício do Verão, a decorrer a partir do meio da tarde do dia 20 – Desta vez, com destaque para uma merecida homenagem a Natália Correia: “Poetiza, dramaturga, romancista, ensaísta, cronista, conferencista, deputada, oradora, editora, tradutora. Natália correia marcou transversalmente várias gerações e identidades”.  

- Numa celebração evocativa de grande  simbolismo, tanto poético como histórico e místico, num local onde existe  um impressionante megálito  de forma esférica, com três metros de diâmetro, que se assemelha a uma enorme réplica solar  ou terrestre, cuja crista é iluminada  pelos raios solares do pôr-do-sol, em  perfeito alinhamento  com o horizonte de um dos montes da   margem oposta de um maravilhoso e fertilíssimo vale, perpendicularmente a  uma cova circular situada a leste da área do próprio altar solsticial ou calendário pré-histórico.

.A PEDRA DO SOLSTÍCIO - VISTA DO QUADRANTE NORTE OU DO QUADRANTE SUL TOMA A FORMA DE UM ESTRANHO CRÂNIO


AGRADECIMENTO - Este evento conta com o apoio  do Município e  da Junta de Freguesia  - E a habitual colaboração  da Associação Foz Côa Friends, bem como dos proprietários dos sítios e dedicação e boa vontade dos habituais membros destas celebrações, a  cujas pessoas e entidades, desde já muito agradecemos, bem como aos grupos musicais que nos garantiram a sua participação - Jorge Trabulo Marques – Coordenador das Celebrações do Solstícios e Equinócios 




Amuleto, em osso e ainda em excelente estado de conservação que se calcula com mais de 5000 anos, encontrado pelo autor deste site, a cerca de 200 metros do Templo Rupestre da Pedra da Cabeleira de Nossa Senhora, apontado ao nascer do sol dos equinócios


NATÁLIA CORREIA – A MEMÓRIA UMA PERSONAGEM INVULGAR


Natália Correia faleceu aos 69 anos, no dia 16 de Março de 1993, na sua residência em Lisboa. “Quando se percorre a poesia escrita por mulheres ao longo do século XX português, o nome de Natália Correia continua a surgir como um dos que causaram uma repercussão mais duradoura, quer pela sua personalidade forte e polémica, quer pelo alcance da sua obra literária, na qual sempre se manifestou uma vocação poderosamente dionisíaca e por isso excessiva, capaz de apreender magicamente a realidade e de a transfigurar mediante uma rica imaginação metafórica, sobretudo a partir de "Dimensão Encontrada" (1957), já que os seus primeiros livros ("Rio de Nuvens", de 1947, e "Poemas", de 1955) exprimiam ainda uma atitude lírica mais tradicional
.  Celebrando Natália Correia

Diz Fernando Dacosta, autor de “O Botequim da Liberdade, “ - «Natália Correia está hoje numa espécie de limbo. Limbo é o local onde repousam as almas dos grandes inocentes e dos grandes perversos. Ou seja, das crianças e dos criadores  que ela era, até ao excesso.


Não se tornava fácil compreendê-la. Nem amá-la. Fazê-lo, exigia sentimentos, disponibilidades especiais. Era um ser tocado pelo sagrado, um desses seres que não cabem no espaço que lhes foi destinado, nem no corpo nem nas normas, nem nos modelos nem nos sentimentos.


Os que a não aguentavam, combatiam-na não pelas ideias mas pelos tiques, não pela  criação mas pela distração, tentando reduzi-la ao anedotário de feitos fáceis e falsos 

Ao mesmo tempo forte e desprotegida, imponente e indefesa, egoísta e generosa, dissimulada e frontal,  sentia-se, ante as coisas rasteiras ( e as pessoa,  e as acções) perdida; só as grades a tocavam, galvanizando-a. Então toda ela ganhava golpe de asa, vertigem. 

Era esplendorosa vê-la entrar nos templos  de chicote em punho, isto é, de palavra viva, zurzindo os vendilhões, os traficantes, os hipócritas, os videirinhos. Era magnífico acompanhá-la nas suas estradas de Damasco em direcção à utopia, ao amor, á justiça, à criatividade, à elegância, levando pelo braço poetas e amantes, perseguidos e ostracizados,  loucos e solitários.

Poetiza, dramaturga, romancista, ensaísta, cronista, conferencista, deputada, oradora, editora, tradutora. Natália correia marcou transversalmente várias gerações e identidades de nós.  

A leitura (através da ficção e da reflexão), a comunicação social (dos jornais e da TV), a política (de intervenções parlamentares ideológicas), o convívio (de colóquios e tertúlias) foram os grandes campos onde se afirmou, se popularizou e acrescentou.

A ilha (nasceu em S. Miguel) deu-lhe gosto mágico pela vida. Ela “é a mãe, é a fatalidade dos insulares” , comentava. É o território do oculto, da partida, do regresso. “Onde vos retiver a beleza de um lugar, há um deus que vos indica o caminho do espírito.

À noção da Pátria e Mátria, acrescentava a de Frátia. Frátia como símbolo de fraternidade, de igualdade e de equidade. In A Natalidade Natália  - Por Fernando Dacosta. 


PODIA TAMBÉM TER ESCRITO O AUTO DO SOLSTÍCIO DO VERÃO  A autora do “Auto do Solstício de Inverno”, que diz ter escrito ao passar algures por uma certa aldeia mas podia ter escrito O Auto do Solstício do Verão, se acaso tivesse passado pelo Monte dos Tambores, embora o tivesse visto, do fundo do vale, quando se deslocou a Foz Côa, num dos primeiros festivais de poesia, organizado pelo Muncipio, sob a orientação de Jorge Maximino - Essa oportunidade teve-a em vida, Fernando Assis Pacheco.



COMO FERNANDO ASSIS PACHECO SE DESLOCOU AO LUGAR DOS TAMBORES, ONDE NATÁLIA  TAMBÉM, AGORA É HOMENAGEADA

Por lá passou, um mês antes da sua morte, Fernando Assis Pacheco, depois de uma descida à Canada do inverno, na margem esquerda  do Côa Foi em Outubro de 1995. Estava-se em plena polémica das gravuras. Encontrei-o a meio da tarde desse dia, em Foz Côa, e já de regresso do Vale do Côa, para onde fora destacado, em reportagem, pela revista Visão. Embora visivelmente cansado da jornada, saudou-me com um ar de muita satisfação e alegria, parecendo não dar por perdido o esforço da sua missão, cujo contentamento acentuou ainda mais quando me perguntou se eu era daqui. Respondi-lhe que era natural de uma aldeia que também tinha bonitas gravuras, no seu termo, as da Quinta da Barca, junto ao Côa, e uma fragas muito curiosas, nas proximidades, que gostaria que visitasse.

E foi então que, acendendo amavelmente ao meu convite, surgiu a oportunidade de se deslocar, com o repórter fotográfico, José Oliveira, até à Pedra da Cabeleira de Nossa Senhora, bem como a outros locais da área, que o deixariam verdadeiramente encantado, tendo mesmo prometido ali voltar! – E longe ainda de se saber que existiam os tais fenómenos solares, que, mais tarde, eu pessoalmente haveria de descobrir E muito menos de se imaginar que esta seria a sua despedida para sempre?

JÁ SE HAVIA POSTO O SOL QUANDO DALI 
SAÍAMOS - 

e também já estava a fazer-se demasiado tarde para a longa viagem que tinham pela frente, até Lisboa. Ao vê-lo tão feliz , quando descíamos do alto do Castro do Curral da Pedra, onde se avista uma panorâmica, de raro alcance e beleza, e ao passarmos junto a uma pedra que parecia quase um pequeno altar, disse-lhe: Olha, Fernando! Já que vais tão contente, sobe para aquela pedra e agradece ali aos deuses que aqui foram adorados, pelos antigos povos; agradece-lhe a tua vinda aqui! E assim fez, irradiando uma enorme alegria, abrindo espontaneamente os braços aos céus, num largo e expressivo sorriso, voltando-se em várias posições para com os quadrantes da Terra e repetindo umas palavrinhas que, em jeito de evocação, eu lhe dissera. A última das quais foi com a mão esquerda estendida ao longo do corpo e a direita apontando para onde se havia posto o sol! – Hoje quando revejo essa imagem só penso numa coisa: que aquela direcção para onde ele então apontava, só poderia estar já a indicar-lhe o caminho da eternidade!... O caminho dos deuses! Como não tinha película na máquina, pedi um rolo emprestado ao José Oliveira. Ele foi ainda mais generoso, registou o momento e deu-me o negativo.


A MORTE UM MÊS DEPOIS - Um mês depois, e justamente quando dali regressava a casa, ao ligar o rádio, qual não é o meu espanto e a minha tristeza quando ouço a notícia da sua morte, que o surpreendeu com uma mão cheia de livros à saída da livraria Bucholz, em Lisboa.

Foi a 30 de Novembro, aos 58 anos .No dia seguinte dirigi-me à mesma pedra e, com ajuda de um pequeno cinzel, fixei, dentro de um pequeno triângulo, as iniciais do seu nome, como singela homenagem à sua memória. Depois disso, já por lá passei muitas vezes, e, sempre que por ali passo, não deixo de o imaginar lá, com a mesma postura e expressando aquele seu largo sorriso aberto, que, aliás, lhe era tão familiar e que os seus entes queridos e muitos amigos, dificilmente esquecerão

2 comentários:

Ena Mour disse...

Olà! In è questione , how can I rea ho Châs from Vila Nova...is there a bus per something already organized for interested people in partecipating?! Obrigada

Peregrino da Luz disse...

Text translated by Google translator - Hello: Ena - It depends where you are. If you live in Lisbon, you can take the autotocarro - Lisbon-Brabgança - to Vila Nova de Foz Coa and there take a taxi to the village of Chas. Or come by train - Lisbon-Guarda - and exit at Vila France and take taxi. See on the map - Village teas, Vila Nova de Foz Coa county. This celebration has passed. Now only in the autumn equinox - Obriado for your interest in sharing our joy. Be attentive to the images that we will