Fomos talvez dos únicos jornalistas, que estivemos
nos dois palcos da noite: sim, é destes acontecimentos que não se esperam mas que acontecem: se calhar por sermos o repórter que já soma sete décadas de vida e já termos assistido a tanta coisa, que estes factos vêm naturalmente ao nosso encontro - sim, estivemos lá: - quer no momento em que o autocarro da caravana benfiquista, deixava o aeroporto, quer, depois, já no final da festa, em plena guerra campal (onde
fomos atingido por uma garrafa) mas, sobretudo,
nos momentos em que o mesmo autocarro deixava o parque de estacionamento
da Rotunda do Marquês de Pombal. –
Estava lá um jornalista da SIC, pelo que depreendemos, mais integrado em
partilhar os últimos momentos da festa e as despedidas de que em trabalho de reportagem,
pois não topámos que ali houvessem câmaras
de televisão ou fotográficas, senão apenas as dos telemóveis, que continuavam a
fixar instantes. Mas ainda bem que dispusemos desta oportunidade, já que, quando regressámos do aeroporto, tal já era a multidão dos adeptos benfiquistas, que era dificil logramos a acreditação ao espaço confinado aos media.
VIDEO DE NOSSA AUTORIA - Editado às 16. 30 de Domingo, dia 16 - Ou seja, antes dos jogos - Belenenses Porto (onde fomos em reportagem) e do Guimarães Benfica - Tal como diziamos:...." Não é preciso ser bruxo nem clubista - . Parece-nos ser a ordem da natural das coisas - É o que antevemos ao fim desta tarde de domingo soalhento e primaveril de Maio - Vamos fotografar no Restelo - Porto- Belenenses - mas convictos que a festa começa no Minho"
VIDEO DE NOSSA AUTORIA - Editado às 16. 30 de Domingo, dia 16 - Ou seja, antes dos jogos - Belenenses Porto (onde fomos em reportagem) e do Guimarães Benfica - Tal como diziamos:...." Não é preciso ser bruxo nem clubista - . Parece-nos ser a ordem da natural das coisas - É o que antevemos ao fim desta tarde de domingo soalhento e primaveril de Maio - Vamos fotografar no Restelo - Porto- Belenenses - mas convictos que a festa começa no Minho"
Que, o stafe
benfiquista, nos desculpe a ousadia, pois, pelo que constatamos posteriormente,
tratava-se de uma área reservada de acesso ao túnel do Marquês de Pombal, então interdito, donde partia uma passarele até ao palco, e, uns metros mais à frente, se situava o parque de estacionamento, onde ficara o autocarro da caravana benfiquista, cuja entrada se encontrava restringida apenas por uma débil e quase transparente cortina, e, antes de a transpormos, ainda
íamos com a intenção de pedirmos autorização, a quem ali se encontrasse – possuidores
da carreira profissional de jornalista e envergando o colete de reportagem, admitindo
que a entrada poderia estar acessível à C.S. (não era o caso) –
porém, como o caminho estava livre, visto que já todos os elementos de controlo se haviam retirado para junto do autocarro,
sim, não hesitamos em para lá nos dirigimos, ao mesmo tempo que íamos passando ao lado de mesas com algumas comedorias e aperitivos, nomeadamente bananas e frutos secos, que não resistimos de petiscar, pois a larica já nos ia atormentando o vazio estômago.
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Mesmo assim, atrás de nós, ainda estavam para chegar os mais retardatários da festa: enquanto,
ali, toda a gente, visivelmente bem-disposta, se despedia dos que ficavam, dava
os derradeiros beijinhos e abraços, alguns ainda com latas de sumos na não ou segurando
uma das enormes garrafas de champanhe, tal como documenta o registo de algumas
imagens, propositadamente para a nossa objetiva – Até o Lima, também pousou, voltando-se,
sorridente, para a nossa máquina, só
que, quando íamos a disparar a foto, é nesse instante saudado, ao seu lado, com
parabéns e mais apertos de mão e abraços.
Às tantas, ainda
quase ousámos subir a escadas do autocarro para fixarmos as últimas imagens, mas
logo alguém nos alertava, ao fazermos os primeiros disparos, mesmo cá fora, pela voz de uma figura conhecida da área da comunicação benfiquista,
“aqui não! Aqui não! – E lá tivemos que dar as últimas flashadas (sim, a
primeira vez que ali usamos o flash), às janelas do autocarro, tal como fizemos
quando este acabava de transpor a cancela do aeroporto de Lisboa. E assim
terminava, de forma calorosa, a nossa reportagem, que vamos especialmente reportar
no nosso site, Templos do Sol, visto tratar-se, de facto, de uma festa, alegremente
festiva e feérica, como é raro acontecer
em Lisboa, com tal dimensão.
NOITE DE PEDRAS A
VOAR E DE GARRAFAS NO AR E CAÍREM NUM ASFALTO PEJADO DO LIXO DA FESTA E DAS
BEBIDAS
Lamentável é a
festa da celebração da conquista do bicampeonato pelo Benfica ter sido manchada
por grupos de pessoas, que se excederam no álcool, já que o chão estava
completamente coalhado de garrafas partidas e latas de cerveja, e até de bebidas espirituosas,
pelo que não é de estranhar que, uma
certa loucura e desvairamento, tomasse tão inusitadas proporções. quer no final da festa quer ao longo da madrugada
de segunda-feira, em violentos confrontos entre adeptos encarnados e a polícia,
que se estenderam, desde a Rotunda do Marquês, por outras artérias de Lisboa,
nomeadamente, na Avenida Fontes Pereira de Melo, até à Praça Duque de Saldanha,
onde foram incendiados caixotes de lixo.
CONFRONTOS POLICIAIS OU PROVOCAÇÕES À POLÍCIA?
Não gostariamos de empregar o termo confrontos,
porque, a avaliar pelo que nos foi
possível testemunhar, as ações policiais
(sim, nós estivemos a uns passos a sua retaguarda, tendo sido atingido
com uma garrafa no ombro, que por um triz não nos partiu a máquina ou nos
atingiu na cabeça, o que sucedeu a alguns agentes), a bem dizer, não visavam
pôr cobro à violência pela violência, bem pelo contrário, ao verem-se
apedrejadas, recuavam, recuavam, evitando serem atingidas, em ações mais defensivas
de que repressivas ou ofensivas, confiantes de que os mais exaltados pudessem serenar-se e dar por terminados os seus desmandos gratuitos – Só que, pelos
vistos, o estado de espírito das massas,
desde que incendiadas por desordeiros, fanáticos ou alcoolizados, ateia-se da
mesma forma, descontrolada e irracional, como nos momentos de euforia – Depois do
fósforo atear o rastilho, sabe-se o momento
em que é ateado, mas é difícil saber como o fogo se apaga. E foi
justamente o que se passou, numa noite, verdadeiramente infernal. Claro que, a
certa altura, ainda vimos bastões no ar, e até houve quem, às televisões, em
reportagens em direto, se queixasse de levar com eles, sem ter nada a
ver com os desordeiros – Infelizmente, nestes desmandos, mais das vezes paga o
justo pelo pecador. Terá sido também o caso.
ANÓNIMOS E AGENTES
DAS ORDEM SELVATICAMENTE FERIDOS
Estivemos junto de
um desses agentes, que fora assistido com um enorme penso na cabeça e levado
numa ambulância do INEM, no momento em que era confortado pelos seus colegas de
ofício. Estendemos-lhe a mão e manifestamos-lhe a nossa solidariedade. Isto,
porque, mais não fizeram de que impor a ordem, não tendo sido eles os causadores
da enorme desordem e dos violentos distúrbios, além de que, os agentes da autoridade,
mesmo fardados com aquelas vestes e capacetes, que parecem extraterrestres, acima
de tudo, são pessoas, com as suas angústias, com as suas preocupações e problemas,
como os demais cidadãos. E muitos deles, também com mulher e filhos para
sustentar. Curiosamente, não vimos que os media, lhes prestassem muita atenção.
Sim, é mais bombástico dizer que a polícia carregou de que ser carregada. Não é
que, entre os policias, não haja gente que goste de o fazer, que a há, com certeza,
o que se passou em Guimarães, com um elemento
policial que agrediu e deteve um cidadão nas imediações do estádio do
Guimarães, quando este estava acompanhado pelo pai e dois filhos menores, é elucidativo
de um comportamento condenável e lamentável.
PSP
abre processo disciplinar a elemento policial de Guimarães Então, nestes casos, teria sido melhor ir para boxer.
Ao menos ainda podia ter honras de vedeta televisiva. Como em
todas as profissões, há sempre quem não mereça ser digno de a servir, mas não se caia também
no exagero de tomar a aragem pela tempestade. E quem a desencadeou, pelos que
nos foi dado testemunhar, não foram as forças policiais
APELOS À CALMA POR LUISÃO
Quando me aproximei da minha rua, eram quatro da manhã . E, ao passar junto ao Mercado de Arróios, a mesma imagem de todas as noites: - a dos sem teto e sem abrigo, daqueles que dormem ao relento, junto ao desvão de qualquer coisa, que ao menos os proteja da chuva. Para estes a festa da noite lisboeta, foi uma noite como todas as outras: a de mais umas longas horas de desconforto e de abandono.
APELOS À CALMA POR LUISÃO
Há noticias que
referem que a equipa do Benfica assistiu à violência, a partir do palco central
do Marquês de Pombal, tendo, a dado altura, o
capitão da equipa, Luisão, tentado acalmar a situação sem qualquer
efeito – Sendo também dito que pelo menos 13 pessoas terão sido detidas. Nove
agentes ficaram feridos, assim como um número ainda por determinar de adeptos. Violentos confrontos nos festejos no Marquês - O Jogo
A LESTE DA FESTA - OS SEM-ABRIGO DO COSTUMEQuando me aproximei da minha rua, eram quatro da manhã . E, ao passar junto ao Mercado de Arróios, a mesma imagem de todas as noites: - a dos sem teto e sem abrigo, daqueles que dormem ao relento, junto ao desvão de qualquer coisa, que ao menos os proteja da chuva. Para estes a festa da noite lisboeta, foi uma noite como todas as outras: a de mais umas longas horas de desconforto e de abandono.
2 comentários:
Boa reportagem, versando os pontos principais e com imparciailidade de um bom reporte que procura transmitir a veracidade do ocorrido. Parabéns Jorge...
Obrigado pelo amável comentário - faz-se o que nos é possível, e, obviamente, com algum esforço. Um abraço amigo
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