Com a especial participação do Grupo Lua Nova-Gaiteiros De Mogadouro e duo Ale&Ole - Olena Sokolovska (viola de arco) e Pedro Ospina (guitarra e laúd)
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Amuleto, em osso
e ainda em excelente estado de conservação que se calcula com mais de 5000
anos, encontrado pelo autor deste site, a cerca de 200 metros do Templo
Rupestre da Pedra da Cabeleira de Nossa Senhora, apontado ao nascer do sol dos
equinócios
NATÁLIA CORREIA – A MEMÓRIA
UMA PERSONAGEM INVULGAR


Não se tornava fácil
compreendê-la. Nem amá-la. Fazê-lo, exigia sentimentos, disponibilidades
especiais. Era um ser tocado pelo sagrado, um desses seres que não cabem no
espaço que lhes foi destinado, nem no corpo nem nas normas, nem nos modelos nem
nos sentimentos.
Os que a não aguentavam, combatiam-na não pelas ideias mas pelos tiques, não pela criação mas pela distração, tentando reduzi-la ao anedotário de feitos fáceis e falsos
Ao mesmo tempo forte e desprotegida,
imponente e indefesa, egoísta e generosa, dissimulada e frontal, sentia-se, ante as coisas rasteiras ( e as
pessoa, e as acções) perdida; só as
grades a tocavam, galvanizando-a. Então toda ela ganhava golpe de asa, vertigem.

Poetiza, dramaturga,
romancista, ensaísta, cronista, conferencista, deputada, oradora, editora,
tradutora. Natália correia marcou transversalmente várias gerações e identidades
de nós.
A leitura (através da ficção
e da reflexão), a comunicação social (dos jornais e da TV), a política (de
intervenções parlamentares ideológicas), o convívio (de colóquios e tertúlias)
foram os grandes campos onde se afirmou, se popularizou e acrescentou.
A ilha (nasceu em S.
Miguel) deu-lhe gosto mágico pela vida. Ela “é a mãe, é a fatalidade dos
insulares” , comentava. É o território do oculto, da partida, do regresso. “Onde vos retiver a beleza de um lugar, há um deus que vos indica o caminho do
espírito.
À noção da Pátria e
Mátria, acrescentava a de Frátia. Frátia como símbolo de fraternidade, de igualdade
e de equidade. In A Natalidade
Natália - Por Fernando Dacosta.
PODIA TAMBÉM TER ESCRITO O AUTO DO SOLSTÍCIO DO VERÃO A autora do “Auto do Solstício de Inverno”, que diz
ter escrito
ao passar algures por uma certa aldeia mas podia ter escrito O Auto do Solstício
do Verão, se acaso tivesse passado pelo Monte dos Tambores, embora o tivesse visto, do fundo do vale, quando se deslocou a Foz Côa, num dos primeiros festivais de poesia, organizado pelo Muncipio, sob a orientação de Jorge Maximino - Essa oportunidade teve-a em vida, Fernando Assis Pacheco.

Por lá passou, um mês
antes da sua morte, Fernando Assis Pacheco, depois de uma descida à Canada do
inverno, na margem esquerda do Côa Foi
em Outubro de 1995. Estava-se em plena polémica das gravuras. Encontrei-o a
meio da tarde desse dia, em Foz Côa, e já de regresso do Vale do Côa, para onde
fora destacado, em reportagem, pela revista Visão. Embora visivelmente cansado
da jornada, saudou-me com um ar de muita satisfação e alegria, parecendo não
dar por perdido o esforço da sua missão, cujo contentamento acentuou ainda mais
quando me perguntou se eu era daqui. Respondi-lhe que era natural de uma aldeia
que também tinha bonitas gravuras, no seu termo, as da Quinta da Barca, junto
ao Côa, e uma fragas muito curiosas, nas proximidades, que gostaria que
visitasse.
A MORTE UM MÊS DEPOIS - Um mês depois, e
justamente quando dali regressava a casa, ao ligar o rádio, qual não é o meu
espanto e a minha tristeza quando ouço a notícia da sua morte, que o
surpreendeu com uma mão cheia de livros à saída da livraria Bucholz, em Lisboa.
Foi a 30 de Novembro, aos 58 anos .No dia seguinte dirigi-me à mesma pedra e, com ajuda de um pequeno cinzel, fixei, dentro de um pequeno triângulo, as iniciais do seu nome, como singela homenagem à sua memória. Depois disso, já por lá passei muitas vezes, e, sempre que por ali passo, não deixo de o imaginar lá, com a mesma postura e expressando aquele seu largo sorriso aberto, que, aliás, lhe era tão familiar e que os seus entes queridos e muitos amigos, dificilmente esquecerão

COMO FERNANDO ASSIS
PACHECO SE DESLOCOU AO LUGAR DOS TAMBORES, ONDE NATÁLIA TAMBÉM, AGORA É HOMENAGEADA


E foi então que,
acendendo amavelmente ao meu convite, surgiu a oportunidade de se deslocar, com
o repórter fotográfico, José Oliveira, até à Pedra da Cabeleira de Nossa
Senhora, bem como a outros locais da área, que o deixariam verdadeiramente
encantado, tendo mesmo prometido ali voltar! – E longe ainda de se saber que
existiam os tais fenómenos solares, que, mais tarde, eu pessoalmente haveria de
descobrir E muito menos de se imaginar que esta seria a sua despedida para
sempre?
SAÍAMOS -
e também já estava a
fazer-se demasiado tarde para a
longa viagem que tinham pela frente, até Lisboa. Ao vê-lo tão feliz , quando
descíamos do alto do Castro do Curral da Pedra, onde se avista uma panorâmica,
de raro alcance e beleza, e ao passarmos junto a uma pedra que parecia quase um
pequeno altar, disse-lhe: Olha, Fernando! Já que vais tão contente, sobe para
aquela pedra e agradece ali aos deuses que aqui foram adorados, pelos antigos
povos; agradece-lhe a tua vinda aqui! E assim fez, irradiando uma enorme
alegria, abrindo espontaneamente os braços aos céus, num largo e expressivo
sorriso, voltando-se em várias posições para com os quadrantes da Terra e
repetindo umas palavrinhas que, em jeito de evocação, eu lhe dissera. A última
das quais foi com a mão esquerda estendida ao longo do corpo e a direita
apontando para onde se havia posto o sol! – Hoje quando revejo essa imagem só
penso numa coisa: que aquela direcção para onde ele então apontava, só poderia
estar já a indicar-lhe o caminho da eternidade!... O caminho dos deuses! Como
não tinha película na máquina, pedi um rolo emprestado ao José Oliveira. Ele
foi ainda mais generoso, registou o momento e deu-me o negativo.
Foi a 30 de Novembro, aos 58 anos .No dia seguinte dirigi-me à mesma pedra e, com ajuda de um pequeno cinzel, fixei, dentro de um pequeno triângulo, as iniciais do seu nome, como singela homenagem à sua memória. Depois disso, já por lá passei muitas vezes, e, sempre que por ali passo, não deixo de o imaginar lá, com a mesma postura e expressando aquele seu largo sorriso aberto, que, aliás, lhe era tão familiar e que os seus entes queridos e muitos amigos, dificilmente esquecerão
2 comentários:
Olà! In è questione , how can I rea ho Châs from Vila Nova...is there a bus per something already organized for interested people in partecipating?! Obrigada
Text translated by Google translator - Hello: Ena - It depends where you are. If you live in Lisbon, you can take the autotocarro - Lisbon-Brabgança - to Vila Nova de Foz Coa and there take a taxi to the village of Chas. Or come by train - Lisbon-Guarda - and exit at Vila France and take taxi. See on the map - Village teas, Vila Nova de Foz Coa county. This celebration has passed. Now only in the autumn equinox - Obriado for your interest in sharing our joy. Be attentive to the images that we will
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